BARBOSA, Rosilmar Gomes Pereira CABRAL, Iara Barbosa
BARBOSA, Rosilmar Gomes Pereira CABRAL, Iara Barbosa
BARBOSA, Rosilmar Gomes Pereira CABRAL, Iara Barbosa
1. Mestre em Ciências Ambientais e Saúde. Especialista em Serviço de Controle e Infecção Hospitalar - SCIH
pela FBCBRASL e Enfermeira do SCIH do HUAPA em Aparecida de Goiânia, Goiás. Endereço: Rua 208, Qd.
A-2, Lts. 1/4, Setor Leste Vila Nova, Goiânia, Goiás. E-mail: [email protected].
2. Enfermeira. Especialista em Serviço de Controle e Infecção Hospitalar - SCIH pela FBCBRASIL. e-mail:
[email protected]
ABSTRACT: Objective: To analyze the role of nurses in health waste management, and in
the design and implementation of the PGRSS. Methodology: A bibliographic review was
carried out. To search the articles, an online search was performed at the Virtual Health
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Library (VHL), using health descriptors (Decs): Waste management; Hospital waste;
Nursing. The inclusion criteria were Portuguese texts, available in full and published
between the years 2007 and 2015. Hospital waste is produced by health care establishments,
educational institutions and research. The composition of this garbage is the most varied and
has been assuming great importance. COFEN No. 303 supports the nurse to assume the
position of Technical Officer of the PGRSS. A total of 14 articles were found, of which eight
were excluded due to flight to the theme and six articles were included. It is concluded that
the role of nurses in health services waste management is to plan and implement a waste
management plan based on scientific and technical, normative and legal bases.
INTRODUÇÃO
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Para a ANVISA, pela RDC nº 306 de 7/12/2004, os resíduos hospitalares são divididos em
cinco grupos: Grupo A: Resíduos com a possível presença de agentes biológicos que, por
suas características de maior virulência ou concentração; Grupo B: Resíduos contendo
substâncias químicas que apresentam risco à saúde pública ou ao meio ambiente; Grupo C:
rejeitos radioativos que são quaisquer materiais de atividades humanas que contenham
radionuclídeos em quantidades superiores aos limites de isenção; Grupo D: são resíduos
gerados nos serviços abrangidos pela RDC nº 33/03, que, por suas características, não
necessitam de processos diferenciados relacionados ao acondicionamento, identificação e
tratamento, devendo ser considerados resíduos sólidos urbanos; Grupo E: são os objetos e
instrumentos contendo cantos, bordas, pontos ou protuberâncias rígidas e agudas, capazes de
cortar ou perfurar1.
Os resíduos contidos dentro desta problemática vêm assumindo grande importância nos
últimos anos. O descarte correto de peças anatômicas, tecidos, bolsas transfusionais com
sangue, medicamentos, roupas descartáveis e materiais perfurocortantes, dentre outros, é
fundamental para que o meio ambiente não seja impactado, neste sentido foram criadas
políticas públicas e legislação relacionada ao gerenciamento de resíduos hospitalares que
tem como eixo de orientação a sustentabilidade do meio ambiente e a preservação da saúde 3.
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O gerenciamento dos RSS deve ser avaliado pela Comissão de Controle de Infecção
Hospitalar (CCIH) e acompanhado de perto pelo Serviço de Controle de Infecção Hospitalar
(SCIH), particularmente no que se refere à programação de treinamento para profissionais
dos setores de higiene e limpeza, e pela conscientização geral da equipe do hospital no que
concerne a problemática dos RSS. O gerenciamento é tido como um instrumento capaz de
diminuir ou até mesmo de impedir os efeitos adversos causados pelos RSS, do ponto de vista
sanitário, ambiental e ocupacional, sempre que realizado racional e adequadamente4.
Dentro do ambiente hospitalar, no SCIH, a enfermagem atua como responsável direto pela
educação continuada dos demais profissionais e uma de suas funções é orientar os mesmos
quanto ao descarte e manejo correto dos RSS. Este tema, apesar de ser muito discutido, ainda
encontra certa resistência por parte dos trabalhadores, uma vez que não conseguem entender
a sua real importância e implicações4.
Gerenciar de maneira correta os RSS depende tanto do conhecimento dos tipos de resíduos
gerados e suas classificações, quanto da conscientização dos perigos do manejo incorreto
para o trabalhador, meio ambiente e comunidade. Um dos recursos utilizados para o correto
descarte, manejo e destinação final é a elaboração do Plano de Gerenciamento de Resíduos
de Serviços de Saúde (PGRSS)4. Faz-se necessário a realização de educação continuada,
treinamento e capacitação dos profissionais envolvidos no descarte dos resíduos,
principalmente os resíduos perfurocortantes, minimizando os acidentes ocupacionais o
descarte correto facilita a segregação adequada dos resíduos14.
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O GRSS é uma responsabilidade de todos, tanto dos profissionais envolvidos como também
dos gestores, as falhas no gerenciamento podem acarretar graves danos à saúde pública 13.
MÉTODOS
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Para levantamento dos artigos foi realizado busca online na Biblioteca Virtual de Saúde
(BVS), usando os seguintes descritores de saúde (Decs): Gerenciamento de resíduos;
Resíduos hospitalares; Enfermagem. Os critérios de inclusão foram textos em português,
disponíveis na íntegra e publicados entre os anos de 2007 e 2015. O critério de exclusão
foram artigos que fizeram fuga ao tema.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados deste estudo mostram que foram encontrados 14 artigos, e foi realizada leitura
exploratória dos mesmos, sendo que destes oito foram excluídos por caracterizarem fuga ao
tema. Para a presente pesquisa serão usados seis artigos conforme descritos no quadro abaixo
(Quadro 1):
resíduos de serviços de gerenciamento dos Armando CB, Pinto FF, Lemos MC,
saúde: uma revisão de resíduos de serviços de Passos JP. Gerenciamento de
literatura. saúde com a saúde do resíduos de serviços de saúde: uma
trabalhador, mediante revisão de literatura. Revista de
revisão de literatura e Pesquisa cuidado é fundamental
discutir as implicações do [Internet]. 2012 [acesso em: 13 fev.
gerenciamento de 2016]; 0(0): 57-60. Disponível em:
resíduos para a http://www.seer.unirio.br/index.php/
enfermagem. cuidadofundamental/article/view/169
7.
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Foi realizada leitura analítica dos artigos selecionados que possibilitou a organização dos
assuntos por ordem de importância e a sintetização destas que visou à fixação das ideias
essenciais para a solução do problema da pesquisa.
Vale salientar que embora os RSS sejam infectantes e perigosos são, atualmente, passíveis
de tratamento e de manejo seguro. É possível prevenir e minimizar os efeitos potencialmente
agressivos desses resíduos ao meio ambiente e à saúde dos seres vivos, especialmente os
humanos, por meio da elaboração, licenciamento, implantação e execução de um Plano de
Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS). O PGRSS é o principal
documento a ser analisado no processo de licenciamento ambiental, no qual é feita a análise
dos impactos decorrentes das atividades desenvolvidas pela instituição, devendo conter
todos os aspectos de geração e classificação, segregação, minimização, tratamento prévio,
acondicionamento, armazenamento temporário, coleta e transporte interno dos resíduos8.
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Etapas Justificativas
I - Verificar os setores geradores de resíduos. Conhecer o trabalho realizado e identificar
os problemas de cada setor.
II - Elaborar, executar e avaliar o Plano de Diminuir o custo dos materiais utilizados
Gerenciamento de Resíduos de Serviços de na instituição e minimizar contaminação
Saúde (PGRSS) entre funcionários e clientes; prevenir os
funcionários dos riscos potenciais
decorrentes do manuseio dos resíduos, com
o pessoal da coleta; proteger o trabalhador
de doenças ocupacionais.
Fonte: Marques9.
Por fim, o enfermeiro devidamente capacitado consegue desenvolver ações que visem à
prevenção, promoção, proteção e reabilitação da saúde tanto a nível individual quanto
coletivo, além de administrar a assistência aos pacientes preocupando-se com os resíduos
geradores de suas atividades, objetivando minimizar riscos de infecções cruzadas e
ambientais à saúde de seus profissionais e clientes10.
Conhecer as etapas do manejo de resíduos dos serviços de saúde, desde a sua geração até seu
ordenamento final, faz com que os profissionais de enfermagem atuem em busca de
melhorias no processo de gerenciamento de RSS10.
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CONCLUSÃO
Levando-se em conta o que foi observado durante o estudo, conclui-se que o enfermeiro que
atua diretamente com o gerenciamento de RSS deve estar devidamente preparado e
capacitado para elaborar e colocar em prática o PGRSS, junto a programas de educação
continuada que englobem todos os profissionais que atuam de maneira direta ou
indiretamente com materiais passíveis de contaminação.
O PGRSS aliado à educação continuada contribui e muito para minimizar o impacto dos
resíduos de saúde no meio ambiente e consequentemente na vida dos profissionais e da
população.
Sendo assim, a partir da realização deste estudo, de acordo com as lacunas identificadas,
sugerimos a realização de mais pesquisas com esta temática que objetivem verificar a
implantação do PGRSS em diferentes cenários, com a descrição de todo o processo, suas
dificuldades e pontos facilitadores, de modo a compartilhar experiências que auxiliem na
implantação deste em outros serviços.
REFERÊNCIAS
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resíduos sólidos de serviços de saúde. Revista de Pesquisa: Cuidado é fundamental.
2015;6(3):1152-61. Disponível em:
http://www.seer.unirio.br/index.php/cuidadofundamental/article/view/3312/pdf_ 1372.
5. Roberto TA, Oliveira PB, Silva MP. A atuação do enfermeiro frente ao gerenciamento de
resíduos de serviço de saúde. Revista de Pesquisa: Cuidado é fundamental. 2010;2:878-880.
Disponível em:
http://www.seer.unirio.br/index.php/cuidadofundamental/article/view/1165/www.media.wix.c
om/ugd/e1973c_dcc673d1de79b6d127b579ce2c48f3c4.pdf.
8. Mendes WC, Figueiredo MLF, Salmito MA, Araújo ECA, Araújo TME, Andrade EMLR.
Conhecimento e prática de trabalhadores, profissionais e gestores sobre os resíduos de
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9. Marques GM, Portes CA, Santos TVC. Ações do enfermeiro no gerenciamento de resíduos
de serviço de saúde. Revista Meio Ambiente e Saúde. 2007;2(1). Disponível em:
http://www.seer.unirio.br/index.php/cuidadofundamental/article/view/1165.
10. Nunes TSP, Gutemberg ACB, Armando CB, Pinto FF, Lemos MC, Passos JP.
Gerenciamento de resíduos de serviços de saúde: uma revisão de literatura. Revista de
Pesquisa: Cuidado é fundamental. 2012. Disponível em:
http://www.seer.unirio.br/index.php/cuidadofundamental/article/view/1697.
11. Harhay MO, Halpern SD, Harhay JS, Olliaro PL. Health care waste management: a
neglected and growing public health problema worldwide. Tropical Medicine and
International Health. 2009.
13. Who – World Health Organization. Safe healthcare waste management. WHO core
principles for achieving safe and sustainable management of health-care waste. Geneva:
WHO. Disponível em: http://www.who.int/water_sanitation_health/
medicalwaste/hcwprinciples/en/
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