Peste Negra

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1.Introdução....................................................................0
1.1 Objectivos.................................................................1
1.1.1 Geral.......................................................................1
1.1.2 Específicos.............................................................1
1.2 Metodologias.............................................................1
2. Conceito de Peste Negra.............................................1
2.1 Porquê da designação"peste negra"..........................2
2.1.1 Origem da peste negra............................................2
2.2 Formas clínicas da Peste...........................................3
2.2.1 Peste Bubônica.......................................................3
2.2.2 Peste Septicêmica Primária....................................3
2.2.3 Peste Pneumônica...................................................4
3. Formas de transmissão da Peste Negra.......................5
4. Principais Sintomas da Peste Negra............................5
5. Como é feito o Diagnostico.........................................7
6. Formas de Tratamento.................................................8
7. Formas de Prevenção..................................................8
7.1. Causas......................................................................8
7.2. Consequências..........................................................9
8. Conclusões................................................................10
9.Bibliografia................................................................11

1.Introdução

Desconhecendo as origens biológicas da doença, muitos


culpavam os grupos sociais marginalizados da Baixa
Idade Média por terem trazido a doença à Europa. Alguns
registos da época acusavam os judeus, os leprosos e os
estrangeiros de terem disseminado os horrores causados
pela peste negra. No entanto, as condições de vida e
higiene nos ambientes urbanos do século XIV são
apontadas como as principais propulsoras da epidemia.
1
Na época, as cidades medievais agrupavam
desordeiramente uma grande quantidade de pessoas. O
lixo e o esgoto corriam a céu aberto, atraindo insectos e
roedores portadores da peste. Os hábitos de higiene
pessoais ofereciam grande risco, pois os banhos não
faziam parte da rotina das pessoas. Além disso, os
aglomerados urbanos contribuíram enormemente para a
rápida proliferação da peste. Ao chegar a uma cidade, a
doença se instalava durante um período entre quatro e
cinco meses.

Como a ciência biológica ainda não havia se desenvolvido


na época da peste negra, as causas da doença eram
atribuídas a origens sobrenaturais e, principalmente, a
“bodes expiatórios”, como povos estrangeiros, em
especial os judeus, gerando, assim, além da catástrofe
natural, uma grande tensão social.

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1.1 Objectivos

1.1.1 Geral

Estudar a problemática da peste negra e a crise no século


XIV

1.1.2 Específicos

Apresentar o conceito da Peste Negra

3
Indicar as medidas de prevenção e mitigação da Peste
Negra

1.2 Metodologias

Metodologia é “caminho ou a via para a realização de


algo” é o processo para se atingir um determinado fim ou
para se chegar ao conhecimento. Metodologia é o campo
em que se estuda os melhores métodos praticados em
determinada área para a produção do conhecimento.

De acordo com Ferrari (1974), o método científico é um


traço característico da ciência, constituindo-se em
instrumento básico que ordena, inicialmente, o
pensamento em sistemas e traça os procedimentos do
cientista ao longo do caminho até atingir o objectivo
científico preestabelecido.

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Trata-se de uma revisão bibliográfica de carácter
dissertativo e explicativo, desenvolvido a partir de
materiais já elaborados, como dissertações, teses e artigos
científicos. Sendo que Para elaboração do presente
trabalho, recorreu-se essencialmente na pesquisa a
internet, como nossa principal fonte de informação,
devidamente anotada no campo das referencias
bilbiograficas

2. Conceito de Peste Negra

A peste negra foi uma pandemia que se deflagrou na


Europa, no século XIV, provocando uma das maiores
baixas populacionais da história desse continente. A peste
negra foi uma pandemia que acometeu a Europa no século
XIV provocada pelo bacilo Yersinia pestis e deflagrada a
partir do ano de 1348. Esse acontecimento figurou entre
aqueles que caracterizaram a crise da Baixa Idade Média,

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sendo os outros as revoltas camponesas no século XIV e
a crise do feudalismo.

A peste é uma infecção bacteriana grave transmitida pela


bactéria Yersinia pestis, presente em todos os continentes
do mundo menos na Oceânia. Humanos adquirem a
doença quando são mordidos por uma pulga infectada ou
entram em contacto com material infectado, por exemplo
muco.

Existem três formas de infecção pela peste negra,


dependendo da rota que a bactéria faz: bubônica,
septicêmica e pneumônica.

2.1 Porquê da designação"peste negra"

A peste era chamada de negra porque ela


causava manchas negras na pele das pessoas, fruto das
infecções provocadas pelo bacilo. Essa peste também
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ficou conhecida como bubônica por
provocar bubões ou bubos, isto é, inchaços infecciosos
no sistema linfático, sobretudo nas regiões das axilas,
virilha e pescoço. (Dinis, 1999).

2.1.1 Origem da peste negra

Vários historiadores sugerem que a origem da peste negra


seja asiática, especificamente chinesa. Sua inserção na
Europa teria ocorrido por meio de caravanas comerciais
que se dirigiam para cidades portuárias do Mar
Mediterrâneo, como Génova e Veneza, nas quais havia
intensa actividade comercial e grande concentração
demográfica. Aproximadamente ¼ da população europeia
sucumbiu com a doença, o que provocou um dos maiores
decréscimos demográficos da história.

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A peste é uma doença infecciosa aguda, transmitida
principalmente por picada de pulga infectada. A doença
se manifesta sob três formas clínicas principais:

 Bubônica;

 Septicêmica;

 Pneumônica.

A doença é conhecida popularmente como “peste negra”,


“febre do rato” ou “doença do rato”.

2.2 Formas clínicas da Peste

2.2.1 Peste Bubônica

É a mais comum no Brasil. O quadro clínico se apresenta


com calafrios, cefaleia intensa, febre alta, dores
generalizadas, mialgias, anorexia, náuseas, vômitos,
confusão mental, congestão das conjuntivas, pulso rápido
e irregular, taquicardia, hipotensão arterial, prostração e
8
mal-estar geral. Os casos da forma bubônica podem, com
certa frequência, apresentar sintomatologia moderada ou
mesmo benigna. No 2º ou 3º dia de doença, aparecem as
manifestações de inflamação aguda e dolorosa dos
linfonodos da região, ponto de entrada da Y. pestis. É o
chamado bubão pestoso, formado pela conglomeração de
vários linfonodos inflamados. O tamanho varia 1 a 10cm;
a pele do bubão é brilhante, distendida e de coloração
vermelho escura; é extremamente doloroso e
frequentemente se fistuliza, com drenagem de material
purulento. Podem ocorrer manifestações hemorrágicas e
necróticas, devido à ação da endotoxina bacteriana sobre
os vasos. (Dinis, 1999)

2.2.2 Peste Septicêmica Primária

É uma forma muito rara, na qual não há reações


ganglionares visíveis. É caracterizada pela presença
permanente do bacilo no sangue. O início é fulminante,
9
com febre elevada, pulso rápido, hipotensão arterial,
grande prostração, dispneia, fácies de estupor,
dificuldade de falar, hemorragias cutâneas, às vezes
serosas e mucosas e até nos órgãos internos. De modo
geral, a peste septicêmica aparece na fase terminal da
peste bubônica não tratada.

2.2.3 Peste Pneumônica

Segundo Urismo, (1541) Pode ser secundária à peste


bubônica ou septicêmica, por disseminação hematógena.
É a forma mais grave e mais perigosa da doença, pelo seu
quadro clínico e pela alta contagiosidade, podendo
provocar epidemias explosivas. Inicia-se com quadro
infeccioso grave, de evolução rápida, com abrupta
elevação térmica, calafrios, arritmia, hipotensão, náuseas,
vômitos, astenia, obnubilação mental. A princípio, os
sinais e sintomas pulmonares são discretos e ausentes.

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Depois surge dor no tórax, respiração curta e rápida,
cianose, expectoração sanguinolenta ou rósea, fluida,
muito rica em micro-organismos. Surgem fenômenos de
toxemia, delírio, coma e morte, se nãohouver instituição
do tratamento precoce e adequado.

 Período de infecção – cerca de 5 dias após os micro-


organismos inoculados difundem-se pelos vasos
linfáticos até os linfonodos regionais, que passarão a
apresentar inflamação, edema, trombose e necrose
hemorrágica, constituindo os característicos bubões
pestosos. Quando se institui tratamento correto, este
período se reduz para 1 ou 2 dias.

 Período toxêmico – dura de 3 a 5 dias, correspondendo


ao período de bacteremia. A ação da toxina nas
arteríolas e capilares determina hemorragias e necrose.
Petéquias e equimose são encontradas quase sempre
na pele e mucosas. Há hemorragias nas cavidades
serosas,nos aparelhos respiratórios, digestivos e
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urinários. Nos casos graves, essas manifestações
conferirão à pele um aspecto escuro.

 Remissão – em geral, inicia-se por volta do 8º dia e


caracteriza-se por uma regressão dos sintomas, com a
febre caindo em lise e os bubões reabsorvidos ou
fistulados. Quando o quadroé de peste bubônica, pode
haver remissão mesmo sem tratamento, em uma
proporçãoconsiderável dos casos, entretanto, nos casos
da peste pneumônica, se não for instituída terapia
adequada, o óbito ocorre em poucos dias.

3. Formas de transmissão da Peste Negra

Segundo, Dinis, (1999) A transmissão da Peste na forma


bubônica ocorre por meio da picada de pulgas infectadas.
Na forma pneumônica, a transmissão se dá por gotículas
aerógenas lançadas pela tosse no ambiente.

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A maior transmissibilidade se dá no período sintomático,
em que o bacilo circula no organismo em maiores
quantidades. A transmissibilidade da peste pneumônica
ocorre no início da expectoração, permanecendo
enquanto houver bactérias no trato respiratório.

O período de incubação geralmente é de 2 a 6 dias na


peste bubônica e de 1 a 3 dias na peste pneumônica.

4. Principais Sintomas da Peste Negra

Os sintomas da peste variam de acordo com as formas


clínicas. 

Na Peste Bubônica, os sintomas são:


1. Febre alta;

2. Calafrios;

3. Dor de cabeça intensa;

4. Dores generalizadas;

13
5. Falta de apetite;

6. Náuseas;

7. Vómitos;

8. Confusão mental;

9. Olhos avermelhados;

10. Pulso rápido e irregular;

11. Pressão arterial baixa;

12. Prostração e mal-estar geral;

Na Peste Septicêmica, os sintomas são:


1. Febre alta;

2. Calafrios;

3. Dor de cabeça intensa;

4. Dores generalizadas;

5. Falta de apetite;

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6. Náuseas;

7. Vômitos;

8. Confusão mental;

9. Olhos avermelhados;

10. Pulso rápido;

11. Hipotensão arterial;

12. Prostração;

13. Dispneia;

14. Estado geral grave;

15. Dificuldade na fala;

16. Hemorragias;

17. Necrose dos membros;

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Na Peste Pneumônica, além dos sintomas comuns às
outras duas formas clínicas, o paciente ainda
apresenta:
1. Dor no tórax;

2. Respiração curta e rápida;

3. Dispneia;

4. Cianose;

5. Expectoração sanguinolenta;

6. Delírio;

5. Como é feito o Diagnostico

O diagnóstico laboratorial da Peste é feito mediante o


isolamento e a identificação da bactéria Y. pestis em
amostras de aspirado de bubão, escarro e sangue. Pode-se
realizar imunofluorescência direta e também sorologia,
por meio das técnicas de hemaglutinação/inibição da
hemaglutinação (PHA/PHI), ELISA, Dot-ELISA, e

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bacteriológica por meio de cultura e hemocultura.
(Urismo, 1541)

A forma septicêmica deve ser diferenciada de


septicemias bacterianas, das mais diversas naturezas, e de
doenças infecciosas de início agudo e de curso rápido e
grave. Nas áreas endêmicas de tifo exantemático, tifo
murino e febre maculosa, pode haver dificuldade
diagnóstica com a septicemia pestosa. (Dinis, 1999)

A peste pulmonar, pela sua gravidade, deve ser


diferenciada de outras pneumonias, broncopneumonias e
estados sépticos graves.

A suspeita diagnóstica pode ser difícil no início de uma


epidemia ou quando é ignorada a existência da doença
em uma localidade, já que suas primeiras manifestações
são semelhantes a muitas outras infecções bacterianas. A
história epidemiológica compatível facilita a suspeição
do caso.
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6. Formas de Tratamento

O tratamento da peste deve ser feito com antibióticos. Ele


deve ser instituído precoce e intensivamente. Não se
deve, em hipótese alguma, aguardar os resultados de
exames laboratoriais, devido à gravidade e rapidez da
instalação do quadro clínico que a peste provoca.

O ideal é que se institua a terapêutica específica nas


primeiras 15 horas após o início dos sintomas, para evitar
complicações e morte. (Dinis, 1999)

7. Formas de Prevenção

Algumas medidas simples podem ser adotadas para


prevenir a Peste. 

 Evitar contato com roedores silvestres e suas pulgas.

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 Evitar contato com animais sinantrópicos, que se
adaptaram a viver junto ao homem, pois eles podem
estar infestados por pulgas infectadas.

7.1. Causas

Inicialmente, os principais agentes transmissores da


doença eram os ratos e as pulgas, que se proliferavam
com facilidade tanto nas cidades quanto nos vilarejos
menores em razão das condições precárias de higiene.
Posteriormente, na fase mais crítica da pandemia, a
contaminação ocorria por via aérea. Por meio de espirros
ou tosse, o bacilo acabava sendo transmitido pelo ar.

7.2. Consequências

A situação agravou-se de tal forma que a quantidade de


mortos excedia a quantidade de pessoas aptas a enterrá-

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los. A cultura medieval foi profundamente afetada pela
atmosfera catastrófica provocada pela peste. Várias
pinturas da época expunham imagens da chamada “dança
macabra” ou a “dança da morte”, em que pessoas de
várias ordens sociais eram representadas juntas, dançando
com esqueletos que simbolizavam o potencial destrutivo
da morte.

Na literatura também figuraram vários relatos da peste e


do impacto que ela produziu. Um dos mais famosos é do
autor italiano Giovanni Boccaccio e de seu famoso
livro Decameron, no qual podemos ler o seguinte relato:
“A Peste, em Florença, não teve o mesmo
comportamento que no Oriente. Neste, quando o
sangue saía pelo nariz, fosse de quem fosse, era sinal
evidente de morte inevitável. Em Florença,
apareciam no começo, tanto em homens como nas
mulheres, ou na virilha ou na axila, algumas
inchações. Algumas destas cresciam como maçãs;

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outras, como um ovo; cresciam umas mais, outras
menos, chamava-as o populacho de bubões. Dessas
duas referidas partes do corpo logo o tal tumor
mortal passava a repontar e a surgir por toda
parte.” (BOCCACCIO, 1975).

8. Conclusões

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Conforme os acontecimentos ocorridos no século XIV, no
que se refere à epidemia da peste negra, pudemos
observar as diferentes formas de representações dos fatos,
relacionadas a possíveis causas da enfermidade e seu
contágio. A peste é um perigo potencial para as
populações devido à persistência da infecção em roedores
silvestres. Se não tratada corretamente, pode levar à
morte. A maior transmissibilidade da peste se dá no
período sintomático, em que o bacilo circula no
organismo em maiores quantidades. A transmissibilidade
da peste pneumônica ocorre no início da expectoração,
permanecendo enquanto houver bactérias no trato
respiratório.

Na peste bubônica a principal forma de transmissão é


pela picada de pulgas infectadas.

Na peste pneumônica a transmissão se dá pelas gotículas


transportadas pelo ar. Tecidos de animais infectados,
fezes de pulgas e culturas de laboratório também são
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fontes de transmissão para quem os manipula sem
obedecer às regras de biossegurança.

O período de incubação geralmente é de dois a seis dias


na peste bubônica e de um a três dias na peste
pneumônica. Pode ser confundida com as adenites
regionais supurativas, linfogranuloma venéreo, cancro
mole, tularemia e sífilis.

A peste também pode ser confundida com leishmaniose


tegumentar americana em sua fase inicial (“leishmaniose
bubônica”). Para ser eficaz, o tratamento deve ser
precoce e correto.

O ideal é instituir o tratamento nas primeiras 15 horas


após o início dos sintomas. Não se deve, portanto,
condicionar o tratamento aos resultados de exames
laboratoriais. Os antibióticos de eleição são: tetraciclinas,
estreptomicina, cloranfenicol.

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9.Bibliografia

1. Dessennius B. De peste. [Catálogo de obras raras].


Coimbra: Biblioteca Geral da Universidade de
Coimbra;1568. [Mimeo
2. Diniz A. S. Epidemia: história epistemológica e
cultural. Revista Política & Trabalho 1999;
(15):179-192. Czeresnia D. Do contágio à
transmissão: ciência e cultura na gênese do
conhecimento epidemiológico. Rio de Janeiro:
Fiocruz;1997.
3. MAAKAROUN, Marília de Freitas (et al). Tratado
de adolescência: um estudo multidisciplinar. Rio de
Janeiro: Cultura Médica, 1991. p. 407-415.

24
4. Ursino G. Elegia de peste. [Catálogo de obras raras].
Coimbra: Biblioteca Geral da Universidade de
Coimbra; 1541. [Mimeo]

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