Exemplo de Custeio ABC
Exemplo de Custeio ABC
Exemplo de Custeio ABC
Programa de Pós-Graduação em
Engenharia de Produção
Dissertação de Mestrado
FLORIANÓPOLIS
2002
ii
Engenharia de Produção
FLORIANÓPOLIS
2002
iii
___________________________
Prof. Ricardo Miranda Barcia, Phd.
Coordenador do Programa
Banca Examinadora:
__________________________
Edvaldo Alves de Santana, Dr.
Orientador
__________________________
Maurício Fernandes Pereira, Dr.
Membro
__________________________
Altair Borgert, Dr.
Membro
iv
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais a quem dedico este trabalho através da sigla criada para
identificar a empresa estudada – JS, pelos esforços ao longo das suas caminhadas,
me educando e me preparando para a vida;
RESUMO
ABSTRACT
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS x
LISTA DE QUADROS xi
LISTA DE TABELAS xii
RESUMO vi
ABSTRACT vii
1 INTRODUÇÃO 01
1.1 Tema e problema de pesquisa 01
1.2 Objetivos da pesquisa 04
1.2.1 Objetivo geral 04
1.2.2 Objetivo específicos 04
1.3 Justificativa 04
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 07
2.1 A evolução da contabilidade como fonte de informação 07
2.2 A contabilidade gerencial no auxílio à tomada de decisão 10
2.3 A necessidade de mudanças nas metodologias de custeio 13
2.4 O custeio baseado em atividades (activity based costing-ABC) 18
2.4.1 As gerações do modelo ABC 19
2.4.2 Conceituando o custeio ABC 22
2.4.3 Objetos de custos e atividades 27
2.4.4 Direcionadores de custos 33
2.4.5 Atribuindo custos à s atividades e aos objetos de custo 36
2.4.6 Metodologia proposta para a implantação do custeio ABC 40
ix
3 METODOLOGIA 46
3.1 Perguntas de pesquisa 47
3.2 Identificação das variáveis 47
3.2.1 Definição constitutiva de termos e variáveis 48
3.2.2 Definição operacional de termos e variáveis 49
3.3 Delimitação da pesquisa 49
3.3.1 População e amostra 50
3.4 Coleta e análise dos dados 51
3.4.1 Tipos de dados 51
3.4.2 Técnicas de coleta de dados 53
3.4.3 Análise dos dados 54
3.5 Limitações da pesquisa 54
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE QUADROS
LISTA DE TABELAS
Nos últimos anos, surgiram muitas técnicas de gestão empresarial, dentre elas, o
sistema de custos ABC – Activity Based Costing – ou Custeio Baseado em
Atividades (Ching, 1997). O Custeio Baseado em Atividades é uma metodologia que
surgiu para melhorar a qualidade das informações de custos. O ABC não foi
desenvolvido para gerar decisões automáticas, mas para prover informações mais
acuradas sobre atividades de produção e suporte, e custos de processos e de
produtos, focalizando a atenção dos gerentes nos produtos e processos com maior
potencialidade para o aumento dos lucros.
1
Softhouse – Expressão utilizada para denominar as empresas produtoras de software
4
1.3 Justificativa
2
Informações extraídas do site: http://www.sebrae.com.br
5
No entanto, estudos indicam que cerca de 43% dos pequenos negócios não
conseguem passar do primeiro ano de vida, e que depois de três anos, apenas 37%
sobrevivem. Para reverter este quadro, é necessário que as organizações adotem
sistemas de gestão que possibilitem obter informações referentes aos seus
negócios, permitindo que seus gestores tracem caminhos que conduzam ao êxito.
externo, tendo que utilizar novas metodologias de gestão, neste caso o Custeio
Baseado em Atividades, no sentido de adaptarem-se à s novas condições
ambientais, visando sobreviver num ambiente competitivo cada vez mais dinâmico.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
3
Luca Pacioli, frei franciscano nascido em Borgo di Sepolcro, província de Arezzo, Toscana (Sá, 1997).
8
XI, que possuía o título Tractatus de Computis et Scripturis (Sá, 1997), tratava do
processo das partidas dobradas, que segundo Iudícibus (1993) foi provavelmente o
primeiro a dar uma exposição completa e com muitos detalhes, no qual discorda Sá
(1997, p. 42) citando:
O domínio da escola italiana parece ter chegado a seu final por volta de 1920, e
a partir de então, deu início o domínio norte-americano, favorecido não apenas pelo
apoio de uma ampla estrutura econômica e política, mas também por pesquisa e
trabalho de órgãos associativos (Iudícibus, 1993).
Com o passar dos anos e o desenvolvimento das empresas, o perfil dos custos
empresariais mudou bastante. Os sistemas de custeio tradicionais4 foram
concebidos num período em que os custos diretos, como mão-de-obra e materiais,
representavam a maior parte dos custos das empresas. Os custos indiretos de
fabricação não possuíam grande representatividade no total dos custos
4
Ver Martins (2000);Shank e Govindarajan (1997).
14
empresariais, e estes por sua vez eram distribuídos utilizando-se como critério a
mão-de-obra direta. Utilizando critérios como este, os custos eram alocados aos
produtos e representavam o consumo dos recursos.
5
Conforme Ching (1997, p. 18) os custos indiretos são denominados Overhead.
15
6
ABC VBC
Diante do Quadro expostos acima, Facci et al. (1999, p. 25) afirmam que:
Observa-se então, que o sistema de custeio ABC por proporcionar uma melhor
identificação dos custos que são consumidos nos processos, proporciona uma
melhoria nas decisões gerenciais, já que se deixa de ter produtos “subcusteados” ou
“supercusteados”, permitindo obter transparência no momento da tomada de decisão
empresarial, otimizando assim a rentabilidade do negócio.
Johnson (apud Catelli & Guerreiro, 1994) informa que o Custeio Baseado em
Atividades teve seu início efetivo em trabalhos desenvolvidos na General Eletric, nos
primeiros anos da década de 60, nos EUA, sendo codificado nos anos 70 e
desenvolvido nos anos 80 por trabalhos executados pelas empresas de consultoria,
mediante implementações em outras empresas.
6
VBC – Volume Based Costing ou Custeio Baseado em Volume
19
Esta versão do ABC, que está demonstrada na Figura 03, foi desempenhada
para suprir as informações necessárias a dois propósitos. A visão econômica e de
custeio que constitui a parte vertical do modelo e como na primeira versão, objetiva o
aprimoramento do custeio de produtos. E a visão de aperfeiçoamento do processo,
que constitui a parte horizontal e reflete as informações relacionadas com os cost
drivers, permite que se faça uma análise não financeira, obtendo-se medidas de
desempenho a respeito das atividades e descrevendo como estas atividades foram
desenvolvidas.
Brimson (1996) afirma ainda que os geradores de custos são os fatores que
provocam custo nas atividades subseqüentes e, portanto, deveriam ser
acompanhados. Porém, o controle de custo geralmente é focalizado em seu ponto
de ocorrência, sem considerar os geradores de custo. Sendo assim, no custeio ABC
as informações relacionadas aos fatores geradores de custo determinam a causa
dos custos. Portanto, estes fatores devem ser influenciados, observando-se a real
necessidade de se executar as atividades pertinentes a estes, com o objetivo de se
minimizar de forma racional os custos.
1997). O ABC descreve a forma como uma empresa emprega tempo e recursos
para atingir determinados objetivos, avaliando o valor que as atividades agregam
para a performance do negócio.
Neste sentido Cooper & Kaplan (apud Cangi,1995, p.16) dizem que o ABC:
Martins (2000) afirma que a alocação dos custos à s atividades deve ser feita da
forma mais criteriosa possível e que deve obedecer a seguinte ordem de prioridade:
(1) alocação direta; (2) rastreamento e em último caso (3) o rateio. A alocação direta
sempre será usada caso haja uma relação causal direta entre o recurso consumido
por uma atividade, ou o consumo de uma atividade por um objeto de custo.
25
função (Nakagawa, 1994). A atividade reagrupa todas as tarefas que são realizadas
em série (Boisvert, 1999), descrevendo o modo como uma empresa utiliza o tempo e
aloca os recursos em busca dos objetivos do negócio. Tarefa é a combinação dos
elementos de trabalho ou das operações, demonstrando como se executa uma
atividade. Subtarefa é o elemento de uma atividade. Operações é a menor unidade
possível de trabalho utilizada para realizar uma atividade (Nakagawa, 1994).
Pessoas Produto
Tecnologia Atividade
Serviços
Instalações
(Inputs) (Output)
Brimson (1996) comenta que a definição das atividades deve possibilitar uma
representação consistente e demonstrável da totalidade da empresa, possuindo
acurácia para que possa ser utilizada no processo de tomada de decisão. Portanto,
é necessário se efetuar uma análise das atividades para verificar quais são as mais
importantes dentro da empresa, objetivando estabelecer uma base clara e concisa,
que possa demonstrar as operações do negócio e a determinação de custos e
desempenhos.
Com base na afirmação acima relatada, Brimson (1996) criou uma metodologia
para se efetuar a análise de atividades, composta das seguintes etapas:
30
Tipos de atividade
Atividades que não agregam para a Atividades que não agregam para a
satisfação do cliente e são possíveis satisfação do cliente mas são
NVA de serem eliminadas necessárias para possibilitar as
atividades VA a serem realizadas
Negativa Positiva
Conforme Ching (1997), para executarmos a melhor forma de gestão dos custos,
devemos classificar as atividades, ressaltando aquelas que não agregam valor. Esta
análise possibilita a concentração de esforços e atenção nas atividades NVA,
procurando eliminá-las ou minimizá-las (melhorando a eficácia da empresa) para
somente então atacar as atividades VA (melhorando a eficiência).
Ching (1997) afirma ainda que existem duas categorias de atividades NVA. As
positivas que são necessárias para a execução das atividades VA, porém devem ser
minimizadas. E as NVA negativas que além de não agregarem valor para os
clientes, também originam outras atividades NVA, e devem ser eliminadas.
33
Segundo Cooper (apud Cogan, 1997), três fatores devem ser considerados no
momento da seleção dos direcionadores de custos: (1) ser de fácil medição e fácil
obtenção, proporcionando baixos custos de obtenção dos dados; (2) ser
correlacionado e possuir alto coeficiente de correlação com o consumo de recursos
ou de atividades; (3) e ter um potencial de influência no comportamento das
pessoas, induzindo a um comportamento proveitoso para a empresa.
De acordo com Brimson (1996), o direcionador de custo ideal deve ser de fácil
entendimento, fácil medição, fácil extração e ter relação direta aos fatores de
produção da atividade. Conforme Nakagawa (1994), todo fator que altere o custo de
34
Como podemos ver na Figura 09, Brimson (1996) apresenta alguns exemplos de
medidas de atividades7. Brimson (1996) conceitua a medida de atividade como
sendo uma entrada, uma saída ou um atributo físico de uma atividade. O autor
apresenta também algumas características que as medidas de atividades devem
35
possuir como (1) ser de fácil entendimento, fácil medição, fácil extração a partir de
fontes já existentes e que tenha relação direta aos fatores de produção da atividade;
(2) deve haver uma relação direta entre as mudanças no conteúdo de uma medida
de atividade e nos fatores de produção. Quando o conteúdo das atividades varia
com mudanças na organização, nas operações, na tecnologia e nas vendas, os
fatores de produção também variam. Assim, quando mudanças afetam a forma
como as atividades são realizadas, a medida de atividade deve ser reavaliada; (3)
medidas de atividade se estendem além das medidas diretas de produção, como o
custo ou horas de mão de obra direta. Para os departamentos altamente
automatizados a medida horas-máquina pode ser relevante. Medidas físicas
relacionadas a peso, volume, distância e área também podem ser utilizadas de
acordo com a necessidade. Um departamento de mão de obra indireta pode utilizar
medidas de atividades como quantidade de preparação e peso de material
movimentado; (4) através da determinação da produção e dos usuários da
informação da atividade, os gestores podem determinar se tais atividades estão a
serviço de prioridades a curto ou longo prazo. Uma definição precisa das atividades
e dos resultados desejados é fundamental para alcançar esses resultados; (5) e
possibilitar que se conheça o custo por atividade para auxiliar nos planejamentos e
nos orçamentos.
7
Brinsom (1996) denomina os direcionadores de primeiro estágio como sendo medidas de atividades.
36
Martins (2000) afirma que a atribuição dos custos à s atividades deve ser feita de
forma bastante criteriosa, observando a seguinte prioridade: (1) alocação direta,
desde que haja uma identificação clara, direta e objetiva dos custos à s atividades
relacionadas; (2) rastreamento utilizando os direcionadores de recursos para
estabelecer uma relação de causa e efeito entre a ocorrência da atividade e a
geração dos custos; (3) e em último caso o rateio baseado em volumes de produção.
37
Recursos
Consumidos Direcionador de
por recursos
Atividades
Atividades
Consumidos Direcionador de
por atividades
Objetos de custos
uma entrada (input), agrega-lhe valor e gera uma saída (output) para um cliente
interno ou externo.
- Observação – Esta pode ser a forma mais rápida e econômica para se obter
as informações sobre as atividades que desejamos analisar, porém não é fácil de
se realizar e nem suficiente para se obter todas as informações que se necessita.
Poderá complementar as informações obtidas através de outras técnicas;
8
Storyboards – Quadro ou número de quadros onde se descreve um enredo.
42
As técnicas acima citadas devem ser utilizadas para facilitar a coleta das
informações relacionadas à s atividades executadas na empresa. Após a coleta das
informações sobre as atividades com as pessoas envolvidas nas mesmas, é criado
um dicionário de atividades para facilitar o processo de identificação dos recursos à s
atividades.
Ching (1997) afirma ainda que existem três grandes finalidades para os
direcionadores de atividades: (1) Direcionar as atividades aos objetos de custo; (2)
auxiliar no entendimento dos custos envolvidos nos processos; (3) e servir como
medida de desempenho ou performance na avaliação da eficiência e eficácia dos
processos.
Por fim, a última etapa a ser efetuada no modelo proposto para o ABC é a
análise de todas as informações obtidas no decorrer do processo de implantação do
custeio ABC, principalmente com relação aos custos das atividades e dos objetos de
custo. Segundo Brimson (1996), o cálculo com acurácia dos custos dos objetos de
45
Gil (1991) afirma que o conhecimento científico deve ser obtido através de um
método que identifique as operações mentais e técnicas que possibilitam sua
verificação. Sendo assim, Selltiz et al. (1974) afirmam que o objetivo da pesquisa é
indagar respostas sobre a investigação, através de processos científicos, para
aumentar a probabilidade de que a informação obtida seja precisa e relevante a
pergunta proposta.
Assim, com o intuito de atender os objetivos propostos neste estudo e com base
na fundamentação teórica apresentada no capítulo anterior, este capítulo apresenta
a metodologia científica que tornou viável a investigação do problema de pesquisa e
o desenvolvimento desta dissertação. Desse modo, formulou-se as perguntas da
pesquisa e procedeu-se a identificação das variáveis. Na seqüência foi apresentada
a delimitação da pesquisa, a população e amostra, a técnica para a coleta dos
dados e a análise dos mesmos, finalizando com as limitações da pesquisa.
47
A variável é um símbolo onde são atribuídos algarismos, é algo que varia, que
muda (Kerlinger, 1980). As variáveis geralmente se apresentam em três tipos: as
independentes, as dependentes e as intervenientes. As variáveis independentes são
as variáveis explicativas, atuam sobre outra variável e provocam efeitos nela
(Triviños, 1987), estão aqui representadas pelas atividades desempenhadas na
empresa.
Trata-se de uma pesquisa qualitativa que utiliza o estudo de caso como método
de investigação, que segundo Gil (1991) é constituído pelo estudo profundo e
exaustivo de um ou de poucos objetos, permitindo que se obtenha o seu amplo e
detalhado conhecimento, tarefa praticamente impossível caso se utilize outros tipos
de delineamento.
Neste sentido Gil (apud Young, 1991, p. 59) cita ainda que o estudo de caso
como método de pesquisa pode ser definido como:
Em relação a ser uma pesquisa qualitativa, Triviños (1987) afirma que é uma
pesquisa essencialmente descritiva, que tem o ambiente cultural como fonte direta
dos dados e o pesquisador como instrumento-chave. Em suma, esta investigação
envolve um estudo profundo e exaustivo de uma unidade, aqui representada pela
JS, de maneira que se permita o seu amplo e detalhado conhecimento.
Segundo Selltiz et. al. (1974), o objetivo da análise dos dados é sintetizar as
observações completadas, de forma que estas possibilitem a viabilização das
respostas à s perguntas da pesquisa. E para que estes resultados apresentados na
análise dos dados tenham valor científico, Triviños (1987) afirma que eles devem
possuir coerência, consistência, originalidade e objetivação, a fim de permitirem a
interpretação e o levantamento de novas hipóteses e a nova busca de informações.
A análise dos dados foi realizada a partir de uma análise descritiva à luz dos
conhecimentos teóricos a respeito do sistema de Custeio Baseado em Atividades.
Os dados primários foram analisados através das técnicas de observação e
entrevista e compreenderam a informações a respeito das atividades
desempenhadas pelos colaboradores na JS.
E por fim, uma outra limitação que deve ser considerada neste estudo de caso foi
o fato de a empresa não possuir informações gerenciais fornecidas pela escritório
contábil a respeito dos custos dos produtos, não permitindo assim estabelecer uma
comparação entre os resultados obtidos nas informações gerenciais geradas pelo
método de custeio ABC.
Porém, por outro lado, é importante mencionar que o custeio ABC possibilita
uma visão do que realmente está acontecendo no negócio, fazendo com que seus
gerentes observem seus negócios em termos de atividades, e entendam o porquê e
como os custos acontecem, obtendo assim informações necessárias para tornar as
micro e pequenas empresas cada vez mais competitivas no ambiente em que estão
envolvidas.
4 APLICAÇÃO DA METODOLOGIA PROPOSTA
9
Colaborador – termo utilizado para identificar os indivíduos que fazem parte do quadro funcional da JS,
formado por três sócios e quatro funcionários.
10
É importante esclarecer que o custeio ABC é uma metodologia de custo que deve ser utilizada como
ferramenta gerencial, não prejudicando assim a contabilidade da empresa que deve ser apresentada a
fiscalização.
57
A nova metodologia de custos que surgiu para enfrentar este novo ambiente foi
o custeio ABC, um sistema de custeio que aperfeiçoou as informações relativas aos
58
custos dos produtos, acumulando-os em atividades. Bornia (1995) afirma que todas
as empresas estão sendo obrigadas a se adaptarem à nova realidade de mercado e
a se aperfeiçoarem de forma contínua e eficiente. Kaplan (2001) cita que através de
uma avaliação dos custos baseados em atividades, fica mais fácil rastrear os custos,
os lucros e até mesmo os ativos empregados aos produtos, serviços e clientes.
2- Definir as atividades
11
O quadro 02 apresenta a metodologia criada pelo autor para ser utilizada nas pequenas empresas de serviço de
suporte em informática.
59
as mesmas com informações gerenciais a respeito dos seus custos para que elas se
tornem competitivas frente ao mercado em que atuam.
função de ser mais demorada e mais cara que as demais. No caso JS, as
entrevistas foram utilizadas devido ao fato de a empresa possuir um número de
colaboradores reduzido, o que não demandou um tempo elevado para a sua
realização. Por fim foram realizados os storyboards com o intuito de se partilhar as
informações obtidas com o grupo e realizar as correções caso fossem necessárias.
ATIVIDADES DESCRIÇÃO
Criação e elaboração de Definição do produto, criação do material e preparação para ser enviado
anúncios comerciais a organização responsável pela divulgação do mesmo.
Criação e elaboração de Execução de tarefas como coleta, criação e correção para a formulação
informativo do informativo periódico virtual.
Disponibilização das versões Preparação da versão, entrega e instalação nas dependências do
dos softwares aos clientes cliente.
Emissão de pedidos aos Solicitação dos softwares comercializados, através de formulário
fornecedores próprio informando os dados cadastrais do cliente e as características
do software.
Envio das versões dos Preparação dos arquivos das versões a serem enviados aos clientes
softwares via Internet através de correio eletrônico.
Faturamento Tarefas executadas para processar os pedidos no software específico,
emitir as notas fiscais e os documentos de cobrança, conferir e
despachar os documentos faturados.
Feiras e eventos comerciais Definição do contrato, montagem da estrutura necessária e realização
da feira ou evento comercial.
12
Segundo Kaplan e Cooper (1998), a definição das atividades deve ser finalizada com a criação de um
Dicionário de Atividades que relacione e defina todas as atividades envolvidas pelo escopo do projeto.
67
ATIVIDADES DESCRIÇÃO
Com base no livro razão fornecido pela empresa que presta serviços de
contabilidade à JS, foi identificado os recursos consumidos no mês de Novembro de
2001, conforme apresentado na Tabela 01.
69
RECURSOS R$
Pró-labore 2.015,00
Férias 516,01
Salários 5.034,51
13 º Salário 386,89
INSS 1.720,72
FGTS 438,59
Vale transporte 110,50
Assistência médica 0,00
Dispêndios com alimentação 71,50
Aluguéis 1.105,00
Seguros 315,87
Manutenção e conservação 462,80
Energia elétrica 201,50
Depreciação e amortização 702,81
Despesas com informática 878,33
Telefone 936,00
Materiais gerais 266,89
Correios e malotes 93,86
Viagens e representações 460,72
Propaganda e publicidade 494,00
Assinatura de periódicos 188,50
Combustíveis e lubrificantes 1.121,85
Serviços de terceiros – PJ 221,00
Despesas bancárias 207,44
Total 17.950,30
70
Pró-labore 2.015,00
Férias 516,01
Salários 5.034,51
13 º Salário 386,89 Gastos com Remunerações 10.293,73
INSS 1.720,72
FGTS 438,59
Vale transporte 110,50
Assistência médica 0,00
Dispêndios com alimentação 71,50
Aluguéis 1.105,00
Seguros 315,87
Manutenção e conservação 462,80 Gastos com Instalações 2.352,06
Materiais gerais 266,89
Energia elétrica 201,50
Depreciação e amortização 702,81 Gastos com Equipamentos 1.581,14
Despesas com informática 878,33
Telefone 936,00 Telefone 936,00
Correios e malotes 93,86 Correios e Malotes 93,86
Viagens e representações 460,72 Viagens 460,72
Propaganda e publicidade 494,00 Propaganda e Publicidade 494,00
Assinatura de periódicos 188,50 Assinatura de Periódicos 188,50
Combustíveis e lubrificantes 1.121,85 Combustíveis e Lubrificantes 1.121,85
Serviços de terceiros - PJ 221,00 Serviços de Terceiros 221,00
Despesas bancárias 207,44 Despesas Bancárias 207,44
Total 17.950,30 Total 17.950,30
Atividades 1 2 3 4 5 6 7 Total
Apoio Técnico 0,00 0,00 0,00 17,00 0,00 156,00 3,00 176,00
Atividades Administrativas 157,50 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 157,50
Atualização dos Conhecimentos Profissionais 0,00 28,00 11,50 5,00 0,00 0,00 0,00 44,50
Contato Comercial 6,50 5,50 0,00 11,00 0,00 0,00 18,50 41,50
Criação e Elaboração de Informativo 0,00 1,00 0,00 1,00 0,00 32,00 0,00 34,00
Criação e Elaboração de Anúncios Comerciais 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 32,00 16,00 48,00
Disponibilização das Versões no Cliente 0,00 2,00 11,50 0,00 0,00 0,00 0,00 13,50
Emissão dos Pedidos ao Fornecedores 3,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 3,00
Envio das Versões via Internet 0,00 10,00 0,50 0,00 0,00 0,00 0,00 10,50
Faturamento 28,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 28,00
Feiras e Eventos Comerciais 0,00 3,00 0,00 8,00 0,00 0,00 16,00 27,00
Gestão de Pessoal 3,00 0,00 0,00 5,50 0,00 0,00 18,00 26,50
Gestão Financeira 22,00 0,00 0,00 10,50 0,00 0,00 24,00 56,50
Instalação e Implantação de Software 0,00 0,00 0,00 12,00 0,00 0,00 0,00 12,00
Suporte Interno 0,00 26,00 109,50 8,50 0,00 0,00 9,50 153,50
Suporte Telefônico 0,00 40,00 53,00 25,50 0,00 0,00 0,00 118,50
Suporte via Internet 0,00 0,00 3,00 0,50 0,00 0,00 0,00 3,50
Teste de Versões 0,00 12,00 5,50 0,50 0,00 0,00 5,00 23,00
Treinamento para os clientes 0,00 75,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 75,00
Treinamento Técnico 0,00 5,50 5,50 64,00 0,00 0,00 0,00 75,00
Visita a Clientes 0,00 12,00 20,00 14,00 220,00 0,00 65,50 331,50
Visita para Demonstração dos Softwares 0,00 0,00 0,00 37,00 0,00 0,00 44,50 81,50
Total 220,00 220,00 220,00 220,00 220,00 220,00 220,00 1.540,00
76
No que tange aos recursos gastos com telefone, o direcionador utilizado foi o
número de ligações solicitadas pelos colaboradores, onde no momento da
solicitação era verificado qual o colaborador estava solicitando e para qual atividade
se destinava. Este controle já era realizado antes da implantação do estudo de caso,
somente foi incluída a atividade relacionada à ligação solicitada, não provocando
assim nenhum ônus a empresa na coleta destas informações.
E por fim, verificou-se que os valores referentes aos serviços de terceiros foram
provenientes dos honorários cobrados pelo escritório contábil responsável pela
contabilidade da empresa, e sendo assim, foram alocados diretamente na atividade
77
Atividades/ Recursos Gastos c/ Gastos c/ Gastos c/ Telefone Correios e Viagens Propag. E Assin. De Combustíveis e Serviços de Despesas Total
Remunerações Instalações Equipamentos Malotes Publicidade Periódicos Lubrificantes Terceiros Bancárias
Atividades Secundárias
Total 10.293,73 2.352,06 1.581,14 936,00 93,86 460,72 494,00 188,50 1.121,85 221,00 207,44 17.950,30
79
Atividades Primárias/ Atividades Secundárias Apoio Atividades Faturamento Gestão de Gestão Total das Ativid.
Técnico Administrativas Pessoal Financeira Primárias
Atualização dos Conhecimentos Profissionais 96,49 24,55 8,13 13,75 44,27 756,87
Contato Comercial 89,98 22,89 7,58 12,83 41,29 707,48
Criação e Elaboração de Informativo 73,72 18,76 6,21 10,51 33,83 282,91
Criação e Elaboração de Anúncios Comerciais 104,07 26,48 8,77 14,83 47,76 1.043,21
Disponibilização das Versões no Cliente 29,27 7,45 2,47 4,17 13,43 154,78
Emissão dos Pedidos aos Fornecedores 6,50 1,65 0,55 0,93 2,98 24,00
Envio das Versões via Internet 22,77 5,79 1,92 3,24 10,45 138,46
Feiras e Eventos Comerciais 58,54 14,89 4,93 8,34 26,86 488,81
Instalação e Implantação de Software 26,02 6,62 2,19 3,71 11,94 163,39
Suporte Interno 332,82 84,68 28,03 47,44 152,72 1.856,04
Suporte Telefônico 256,93 65,37 21,64 36,62 117,90 2.078,01
Suporte via Internet 7,59 1,93 0,64 1,08 3,48 40,24
Teste de Versões 49,87 12,69 4,20 7,11 22,88 319,21
Treinamento para os clientes 162,62 41,37 13,70 23,18 74,62 1.015,37
Treinamento Técnico 162,62 41,37 13,70 23,18 74,62 1.466,55
Visita a Clientes 718,76 182,87 60,54 102,45 329,82 6.095,71
Visita para Demonstração dos Softwares 176,71 44,96 14,89 25,19 81,08 1.319,26
Total 2.375,28 604,32 200,08 338,56 1.089,95 17.950,30
81
Tron-Orc 238,69 1%
Irpj 698,22 2%
At/dc 6.492,60 22%
Xtdc 1.458,93 5%
Hércules 6.085,03 21%
Liscal 4.068,26 14%
Radar 3.343,80 11%
Rubi 3.813,67 13%
Ronda 200,20 1%
Benner Corporativo 3.166,88 11%
Total 29.566,26 100%
13
Os objetos de custo representam os softwares comercializados na JS.
83
Direcionadores de Quantidad
Atividades Atividades e
Atividades Tron-Orc Irpj-Lalur At/Dc Xt/DC Hércules Liscal Radar Rubi Ronda Benner TOTAL
Nas atividades de suporte interno, suporte telefônico, suporte via internet, visita
a clientes e visita para demonstração dos softwares o direcionador utilizado foi o
número de atendimentos realizados durante o mês de Novembro de 2001. Este
direcionador de atividade pode ser visualizado na Tabela 09, onde é demonstrado o
quanto cada software demandou de atendimentos nestas atividades mencionadas.
Portanto, todos os recursos acumulados nas atividades, conforme Tabela 06, serão
distribuídos aos objetos de custo apresentados na Tabela 07.
Tron-Orc
Atividades Direcionador Custo unitário Custo
de atividade do direcionador Total
Atualiz. dos Conhecim. Profissionais 1 2,24 2,24
Contato Comercial
Criação e Elaboração de Informativo
Criação e Elab.de Anúnc.Comerciais
Dispon. das Versões no Cliente
Emis.dos Pedidos aos Fornecedores
Envio das Versões via Internet
Feiras e Eventos Comerciais
Instal. e Implantação de Software
Suporte Interno
Suporte Telefônico 1 10,44 10,44
Suporte via Internet
Teste de Versões
Treinamento para os clientes
Treinamento Técnico
Visita a Clientes
Visita para Demo.dos Softwares
Total 12,68
Irpj-Lalur
Atividades Direcionador Custo unitário Custo
de atividade do direcionador Total
Atualiz. dos Conhecim. Profissionais 6 2,24 13,44
Contato Comercial 1 101,07 101,07
Criação e Elaboração de Informativo
Criação e Elab.de Anúnc.Comerciais
Dispon. das Versões no Cliente 1 14,07 14,07
Emis.dos Pedidos aos Fornecedores
Envio das Versões via Internet
Feiras e Eventos Comerciais
Instal. e Implantação de Software
Suporte Interno 2 24,42 48,84
Suporte Telefônico 3 10,44 31,32
Suporte via Internet 1 6,71 6,71
Teste de Versões
Treinamento para os clientes
Treinamento Técnico
Visita a Clientes
Visita para Demo.dos Softwares
Total 215,45
Xt/Dc
Atividades Direcionador Custo unitário Custo
de atividade do direcionador Total
Atualiz. dos Conhecim. Profissionais 7 2,24 15,68
Contato Comercial
Criação e Elaboração de Informativo
Criação e Elab.de Anúnc.Comerciais
Dispon. das Versões no Cliente
Emis.dos Pedidos aos Fornecedores
Envio das Versões via Internet
Feiras e Eventos Comerciais
Instal. e Implantação de Software
Suporte Interno
Suporte Telefônico 6 10,44 62,64
Suporte via Internet
Teste de Versões
Treinamento para os clientes
Treinamento Técnico
Visita a Clientes 1 106,94 106,94
Visita para Demo.dos Softwares
Total 185,26
Radar
Atividades Direcionador Custo unitário Custo
de atividade do direcionador Total
Atualiz. dos Conhecim. Profissionais 80 2,24 179,20
Contato Comercial 6 101,07 606,52
Criação e Elaboração de Informativo 1 70,73 70,73
Criação e Elab.de Anúnc.Comerciais 1 1.043,21 1.043,21
Dispon. das Versões no Cliente
Emis.dos Pedidos aos Fornecedores 1 24,00 24,00
Envio das Versões via Internet
Feiras e Eventos Comerciais 4 81,47 325,95
Instal. e Implantação de Software 1 163,39 163,39
Suporte Interno 38 24,42 927,96
Suporte Telefônico 29 10,44 302,86
Suporte via Internet 3 6,71 20,13
Teste de Versões 8 24,55 196,50
Treinamento para os clientes
Treinamento Técnico
Visita a Clientes 10 106,94 1.069,46
Visita para Demo.dos Softwares 10 82,45 824,56
Total 5.754,47
Atividades Primárias
Atualização dos Conhecimentos Profissionais 569,68
Contato Comercial 532,91
Criação e Elaboração de Informativo 139,89
Criação e Elaboração de Anúncios Comerciais 841,30
Disponibilização das Versões no Cliente 97,99
Emissão dos Pedidos ao Fornecedores 11,38
Envio das Versões via Internet 94,30
Feiras e Eventos Comerciais 375,23
Instalação e Implantação de Software 112,92
Suporte Interno 1.210,35
Suporte Telefônico 1.579,54
Suporte via Internet 25,51
Teste de Versões 222,47
Treinamento para os clientes 699,88
Treinamento Técnico 1.151,06
Visita a Clientes 4.701,26
Visita para Demonstração dos Softwares 976,44
Atividades Secundárias
Apoio Técnico 2.375,28
Atividades Administrativas 604,32
Faturamento 200,08
Gestão de Pessoal 338,56
Gestão Financeira 1.089,95
Um outro software que chamou a atenção foi o Liscal, que apesar de apresentar
uma receita considerável perante os outros objetos de custo, obteve um elevado
custo das atividades proporcionando apenas uma margem de lucro de
98
5.1 Conclusões
Com isso surgiu o sistema de custeio ABC (Activity based costing) ou sistema de
Custeio Baseado em Atividades, uma nova metodologia de custos que permitiu a
100
CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino. Metodologia Científica: para uso
dos estudantes universitários. 3 ed. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1983.
CHING, Hong Yun. Gestão baseada em custeio por atividades. 2 ed. São Paulo:
Atlas, 1997.
104
FACCI, Nilton; RODRIGUES, Marcelo S.; SOUZA, Maria Cristina S.; DONÁ, Andréa
L. O sistema ABC e suas influências no estabelecimento do custeio do ciclo de vida.
Revista de Contabilidade do CRC-SP. São Paulo, ano IV, n. 10, p. 22-33,
Dezembro. 1999.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 3 ed. São Paulo: Atlas,
1991.
KAPLAN, Robert S.; COPPER, Robin. Custo & Desempenho: administre seus
custos para ser mais competitivo. São Paulo: Futura, 1998.
OSTRENGA, Michael R. et al. Guia da Ernest & Young para Gestão Total dos
Custos. Trad de Nivaldo Montingelli Júnior. 13 ed. Rio de Janeiro: Record, 1997.
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RICHARDSON, Roberto Jarry et. al. Pesquisa Social: métodos e técnicas. São
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SÁ, Antônio Lopes. História geral e das doutrinas da contabilidade. São Paulo:
Atlas, 1997.
SELLTIZ, Claire et al. Métodos de pesquisa nas relações sociais. 4 ed. São
Paulo: Ed. Pedagógica e Universitária Ltda, 1975.
108