Compliance
Compliance
Definição
Estudaremos o conceito de compliance e os principais elementos que caracterizam a adoção dessa prática nas organizações.
Objetivos
MÓDULO 1
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Descrever as características necessárias para a adoção de programas de compliance nas organizações
MÓDULO 2
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Listar os grandes escândalos corporativos estimuladores da adoção de práticas de compliance no ambiente empresarial
MÓDULO 3
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Examinar a utilização do compliance como instrumento de combate à corrupção
MÓDULO1
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Descrever as características para a adoção de programas de compliance nas organizações
O que é compliance?
A palavra compliance (conformidade) é derivada do verbo to comply, que, em tradução livre, significa:
Ela é aplicável às esferas fiscal, trabalhista, financeira, contábil, previdenciária, ambiental, jurídica, ética etc.
Segundo Morais (2005), podemos definir compliance como o dever de atender às regras, de estar em conformidade e cumprir os
regulamentos exigidos para as atividades desempenhadas pela organização.
Agora que já sabemos o que é compliance, conheça alguns detalhes sobre a adoção de seus programas nas organizações:
O grupo de funcionários que atua diretamente na área de compliance tem a responsabilidade de garantir que a organização e os
funcionários ajam de acordo com todas as leis, regulamentos e regras que abranjam os negócios nos quais ela está envolvida (MELENDY,
2005).
No âmbito do compliance, abrange-se também o sentimento de justiça na organização, pois as regras definem a impossibilidade de
concessão de vantagens para uns em detrimento de outros.
A empresa tomará decisões com isonomia e isenção de interesses pessoais, além de independência de fatores associados à hierarquia, à
amizade ou que desviem os verdadeiros motivos para cada assunto. Assim, as regras de compliance atingem o comportamento das
pessoas e as rotinas organizacionais, com grande benefício para a coletividade (GIOVANINI, 2014).
O programa de compliance tem como um dos pilares a preservação da reputação da instituição, a sustentabilidade e a priorização do
gerenciamento de riscos vinculados à área de atuação da organização. Devem ser considerados no gerenciamento todos os riscos
associados ao não cumprimento das leis e regulamentos, assim como o tamanho, a amplitude e a estrutura organizacional da empresa
(CANDELORO; RIZZO; PINHO, 2015).
A adoção do compliance também favorece a prevenção de perdas financeiras, pois os esforços voltados para o atendimento das exigências
legais e trabalhistas permitem, por exemplo, a minimização de cobranças judiciais ou administrativas das obrigações, além de multas ou
perdas por desgastes de imagem.
Como elementos necessários à adoção do compliance, destacam-se: o estabelecimento de um código de ética da organização; a
capacitação de profissionais para aprenderem a lidar com problemas éticos; a criação de canais de comunicação de condutas não éticas
(uma central de atendimento ao funcionário ou à ouvidoria); e o incentivo para a discussão de problemas éticos (MANZI, 2008).
Conforme apontado por Debbio, Maeda e Ayres (2013), existem elementos comuns que são vitais para que os programas de compliance
sejam adotados nas organizações, sendo, portanto, os mais encontrados nas literaturas internacionais. São eles:
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Ele talvez seja o principal pilar de adoção de programas de compliance. Por meio do suporte dado pela alta administração e pelos
líderes locais, a organização passa a se comprometer com uma postura que tem como requisito a intolerância aos desvios de
conduta. Esse comprometimento deve ser transmitido de maneira clara e sem margem para dúvidas pelos mais altos níveis da
instituição, sendo percebido nas próprias ações envoltas de integridade e conformidade. Dessa forma, elas endossam o discurso com
o exemplo dado.
É um dos objetivos do compliance, pois minimizar os riscos implica reduzir as possibilidades de que condutas não adequadas sejam
praticadas por colaboradores ou stakeholders que interagem no negócio. O caráter preventivo dos procedimentos é função essencial
da compliance, que só conseguirá alcançar o objetivo se a organização conhecer (mapear) e entender (analisar) os riscos aos quais
está vulnerável.
Para que a empresa implemente efetivamente o programa de compliance, é necessário que ela desenvolva regras, controles e
procedimentos cujo cumprimento possa monitorar posteriormente, assim como as práticas lícitas.
Comunicação e treinamento
Há dois fatores fundamentais para que o monitoramento das ações seja efetivo ao longo de toda a organização. Comunicar
efetivamente as políticas e os procedimentos esperados pela empresa e assegurar que os profissionais estejam com o adequado nível
de entendimento (por meio do treinamento) são condições básicas para que o programa de compliance dê certo.
Outro pilar necessário ao compliance é a necessidade de examinar regularmente o atendimento aos objetivos pretendidos nas regras,
controles e procedimentos definidos pela organização. Se a instituição não cumprir essa etapa, os documentos confeccionados pela
área de compliance serão meras obrigações burocráticas que não atenderão ao intuito desejado.
O atendimento desses elementos não é uma tarefa simples. Segundo dados divulgados pela KPMG (2018), entidade suíça com atuação
global em serviços de auditoria e consultoria, a pesquisa Maturidade do compliance no Brasil revelou que os principais desafios expostos
pelas grandes empresas são:
Identificar, avaliar e monitorar a efetividade do compliance
Contornar as dificuldades de mapear os riscos e desenvolver os indicadores-chave
Caberá aos gestores, estimulados e respaldados pela alta administração, o desenvolvimento de alternativas para superar as dificuldades de
implementação do compliance inicialmente verificadas e demonstrar para os stakeholders todas as vantagens advindas da adoção dessa
política na instituição.
O perfil dos membros responsáveis pela área de compliance é bastante variado, incluindo quem atua dedicado à estrutura implementada
para o compliance (caso isso seja possível em uma empresa), assim como aqueles que pertencem a outras áreas do negócio (KPMG,
2015):
Esses profissionais podem atuar em diversas possibilidades de monitoramento, embora seja mais comum a dedicação à prevenção dos
seguintes riscos: pagamento de propina ou suborno (em licitações, licenças, taxas aduaneiras, contratação de pessoas, contribuições,
doações, brindes ou patrocínios) ou em outros temas tratados pela área (combinação de preços, fraudes, violações ambientais, assédio
moral e sexual, trabalho escravo e lavagem de dinheiro) (KPMG, 2015).
A estrutura necessária para a implementação do programa de compliance pode apresentar alguns modelos, segundo Giovanini (2014). Dois
deles são:
Foco na prevenção
Prevenir, identificar e corrigir as ações que se desviaram das regras estabelecidas é a base deste modelo, que deve divulgar claramente as
políticas e os procedimentos a serem adotados por todos.
Foco na melhoria contínua
É a utilização do ciclo administrativo conhecido como PDCA (Plan – Planejar, Do – Fazer, Check – Controlar e Act – Agir). Ele é necessário
para a melhoria contínua dos processos de trabalho, já que, após a última etapa (ação), o ciclo se reinicia.
Além da estrutura mínima para a adoção do compliance, existem alguns procedimentos necessários para garantir as condições adequadas
da sua efetividade em uma organização. Segundo Blok (2017), esta área deve se valer das seguintes ferramentas e atuações:
Políticas corporativas
Trata-se da definição dos princípios de natureza
genérica, orientação, revisão periódica e garantia da
ampla divulgação.
Consultivo
Assessoria para a alta administração, realizando
parcerias com a área de negócios e orientando a
gestão como um todo.
Disseminação de cultura
Deve atuar na mudança de práticas inadequadas de
gestão, motivando os stakeholders com base em
valores e comportamentos definidos, além de divulgar
as práticas para auxiliar na internalização e na
identificação por parte dos funcionários.
Programas de treinamento
Conhecimento das melhores práticas do mercado,
garantindo a atualização das normas e legislações
vigentes e treinando os funcionários sobre as políticas,
os controles e os procedimentos corporativos.
Código de ética e conduta
Definição dos padrões de ética e conduta que devem
ser adotados, orientação e divulgação do código,
estabelecendo um comitê de ética e canais de
denúncias.
Gerenciamento de riscos
Identificação, avaliação e monitoramento dos riscos
inerentes às atividades da organização, definindo as
formas de controlar os riscos e comunicá-los, além de
garantir que as ações sejam integradas.
A adoção da política de compliance depende da inserção das ações de conformidade em todos os setores da organização, fazendo parte da
cultura dela, pois, dessa forma, as operações terão uma maior chance de estarem em conformidade, assim como dependerão de ações
éticas por parte da alta administração. Essas variáveis formam o tripé do compliance, tal como está apresentado a seguir:
Tripé do compliance. (Fonte: BLOK, 2017).
O caso Siemens
Como exemplo da importância da adoção do compliance, citamos o escândalo mundialmente famoso da empresa alemã Siemens AG.
Após as investigações realizadas pela justiça norte-americana, foram constatados pagamentos de propinas para autoridades públicas no
montante de US$1,4 bilhão entre os anos de 2001 e 2007. Segundo o judiciário dos Estados Unidos, os pagamentos ilegais foram realizados
em mais de 20 países em troca de contratos públicos (BBC NEWS, 2013).
Após a condenação, a empresa foi obrigada a pagar uma das maiores multas da história: US$1,6 bilhão. Isso foi um fator de destaque para
a mudança da forma de fazer negócios na Alemanha. Até então os empresários não viam o pagamento de propina como um causador de
prejuízo financeiro e de imagem para as organizações. Tal prática ainda fazia parte da cultura local, sendo endossada pelo entendimento
legal vigente até o final dos anos 1990. Uma lei alemã até permitia que os empresários pagassem propina a autoridades públicas do exterior
para obter vantagens em contratos, tendo, inclusive, uma autorização formal para descontar estes valores dos impostos de renda pagos na
Alemanha (TRANSPARENCY, 2011).]
Apesar de a regra ter perdido a vigência legal no início do século XXI, somente após o escândalo da Siemens os empresários alemães se
convenceram das implicações financeiras e criminais que a adoção de práticas ilegais pode trazer (TRANSPARENCY, 2011).
(Fonte: RG-vc / Shutterstock).
Impactos
Além do comportamento empresarial alemão devido à repercussão internacional do caso, o exemplo da Siemens também foi muito
marcante para o crescimento das políticas de compliance associadas ao campo da gestão. Atualmente, a empresa é uma das referências
em programas de compliance, contando com cerca de 600 funcionários dedicados à área (DEBBIO; MAEDA; AYRES, 2013).
Destaca-se também a importância dada pela empresa à divulgação dos focos do departamento de compliance: combater a corrupção e as
violações da concorrência; proteger a empresa contra fraudes e lavagem de dinheiro; e salvaguardar os dados pessoais (SIEMENS, 2019).
O próprio fortalecimento das ações de compliance permite que os objetivos éticos sejam atendidos, pois faz parte da política da Siemens a
utilização de canal de denúncias seguro <> . Com isso, no ano de 2018, 647 manifestações foram realizadas e passaram por investigações
posteriores. Como resultado, 229 medidas disciplinares foram adotadas devido ao descumprimento das conformidades esperadas pela
organização (SIEMENS, 2019).
A área de compliance não tem como garantir que violações às regras nunca ocorram. Porém, por meio de ferramentas de gestão da área, o
que se espera é que haja a redução das probabilidades de fraudes, respaldadas por uma postura de vigilância dos riscos inerentes às
organizações.
Atenção
Em âmbito nacional, uma importante medida de combate à corrupção foi a promulgação da Lei nº 12.846/2013, que trata da
responsabilização administrativa e civil de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira
(BRASIL, 2013).
Para Manzi (2008, p. 123):
Por estar atrelado à concordância e ao cumprimento das normas, o compliance se caracteriza como um dos princípios essenciais das boas
práticas de governança corporativa (ÁLVARES; GIACOMETTI; GUSSO, 2008).
Atividade
1. Em relação aos elementos comuns para os programas de compliance, podemos afirmar que:
a) O suporte de administração e liderança é um dos principais pilares para a adoção de programas de compliance.
b) É recomendável a adoção de políticas, controles e procedimentos para melhorar a definição das regras a serem seguidas pelas
organizações.
2. Sobre os elementos necessários à implementação do compliance, qual dos itens apresentados a seguir não se adequa diretamente ao
tema?
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Listar os grandes escândalos corporativos estimuladores da adoção de práticas de compliance no
ambiente empresarial
Histórico do compliance
O compliance é uma tendência crescente nas práticas de gestão, especialmente devido aos princípios de boas práticas a ele relacionadas.
Conheceremos agora o histórico da prática dele e o resultado de grandes escândalos no ambiente corporativo.
Tanto o compliance quanto a governança corporativa tiveram início no século XX. Diversos acontecimentos foram importantes para o
amadurecimento dessa prática até a adoção de ambos nos moldes de hoje. Entre eles, segundo Blok (2017), destacam-se:
1913
1929
1930
Foi instituído o Bank for International Settlements (BIS)
durante a Conferência de Haia, ocorrida na cidade de
Basileia, na Suíça. A instituição foi decisiva para o
desdobramento do compliance, pois seu objetivo
principal era a definição de políticas de cooperação
entre os bancos centrais do mundo, resultando em
atividades financeiras mais seguras e confiáveis.
1932
1945
Durante a conferência de Bretton Woods, foram criados
o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco
Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento
(BIRD) com o objetivo de proteger a estabilidade do
sistema monetário internacional.
1960
1970
1980
1995
Importantes acontecimentos ocorreram, o que gerou
mudanças nas regras de controle das operações do
mercado mobiliário:
Processo de falência do Banco Barings devido às
fragilidades do sistema de controle interno;
1997
1998
Ocorreu a era dos controles internos <> .
2001
2002
2002
2003
O Conselho Monetário Nacional publicou uma
sequência de normativas para a melhoria da proteção
ao sistema financeiro brasileiro:
Emissão de Carta Circular nº 3.098/2003, que
passou a exigir o registro e a comunicação ao
Banco Central do Brasil quando houver operações
em espécie de depósitos, provisionamentos e
saques nas quantias iguais ou superiores a 100
mil reais;
2004
2005
O Comitê de Basileia publicou um novo documento
dispondo orientações sobre riscos de créditos e
estabelecendo padrões para a alocação de capital.
2006
2007
2012
2017
O Comitê da Basileia publicou um normativo contendo treze princípios com ênfase na necessidade de controles internos efetivos e a
promoção de um sistema financeiro mundial estável;
Em âmbito nacional, o Congresso Nacional Brasileiro sancionou a Lei 9.613/98, que trata de "crimes de 'lavagem ou ocultação de bens,
direitos e valores; a prevenção da utilização do sistema financeiro para os ilícitos; e criação do Conselho de Controle de Atividades
Financeiras – COAF" (BRASIL, 1998);
O Conselho Monetário Nacional (CMN), com base nos treze princípios instituídos pelo Comitê da Basileia para promoção dos
controles internos, publicou a Resolução nº 2.554/98, que dispõe sobre a determinação de implantação e implementação de sistema
de controles internos nas instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil.
Vimos que o anúncio de falência e/ou concordata de empresas norte-americanas estabeleceu um novo padrão para o funcionamento de
empresas que negociam as ações na bolsa de valores dos Estados Unidos. Essa situação foi desdobrada nas empresas localizadas em
todo o mundo.
No âmbito brasileiro, o Conselho Monetário Nacional, vinculado ao Banco Central, foi o órgão
que mais normatizou orientações de proteção às negociações no sistema monetário.
Essas ações foram desdobradas após os grandes escândalos empresariais mundiais que alertaram o mundo corporativo sobre a
necessidade de as normas e os regulamentos serem respeitados.
Em 1974, ele teve grande repercussão no mercado financeiro, o que resultou na renúncia do então presidente norte-americano Richard
Nixon. O evento histórico foi o desdobramento da invasão aos escritórios do Partido Democrata, localizados no conjunto de edifícios
chamado Watergate, durante a campanha eleitoral presidencial. O incidente ocorreu em 1972; após dois anos de investigação, foi apontado
que o objetivo era grampear os telefones para usar informações confidenciais como chantagem política e conduzir um esquema de
espionagem também política para favorecer o então candidato Richard Nixon (CABRAL, 2011).
Com o avanço das investigações sobre o caso, foi constatado que as gravações telefônicas passavam pelo escritório oficial do então
presidente Nixon, comprovando que ele comandava o esquema de espionagem. Para evitar o impeachment, o presidente renunciou em 8
de agosto de 1974 (CABRAL, 2011).
Esse evento tem um caráter histórico para o compliance, pois foi muito marcante para a administração pública como exemplo de como
uma instituição é marcada negativamente pela ocorrência de atos ilícitos e como essas ações se desdobraram ao manchar a imagem da
organização (no caso, por meio de seu representante máximo). Salienta-se assim a importância da aplicação dessa política na gestão
pública dada a sua dimensão e relevância social/econômica.
Richard Nixon (fonte: wikipedia).
Caso Barings
Fundada em 1762, esta instituição consagrada da Inglaterra viu-se envolvida pela atuação fraudulenta capitaneada por um de seus
funcionários, Nick Leeson. A administração do Banco Barings, seduzida pelos retornos das operações que ele trazia para a instituição, não
dimensionou os prejuízos que Leeson encobria por meio de uma conta inexistente. O prejuízo acumulado em 1995 atingiu a marca de 1,3
bilhão de dólares; dessa maneira, o banco, com 235 anos de história, foi vendido pelo valor simbólico de 1 dólar graças à insolvência e à
sua consequente falência (SILVA, 2008).
A situação retrata a importância de controles internos sólidos nas instituições de modo a não expor as organizações a riscos não
dimensionáveis, podendo, inclusive, resultar na interrupção de suas operações.
Nick Leeson (fonte: soegeeforex).
Caso Enron
Refere-se ao anúncio de concordata da empresa no final de 2001. Até então ela era uma das maiores do mundo no ramo energético. Após
a divulgação da concordata, o Congresso norte-americano iniciou a análise da falência do grupo, momento em que foi detectada a
existência de uma dívida aproximada de 22 bilhões de dólares. Além do montante, que não era de conhecimento dos acionistas, havia o
fato de a empresa ter importância em nível global. Essa falência foi considerada por diversas publicações a mais importante da história
empresarial norte-americana (CARVALHO, 2004).
Logo da Enron (fonte: wikipedia).
Caso WorldCom
Em 2002, a empresa WorldCom, que era a segunda maior operadora de chamadas de longa distância dos Estados Unidos, além de atuar
em 65 países, anunciou um rombo de cerca de 7,1 bilhões de dólares nas contas, admitindo ter manipulado artificialmente seus lucros.
Além dos prejuízos financeiros dos acionistas, a situação também gerou uma crise de confiança dos investidores que negociavam nas
bolsas de valores de todo o mundo, pois ficou constatada a possibilidade de fraude do sistema na contabilidade de empresas
multinacionais que movimentavam grandes aportes financeiros (BBC, 2002).
Logo da WorldCom (fonte: ciceroamaral).
Adoção de programas de compliance no ambiente corporativo
Os casos apresentados demonstram claramente o motivo que originou a necessidade de ações do governo de forma a regulamentar
medidas para evitar que fraudes na contabilidade das empresas continuem a fazer parte do universo de credores que operam nas bolsas de
valores.
Os escândalos repercutiram inicialmente como uma grande quebra de confiança nos balanços das grandes empresas, desdobrando-se em
descrédito na própria economia norte-americana. O governo precisou agir para interromper esse cenário, adotando medidas de impacto
corretivo e preventivo ao estipular regras mais rígidas para punir as empresas (e os representantes legais delas) envolvidas em fraudes,
assim como endurecer as exigências de transparência, de controle interno e de auditoria independente.
Os prejuízos financeiros resultantes das ações corretivas impostas pelo governo provocaram
também muitos prejuízos de imagem devido à repercussão pela ausência de um
comportamento ético e moral.
As instituições podem evitar longas perdas colaterais resultantes das ações fraudulentas ao adotarem programas de compliance. Esta foi a
percepção do mercado, uma vez que o tema teve um significativo crescimento entre as empresas. Elas passaram a adotá-lo
voluntariamente após perceberem que as ações transparentes geram confiança e credibilidade nos investidores, obtendo uma grande
vantagem competitiva.
Embora a história do compliance tenha uma origem muito vinculada aos controles impostos às instituições bancárias, o ambiente
corporativo percebeu os resultados conseguidos com a adoção da ferramenta. Desse modo, a utilização do compliance foi disseminada
entre os diferentes tipos de organizações, sendo atualmente aplicado de forma ampla no mercado empresarial.
Atividade
1. Entre os grandes escândalos de fraudes contábeis, qual dos apresentados a seguir está relacionado ao caso da empresa WorldCom?
a) Instituição consagrada da Inglaterra e fundada em 1762, cuja administração autorizou a atuação fraudulenta de um funcionário, pois se
viu seduzida pelos altos retornos de operações, encobrindo os prejuízos por meio de uma conta inexistente.
b) Grampo de telefones após a invasão dos escritórios do Partido Democrata americano, desdobrando-se em ações de chantagem
política, o que resultou na renúncia do então presidente dos Estados Unidos Richard Nixon.
c) Anúncio de concordata da empresa, uma das maiores do mundo no ramo energético.
d) Operadora de chamadas de longa distância dos Estados Unidos com representação em 65 países anunciou um rombo de cerca de 7,1
bilhões de dólares nas contas e admitiu ter manipulado artificialmente os lucros.
e) Quebra da bolsa de valores que repercutiu na economia global.
2. Sobre o processo de amadurecimento das ações de compliance, marque a opção correta referente à adoção da prática no ambiente
corporativo:
a) Fora das instituições financeiras, a adoção do compliance tem caráter obrigatório, sendo um instrumento pouco utilizado no mundo
atual.
b) O Conselho Monetário Nacional, vinculado ao Banco Central, foi o órgão que recebeu muitas críticas por ter atuado com pouca
normatização para a proteção das negociações no sistema monetário brasileiro.
c) Apesar dos grandes escândalos de empresas que negociavam na bolsa de valores norte-americana, o governo dos Estados Unidos
demorou a reagir, normatizando leis para proteger a transparência das informações prestadas aos investidores.
d) A crise de credibilidade nas informações contábeis prestadas não atingiu a confiança dos investidores com o governo norte-americano.
e) O ambiente corporativo percebeu os resultados conseguidos com a adoção da ferramenta de compliance; desse modo, ela foi
disseminada entre os diferentes tipos de organizações.
MÓDULO3
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Examinar a utilização do compliance como instrumento de combate à corrupção
O que é corrupção?
Além do aspecto empresarial, o amadurecimento do compliance também foi de grande importância para as relações estabelecidas entre as
instituições públicas e privadas. Por monitorar e evitar práticas de corrupção, essa ferramenta também resulta na melhoria da imagem das
organizações públicas, já que torna público o interesse em coibir práticas criminosas.
O Código Penal brasileiro tipifica esse crime em dois âmbitos: corrupção passiva e corrupção ativa. Por corrupção passiva, entende-se o ato
de:
Já sobre a corrupção ativa, o artigo 333 do Código Penal a estabelece como o oferecimento ou a promessa de vantagem indevida para um
funcionário público a fim de que ele faça algo que traga benefícios ao corruptor, omita-se de fazer algo que deveria ser feito ou retarde a
execução de algo de acordo com as funções dele. A corrupção ativa é sempre cometida por um corruptor, que geralmente é um agente
privado.
Corrupto
Agente público que aceita receber ou que solicita vantagem indevida.
Atenção
A CGU (2009) defende como responsabilidade social das empresas a implantação de programas para a consolidação de valores e políticas
que fortaleçam os padrões éticos e de integridade nas negociações realizadas com os órgãos públicos. A adoção desses programas tem
um caráter preventivo, ajudando a minimizar as chances de práticas antiéticas e corruptas serem praticadas, assim como corrigir os
comportamentos (no caso de desvios morais e legais serem identificados).
Buscando monitorar e evitar que crimes sejam cometidos, o principal motivo para sua implantação é que esta ferramenta de gestão
necessita cumprir normas para prevenir a corrupção:
Por serem crimes interligados, eles demandam ações preventivas para valorizar a transparência e o controle das obrigações nas
organizações. (Fonte: Darya Vlasova27 / Shutterstock).
Não se espera que a simples adoção do programa de compliance seja suficiente para impedir que ações de corrupção sejam realizadas. No
entanto, certamente é por meio dessa medida que o sistema de controle de gestão é aprimorado, permitindo, em sequência, que outros
métodos sejam usados para reduzir os riscos aos quais as organizações estão expostas (FEBRABAN, 2009).
A preocupação com a ferramenta de controle deve ser crescente tanto pelo aspecto moral e
financeiro quanto pelo ponto de vista legal.
Lei nº 12.846
Em 2013, foi promulgada a Lei nº 12.846 (também conhecida como Lei Anticorrupção), que fornece instruções para efetivar a
responsabilização administrativa e civil de pessoas jurídicas que praticarem atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira
(BRASIL, 2013).
Como destaque para esse normativo legal, está a possibilidade de aplicação de medidas mais rigorosas, como multas de 20% do
faturamento e até o encerramento das atividades de empresas que forem condenadas por atuação em ações danosas (BRASIL, 2013).
A busca pela proteção ao tesouro nacional, um dos fundamentos presentes na Lei Anticorrupção, possibilitou a ampliação da penalização
para a esfera organizacional. Até então, o Código Penal previa sanções apenas para as pessoas físicas envolvidas com corrupção. A partir
de 2013, as empresas também passaram a ser responsabilizadas criminalmente pela corrupção cometida (BITTENCOURT, 2014).
A lei nº 12.846/2013 passou a fazer parte do arcabouço legal que normatizou a tipificação dos crimes contra a administração pública,
assim como as punições a empresas, pessoas físicas e agentes públicos, que devem ser corresponsabilizados pelos prejuízos gerados aos
órgãos públicos e, em consequência, à sociedade brasileira.
Além das deliberações legais brasileiras, vale salientar o acordo multilateral que o Brasil firmou para o combate ao suborno de servidores
estrangeiros. Por meio da Convenção de Trabalho da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o acordo
entrou em vigor em 1999, sendo ratificado no ano seguinte por meio do Decreto nº 3.678/2000.
O principal objetivo delimitado pela convenção foi prevenir e combater a corrupção de
funcionários públicos nas transações comerciais internacionais (BRASIL, 2016).
Liderado pela OCDE, esse movimento internacional demonstra que os casos de corrupção não são restritos ao cenário nacional nem a um
período republicano do Brasil.
Exemplo
A empresa Siemens foi punida com multa no montante de 1,4 bilhão de dólares, entre os anos de 2001 a 2007, após a constatação de
pagamentos de propinas para autoridades públicas em diversos países do mundo (GALLAS, 2013).
Resgatamos ainda o registro de estudos que apontam que as práticas de corrupção são registradas em território brasileiro desde o período
colonial (DEBBIO; MAEDA; AYRES, 2013), motivo pelo qual se consolida mais ainda a premente necessidade de disseminação de medidas
corretivas e preventivas nos moldes adotados em programas de compliance.
Os casos brasileiros de corrupção mais recentes do país, com ações na justiça penal e ampla divulgação da mídia, estiveram ligados às
empresas Sadia, Aracruz, Banco Santos, Banco PanAmericano, Friboi e Petrobras. Mas também foram registrados os ocorridos com as
empresas norte-americanas Enron, Tyco, WorldCom, Xerox, Bristol Meyers Squibb, Merck e Global Crossing e as europeias Parmalat e Cirio
(PERERA; FREITAS; IMONIANA, 2014).
Depreende-se desse contexto que os controles existentes muitas vezes não são capazes de proteger os interesses dos stakeholders e evitar
todos os prejuízos advindos das ações indevidas. Em alguns casos, os prejuízos das fraudes são tão graves que podem levar as
organizações à falência ou a perdas financeiras em grande escala (PERERA; FREITAS; IMONIANA, 2014).
Conhecer as informações é um meio essencial para os gestores tomarem decisões com base no histórico ou nos dados que representam o
cenário no qual eles estão inseridos. A figura 1 apresenta as situações mais propensas a fraudes, cabendo dirigir a elas a maior atenção e
os esforços pela área de compliance (PERERA; FREITAS; IMONIANA, 2014):
Apesar de a corrupção não ter personalidade exclusivamente brasileira, temos de destacar que as fraudes contábeis divulgadas no Brasil e
nos Estados Unidos, por exemplo, não possuem as mesmas características.
Silva, Sancovschi, Cardozo e Condé (2012) afirmam que os agentes fraudadores brasileiros têm objetivos predominantes diferentes dos
criminosos norte-americanos:
No Brasil, 37% dos crimes de corrupção pesquisados tiveram o propósito de desviar recursos da empresa. As outras fraudes pretendiam
ocultar a situação da companhia, bonificar os executivos e praticar crimes de sonegação fiscal.
Nos Estados Unidos, 87% das fraudes contábeis estudadas desejavam ocultar a situação real da empresa.
Atenção
Também devemos destacar as possibilidades de outros ilícitos, como espionagem industrial e empresarial, manipulação de informações e
compras atreladas a benefícios pessoais, além do pagamento efetivo de propinas e roubo de ativos (WELLS, 2008).
O Decreto nº 8.420/2015, que regulamentou a Lei Anticorrupção, menciona as ações de compliance que devem ser observadas pelo
programa de integridade das pessoas jurídicas que mantiverem relações com o serviço público, tal como se destaca a seguir:
O Brasil se esforçou para avançar com as legislações de combate à corrupção em conformidade com o movimento internacional verificado
no histórico de adoção do compliance.
O compliance não é um assunto somente jurídico, apesar de também atuar nessa esfera (no que se refere à necessidade de atendimento às
regras oficialmente impostas). A política de compliance passou a ser encarada como uma medida de melhoria de gestão; afinal, o
profissional atuante na área demanda por capacitação constante e grande conhecimento técnico, pois o assunto ultrapassa o atendimento
de normas, procedimentos e regulamentos (BLOK, 2017).
A implementação da política de compliance para o combate à corrupção é uma das fases,
sendo o início do movimento necessário. No entanto, também é essencial que os stakeholders
promovam o fortalecimento do controle e a avaliação de quem cumpre as determinações no
que tange às metas éticas e legais definidas pela empresa.
O profissional que atua no compliance é comumente conhecido como compliance officer. Ele é o funcionário habilitado para a
análise das demonstrações contábeis e o atendimento dos diversos tipos de procedimentos definidos pela organização. O cargo
mais conhecido nessa atividade é o de auditor interno, que deve ser ocupado por alguém com competência profissional e
habilidades pessoais adequadas à função (RAMOS, 1991).
(Fonte: TierneyMJ / Shutterstock).
As auditorias internas devem ocorrer constantemente. As externas, por sua vez, também
devem ser programadas. Recomenda-se a avaliação periódica do perfil e da integridade moral
dos stakeholders pertencentes à organização.
Por conta da necessidade dessas auditorias, a figura do auditor interno foi muito valorizada. Ele já faz parte do quadro da instituição, tendo
acesso mais fácil às informações e contribuindo com as atividades realizadas pelas auditorias externas. Além dessas vantagens, o auditor
interno é capacitado para detectar, de modo mais rápido, possíveis irregularidades que venham a prejudicar as finanças, o patrimônio, os
funcionários e os sistemas de qualidade da empresa. A autonomia para a obtenção das informações torna-se um critério essencial para o
bom desempenho das atividades do auditor (ATTIE, 2011).
Attie (2011) afirma que o controle interno permite que a organização conheça não somente irregularidades associadas a atos intencionais,
mas também aquelas que foram cometidas de maneira não intencional. O controle interno, ainda que bem executado, não pode garantir a
inexistência de futuras fraudes e irregularidades. Para o autor:
"Bons controles internos previnem contra a fraude e
minimizam os riscos de erros e anormalidades, porque, por
si só, não bastam para evitá-los. Assim, por exemplo, a
segregação de uma operação em fases distintas,
confiadas a diversas pessoas, reduz o risco de
irregularidades; porém, não podem evitar que estas
ocorram se as diversas pessoas que intervêm no processo
se puserem de acordo para cometer algum ato fraudulento.
Não obstante isso, os outros elementos do sistema podem,
em alguns casos, atuar como controles independentes que
revelam a manobra."
- ATTIE, 2011, p. 126, grifo nosso
Já a auditoria externa, apesar de representar um custo adicional à folha de pagamento de funcionários, tem como função validar a
veracidade das informações geradas pela auditoria interna. Como não possui vínculo com a organização, ela ainda oferece mais
credibilidade ao público em geral e perante os órgãos de controle (CREPALDI, 2009). O parecer de auditoria atualmente é conhecido como
emissão de opinião do auditor, tendo como escopo a apresentação dos fatos verificados após uma análise documental realizada em que
são relatados os riscos associados às não conformidades encontradas.
(Fonte: Andrey_Popov / Shutterstock).
1. Qual das legislações indicadas a seguir, também conhecida como Lei Anticorrupção, representou um grande avanço para o cenário legal
brasileiro devido à possibilidade de também penalizar as pessoas jurídicas de dinheiro privado que cometerem atos de corrupção?
a) Lei nº 4.717/1965
b) Lei nº 8.429/1992
c) Lei Complementar nº 135/2010
d) Lei nº 12.529/2011
e) Lei nº 12.846/2013
2. Sobre as vantagens diretas que a atuação do auditor pode trazer para a empresa, podemos destacar:
BBC NEWS. Escândalo da Siemens 'ensinou empresários alemães a não pagar propina'. 2013. Disponível em:
https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2013/08/130812_siemens_escandalo_dg. Acesso em: 3 jun. 2019.
Considerações finais
BBC. WorldCom
A prática admite nova
do compliance fraude em
tem crescido no balanços.
âmbito das2002. Disponívelpor
organizações em:conta da força de determinações legais (como nos casos das
https://www.bbc.com/portuguese/economia/020809_wccg2.shtml. Acesso em:organizações
instituições financeiras que operam na bolsa de valores) ou pela percepção das 12 jun. 2019. de que a adoção dessa prática resulta em
A sua importância está na necessidade da adoção de uma política vigilante para a redução das probabilidades de fraudes, assim como dos
BITTENCOURT, S. Comentários à lei anticorrupção: Lei 12.846/2013. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2014.
riscos inerentes às organizações. A vigilância propicia a minimização das chances de prejuízos financeiros e de imagem, além de contribuir
para a melhoria das transações realizadas com os stakeholders do negócio.
BLOK, M. Compliance e governança corporativa: atualizado de acordo com a Lei Anticorrupção brasileira (Lei 12.846) e o Decreto-Lei
8.421/2015. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2017.
Como vimos, a adoção de técnicas de compliance contribui para que sejam evitadas as práticas de corrupção estabelecidas nas relações da
iniciativa privada com o setor público.
BRASIL. Convenção da OCDE contra o suborno transnacional. 2016.
BRASIL. Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Código Penal. Brasília, 31 dez. 1940.
BRASIL. Decreto nº 8.420, de 18 de março de 2015. Regulamenta a Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013, que dispõe sobre a
responsabilização administrativa de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira e dá
outras providências. Brasília, 19 mar. 2015.
BRASIL. Lei nº 9.613, de 3 de março de 1998. Dispõe sobre os crimes de "lavagem" ou ocultação de bens, direitos e valores; a prevenção da
utilização do sistema financeiro para os ilícitos previstos nesta Lei; cria o Conselho de Controle de Atividades Financeiras – COAF, e dá
outras providências.
BRASIL. Lei n. 12.846, de 1º de agosto de 2013. Dispõe sobre a responsabilização administrativa e civil de pessoas jurídicas pela prática de
atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira, e dá outras providências. Disponível em:
//www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/lei/l12846.htm. Acesso em: 31 maio 2019.
BRASIL. Resolução nº 3.198, de 27 de maio de 2004. Altera e consolida a regulamentação relativa à prestação de serviços de auditoria
independente para as instituições financeiras, demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil e para as câmaras e
prestadores de serviços de compensação e de liquidação.
CANDELORO, A. P. P.; RIZZO, M. B. M. de; PINHO, V. Compliance 360º: riscos, estratégias, conflitos e vaidades no mundo corporativo. 2. ed.
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WELLS, J. T. Principles of fraud examination. 2. ed. Hoboken, New Jersey: John Wiley & Sons, 2008.
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