Coparentalidade Como Objeto de Pesquisa em Psicologia

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COPARENTALIDADE COMO OBJETO DE PESQUISA EM

PSICOLOGIA: UMA LEITURA A PARTIR DA TEORIA


PSICANALÍTICA

Ana Lúcia da Silva Oliveira 1


Zenaide Bispo de Araújo Moura 2

RESUMO
O presente trabalho procura investigar os impactos decorrentes da separação conjugal envolvendo
crianças e adolescentes no lugar de filhos/as, a partir de uma leitura psicanalítica. Para tanto, foi
realizada uma revisão de literatura integrativa na base de dados SciELO - Scientific Electronic Library
Online, a partir do descritor coparentalidade, tendo em vista a relevância recente deste conceito nos
estudos sobre família, proteção social de crianças e adolescentes e guarda de filhos/as. Os critérios de
inclusão dos artigos definidos inicialmente para a presente revisão integrativa foram artigos publicados
em português no período de 2000-2017 e vinculados a periódicos da área de psicologia. Verificou-se
um interesse ainda modesto - mas já notável - sobre as discussões em torno da coparentalidade
enquanto objeto de pesquisa, o estabelecimento de relações entre coparentalidade e as ideias de
conjugalidade, parentalidade, divórcio, vinculação, família, adaptação e predominância de trabalhos
orientados pela perspectiva da psicologia sistêmica. Conclui-se que as produções de autores/as
fundamentados na teoria psicanalítica ainda são muito tímidas, o que não significa que esta abordagem
teórica não tenha com o que contribuir a este debate tão atual.
Palavras-chave: Divórcio. Conjugalidade. Parentalidade. Coparentalidade.

1 INTRODUÇÃO

O divórcio é tido como o segundo estressor mais desestruturante na vida adulta; ao


mesmo tempo, ativa outras formas de vinculação, condiciona e especifica a qualidade das
relações coparentais com a separação conjugal (LAMELA; FIGUEIREDO; BASTOS, 2010).
Para Almeida (2011), o divórcio legaliza o estado de desentendimento e impõe aos/às
filhos/as uma nova e possivelmente difícil situação: a de que são filhos/as de pais separados.
O estado de desentendimento entre os pais tende a abalar emocionalmente os/as filhos/as tão
profundamente quanto a separação. A dissolução conjugal, como transição de vida familiar
marcada por reorganizações estruturais, processuais e socioemocionais, parece estar
empiricamente associada aos níveis de ajustamento de todos os membros da família.

1
Bacharel em Psicologia, pelo Centro Universitário Maurício de Nassau, campus das Mercês,
[email protected].
2
Bacharel em Psicologia, pelo Centro Universitário Maurício de Nassau, campus das Mercês,
[email protected].
Um dos temas mais estudados pela psicologia sobre famílias formadas por pais
separados é o impacto da dissolução conjugal nos indicadores de saúde mental e no
desenvolvimento psicológico das crianças e adolescentes (LAMELA; FIGUEIREDO, 2016).
Por força da Lei nº 11.441, de 04 de Janeiro de 2007, as Varas de Família, Fóruns ou
Varas Cíveis e os Tabelionatos de Notas passaram a realizar escrituras de divórcios
consensuais que não envolvessem filhos menores ou incapazes através de escritura pública.
Essa escritura não depende de homologação judicial, devendo as partes ser assistidas por um
advogado. Com essa flexibilidade, o divórcio passou a ser uma constante nas vidas dos casais.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2016, o aumento
na quantidade de divórcios no Estado da Bahia se deu entre casais jovens, casados e com
menos de cinco anos de relacionamento conjugal. Em 2014, o Brasil registrou 341,1 mil
divórcios, sendo que foram 130,5 mil em 2004, um salto de 161,4% em dez anos (IBGE,
2015). Em 2016, o Brasil registrou 344.526 divórcios entre a 1ª instância e por escritura
pública, um aumento de 4,7% em relação a 2015, em que foram registrados 328.960
divórcios; no Estado da Bahia, foram 19.725 divórcios.
A separação conjugal é um tema recorrente nas famílias contemporâneas; sendo assim,
tende a ser significativa a dificuldade de elaboração desse processo no caso de crianças e
adolescentes envolvidos. De acordo com Schabell (2005), o divórcio legaliza um estado de
discórdia entre o casal e configura um processo de disputa que exige a criação de novas
estruturas de convivência doméstica, principalmente no que tange a pais e filhos.
As crianças e adolescentes envolvidos nas novas organizações familiares passam por
muitas mudanças em sua rede social e, em sua estrutura familiar, uma série de modificações é
enfrentada por esses indivíduos que não raro encontram dificuldades para lidar com essa nova
situação, além de não saberem muitas vezes nem como findará este novo arranjo familiar. Os
pais, por outro lado, podem estar tão conectados com seus próprios conflitos que encontram
dificuldades ou até mesmo não conseguem conectar-se com o processo de luto dos seus filhos
(MARTINEZ; MATIOLI, 2012).
As dissociações acarretadas pela separação dos pais na vida da criança interferem no
corpo, na afetividade e no aspecto social. Seu corpo construiu-se em um determinado espaço
com os pais que estavam presentes. Quando os pais se separam, caso o espaço já não seja o
mesmo, a criança pode não mais se reconhecer nem mesmo em seu corpo, ou seja, em seus
referenciais espaciais e temporais, já que uns dependem dos outros. As crianças não
internalizam só os cuidados dos pais para com elas, mas introjetam o tipo de relacionamento
que se estabelece entre os pais (ALMEIDA, 2011).

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O tema do presente trabalho de pesquisa remete aos impactos psicossociais durante a
separação conjugal envolvendo crianças e adolescentes. Quais as influências relacionadas às
especificidades do luto infanto-juvenil no processo de separação conjugal? Quais os
desdobramentos emocionais que atravessam o trabalho de luto de crianças e adolescentes que
experimentam a dor da perda do convívio diário com pelo menos um de seus genitores?

2 FAMÍLIA

De acordo com Carneiro (apud DIAS, 2009) existem, na contemporaneidade, várias


configurações de família; a modernidade e os novos arranjos familiares nos possibilitam
chegar a muitas definições para além do modelo da família nuclear composta por pai, mãe e
filhos/as; coexistem com as famílias tradicionais ou convencionais as famílias recompostas,
monoparentais, homoafetivas, entre outros modelos.
Temos como conceito de família o conjunto de pessoas que possuem grau de
parentesco entre si e vivem na mesma casa, formando um lar. Uma família tradicional ainda
tem sido formada pelo pai e pela mãe, unidos por um matrimônio ou união de fato, por um ou
mais filhos, compondo uma família nuclear / elementar (FERREIRA, 1999); no entanto, cabe
reconhecer que, atualmente, outras configurações são igualmente possíveis.
Para Carneiro (2016), as mudanças e o conceito atual de família devem-se, em grande
parte, às alterações comportamentais do mundo globalizado e à proteção jurídica destinada às
famílias. À independência financeira da mulher, por exemplo, acrescenta-se ainda a quebra de
paradigmas no que tange à sexualidade humana pela desvinculação entre o ato sexual e a
função de procriar, o movimento feminista, o reconhecimento dos direitos da criança e do
adolescente, a aceitação da homossexualidade como uma variante do comportamento sexual
humano, a recusa à permanência da insatisfação nas relações matrimoniais, o aumento da
expectativa de vida, as mudanças nos valores éticos da sociedade, a cultura consumista, os
avanços tecnológicos e a presença dessas discussões nos meios de comunicação.
O Estatuto da Criança e do Adolescente (BRASIL, 1990), em seu parágrafo 4º, afirma
que é dever da família [...] assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos
referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar
[...]. Após uma separação judicial, faz-se necessário continuar assegurando os cuidados em
relação aos filhos; torna-se fundamental transformar a conjugalidade em coparentalidade.

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Independente do modelo de família, o que se torna relevante é a maneira como são
construídos os laços e, principalmente, como se assume as responsabilidades com o cuidado
com as crianças. Segundo Araújo (2002), o surgimento de diversos modos de relacionamentos
amorosos que podem, eventualmente, resultar em matrimônio, são marcados pela pluralidade
de formatos. O casamento formal heterossexual com fins de constituição de família continua
sendo uma referência, mas convive com outras formas de relacionamento conjugal, como as
uniões consensuais, os casamentos sem filhos ou sem coabitação e também as uniões
homossexuais. Nesse processo de transformação da intimidade, dos valores e das
mentalidades, a tendência da sociedade é tornar-se cada vez mais flexível para acolher essas
novas configurações das relações amorosas.
Levando em consideração que a temática família é sempre atual e em virtude da sua
dinâmica, está sempre em processo de mudança, é importante discutir sobre as diversas
maneiras por meio das quais a psicologia contribui para o estudo e intervenção nos contextos
familiares, seja em contextos clínicos ou sociais.

3 GUARDA

A guarda obriga a prestação de assistência material, moral e educacional à criança e ao


adolescente, conferindo ao seu detentor, que não necessariamente serão os pais, o direito de
opor-se a terceiros (BRASIL, 1990). Para Baich e Lago (apud CARBONERA, 2010) a guarda
é um instituto jurídico decorrente de lei ou decisão jurídica por meio do qual o guardião
recebe a incumbência de zelar por um menor de idade, agindo diretamente em prol de seu
bem-estar. O critério norteador da definição de guarda é a vontade dos genitores, no entanto
não fica na exclusividade da esfera familiar a definição de quem permanecerá com os filhos
em sua companhia; a guarda pode ser deferida a outra pessoa, havendo preferência por
membro da família extensa que revele compatibilidade com a natureza da medida e com quem
tenham afinidade e afetividade (DIAS, 2015).
Quando o filho é reconhecido somente por um dos pais, geralmente a mãe, passa ela a
exercer a guarda unilateral e constituem uma família monoparental. A guarda unilateral afasta
o laço de paternidade com o não guardião; a este é estipulado o dia de visita, sendo que deve
ser um dia previamente agendado e o guardião provavelmente impõe as regras (DIAS, 2015).
A guarda unilateral ou exclusiva obriga o pai ou a mãe que não a detenha a
supervisionar os interesses dos filhos enquanto menor de idade ou não emancipado, e, para
possibilitar tal supervisão, qualquer um dos genitores sempre será parte legítima para solicitar

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informações e/ou prestação de contas em assuntos ou situações que direta ou indiretamente
afetem a saúde física e psicológica e a educação de seus filhos (BRASIL, 2015).
Cabe ao detentor da guarda a escolha da instituição de ensino, do plano de saúde, de
atividades extracurriculares, dentre outras decisões; nesse sentido, o detentor da guarda
unilateral, incumbido de gerir os principais aspectos da vida do/a filho/a, ocupará indiscutível
posição de vantagem em detrimento do outro, o que poderá, inclusive, levar a atos alienadores
(BAISH; LAGO, 2016).
Compreende-se por guarda compartilhada a responsabilização conjunta e o exercício
de direitos e deveres do pai e da mãe que não vivam sob o mesmo teto, concernentes ao poder
familiar dos filhos comuns (BRASIL, 2008); nesse sentido, poder-se-ia dizer que o modelo da
guarda compartilhada representa uma espécie de materialização da ideia de coparentalidade.
Conforme a Lei nº 13.058, de 22 de Dezembro de 2014, em seu Art. 2º, na guarda
compartilhada, o tempo de convívio com os filhos deve ser dividido de forma equilibrada com
ambos os genitores, sempre tendo em vista as condições fáticas e os interesses dos filhos.
As leis e os artigos, ao falar de filhos, lhes asseguram todos os direitos, visando a sua
proteção. A Lei nº 10.406, de 10 de Janeiro de 2002, em seu artigo 1.579, nos diz que, mesmo
com o divórcio, não serão modificados os deveres dos pais em relação aos filhos.
A guarda alternada e a guarda nidal não estão expressamente previstas no
ordenamento jurídico brasileiro. Por suas peculiaridades, que as tornam de difícil
concretização, são raramente adotadas consensualmente pelas partes, tampouco impostas
judicialmente (BAISCH; LAGO, 2016, p. 90). No caso da guarda alternada, ocorre uma
alternância de residências: a criança ou o adolescente permanece na casa de um dos genitores
durante uma semana e na do outro genitor na semana seguinte. No caso da guarda nidal, os
filhos permanecem na residência onde já moravam e são os genitores que alternam a
permanência neste endereço.
A guarda compartilhada passa a ser o modelo que deve ser adotado quando não existir
consenso entre a mãe e o pai acerca da guarda dos filhos, desde que ambos os genitores
estejam aptos ao exercício do poder familiar. Nesse caso, somente não será compartilhada se
um dos genitores renunciar perante o Magistrado (BAISCH; LAGO, 2016, p. 91).

4 COPARENTALIDADE E CONJUGALIDADE

Para Feinberg (2002, 2003), a coparentalidade é compreendida como uma função que
requer o desejo mútuo entre os cuidadores principais de proporcionar segurança, proteção,

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suporte emocional e físico das necessidades da criança ao longo do seu crescimento,
independente do tipo de laço relacional. Refere-se, portanto, à forma como os pais coordenam
suas funções parentais, como se apóiam ou não e como administram os conflitos face à
educação dos filhos.
A qualidade da relação entre pais e filhos no processo de separação irá configurar a
capacidade de enfrentamento de crianças e adolescentes envolvidos no processo de separação
conjugal. Se o casal estabelecer com seus filhos uma relação de cuidado, com vínculos
estabelecidos e sem ameaça de abandono, essas crianças e adolescentes tendem a fazer a
travessia do processo e do trabalho de luto sem que a coparentalidade seja afetada
(RAMIRES, 2004).
A coparentalidade trata, portanto, de um interjogo de papéis que se relacionam com o
cuidado global da criança, incluindo valores, ideias, expectativas que são dirigidas à mesma,
uma responsabilidade conjunta pelo bem-estar da criança (FEINBERG, 2002; VAN EGEREN
& HAWKINS, 2004 apud GRZYBOWSKI e WAGNER, 2010, p. 77).
Segundo Van Egeren e Hawkins (2004), há quatro dimensões da coparentalidade: a
coparentalidade solidária, o apoio coparental, a coparentalidade destrutiva e a parentalidade
compartilhada. A primeira caracteriza-se pela afetividade entre as figuras parentais,
promovendo um crescimento conjunto da dupla e de uma execução parental unificada; a
segunda é formada por estratégias e ações que potencializam os esforços dos parceiros para
beneficiar a criança; a terceira comporta estratégias e ações no sentido de mitigar as tentativas
do parceiro de atingir objetivos parentais, incluindo críticas e ausência de respeito; já a quarta
é caracterizada pelo grau com que cada pai é responsável pela colocação de limites e pela
justiça na divisão das responsabilidades (apud GRZYBOWSKI e WAGNER, 2010, p. 78).
Dividir as responsabilidades de formar filhos não é tarefa fácil. Para alguns pais e
algumas mães, não é simples aceitar que a relação amorosa findou e que se faz necessária uma
boa convivência, pois existe uma criança ou um adolescente envolvido na situação. Os papéis
conjugais se extinguem após a separação, mas os de pais permanecem. É necessário que o
casal perceba que manter uma boa relação com seu ex-cônjuge, dividindo as
responsabilidades e compreendendo este novo arranjo familiar, auxilia no bem-estar da
criança ou adolescente que está passado conjuntamente com eles por este processo (SOUZA;
RAMIRES, 2006).
Entendemos que a coparentalidade é uma construção que envolve práticas educativas
homogêneas, responsividade e tomadas de decisão importantes sobre a vida dos/as filhos/as,
considerando que a coparentalidade se caracteriza pela união de duas pessoas que dividem a

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responsabilidade de educar filhos. Entendemos que, independente dos subsistemas familiares,
que podem estar inseridos neste construto, a dinâmica precisa ser equilibrada para que seja
bem-sucedida (FEINBERG, 2003).
Segundo Schneebeli e Menandro (2014), os casais que não conseguem distinguir a
diferença da coparentalidade e da conjugalidade podem viver desdobramentos mais
complicados e instáveis durante o percurso de adaptação da criança e/ou do adolescente ao
novo arranjo familiar em que estes serão inseridos. Os conflitos entre pais e mães podem
afetar a tarefa de educar os filhos.
Mediante o exposto, a conjugalidade tem uma característica de dissolubilidade e a
parentalidade, por sua vez, a indissolubilidade mesmo após a ruptura da relação conjugal
(SCHEEBELI ; MENANDRO, 2014).
Diante do aumento dos casamentos desfeitos, a guarda dos filhos e a divisão dos bens
é um assunto de importância inegável. Pensando nesta nova constituição de redefinição dos
papéis e da divisão de tarefas, cabe à psicologia promover para pais e mães um espaço de
escuta e reflexão para que possam entender os novos papéis que irão desempenhar, fazendo
com que as mudanças a partir da separação não prejudiquem a parentalidade (DIAS, 2015).
Segundo Dias (2015), o maior conhecimento do dinamismo das relações familiares fez
vingar a guarda conjunta ou compartilhada, que assegura maior aproximação física e imediata
dos filhos com ambos, mesmo quando cessado o vínculo de conjugalidade. Garante de forma
efetiva a corresponsabilidade parental e a permanência de vinculações mais restritas e também
as mais amplas, tendo em vista que haverá participação de ambos na formação e educação do
filho, o que a simples visitação não garante.

5 PARENTAL

A Lei nº 12.318, de 26 de Agosto de 2010, em seu artigo segundo, considera o ato de


alienação parental uma interferência na formação psicológica da criança ou do adolescente
promovida ou induzida por um dos genitores, pelos avós ou pelos que tenham a criança ou
adolescente sob sua autoridade:
Art. 3o - A prática de ato de alienação parental fere direito fundamental da
criança ou do adolescente de convivência familiar saudável, prejudica a
realização de afeto nas relações com genitor e com o grupo familiar,
constitui abuso moral contra a criança ou o adolescente e descumprimento
dos deveres inerentes à autoridade parental ou decorrentes de tutela ou
guarda (BRASIL, 2010).

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No novo Código de Processo Civil (Novo CPC), ao se falar em abuso ou alienação
parental, a tomada de depoimento da criança pelo juiz deve acontecer com acompanhamento
de especialista, que auxiliará o magistrado primeiramente de maneira a garantir que aquele
momento de revelação dos fatos, em que a pessoa é chamada a revivê-los, torne-se o menos
traumático possível e seguindo de maneira a ter êxito na obtenção de tais fatos, levando a
criança à sua revelação sem que seja induzida a isso (MAZZEI; GONÇALVES, 2016).
O restabelecimento do diálogo saudável entre pais tornará melhor a convivência com
os filhos. Precisamos saber como as crianças agem quando os pais estão se separando. Com
esse objetivo, foi criada uma cartilha pelo Tribunal de Justiça do Estado da Bahia para maior
compreensão de pessoas envolvidas em dissolução conjugal e definição de guarda.

7 LUTO E PSICANÁLISE

De acordo com a psicanálise freudiana, o luto é o trabalho psíquico de elaboração da


perda do objeto/pessoa amada; é a reação do ego a algo que foi perdido e não implica
necessariamente uma organização patológica, desde que superado em certo período de tempo
(FREUD, 1917). Compreendendo o luto como um processo de elaboração, Freud considera
que, com o tempo, este seria naturalmente superado, pois como afirma: “[...] jamais nos
ocorre ver o luto como um estado patológico e indicar tratamento médico para ele [...]
confiamos que [o luto] será superado após certo tempo, e achamos que perturbá-lo é
inapropriado e até mesmo prejudicial” (FREUD, 1917, p. 129).
Para Caruso (1968 apud FÉRES-CARNEIRO, 2003), embora o divórcio possa ser, às
vezes, a melhor solução para um casal cujos membros não se consideram capazes de
continuar tentando ultrapassar suas dificuldades, ele é sempre vivenciado como uma situação
extremamente dolorosa e estressante. A separação provoca nos cônjuges sentimentos de
fracasso, impotência e perda, havendo um luto a ser elaborado. O tempo de elaboração do luto
pela separação é quase sempre maior do que aquele do luto por morte.
Ao nos referirmos ao luto em nosso trabalho, estamos falando do luto vivenciado pelas
crianças ou adolescentes que estão inseridos no processo de separação conjugal. Com seu
desenvolvimento físico e psíquico, esses indivíduos se vêem envolvidos com a quebra de um
vínculo cotidiano com um dos seus pais, e isso pode vir a gerar frustração, medo, insegurança
e, ao passar por todos esses processos psíquicos, as crianças e os adolescentes podem não
saber elaborar a quebra desta tríade (pai/mãe/filho).

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Sem discordar das definições de luto explanadas por Freud (1915), Klein (1940)
também o concebe como uma perda objetal e, em cujo processo, haverá uma reativação de
experiências do início do desenvolvimento psíquico humano. A autora entende que, nesse
processo, haverá uma reativação do que chamou de “posição depressiva” arcaica. Assim, o
que é acrescido em Klein é que o luto não se refere apenas a uma perda objetal real, mas
também simbólica. Freud (1917) não situa a dor como sendo exclusivamente ligada à perda,
mas ao trabalho do luto; ele não procura saber o porquê da perda ser dolorosa, mas o porquê
do trabalho de luto ser doloroso. A palavra luto não significa perda, mas reação à perda.

8 MÉTODO

Para a elaboração da presente pesquisa foram percorridas certas etapas e estabelecidos


critérios de inclusão e exclusão do material empírico de análise. Além disso, foram extraídos
alguns elementos de discussão a partir de artigos e livros; tais elementos serão explicitados a
seguir. Para guiar a atividade de pesquisa, utilizou-se de uma revisão integrativa. A revisão
integrativa é um método de revisão que permite a combinação de dados da literatura empírica
e teórica que podem ser direcionados à definição de conceitos, revisão de teorias e análise
metodológica dos estudos sobre um determinado assunto. A partir de então, formulou-se a
questão: quais os impactos psicossociais para crianças e adolescentes durante o processo de
separação conjugal?
Foi utilizado o descritor coparentalidade para a busca realizada pelo acesso online à
base de dados SciELO - Scientific Electronic Library Online. Os critérios de inclusão dos
artigos definidos inicialmente para a presente revisão integrativa foram artigos publicados em
português, no período de 2000-2017 e vinculados a periódicos da área de psicologia. A
primeira amostra da revisão foi constituída de 22 artigos científicos, sendo que foram
excluídos oito artigos, estes relacionados a outras áreas do conhecimento, como, por exemplo,
Pediatria, Educação, Sociologia e Antropologia.
As estratégias utilizadas para localizar os artigos foram adaptadas conforme leituras,
tendo como eixo norteador a pergunta e os critérios de inclusão da revisão integrativa
previamente estabelecidos para manter a coerência na busca dos artigos e evitar possíveis
vieses. A tabela abaixo sintetiza a quantidade total de estudos localizados que, por sua vez,
passaram por segunda seleção até que se chegasse à amostra dos resultados que melhor
representasse o objeto da pesquisa para uma análise pormenorizada. A leitura dos resumos

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dos estudos localizados, já nessa primeira etapa, viria a fornecer elementos para a busca do
material a ser selecionado para a análise.

9 RESULTADOS

Tabela 1- Síntese da quantidade de artigos sobre coparentalidade indexados à base de dados SciELO.

ANO DE PUBLICAÇÃO ARTIGOS PROPORÇÃO

2009 02 0,18

2010 02 0,18

2011 03 0,28

2012 00 0,00

2013 00 0,00

2014 01 0,09

2015 00 0,00

2016 01 0,09

2017 02 0,18

TOTAL 11 0,99

Discussão da Tabela 01:


A tabela acima explicita a quantidade de trabalhos sobre coparentalidade selecionados
por meio da consulta à base de dados SciELO - Scientific Electronic Library Online.
Observou-se que o tema da coparentalidade teve maior repercussão nesta base entre os anos
de 2009 e 2011, voltando a ser publicado em 2014, 2016 e 2017. Os artigos foram publicados
nos seguintes periódicos: Ciências Psicológicas, Educar em Revista, Psicologia: reflexão e
crítica, Psicologia Clínica, Psicologia em Estudo, Psicologia: teoria e pesquisa. Todos os
trabalhos são de autoria múltipla. As discussões sobre coparentalidade no Brasil começam a
tomar corpo na virada do século XX para o século XXI, especificamente na segunda metade
dos anos 2000 (CARVALHO e BARHAM, 2016); não é por acaso que os trabalhos começam
a ser publicados neste período. Trata-se de uma temática relevante e que instiga discussões
pertinentes a muitas áreas do conhecimento, mas que ainda é recente no Brasil (muito embora
as experiências de pais e mães com a guarda compartilhada já aconteçam há mais tempo).

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Tabela 2- Artigos que trazem elementos de discussão acerca das categorias encontradas e que foram
selecionadas para leitura e análise a partir da consulta à base de dados SciELO

CATEGORIAS FREQUÊNCIA PROPORÇÃO

Conjugalidade 04 0,23

Divórcio 03 0,18

Parentalidade 03 0,18

Vinculação 03 0,18

Família 02 0,11

Adaptação 02 0,11

TOTAL 17 0,99

DISCUSSÃO DA TABELA 02:


De acordo com os resultados obtidos, identificou-se que a categoria conjugalidade se
apresentou com maior frequência nos estudos selecionados para compor a amostra. Divórcio,
parentalidade e vinculação também se revelaram elementos de destaque nos trabalhos. Cabe
ressaltar que, apesar dessas categorias estarem estritamente relacionadas à coparentalidade, se
faz necessário também pensá-las separadamente: conjugalidade como ideal que, muitas vezes,
se resiste a superar; divórcio como possível solução de conflitos ou como abertura para outros
conflitos; parentalidade como especificidade de vínculos para além do casamento; vinculação
como elo de crianças e adolescentes com seus pais que se separaram; família como instituição
social cujos formatos devem ser historicamente situados e adaptação como parte do processo
e do trabalho de luto de todas as pessoas envolvidas em uma situação de separação com vistas
à construção da coparentalidade.

Tabela 3- Referenciais teóricos usados pelos autores dos estudos selecionados para a análise

CATEGORIAS FREQUÊNCIA PROPORÇÃO

Psicologia Sistêmica 08 0,72

Teoria do Apego 01 0,09

Psicologia Cognitiva 01 0,09

Psicologia Positiva 01 0,09

TOTAL 11 0,99

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DISCUSSÃO DA TABELA 03:
Em relação aos referenciais teóricos utilizados nos trabalhos selecionados, destacaram-
se os seguintes: Psicologia Sistêmica, Teoria do Apego (John Bowlby), Psicologia Cognitiva
e Psicologia Positiva. Não foi encontrado nenhum estudo que trouxesse o referencial teórico
da Psicanálise como operador de leitura do conceito de coparentalidade. Cabe destacar aqui a
notável presença da Abordagem Sistêmica entre os artigos e é possível inferir que tal presença
se deve ao fato de ser esta uma abordagem privilegiada entre os terapeutas de casal e família.

10 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

As discussões suscitadas pela presente pesquisa remetem à elaboração de algumas


considerações: observou-se que, em 2011, houve certo aumento do interesse no tema da
coparentalidade no conjunto de artigos publicados e indexados à base de dados SciELO. Já
nos anos seguintes, não houve publicações sobre o tema (somente em 2014 a questão da
coparentalidade voltou a ser publicada em alguns periódicos indexados à base em questão).
Percebeu-se também que, em termos de autoria, todos os artigos analisados foram publicados
em co-autoria. No que tange ao período e à quantidade das publicações, os resultados gerais
demonstram um aumento de publicações nos últimos anos, denotando aumento de interesse
por parte dos/as pesquisadores/as.
No que se refere aos dados a respeito das publicações nacionais, observou-se uma
concentração de autores/as das regiões sul e sudeste, com um artigo publicado em uma revista
de Montevidéu (Uruguai). Não foram localizados artigos teoricamente fundamentados na
teoria psicanalítica, o que não quer dizer que autores/as referenciados na psicanálise não
estejam pensando e produzindo reflexões sobre o tema (MARTÍNEZ e MATIOLI, 2012); no
entanto, essas reflexões e produções ainda não são articuladas ao conceito de coparentalidade,
mas sim ao conceito de luto e seus desdobramentos.
Quanto ao tipo de delineamento, os resultados apontaram para maior concentração de
publicações de natureza empírica. Na fundamentação teórica dos artigos, constatou-se que em
grande parte dos estudos a referência teórica central é a Abordagem Sistêmica em Psicologia.
Na análise das categorias, observou-se que a maior parte das publicações versou sobre as
associações entre diferentes conceitos. As categorias mais citadas foram conjugalidade,
parentalidade, divórcio, adaptação, família e vinculação. Explanaremos aqui as mais citadas:
conjugalidade, vinculação, parentalidade e divórcio.

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No que se refere à conjugalidade, observou-se nos estudos que a transição da
conjugalidade para a coparentalidade é um momento de grande importância na dinâmica
familiar, pois demanda uma reorganização do casal, já que gera alterações na imagem de si,
do outro e da própria relação (PRATI e KOLLER, 2011). Para a psicanálise, este processo de
transição não se dá de maneira simples, pois o sofrimento psíquico do ex-casal decorrente de
falhas, sentimentos de culpa e de perda da sensação de si após o fim do relacionamento será
intensificado pela perda do suporte interno e externo oferecido pela situação do casamento,
fato que acarreta desesperança e desamparo. Assim, todos os membros do ex-casal devem
realizar a retirada dos investimentos feitos no outro, no casamento (LOSSO, 2003).
Na categoria vinculação, certos estudos encontraram uma associação entre a segurança
de vinculação dos pais e a qualidade da coparentalidade. Em comparação com os pais com
vinculação insegura evitante, os pais seguros demonstram níveis mais elaborados de
coparentalidade pós-divórcio; no entanto, não são encontradas diferenças na coparentalidade
entre os pais de vinculação segura e os pais de vinculação insegura e ansiosa (DOZIER et al.,
1993; FIGUEIREDO e LAMELA, 2011; ROBERSON, NALBONE, HECKER e MILLER,
2010).
Na categoria divórcio, cabe ressaltar que, embora este seja um fenômeno freqüente nas
sociedades ocidentais, caracteriza-se por ser um momento de elevada exigência em termos de
adaptação social e psicológica dos diferentes elementos da família (HETHERINGTON e
KELLY, 2002; LAMELA, 2009; WANG e AMATO, 2000). A adaptação ao divórcio é o
resultado da interação de múltiplos mediadores psicossociais, condicionada por características
individuais e interpessoais. Para Laplanche (2005), pode se pensar no divórcio envolvendo
dois tempos, um em que o vínculo é desfeito pela separação, provocando o desligamento da
sexualidade do casal. Nessas circunstâncias, não somente o ex-casal, mas os filhos são
convocados a dar conta desses excessos pulsionais que se apresentam como enigmas, o que
demanda um desvendamento e uma nova organização libidinal. Supõe-se, então, que diante
da impossibilidade imediata de dar uma resposta mais organizada a esses excessos, os ex-
cônjuges seriam lançados a uma situação extrema de passividade e dependência em que se
encontra uma criança frente ao adulto que, ao cuidar dela, também lhe transmite
inconscientemente parâmetros de sexuação.

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