O documento discute a literatura renascentista em Portugal, com foco nos Sonetos de Camões. Apresenta o contexto histórico do Renascimento português e características da poesia de Camões, como o uso do soneto italiano e temas como o amor de forma racional e filosófica. Exemplifica com dois sonetos de Camões que refletem sobre mudança e a natureza contraditória do amor.
O documento discute a literatura renascentista em Portugal, com foco nos Sonetos de Camões. Apresenta o contexto histórico do Renascimento português e características da poesia de Camões, como o uso do soneto italiano e temas como o amor de forma racional e filosófica. Exemplifica com dois sonetos de Camões que refletem sobre mudança e a natureza contraditória do amor.
O documento discute a literatura renascentista em Portugal, com foco nos Sonetos de Camões. Apresenta o contexto histórico do Renascimento português e características da poesia de Camões, como o uso do soneto italiano e temas como o amor de forma racional e filosófica. Exemplifica com dois sonetos de Camões que refletem sobre mudança e a natureza contraditória do amor.
O documento discute a literatura renascentista em Portugal, com foco nos Sonetos de Camões. Apresenta o contexto histórico do Renascimento português e características da poesia de Camões, como o uso do soneto italiano e temas como o amor de forma racional e filosófica. Exemplifica com dois sonetos de Camões que refletem sobre mudança e a natureza contraditória do amor.
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Sonetos de Camões
Camões e o Classicismo em Portugal
❏ Panorama histórico: desenvolvimento das cidades; valorização do capital; absolutismo monárquico; antropocentrismo; racionalismo; Grandes Navegações ❏ Panorama histórico em Portugal: viagem de Vasco da Gama às Índias; reinados de D. Manuel I e D. João III ❏ Literatura renascentista: liberta-se sobretudo da visão religiosa medieval. O que mais importa são as emoções e experiências humanas, retratadas através de uma linguagem que busca o belo por meio da harmonia, do equilíbrio. Na poesia, para atingir esse efeito de perfeição, houve uma sofisticação dos aspectos formais: a construção de versos e estrofes, os padrões das rimas, o emprego de figuras como comparações e metáforas… ❏ Marco inicial do Renascentismo em Portugal: retorno de Sá de Miranda após período na Itália (1527); uso do soneto italiano (é composto de catorze versos, dos quais dois são quartetos e dois tercetos), medida nova (versos decassílabos) e oitava rima ❏ Curiosidade sobre Luís Vaz de Camões: não possuiu grande reconhecimento em vida, falecendo na miséria ❏ Lírica camoniana: o poeta praticou a medida nova, escrevendo textos de nítida influência italiana, bem nos moldes renascentistas; isto é, adotou frequentemente a estrutura do soneto (dois quartetos e dois tercetos), o verso decassílabo e a postura racional e filosófica. Até mesmo o sentimento amoroso - tema comum na lírica renascentista - é submetido a uma compreensão lógica por meio da qual se busca uma verdade genérica, universal ❏ O amor camoniano: o poeta tenta conceituar o sentimento amoroso, chegando à conclusão de que, para os apaixonados, mesmo os sofrimentos advindos desse sentir são um bem. Mais do que expor os próprios sentimentos, Camões analisa a essência do sofrer ❏ É importante ressaltar que Camões baseou-se, e muito, na estética maneirista ❏ Dilemas humanos e impotência de Camões: cria-se um universo de incertezas e desestabiliza-se a sensibilidade do poeta, que passa com frequência a se revelar melancólico, depressivo. O comportamento analítico que estrutura muitos textos já não garante a atmosfera renascentista, as tensões existenciais se aproximam do gosto maneirista (estilo caracterizado pela inquietação, emoções divergentes e conturbadas). Instauram-se as análises carregadas de pessimismo, o poeta se debate na tentativa de entender os opostos inconciliáveis, como a justiça e injustiça, o eterno e o efêmero, o incerto e o previsível. No nível da linguagem, verifica-se a constância das antíteses, dos paradoxos
Sonetos camonianos
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
muda-se o ser, muda-se a confiança, Todo o mundo é composto de mudança, Tomando sempre novas qualidades,
Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança, Do mal ficam as mágoas na lembrança, E do bem (se algum houve) as saudades.
O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já coberto foi de neve fria, E enfim converte em choro o doce canto.
E afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto, Que não se muda já como soía.
Amor é um fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente, é um contentamento descontente, é dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer,
é um andar solitário entre a gente, é nunca contentar-se de contente, é um cuidar que ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade,
é servir a quem vence o vencedor, é ter com quem nos mata lealdade.
Mas como causar pode seu favor
por corações humanos amizade, se tão contrário a si é o mesmo Amor?