Projeto de Circuitos RF para Aplicações de Telefonia 5G
Projeto de Circuitos RF para Aplicações de Telefonia 5G
Projeto de Circuitos RF para Aplicações de Telefonia 5G
Guaratinguetá - SP
2017
Ivan Morisugi Takemoto
Guaratinguetá – SP
2017
DADOS CURRICULARES
Em primeiro lugar, agradeço à Deus por me permitir chegar até aqui e sem sua bênção e
proteção, eu jamais poderia ter concluído está universidade. Agradeço também,
aos meus pais Helena e Ademar e minha irmã Jéssica por sempre terem me apoiado e
sempre me dado forças para que eu pudesse alcançar esse objetivo.
A minha nova família que adquiri na cidade de Guaratinguetá, principalmente aos
engenheiros Vinicius, Marcelo e Fernando que foram meus irmãos, ao meu veterano Gabriel
que foi o grande motivo por eu ter conhecido essa nova família e de forma especial também
aos meus veteranos Alessandro e Frederico e, aos meus “bixos” Fernando, Raphael e Bruno
que foram as pessoas mais próximas a mim durante todo esse longo período. De forma
extremamente especial aos não citados, agradeço a vocês todos moradores e ex-moradores da
“Vamointão”, pois os senhores me ajudaram a me tornar a pessoa que eu sou hoje e terão
sempre o meu eterno carinho e respeito,
aos meus melhores amigos de São Paulo, pois vocês também fizeram parte disso tudo,
sabem de cada sofrimento e dificuldade que eu tive que superar para conseguir atingir esse
objetivo,
ao professor doutor José Feliciano Adami por ter aceitado como seu orientando e por
também por toda contribuição durante o período de graduação,
aos meus amigos de faculdade Giuliano, Pedro e Alexandre
aos meus ex-patrões Leandro, Pedro e Marcelo,
aos funcionários da FEG por toda a dedicação e contribuição para manter essa
universidade funcionando,
e por fim, à todos os professores que me ensinaram e passaram da melhor forma
possível os seus conhecimentos para que eu pudesse atingir o nível de Engenheiro Eletricista.
“O medo faz parte da vida da gente. Algumas pessoas não
sabem como enfrentá-lo, outras - acho que estou entre elas
- aprendem a conviver com ele e o encaram não como
uma coisa negativa, mas como um sentimento de
autopreservação”
Senna, Ayrton
RESUMO
Este trabalho apresenta um estudo sobre a tecnologia atual usada em telecomunicações long
term evolution (LTE), baseado em pesquisas bibliográficas, a atual implementação das redes
3G e 4G no Brasil e, a expectativa da rede 5G tanto no Brasil quanto no mundo. A mudança
de comportamento do usuário que antes usava o serviço de voz e passou a usar serviços de
dados e da necessidade de maior velocidade e de um mesmo usuário possuir diversos
dispositivos para se conectar, gerando uma necessidade de aumento de volume e velocidade
da rede. A história do desenvolvimento das tecnologias no aparelho de celular, desde o 1G até
o 4G e as possíveis necessidades de mudança para o 5G, apresenta o caminho até chegar ao
ponto onde estamos hoje em nível de tecnologia. Por fim, apresenta o panorama atual das
experiências que o usuário já pode desfrutar e, faz uma pequena projeção do que se pretende
atender com a nova tecnologia e, quais melhorias haverão na experiência dos usuários com a
implementação da nova tecnologia 5G.
This paper presents a study on the current technology used in long term evolution (LTE)
telecommunications, based on bibliographic research, the current implementation of 3G and
4G networks in Brazil and the expectation of 5G network in Brazil and in the world. The user
behavior has changed, back in past, they used the voice service and nowadays, started using
data services and the necessityfor greater speed and the same user have multiple devices to
connect, creating a wish for increased volume and speed of the network. The history of the
development of technologies in the mobile device, from 1G to 4G and the possible changing
needs for 5G, displays the path to the point where we are today at the level of technology.
Finally, it presents the current situation of the experiences that you can now enjoy and makes
a small projection of what is to meet with the new technology and what will be improvements
in the user experience with the implementation of the new 5G technology.
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 19
2 HISTÓRIA DOS SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO .......................................... 20
3 A GERAÇÃO 4G...................................................................................................... 31
4 A GERAÇÃO 5G...................................................................................................... 62
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................... 87
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 89
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ......................................................................... 93
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1 INTRODUÇÃO
O modo como o usuário final vem utilizando o serviço da tecnologia móvel tem sofrido
mudanças significativas ao longo dos anos. Antes o celular era apenas um telefone móvel,
agora é visto como um computador pessoal, muitas vezes com configurações e funções até
superiores aos computadores que possuem em algumas residências. Por isso, há a necessidade
de aumentar cada vez mais a velocidade e o volume da transmissão de dados, uma vez que
isso impulsionou o desenvolvimento de novas tecnologias de comunicação móvel e tornou a
procura por cada vez maiores de taxas de transmissão.
Esse trabalho apresenta as tecnologias relacionadas à geração futura de celulares (5G),
que apesar de ainda estar em fase de estudos e testes, já foram definidos os padrões a serem
implementados e é o próximo passo para a tecnologia nesta área, bem como as tecnologias
anteriores que permitiram que se chegasse ao nível atual e apresentar o porquê da necessidade
da implementação da tecnologia 5G.
O trabalho foi dividido em capítulos. O primeiro é a introdução sobre o tema e
motivação do trabalho. Já o segundo capítulo, apresenta a história e a evolução dos aparelhos
e sua tecnologia.
O terceiro capítulo, visa apresentar a tecnologia atual (4G). No quarto capítulo,
apresento a tecnologia que está sendo desenvolvida (5G), os motivos de sua implementação,
os desafios e o ponto em que o Brasil está em relação à tecnologia de transmissão de dados.
Por fim, no capítulo quinto, ficou as considerações finais e a expectativa sobre a
implementação da internet 5G tanto no Brasil, quanto no mundo.
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O início da internet se deu no auge da Guerra Fria, no final da década de 1960, graças
ao Departamento de Defesa Norte-Americano, que queria desenvolver um sistema de
comunicação descentralizado, que permitiria, em caso de um ataque, este pudesse resistir a
uma destruição parcial do sistema c om esse objetivo, a Advanced Research Projects Agency
(ARPA), desenvolveu aAdvanced Research Projects Agency Network (ARPANET). Em 1969,
ARPANET já estava operacional, permitindo a conexão entre as universidades de Stanford,
Los Angeles, Santa Barbara e Utah. O protocolo usado naquela época era o Network Control
Protocol (NCP) que era um protocolo hospedeiro, que permitia a comunicação entre os
computadores e permitia que outros fossem inseridos na rede, além de controlar o fluxo e o
caminho dos dados, atuava com um sistema de chaveamento de pacotes, onde as informações
eram divididas em pequenos pacotes que continham trechos dos dados, que permitiam a
remontagem da mensagem original.
A partir dos anos 1970, houve um aumento nos usuários da ARPANET, o que causou
em uma divisão. A ARPANET que era aberta aos usuários comuns para fins científicos e a
Military Network (MILNET) que era para fins militares. Com isso, o NCP se tornou obsoleto,
necessitando que um novo protocolo fosse implementado, o protocolo Transmission Control
Protocol/Internet Protocol (TCP/IP) criado por Robert Kahnet e Vint Cerf, em 1974,
estabelecia uma linguagem comum a todas as redes já criadas, até então, nos Estados Unidos
(EUA) e na Europa, porém apenas em 1976, o TCP/IP foi aderido a ARPANET, permitindo
que a web atingisse seu primeiro milhar de usuários.
O TCP/IP é um conjunto de protocolos que juntos são responsáveis pelo recebimento da
informação, depois empacotados para o formato da rede e por fim são endereçados e
enviados, ele ainda foi o primeiro protocolo endereçado em domínio público, permitindo que
qualquer pessoa tivesse acesso, possibilitando ainda, que pesquisadores pudessem modificá-lo
e desenvolvê-lo.
Em paralelo, o americano Ray Tomlinson criou o SNDMSG (uma contração da
expressão em inglês "send message", ou seja, "enviar mensagem") em 1971, que permitia a
troca de mensagens dentro do mesmo PC. Para que as mensagens fossem enviadas para outros
PCs através da ARPANET, ele utilizou um protocolo de transferência de arquivos, o
CYPNET, e resolveu adotar o @ para identificar o remetente e destinatário das mensagens.
21
A partir da década de 1990, a internet passou a ser usada em larga escala, devido à
criação de um protocolo pelo pesquisador Tim Berners Lee, do Conselho Europeu para a
Pesquisa Nuclear em Genebra (CERN), o hyper text transfer protocol(HTTP) e da linguagem
hyper text markup language(HTML), permitindo navegar de um site a outro, e ainda criação
da world wide web(WWW), abrindo a internet para que houvesse a cooperação mútua entre
cientistas do mundo todo(BARROS, 2013). A figura 1a ilustra a rede inicial ARPANET nos
EUA de 1969 para a final da ARPANET de 1977 na figura 2.
Figura 1 – Rede inicial ARPANET 1969
O início da história da internet no Brasil tem como marco, o mês de setembro de 1988,
quando no Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), no Rio de Janeiro – RJ,
conseguiu acesso à Bitnet estabelecida na Universidade de Maryland nos EUA. Meses depois
foi a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) que também se ligou
à Bitnet através da Fermi National Acceleratos Laboratory (FERMILAB), em Chicago –
EUA, era uma ligação ponto a ponto feita por linha telefônica.
A FAPESP foi a pioneira ao criar a primeira rede brasileira interligando a Universidade
de São Paulo (USP), Universidade de Campinas (UNICAMP), Universidade Estadual Paulista
(UNESP) e Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), onde mais tarde conectaram-se outras
universidades importantes de todo o país.
Em 1989, o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) criou a Rede Nacional de
Pesquisa (RNP) com o intuito de construir uma rede de internet brasileira para pesquisas
acadêmicas. Em 1992, alcançou 10 estados e o Distrito Federal e, além de implantar a
primeira rede nacional, também se dedicou a divulgar os serviços de internet à população.
Contudo, a internet no Brasil só deixou de ter o caráter de pesquisa acadêmica em 1995,
quando ela começou a ser comercializada pela Embratel e aberta ao público em geral, através
de uma obra em conjunto com o Ministério de Telecomunicações e o Ministério da Ciência e
Tecnologia (RNP, 2015). A figura 3 mostra a expansão da internet no Brasil.
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idéia era ótima, porém esbarrou na tecnologia da época. Então, de 1947 a 1973, muitas foram
as tentativas, mas poucos foram os resultados positivos.
Somente em 1973, aconteceu a primeira chamada de um telefone móvel para um
telefone fixo, sendo essa a data considerada como marco inicial da comunicação móvel. A
partir de abril daquele ano, muitas teorias de 1947 começaram a ser comprovadas. O primeiro
aparelho que era apenas um protótipo foi o DynaTACda Motorola que passou a ser
comercializado apenas em 1983 com o nome de DynaTAC 8000x.
Os primeiros celulares pesavam em torno de 1 kg e possuíam dimensões de
aproximadamente 30cm, então não eram tão portáteis, pois a maioria era feita para ser
instalados em automóveis. Com o passar do tempo seu peso e suas dimensões foram
diminuindo, os preços se tornaram acessíveis ao público e novas funções foram sendo
atribuídas e diferentes tecnologias de transmissão foram sendo implementadas
(JORDÃO,2009).
A primeira geração de celulares 1G teve como principal novidade o fato de ser sem fio.
A característica marcante era seu sistema analógico, usando sistemas de modulação em
frequência, onde a voz era transmitida em rádio frequência, além de possuir alto custo, baixa
capacidade de tráfego e os sistemas eram centralizados.
O sistema mais utilizado dessa geração era o Advanced Mobile Phone System (AMPS),
que usava a comutação por circuito para fazer a transmissão através da tecnologia Frequency
Division Multiple Access (FDMA). Cada telefone possuía um par de frequências de rádio
sendo uma para enviar e outra para receber informações.
transmissão e, outro para recepção, com 30 kHz para cada banda. Ele era dividido em duas
bandas: banda A e banda B, com 416 canais cada e ocupavam 12,5 MHz por banda, onde 21
canais são para controle, e os demais, para voz. Os canais são de modulação FM e, quando um
canal era alocado, este permanecia alocado até o final da chamada. Havia um grave problema
na segurança das chamadas, pois não possuíam criptografia então, podiam ser facilmente
interceptados. As faixas de transmissão eram de 824 a 849 MHz, enquanto os de recepção
eram de 869 a 894 MHz (FONTANA,2014).
O TDMA foi uma solução encontrada para aumentar a capacidade do sistema, mantendo
a compatibilidade com o que já existia, por isso quando criado, foi chamado de Digital AMPS
(DAMPS), o TDMA foi padronizado pela Telecommunications Industry Association (TIA)
como IS-136 para a faixa de frequência de 800 e 1900 MHz.
Suas características se mantiveram similares aos do AMPS, sendo sua principal
inovação, a possibilidade de realizar três chamadas simultâneas dentro de uma mesma faixa
de frequência, cada usuário utilizaria um determinado período de transmissão (TUDE,2003).
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Em 1993, o método CDMA foi desenvolvido pela empresa americana Qualcomm e foi
padronizado pela TIA como IS-95. O sistema manteve a compatibilidade com os anteriores e
permitiu uma expansão na rede, a tecnologia nele usada foi a do espalhamento espectral
(spread spectrum), permitindo que vários usuários compartilhassem uma mesma banda de
frequência, o que habilitou uma melhor utilização do espectro, aumentando, com isso, a
capacidade dos sistemas, além de oferecer a roaming e handover entre células.
O sistema permitia que os usuários transmitissem e recebessem informações pelo
mesmo canal simultaneamente. Para cada usuário era fornecido um código específico e, para
utilizar o sistema o usuário deveria conhecer seu próprio código, com isso permitiu que os
telefones celulares recebessem vários sinais ao mesmo tempo, por meio de um sistema
inteligente, dentro de uma faixa de frequência dos 800 aos 1900 MHz(TUDE,2003).
O sistema GSM foi criado para unir os sistemas digitais europeus e buscar um padrão
único para que todos os sistemas fossem compatíveis entre si. Criado com a nomenclatura de
o Groupe Spéciale Mobile (GSM), o nome foi alterado, em 1989, para Global System for
Mobile Communications, mantendo a sigla, pois sua abrangência era muito maior do que a
esperada inicialmente.
A partir do GSM passou a se utilizar o SIM card, que armazena as informações mais
importantes do usuário como número de identificação, redes e país do assinante e chaves
privadas num dispositivo de memória.
No início foi projetado para operar em 900 MHz, após um pedido do Reino Unido, foi
adaptado para 1800 MHz e posteriormente para 1900 MHz, com o intuito de atender ao
Personal Communications System (PCS) norte-americano,ficando conhecido como PCS1900.
Atualmente, opera também em 850 MHz e combina técnicas do TDMA e FDMA,
permitindo que até 8 usuários realizem chamadas simultaneamente. Um número é atribuído
por Absolute Radio Frequency Channel Number (ARFCN – Número Absoluto de Canal de
RF) para cada par de frequência portadora nos enlaces diretos e reversos.
O GSM foi adotado mundialmente e ainda é utilizado. O padrão é robusto, uma vez que
cada vez que se realiza uma chamada, cada janela de tempo é criptografado e mudado,
impedindo que os dados sejam interceptados, somente com a presença do algoritmo no
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receptor, a mensagem poderia ser decifrada, garantindo uma alta segurança ao sistema.
Devido à grande adesão de empresas, este permitiu o roaming internacional, facilitando a
utilização dos serviços ao usuário em outros países(CLEMENTE,2010).
A geração 2,5G é considerada uma geração de transição entre o 2G e o 3G. Nela houve
uma considerável evolução na tecnologia, que deixou de ser na comutação por circuitos e
passou a ser por pacotes, permitindo que os usuários ficassem conectados por tempo
indeterminado. Nesta geração foram desenvolvidas técnicas importantes como o General
Packet Radio Services (GPRS), Enhanced Data Rates for GSM Evolution (EDGE) e 1x Radio
Tansmission Technology (CDMA2000 1X).
O Sistema EDGE foi criado para ampliar a taxa de transmissão de dados pela interface
aérea já existente e foi fundamental para que se desenvolvesse a telefonia móvel rural devido
a sua qualidade de propagação. A GSM/GPRS se utilizava da modulação Gaussian Minimum
Shift Keying (GMSK), enquanto o EDGE se utiliza da modulação 8PSK, que aumenta em três
vezes a taxa de bits por símbolo, elevando a taxa de transmissão do canal.
A implantação do EDGE foi feita a partir de pequenas modificações na rede , sendo
necessárias apenas algumas atualizações de softwares para que as duas modulações, GMSK e
8PSK funcionassem (SOARES,2003).
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2.2.3.3 CDMA2000 1X
O CDMA 2000 1X tem como base o padrão de comunicação do CDMA e pode ser
considerada uma evolução do CDMA da geração 2G. Esta tecnologia foi a porta de entrada
para que a terceira geração se desenvolvesse, pois conseguiu atingir taxas de transmissão
altíssimas, superiores a 144 kbps, com sistema compatível e velocidades maiores de
transmissão de voz.
Este sistema é voltado para transmissão de dados na interface aérea porque tudo que
trafega entre o terminal e a estação base é encaminhado para elementos de rede que darão o
tratamento específico para cada chamada de dados.
2.2.4 A Geração 3G
O UMTS é o termo usado para designar o padrão da terceira geração estabelecido como
evolução para operadoras de GSM. O UMTS utiliza como interface rádio o Wideband Code
Division Multiple Access (WCDMA) ou o Enhanced Data Rates for GSM Evolution (EDGE),
este padrão foi controlado até 2000 pelo European Telecommunications Standards Institute
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(ETSI), a partir desse ano passou a ser controlada por 3rd Generation Partnership Project
(3GPP) (ALECRIM,2012).
O WCDMA é um padrão de interface entre o terminal rádio e a Estação Rádio Base, ele
opera de dois modos: Frequency Division Duplex (FDD), que se utiliza de enlaces de subida e
descida em canais de 5 MHz diferentes e separados por 190 MHz de frequência. O Time
Division Duplex (TDD), no qual a mesma banda de 5 MHz é compartilhada pelo link de
subida e descida (TUDE,2004).
O CDMA 1xEV foi a volta da tecnologia CDMA com algumas melhorias, as quais
podem ser divididas em duas fases: 1xEV-DO (Data Only) e 1xEV-DV (Data and Voice).
A primeira opera com uma portadora de 1.25 MHz, que ocupa a quantidade de espectro
que as CDMA anteriores e, um canal é alocado para transportar dados, o que permitiu uma
taxa de transmissão de até 2,4 Mbps. A fase seguinte permite que voz e dados fossem
transportados no mesmo canal (TUDE,2004).
O High Speed Packet Access (HSPA) pode ser considerado como o 3,5G, também foi
implementado como melhoria na rede UMTS pode oferecer velocidades muito mais altas e
suportam uma quantidade muito maior de usuários que o W-CDMA.
O HSPA tem como base dois protocolos: High Speed Downlink Packet Access(HSDPA)
e oHigh Speed Uplink Packet Access(HSUPA), os dois protocolos operam com a frequência
de 5 MHz na portadora, mas o HSDPA é para downloads e o HSUPA é para uploads.
Enquanto o HSDPA oferece até 14,4 Mb/s de taxas de transferência de dados, o
HSUPA oferece até 5,76 Mb/s. Essa velocidade mais alta é devido à redução do tempo de
intervalo de transmissão que passou de 10 ms para de 1 a 3 ms e ao aumento da taxa de dados
com a modulação Quadrature Amplitude Modulation (16QAM)(TUDE,2004).
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3 A GERAÇÃO 4G
O WiMAX é uma tecnologia desenvolvida para oferecer acesso banda larga. Que vai de
6 a 9 km. A rede é formada por um conjunto de células e os terminais são portáteis e móveis
como no celular e permite troca de célula durante a comunicação, o padrão é parecido com o
wi-fi e permitem velocidades maiores que 1 Gbit/s No Brasil, em 2010, a expectativa era que
as redes operassem em 3,5 GHz (Teleco,2008).
O LTE surgiu como uma evolução do HSPA e foi desenvolvido pelo 3GPP para ser
uma tecnologia de comunicação móvel. Dentre outras vantagens manteve a compatibilidade
com as redes implementadas anteriormente e isso permitiria às operadoras uma substituição
gradual dos equipamentos.
O LTE utiliza o padrão Orthogonal Frequency Division Multiple Access (OFDMA) e o
protocolo IP, divide a banda de transmissão em dois canais (downlink e uplink).
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A modulação QAM é uma combinação entre as modulações Phase Shift Keying (PSK) e
a Amplitude Shift Keying (ASK).Portanto, há variação de amplitude e fase na onda portadora
de acordo com a informação digital a ser transmitida.
O sinal é formado usando uma portadora cujo nível de amplitude recebido Q é
determinado pela informação que será transmitida, em seguida há uma defasagem em 90
graus e a recepção de outro nível de amplitude I, determinado pela informação. A equação
S(t) = Q sen(ωt) + I cos(ωt) representa a soma desses sinais que é chamado de sinal QAM
O resultado desse processo pode ser representado por uma constelação, pode-se através
de um diagrama de fase e quadratura mapear os símbolos dessa constelação, a amplitude é
representada pela distância específica da origem do diagrama que cada símbolo apresenta
(CAMBOIM, 2011).
Diferentes tipos de modulação de amplitude em quadratura são utilizados visando
aumentar a eficiência espectral do processo de modulação. Para 64QAM, a constelação
apresenta 16 símbolos, sendo 16 em cada quadrante do diagrama, o que significa que cada
símbolo representa 6 bits.
Já o modo 256QAM apresenta 256 símbolos em sua constelação, cada um deles
representando 8 bits, como mostra a Figura 4.
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MIMO é a técnica utilizada para que haja múltiplas antenas na transmissão e recepção
de sinais. Dessa forma, os dados podem ser enviados ao mesmo tempo por caminhos
diferentes mesmo que ocupe a mesma banda de RF, o que resulta nas altas taxas de dados,
sem a necessidade de se utilizar banda ou potência adicional para a transmissão dos sinais. A
Figura 6 mostra um sistema MIMO utilizando a configuração 4x4.
Figura 6 - Configuração MIMO 4x4
Além disso, essa técnica foi uma maneira eficiente de superar os limites impostos pela
Lei de Shannon, a qual mostra que existe um limite de informação que podem ser
transmitidos em um único canal devido à presença de ruído. Como o sistema MIMO cria
vários canais de transmissão e recepção, o conjunto de canais excede o limite, porém cada
canal individualmente fica limitado (GUEDES, 2009).
A técnica tornou-se fundamental para que as novas tecnologias alcançassem altas taxas
de downlink e uplink, tanto que a 3GPP a vem padronizando. Para que o MIMO tenha a sua
capacidade máxima atingida, o 3GPP prevê o uso da codificação espaço-tempo e da
multiplexação espacial.
Na codificação espaço-tempo que visa aumentar a intensidade do sinal total com o
objetivo de diminuir o desvanecimento causado pelo multipercurso, é feita uma cópia do sinal
com codificação diferente do sinal original, os sinais são enviados ao mesmo tempo por
antenas distintas, como apresentado na Figura 7.
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Na multiplexação espacial, o ambiente é explorado até chegar ao seu destino final, cujos
sinais são enviados em vários feixes, como mostra a Figura 8. Devido à presença de
obstáculos no caminho, as mudanças de percurso podem gerar atrasos que são compensados
através de algoritmos que se baseiam na reflexão sofrida pelo sinal ao longo do seu caminho.
No receptor a recuperação do sinal original é possibilitada por esses feixes que são tratados
com filtros (ALMEIDA, 2013).
O MIMO pode ser classificado como Single User MIMO (SU-MIMO) ou Multi-User
MIMO (MU-MIMO).No SU-MIMO um único usuário transmite para o receptor e no MU-
MIMO vários usuários transmitem ao mesmo tempo para o receptor. Ambos os recursos
podem ser usados tanto no downlinkquanto no uplink. No uplink dá-se preferência ao MU-
MIMO visando reduzir os custos para o usuário e a complexidade do sistema, conforme
Figura 9.
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Para a quarta geração, o 3 GPP escolheu uma abordagem multiportadora para acesso
múltiplo, dessa forma permitiria a programação eficiente no domínio da frequência e do
tempo bem como uma alta eficiência espectral (NOHRBORG, 2015).
O OFDMA é uma evolução do Orthogonal Frequency Division Multiplex (OFDM) e foi
criado pela necessidade de compartilhamento de recursos entre os usuários. Esta foi criada a
partir da evolução do Frequency Division Multiplex (FDM) que utiliza-se uma banda de
guarda de separação de portadoras, enquanto que na OFDM utiliza-se a sobreposição de
portadoras que são matematicamente ortogonais, o que ajuda na redução de interferências
causadas por portadoras vizinhas reduzindo pela metade o uso de espectros de frequência em
sistemas OFDM.
A técnica de transmissão de multiplexação por divisões de frequências ortogonais
(OFDM) surgiu como uma evolução da Frequency Division Multiplex (FDM), porém a
OFDM utiliza a sobreposição de portadoras, que são matematicamente ortogonais,enquanto
que na FDM utiliza-se a banda de guarda para separá-las. Essa propriedade ajuda a reduzir
interferências causadas por portadoras vizinhas e faz com que sistemas que utilizam o OFDM
reduzam em 50% o uso do espectro de frequências, conforme a Figura 10.
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Os sinais OFDM têm uma Peak-to-Average Power Ratio (PAPR) relativamente alto. O
PAPR é calculado por Pot_pico/Pot_médpode-se concluir que para uma dada potência média,
seriam necessários amplificadores de potência caros, pois teriam que ser capazes de lidar com
picos de potência significativamente altos. Portanto, um valor alto de PAPR significa a
ineficiência no consumo de energia para os terminais móveis que desejam transmitir no
uplink, atrapalhando a sua utilização. Por isso, desde o LTE utiliza-se o OFDMA apenas no
downlink e a solução para o uplink foi adotar o Single Carrier Frequency Division Multiple
Access (SC-FDMA) que possui um PAPR menor, como pode ser visto na Figura 12.
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3.3 ARQUITETURA
O UE nada mais é que o dispositivo móvel do usuário que em suma é composto pelo
equipamento e pelo SIM Card.
O UE no LTE possui apenas três estados possíveis, graças à simplicidade em relação às
gerações anteriores que a arquitetura do LTE foi desenvolvida. Os estados são: Connected –
estado no qual o móvel está em uma conexão ativa, o Idle – no qual o móvel está registrado
na rede, porém não está enviando nem recebendo dados e o Detached, no qual o dispositivo
não está registrado na rede (TELECO,2009).
O EPC foi desenvolvido para permitir a comunicação com diferentes redes através do
protocolo IP utilizando a comutação por pacotes packet switch (PS) e também é onde estão os
principais elementos da rede.
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O EPC é formado pelo Serving Gateway (S-GW), Home Subscriber Server (HSS)
Mobility Management Entity (MME), o Packet Data Network Gateway (P-GW) e o Policy
Control and Charging Rules Functions (PCRF).
O MME é responsável pelas funções de segurança, autorização de serviços, gestão de
mobilidade, gerenciamento ao perfil do usuário, autenticação e suporte ao handover entre
diferentes eNodeBs e entre tecnologias diferentes como o UMTS e GSM. Além disso é
responsável pelo UE em idle modequando ainda não há o estabelecimento de conexões com
nenhuma portadora, também é ele quem faz a seleção do P-GW quando o UE necessita de
estabelecimento com endereços IP da rede.
O HSS é o responsável por armazenar os dados de assinatura dos usuários. Esses dados
são obtidos pelo MME e o HSS os utiliza para realizar a autenticação do UE na rede.
O S-GW é responsável pelo plano de usuário, transportando dados de IP entre a internet
e o UE. Além disso, durante o handoverentre o eNodeBs o s-GW serve como ancora para a
mobilidade, encaminhando pacotes de dados até que o processo de handover seja finalizado
pelo MME.
O P-GW tem a responsabilidade de controlar a tarifação dos serviços e atribuir
endereços de IP para os usuários, também é o ponto de interconexão entre as redes externas e
o EPC. O P-GW e o S-GW são interligados e embora sejam especificados de forma diferente
pelo 3GPP, eles podem ser combinados em um mesmo equipamento pelos fabricantes.
O PCRF é o elemento da rede responsável peloPolicy and Charging Control (Política e
Controle de Carga – PCC), que tem a função de tomar decisões provendo QoS adequado para
que os serviços solicitados utilizem os recursos apropriados (TELECO,2009).
No PDCP ocorre a criptografia dos dados tanto do plano de controle quanto do plano do
usuário, também é nesta subcamada que ocorre a compressão e descompressão de cabeçalhos
dos pacotes IP que são enviados e recebidos pelos usuários, permitindo que a largura de banda
seja aproveitada de forma mais eficiente.
O PDCP é responsável pela tomada de decisões bastante importantes para o
funcionamento da rede. Nele ocorre a decisão sobre o descarte de pacotes, quando o
congestionamento de trafego se torna corriqueiro em toda a rede e previne atrasos excessivos
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3.6 TRANSMISSÃO
A transmissão utilizada no 4G foi escolhida para que o usuário pudesse aproveitar todo
o aumento de velocidade prometido pela nova tecnologia. Para concretizar, a comunicação
entre a torre de transmissão, eNodeB, e a central de distribuição é realizada através de cabos
de fibra óptica, o que ilustra a principal diferença entre essa tecnologia e as anteriores.
Os grandes backbonesenviam o sinal para a as operadoras através dos cabos de fibra
óptica. As operadoras enviam também por cabos para as centrais de distribuição, para que o
sinal chegue às antenas, passando por switches e roteadores de alto desempenho, para que
finalmente seja direcionado até as antenas utilizando fibra óptica, é nesta ultima etapa que a
transmissão 4G é diferente em relação aos padrões anteriores(HAMANN, 2013).
No 4G, as antenas são distribuidoras, diferentemente dos padrões anteriores que as
antenas atuavam como redistribuidoras, recendo sinais de uma antena principal e
compartilhando com os usuários. Com essa mudança, os sinais chegam por cabos de fibra
óptica e então são transmitidos aos usuários, permitindo uma redução nas perdas e o elevar as
taxas de transmissão.
A rede LTE utiliza métodos de compressão de dados e distribuição de dados inteligente,
onde as redes conseguem identificar momentos de trafego intenso de dados e, a partir desse
ponto se reorganizar para que não exista sobrecarga no sistema que poderia até a levar a uma
queda do sistema, dessa forma faz com que o sinal seja enviado mais facilmente e
rapidamente, além de uma absorção maior de quantidade de informações (HAMANN, 2013).
A Figura 17 apresenta as etapas da transmissão dos dados em uma rede LTE.
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O serviço de chamadas de voz é feito pela voz sobre IP (VoIP), já que o LTE foi
desenvolvido para ser uma rede IP completo. Uma vez que o assinante já estava acostumado
com a qualidade de serviço prestado, coube às operadoras a responsabilidade por continuar a
fornecer a mesma qualidade ou superior, a principal dificuldade na implantação foi devido as
redes baseadas em comutação por circuitos (CS).
Existem três formas para se usar o serviço de voz em uma rede 4G: a Voice Over LTE
via Generic Access (VoLGA), a Circuit Switch Fallback (CSFB) e a Voice over LTE
(VoLTE) (MENDES SANTOS, 2014).
O VoLGA permite aos operadores implementarem estes serviços com base em um
padrão desenvolvido pelo 3GPP conhecido como Generic Access Network (GAN). O VoLGA
exige que um elemento conhecido como VOLGA Access Network Controller (VANC) seja
adicionado ao núcleo das redes GSM / UMTS existentes. Para o funcionamento é necessário
que o UE tenha além dos rádios convencionais para GSM e UMTS, um específico para Wi-FI,
que é utilizada como uma tecnologia de acesso.
51
A interface SGs, que conecta MME e MSC, é um ponto de referência entre essas duas
entidades, utilizada no gerenciamento de mobilidade e procedimento de paging.
Antes de ocorrer o CSFB, há um mapeamento das redes 2G/3G para que a MME seja
atualizada. Quando o usuário, com conexão 4G ativa, realiza uma chamada, uma requisição
para MME é enviada pelo UE que então recebe um comunicado para alterar o seu Radio
Access Technology (RAT) para as outras tecnologias disponíveis.
Terminado o processo de configuração,é solicitado o pedido de serviço de voz para a
MSC e um registro na Visitor Location Register (VLR) e finalmente a chamada estabelecida
passa a ser controlada pela nova rede.
No caso do usuário receber uma chamada, ela será encaminhada para a MSC da rede
2G/3G e então uma mensagem de paging é enviada para o MME que irá identificar o UE
52
3.7.1 VoLTE
Além disso, é necessario um sistema conhecido como SRVCC (single radio voice call
continunity) para que haja uma forma de entregar de volta às redes legadas comutadas de
circuito de forma perfeita, enquanto possui apenas um radio transmissor no aparelho para
preservar a bateria (POOLE,2017).
53
O Proxy Call State Control Function (P-CSCF) é o usuário na visão do proxy de rede. O
P-CSCF é o responsável por toda a sinalização SIP enviada e recebida pelo usuário tanto na
rede domestica quanto na rede visitada (POOLE,2017).
Fonte: Poole,2017
O Single Voice Call Continuity (SRVCC) permite fazer transferências enquanto mantém
o QOS e, também garante os requisitos críticos para as chamadas de emergência. O SRVCC
requer apenas um único rádio ativo no aparelho e algumas atualizações para a infraestrutura
de rede de suporte.
As atualizações necessárias são tanto na rede LTE quanto nas redes herdadas. Ele requer
que as atualizações de software sejam necessárias para o subsistema MSS (Mobile
SofstSwitch) no MSC (Mobile Switching Center), o subsistema IMS e LTE/EPC. Para o
sistema de acesso de rádio herdado, não são necessárias atualizações na rede de acesso,
diminuindo as atualizações nelas.
No MSC normalmente as atualizações são fáceis de gerenciar devido a sua localização
central na rede, caso o MSC não seja acessível, um novo MSC pode ser dedicado apenas ao
SRVCC.
O funcionamento do SRVCC funciona nas duas direções tanto do LTE para a rede
herdada, quanto da rede herdada para o LTE.
Do LTE para a rede herdada, é necessária quando o usuário sai da área de cobertura do
LTE, então a transferência é feita através de dois passos: transferência de tecnologia de acesso
de rádio e transferência de sessão.
A transferência de tecnologia de acesso de rádio é um protocolo antigo, o mesmo usado
anteriormente do 3G para o 2G. A transferência de sessão é necessária mover o controle de
acesso e a ancoragem de mídia de voz do EPC da rede LTE para a rede de comutação de
circuitos herdados, sendo o processo todo controlado pelo CSCF dentro da IMS.
O processo de transferência SRVCC é iniciado por um pedido de transferência de
sessão do IMS CSCF, após isso o IMS CSCF responde simultaneamente com um comando
para a rede LTE e outro para a rede herdada.
Então, a rede LTE recebe um comando de execução de transferência de rede de acesso
através do MME e LTE RAN (Radio Access Network), o que instrui o dispositivo do usuário
a se preparar para trocar para uma rede de circuito comutada para a chamada de voz, então a
rede de comutação de circuitos legados de destino recebe uma resposta de transferência de
sessão, se preparando para aceitar a chamada da rede LTE, apenas após todos os comandos
serem executados e reconhecidos, a chamada é trocada para a rede herdada com o IMS CSCF
ainda no controle da chamada.
Da rede herdada para o LTE, existem duas opções que o RAN legado pode
implementar: permitir que as informações LTE sejam transmitidas no RAN legado para que o
56
dispositivo LTE seja capaz de realizar a pesquisa de células mais facilmente, ou então,
simultaneamente soltar a conexão com o dispositivo do usuário e a redirigir para o RAN LTE.
A redução do tempo de interrupção é algo muito importante durante a transferência de
sessão e, verificou-se que o redirecionamento é o mais rápido, portanto é necessário que a
metodologia global de transferência permita o fato de haver diferença entre os RAN LTE e
RAN legado (POOLE, 2017). A Figura 21 ilustra a transferência de voz SRVCC em LTE.
O CA pode fornecer taxas de pico de velocidade muito altas, na teoria de até 1 Gbps,
quando utilizado na largura de banda máxima disponível de cinco operadoras. Porém nas
soluções comerciais encontradas até então foi obtido um máximo de três operadoras com
taxas de dados máximas de até 600 Mbps.
Na prática, as operadoras, hardware e cobertura de rede ficarão abaixo desse valor
máximo teórico, atingindo velocidades de 150 Mbps com duas operadoras de 20 MHz. A
Figura 23 mostra a agregação do operador.
58
O MIMO que já era implementado no LTE, passou a ser exigido no LTE-A, para que os
chips aumentem o número de entradas e saídas simultaneamente. O LTE-A suportará MIMO
8x8 no downlink e 4x4 no uplink. O aumento de arranjo MIMO também aumentará a
velocidade e a qualidade da conexão das tecnologias anteriores.
59
3.8.3 Nó de Retransmissão
Os nós de retransmissão ou nós de relés são peças de hardware que apesar de não
representar uma melhoria na velocidade de dados, eles serão responsáveis pela
disponibilidade de conexões LTE e oferecerão mais conexões para escolher quando os dados
de recebimento forem enviados.
Eles funcionarão como uma estação base de baixa potência usada para aumentar a
cobertura da rede nas extremidades e além do raio de conexão da estação principal, esses nós
de relés se conectam sem fio à estação principal e ajudam a aumentar o sinal quando se está
próximo às bordas da rede LTE, o acesso a uma conectividade melhorada dependerá das
operadoras investirem na construção desses nós.
A velocidade do LTE não são uniformes no mundo todo, ela varia conforme o país e a
operadora.O fator geográfico influencia na velocidade,nos países onde a maior parte da
população se encontra em pequenos centros urbanos tende a obter os maiores valores de
velocidade registradas, enquanto que em países onde a população é espalhada por grandes
áreas, apresentam valores menores de velocidade, devido a necessidade de maior área de
cobertura. A Figura 24 mostra a velocidade média das redes LTE em 2017.
60
4 A GERAÇÃO 5G
Tecnologia LTE-Advanced
Downlink(Gbps) 1 20
Uplink(Gbps) 0,5 10
Fonte:Teleco (2017)
Fonte:Ericsson (2015)
dessa forma reduzindo o tamanho das células, para alcançar uma cobertura mais ampla seria
necessária uma mudança na topologia das redes atuais. A forma de onda beamforming que
foca na interface de rádio dentro da propagação usada sobre grandes distâncias, tem uma
função importante em definições de interface de radio que utilizarão frequências acima de 6
GHz, essa forma de onda deverá seguir o dispositivo que estiver sendo conectado e, cada
célula deverá suportar diversas ondas individuais.
O uso do beamforming com múltiplas antenas tornara possível criar tecnologias wireless
que mesmo sendo sensíveis a outras transmissões possam trabalhar em ambientes com ruído,
que só será possível graças a evolução de rádio e antena de alta sensibilidade.
O MIMO em ampla escala ou Massive MIMO também é uma das soluções em bandas
de alta frequência, devido ao aumento da frequência, os elementos que formam a antena
podem ser minituarizados e, dessa forma aumenta a quantidade de antenas para propagações
estreitas.
Os fatores determinantes para a evolução do 5G são: espectro de rádio disponível, tipo
de tecnologia da antena, arquitetura da rede, RAT e o hardware de rádio. A continuidade do
desenvolvimento do LTE somado as novas tecnologias de acesso de rádio desenvolvidas
resultarão nas altas taxas de dado, baixa latência, alta confiabilidade e grande massas volumar
de dados entre dispositivos (ERICSSON,2015).
Fonte:Ericsson (2015)
As frequências acima de 10 GHz servirão de complemento ao sistema para a extrema
taxa de dados em ambientes densos, porém as frequências baixas continuarão a existir nas
redes para comunicação móvel durante o 5G, fornecendo conectividade entre as áreas de alta
e baixa freqüência (ERICSSON,2015).
O conceito de Phantom Cell é uma opção de arquitetura para o 5G. O Phantom Cell
pode dividir o controle (C-Plane) e dos dados do usuário (U-Plane) entre Macro Cell e Small
Cells, com diferentes bandas de frequência onde a Macro Cell mantém a sinalização de
controle e a Small Cell suporta o tráfego com alta taxa de transmissão de dados. A Figura 27
mostra a arquitetura Phantom Cell com divisão de C/U Plane.
O 5G deverá vir com um novo modelo de radio access technologies (RAT) que deverá
coexistir com o LTE e com as tecnologias anteriores ainda em funcionamento, pois ambos
continuarão em desenvolvimento, tanto o novo modelo, quanto o LTE e, desta forma
69
formarão uma ligação entre as bandas de frequência já utilizadas e as novas bandas adotadas
(ERICSSON,2015).
Um RAT simples e unificado pode ser a solução para otimizar as frequências e os casos
de uso, a implementação dos dispositivos poderia ser simples e os operadores poderão evitar o
gerenciamento de múltiplas redes.
O desafio será manter o desempenho e eficiência da cobertura de uma área ampla com o
desenvolvimento de uma nova interface, necessitando de reformas nos espectros que já estão
em uso (HATTACHI, 2015). A Figura 30 mostra a solução para espectro do 5G, já Figura 31
apresenta a evolução do RAT para o 5G.
Figura 30 - Solução para o Espectro do 5G
4.2.4 NOMA
O Sparse Code Multiple Access (SCMA) é uma biblioteca de códigos não ortogonal de
acesso múltiplo que permite uma ótima eficiência de espectro. Através da multiplexação pode
fazer alocação de camadas de domínio de código para diferentes usuários, como as camadas
não são separadas no sistema de acesso múltiplo não ortogonal, um receptor não linear é
necessário para detectar a camada pretendida por cada usuário.
A complexidade na detecção é devido a não ortogonalidade e especialmente quando o
sistema possui diversas camadas multiplexadas. O SCMA apresenta um codeword escasso,
pois os bits de entrada são diretamente direcionados a ele, no SCMA o mapa QAM e o
72
propagador CDMA são fundidos juntos para mapearem um conjunto de bits no complexo
vetor escasso. A modulação QAM é substituída por codebooks que beneficiam na formação
de códigos ou ganhos de códigos de constelações multidimensionais.
O Filtered Frequency Division Multiplexing (F-OFDM) está sendo considerado devido
a sua diversificação em suportar diferentes formas de onda, múltiplos esquemas de acesso e
estruturas de quadros baseados nas aplicações simultâneas dos cenários e requisições de
serviços. O F-OFDM oferece boa eficiência de espectro e resistência causada pelos diversos
caminhos. A figura 34 mostra o F-OFDM.
O F-OFDM pode não suprir toda a necessidade que o 5G demanda então, por isso
outras tecnologias estão sendo simuladas e discutidas como: o Generalized Frequency Divisio
Multiplexing (GFDM), Universal Filtered Multi-Carrier (UFMC), Filter Bank Multicarrier
(FBMC) e Bi-Orthogonal Frequency-Division Multiplexing (BFDM).
O GFDM está na categoria de sistemas de multiportadoras pelo fato de oferecer mais
degraus de liberdade do que o OFDM. Uma propriedade importante é a divisão do tempo e
frequência em diversas subportadoras e diversos símbolos. O GFDM é um bloco baseado na
aproximação mesmo com adição de filtros, que facilita o endereçamento de usuários que estão
em cenários de múltiplos acessos requisitando uma baixa latência de transmissão
73
Fonte:Kasparick (2014)
Figura 40 - Requisições do 5G
A partir dos casos de uso e modelo de serviço do Next Generation Mobile Networks
(NGMN), derivam requisições para o 5G, que acredita que as requisições possam ser
satisfeitas através da criação de valores que serão atendidas de acordo com a categoria do caso
de uso, os casos de uso também serviriam para construir os blocos de arquitetura do 5G
(HATTACHI,2015). A figura 41 ilustra as categorias do caso de uso e na figura 42 pode-se
ver exemplos de casos de uso para o 5G.
Figura 41 - Categorias do Caso de Uso
4.5 INFRAESTRUTURA 5G
As partes da infraestrutura também são chamadas de ativos, podendo ser usadas como
uma terceira parte do fornecedor. A conectividade do fornecedor serão papéis futuros
realizados pelos operadores, que são os modelos de serviços existentes projetados para ter
uma conectividade de IP melhorada com quality of service (QoS).
O operador pode assumir a função de parceria no fornecimento de serviços que recebe o
fornecimento de serviços integrados baseados nas capacidades do operador que são
enriquecidas pelo conteúdo de terceiros, outra opção permite que os terceiros façam ofertas
para os usuários finais através das redes enriquecidas e outras criações de valores
(HATTACHI, 2015). A figura 44 mostra a capacidade de criação de valores do 5G.
Figura 44 - Capacidade de Criação de Valores do 5G
O frequency division duplex (FDD) será usado no esquema de duplexação para baixas
frequências, enquanto o time division duplex (TDD) será usado em altas frequências,
especialmente acima dos 10 GHz. O TDD é importante em ambientes com tráfego com
variações dinâmicas dentro de um ambiente com desenvolvimento denso, pois devido aos
recursos de tarefas atribuídas pelos times slots, permitem uma utilização mais eficiente do
espectro disponível com uma duplexação flexível. O 5G deve permitir a tarefa de dinamismo
e flexibilidade dos recursos de transmissão do TDD (ERICSSON, 2015).
A comunicação device to device (D2D) deve aumentar a capacidade e a eficiência da
rede de acesso wireless, porque utilizam os dispositivos móveis como forma de ampliação da
cobertura da rede. O D2D deve estar abaixo do controle de rede a fim de evitar interferências
não controladas, sendo especialmente importante no caso de comunicação em espectro
licenciado (ERICSSON, 2015).
82
switch físico, onde na sobreposição da rede os dados são encapsulados em pacotes pelos
múltiplos vswitchs e o controle de rede é o responsável pela comunicação com o protocolo
open network foundation (ONF).
O network functions virtuaization (NFV) foi criado com o intuito de aumentar a
velocidade de desenvolvimento dos serviços de redes. O NFV pode ser usado sem o SDN, seu
funcionamento nesse modo seria a partir das técnicas usadas pelos data centers, porém
operando juntos, os servidores e switches melhoram a performance, operação, gerenciamento
e simplifica a compatibilidade entre os desenvolvimentos existentes.
A operação dos dois ao mesmo tempo permite a utilização de hardware genérico com
o uso de software avançado, onde o controle do plano de dados é movido para uma plataforma
dedicada como o data center e, dessa forma, o plano de dados é simplificado, permitindo que
os aplicativos de rede evoluam sem a necessidade de evolução dos dispositivos de rede
(DIAS,2016). A Figura 46 mostra o NFV e SND trabalhando juntos e a Figura 47 mostra a
arquitetura do 5G.
Figura 47 - Arquitetura 5G
4.6.1 5G slice
4.7 O BRASIL NO 5G
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para chegar ao estágio atual das redes foram necessárias varias etapas de
desenvolvimento. Inicialmente, os aparelhos celulares e as experiências que os usuários
tinham em nada lembram aos atuais smartphonese suas funcionalidades.
As duas primeiras gerações de aparelhos celulares se resumiam a serviços de voz e SMS
e, era baseado na comutação por circuitos. A terceira geração introduziu os serviços de dados,
o que permitiu uma grande mudança no perfil do usuário, que passou a se importar mais com
o novo serviço do que com os anteriores, resultando na mudança para a comutação por
pacotes para a transmissão de dados.
Já a quarta geração trouxe taxas de velocidades mais altas, introduziu a utilização da
fibra óptica na rede de distribuição de sinais, propiciando aos usuários trocas de mensagens e
utilização ativa de aplicativos de diversos tipos, diminuindo drasticamente a utilização dos
serviços de voz e SMS das duas primeiras gerações.
Por sua vez, a quinta geração promete trazer taxas de velocidade mais altas ainda,
permitindo ao usuário trocas de informações quase que instantâneas, acesso a informações a
todo o momento com a interligação massiva de diversos aparelhos na rede, desenvolvimento
do IoT, e comunicação massiva de E2E.
As redes de quinta geração trará experiências e benefícios muito grandes para os
usuários, inclusive com o objetivo de baratear o custo para o assinante do serviço e melhoria
na duração da bateria do aparelho, porém ainda é um caminho longo a ser percorrido. As
redes atuais brasileiras estão se preparando para expandir o 4G e atingir o 4,5G liberando de
vez a faixa de frequência de 700 MHz.
O padrão LTE Advanced é utilizado em 69 países e apresenta bons resultados
relacionados a custos e taxas de dados.
O 5G já é uma realidade, e alguns países já iniciaram os testes, tendo seu padrão
definido e diversas reuniões de debates para seu desenvolvimento, as perspectivas são que
logo os primeiros países conseguirão ter a internet 5G funcionando, ampliando drasticamente
as funcionalidades das redes atuais.
O futuro da rede 5G será guiado pelo aumento na qualidade de vídeos e streamings, alta
densidade de dados sendo trocados, desenvolvimento do IoT, comunicação E2E, alta taxas de
transferência de dados, cobertura maior e redução dos custos para o usuário final.
88
Esses objetivos só serão alcançados se houver uma maior eficiência nas técnicas multi-
usuários, desenvolvimento da nova arquitetura, aprimoramento das técnicas de MIMO e MTC
e evolução na multiplexação visando suprir a diminuição dos erros são de fundamental
importância além do desenvolvimento e descobertas de novas técnicas.
89
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