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Daniel

O documento discute os principais tipos de poluição ambiental, incluindo a poluição das águas, atmosférica e como a revolução industrial contribuiu para o aumento da poluição. A poluição das águas ocorre quando grandes volumes de resíduos são despejados em rios, lagos e oceanos, excedendo sua capacidade de autolimpeza. A poluição atmosférica é causada principalmente por emissões industriais e veículos a motor, liberando gases e partículas prejudiciais à saúde humana. A revol

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O documento discute os principais tipos de poluição ambiental, incluindo a poluição das águas, atmosférica e como a revolução industrial contribuiu para o aumento da poluição. A poluição das águas ocorre quando grandes volumes de resíduos são despejados em rios, lagos e oceanos, excedendo sua capacidade de autolimpeza. A poluição atmosférica é causada principalmente por emissões industriais e veículos a motor, liberando gases e partículas prejudiciais à saúde humana. A revol

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Marizete Raposo do Nascimento

degradação do meio ambiente e as queimadas

Professora : Gleicieda

Turma: 9 ano A

Aluno : Daniel Isaac oliveira Cabral

degradação do meio ambiente e as queimadas


POLUIÇÃO

Dá-se o nome de poluição a qualquer degradação (deterioração, estrago) das


condições ambientais, do habitat de uma coletividade humana. É uma perda,
mesmo que relativa, da qualidade de vida em decorrência de mudanças ambientais.
São chamados de poluentes os agentes que provocam a poluição, como um ruído
excessivo, um gás nocivo na atmosfera, detritos que sujam os rios ou praias ou
ainda um cartaz publicitário que degrada o aspecto visual de uma paisagem. Seria
possível relacionar centenas de poluentes e os tipos de poluição que ocasionam,
mas vamos citar apenas mais dois exemplos.

Um deles são os agrotóxicos (DDT, inseticidas, pesticidas), muito utilizados para


combater certos microrganismos e pragas, em especial na agricultura. Ocorre que o
acúmulo desses produtos acaba por contaminar os alimentos com substâncias
nocivas à saúde humana, às vezes até cancerígenas. Outro exemplo é o das
chuvas ácidas, isto é, precipitações de água atmosférica carregada de ácido
sulfúrico e de ácido nítrico. Esses ácidos, que corroem rapidamente a lataria dos
automóveis, os metais de pontes e outras construções, além de afetarem as plantas
e ocasionarem doenças respiratórias e da pele nas pessoas, são formados pela
emissão de dióxido de enxofre e óxidos de nitrogênio por parte de certas indústrias.
Esses gases, em contato com a água da atmosfera, desencadeiam reações
químicas que originam aqueles ácidos. Muitas vezes essas chuvas ácidas vão
ocorrer em locais distantes da região poluidora, inclusive em países vizinhos, devido
aos ventos que carregam esses gases de uma área para outra.

O problema da poluição, portanto, diz respeito à qualidade de vida das


aglomerações humanas. A degradação do meio ambiente do homem provoca uma
deterioração dessa qualidade, pois as condições ambientais são imprescindíveis
para a vida, tanto no sentido biológico como no social.

A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL E A POLUIÇÃO.

Foi a partir da revolução industrial que a poluição passou a constituir um problema


para a humanidade. É lógico que já existiam exemplos de poluição anteriormente,
em alguns casos até famosos (no Império Romano, por exemplo). Mas o grau de
poluição aumentou muito com a industrialização e urbanização, e a sua escala
deixou de ser local para se tornar planetária. Isso não apenas porque a indústria é a
principal responsável pelo lançamento de poluentes no meio ambiente, mas também
porque a Revolução Industrial representou a consolidação e a mundialização do
capitalismo, sistema sócio-econômico dominante hoje no espaço mundial. E o
capitalismo, que tem na indústria a sua atividade econômica de vanguarda, acarreta
urbanização, com grandes concentrações humanas em algumas cidades. A própria
aglomeração urbana já é por si só uma fonte de poluição, pois implica numerosos
problemas ambientais, como o acúmulo de lixo, o enorme volume de esgotos, os
congestionamentos de tráfego etc.

Mas o importante realmente é que o capitalismo é um sistema econômico voltado


para a produção e acumulação constante de riquezas. E tais riquezas nada mais
são do que mercadorias, isto é, bens e serviços produzidos - geralmente em grande
escala - para a troca, para o comércio. Praticamente tudo que existe, e tudo o que é
produzido, passa a ser mercadoria com o desenvolvimento do capitalismo.
Sociedades, indivíduos, natureza, espaço, mares, florestas, subsolo: tudo tem de
ser útil economicamente, tudo deve ser utilizado no processo produtivo. O
importante nesse processo não é o que é bom ou justo e sim o que trará maiores
lucros a curto prazo. Assim derrubam-se matas sem se importar com as
consequências a longo prazo; acaba-se com as sociedades preconceituosamente
rotuladas de “primitivas”, porque elas são vistas como empecilhos para essa forma
de “progresso”, entendido como acumulação constante de riquezas, que se
concentram sempre nas mãos de alguns.

A partir da Revolução Industrial, com o desenvolvimento do capitalismo, a natureza


vai pouco a pouco deixando de existir para dar lugar a um meio ambiente
transformado, modificado, produzido pela sociedade moderna. O homem deixa de
viver em harmonia com a natureza e passa a dominá-la, dando origem ao que se
chama de segunda natureza: a natureza modificada ou produzida pelo homem -
como meio urbano, por exemplo, com seus rios canalizados, solos cobertos por
asfalto, vegetação nativa completamente devastada, assim como a fauna original da
área, etc. - , que é muito diferente da primeira natureza, a paisagem natural sem
intervenção humana.

Contudo, esse domínio da tecnologia moderna sobre o meio natural traz


consequências negativas para a qualidade da vida humana em seu ambiente. O
homem, afinal, também é parte da natureza, depende dela para viver, e acaba
sendo prejudicado por muitas dessas transformações, que degradam sua qualidade
de vida.

A POLUIÇÃO DAS ÁGUAS

Desde os tempos mais remotos o homem costuma lançar seus detritos nos cursos
de água. Até a Revolução Industrial, porém, esse procedimento não causava
problemas, já que os rios, lagos e oceanos têm considerável poder de autolimpeza,
de purificação. Com a industrialização, a situação começou a sofrer profundas
alterações. O volume de detritos despejados nas águas tornou-se cada vez maior,
superando a capacidade de purificação dos rios e oceanos, que é limitada. Além
disso, passou a ser despejada na água uma grande quantidade de elementos que
não são biodegradáveis, ou seja, não são decompostos pela natureza. Tais
elementos - por exemplo, os plásticos, a maioria dos detergentes e os pesticidas -
vão se acumulando nos rios, lagos e oceanos, diminuindo a capacidade de retenção
de oxigênio das águas e, consequentemente, prejudicando a vida aquática.

A água empregada para resfriar os equipamentos nas usinas termelétricas e


atomelétricas e em alguns tipos de indústrias também causa sérios problemas de
poluição. Essa água, que é lançada nos rios ainda quente, faz aumentar a
temperatura da água do rio e acaba provocando a eliminação de algumas espécies
de peixes, a proliferação excessiva de outras e, em alguns casos, a destruição de
todas.

Um dos maiores poluentes dos oceanos é o petróleo. Com o intenso tráfego de


navios petroleiros, esse tipo de poluição alcança níveis elevadíssimos. Além dos
vazamentos causados por acidente, em que milhares de toneladas de óleo são
despejados na água, os navios soltam petróleo no mar rotineiramente, por ocasião
de lavagem de seus reservatórios. Esses resíduos de petróleo lançados ao mar com
a água da lavagem representam cerca de 0,4 a 0,5% da carga total.

A POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA

A poluição atmosférica caracteriza-se basicamente pela presença de gases tóxicos


e partículas sólidas no ar. As principais causas desse fenômeno são a eliminação
de resíduos por certos tipos de indústrias (siderúrgicas, petroquímicas, de cimento,
etc.) e a queima de carvão e petróleo em usinas, automóveis e sistemas de
aquecimento doméstico.

O ar poluído penetra nos pulmões, ocasionando o aparecimento de várias doenças,


em especial do aparelho respiratório, como a bronquite crônica, a asma e até o
câncer pulmonar. Esses efeitos são reforçados ainda pelo consumo de cigarros.

Nos grandes centros urbanos, tornam-se frequentes os dias em que a poluição do


ar atinge níveis críticos, seja pela ausência de ventos, seja pelas inversões
térmicas, que são períodos nos quais cessam as correntes ascendentes do ar,
importantes para a limpeza dos poluentes acumulados nas camadas próximas à
superfície.

A maioria dos países capitalistas desenvolvidos já possui uma rigorosa legislação


antipoluição, que obriga certas fábricas a terem equipamentos especiais (filtros,
tratamento de resíduos, etc.) ou a usarem processos menos poluidores. Nesses
países também é intenso o controle sobre o aquecimento doméstico a carvão, o
escapamento dos automóveis, etc. Tais procedimentos alcançam resultados
consideráveis, embora não eliminem completamente o problema da poluição do ar.
Por exemplo, pesquisas realizadas há alguns anos mostraram que chapas de ferro
se corroem muito mais rapidamente em São Paulo do que em Chicago, apesar de
esta metrópole norte-americana possuir maior quantidade de indústrias e
automóveis em circulação.

Calcula-se que a poluição do ar tenha provocado um crescimento de teor de gás


carbônico na atmosfera, que teria sofrido um aumento de 14% entre 1830 e 1930.
Hoje em dia esse aumento é de aproximadamente 0,3% ao ano. Os desmatamentos
contribuem bastante para isso, pois a queima das florestas produz grande
quantidade de gás carbônico. Como o gás carbônico tem a propriedade de absorver
calor, pelo chamado “efeito estufa” , um aumento da proporção desse gás na
atmosfera pode ocasionar um aquecimento da superfície terrestre. Efeito estufa:
ação que certos gases exercem sobre a radiações do calor da terra, interceptando-
as e transmitindo-as de volta a superfície.

Baseados nesse fato, alguns cientistas estabeleceram a seguinte hipótese: com a


elevação da temperatura média na superfície terrestre, que no início do século XXI
será 2ºC mais alta do que hoje, o gelo existente nas zonas polares (calotas polares)
irá se derreter. Consequentemente, o nível do mar subirá cerca de 60 m, inundando
a maioria das cidades litorâneas de todo o mundo. Alguns pesquisadores pensam
inclusive que esse processo já começou a ocorrer a partir do final da década de 80.
Os verões da Europa e até da América têm sido a cada ano mais quente e algumas
medições constataram um aumento pequeno, de centímetros, do nível médio do
mar em algumas áreas litorâneas. Todavia, esse fato não é ainda admitido por
grande parte dos estudiosos do assunto.

Outra importante consequência da poluição atmosférica é o surgimento e a


expansão de um buraco na camada de ozônio, que se localiza na atmosfera -
camada atmosférica situada entre 20 e 80 Km de altitude.

O ozônio é um gás que filtra os raios ultravioleta do Sol. Se esses raios chegassem
à superfície terrestre com mais intensidade provocariam queimaduras na pele, que
poderiam até causar câncer, e destruiriam as folhas das árvores. O gás CFC -
clorofluorcarbono -, contido em sprays de desodorantes ou inseticidas, parece ser o
grande responsável pela destruição da camada de ozônio. Por sorte, esses danos
foram causados na parte da atmosfera situada acima da Antártida. Nos últimos anos
esse buraco na camada de ozônio tem se expandido constantemente.

OS PROBLEMAS AMBIENTAIS DOS GRANDES CENTROS

De modo geral, os problemas ecológicos são mais intensos nas grandes cidade que
nas pequenas ou no meio rural. Além da poluição atmosférica, as metrópoles
apresentam outros problemas graves:

Acúmulo de lixo e de esgotos. Boa parte dos detritos pode ser recuperada para a
produção de gás (biogás) ou adubos, mas isso dificilmente acontece. Normalmente,
esgotos e resíduos de indústrias são despejados nos rios. Com frequência esses
rios “morrem” (isto é, ficam sem peixe) e tornam-se imundos e malcheirosos. Em
algumas cidades, amontoa-se o lixo em terrenos baldios, o que provoca a
multiplicação de ratos e insetos.

Congestionamentos frequentes, especialmente nas áreas em que os automóveis


particulares são muito mais importantes que os transportes coletivos muitos
moradores da periferia das grandes cidades dos países do Sul, em sua maioria de
baixa renda, gastam três ou quatro horas por dia só no caminho para o trabalho.

Poluição sonora, provocada pelo excesso de barulho (dos veículos automotivos,


fábricas, obras nas ruas, grande movimento de pessoas e propaganda comercial
ruidosa). Isso pode ocasionar neuroses na população, além de uma progressiva
diminuição da capacidade auditiva.

Carência de áreas verdes (parques, reservas florestais, áreas de lazer e recreação,


etc.). Em decorrência de falta de áreas verdes agrava-se a poluição atmosférica, já
que as plantas através da fotossíntese, contribuem para a renovação do oxigênio no
ar. Além disso tal carência limita as oportunidades de lazer da população, o que faz
com que muitas pessoas acabem passando seu tempo livre na frente da televisão,
ou assistindo a jogos praticados por esportistas profissionais (ao invés de eles
mesmos praticarem esportes).

Poluição visual, ocasionada pelo grande número de cartazes publicitários, pelos


edifícios que escondem a paisagem natural, etc.

Na realidade, é nos grandes centros urbanos que o espaço construído pelo homem,
a segunda natureza, alcança seu grau máximo. Quase tudo aí é artificial; e, quando
é algo natural, sempre acaba apresentando variações, modificações provocadas
pela ação humana. O próprio clima das metrópoles - o chamado clima urbano -
constitui um exemplo disso. Nas grandes aglomerações urbanas normalmente faz
mais calor e chove um pouco mais que nas áreas rurais vizinhas; além disso,
nessas áreas são também mais comuns as enchentes após algumas chuvas.

As elevações nos índices térmicos do ar são fáceis de entender: o asfaltamento das


ruas e avenidas, as imensas massas de concreto, a carência de áreas verdes, a
presença de grandes quantidades de gás carbônico na atmosfera (que provoca o
efeito estufa), o grande consumo de energia devido à queima de gasolina, óleo
diesel querosene, carvão, etc., nas fábricas, residências e veículos são
responsáveis pelo aumento de temperatura do ar. Já o aumento dos índices de
pluviosidade se deve principalmente à grande quantidade de micropartículas
(poeira, fuligem) no ar, que desempenham um papel de núcleos higroscópicos que
facilitam a condensação do vapor de água da atmosfera. E as enchentes decorrem
da dificuldade da água das chuvas de se infiltrar no subsolo, pois há muito asfalto e
obras, o que compacta o solo e aumenta sua impermeabilização.

Todos esses fatores que provocam um aumento das médias térmicas nas
metrópoles somados aos edifícios que barram ou dificultam a penetração dos
ventos e à canalização das águas - fato que diminui o resfriamento provocado pela
evaporação - conduzem à formação de uma ilha de calor nos grandes centros
urbanos. De fato, uma grande cidade funciona quase como uma “ilha” térmica em
relação às suas vizinhanças, onde as temperaturas são normalmente menores.
Essa “ilha de calor” atinge o seu pico, o seu grau máximo, no centro da cidade.

A grande concentração de poluentes na atmosfera provoca também uma diminuição


da irradiação solar que chega até a superfície. Esse fato, juntamente com a fraca
intensidade dos ventos em certos períodos, dá origem às inversões térmicas.

O fenômeno da inversão térmica - comum, por exemplo, em São Paulo, sobretudo


no inverno - consiste no seguinte: o ar situado próximo à superfície, que em
condições normais é mais quente que o ar situado bem acima da superfície, torna-
se mais frio que o das camadas atmosféricas elevadas. Como o ar frio é mais
pesado que o ar quente, ele impede que o ar quente, localizado acima dele, desça.
Assim, não se formam correntes de ar ascendentes na atmosfera. Os resíduos
poluidores vão então se concentrando próximo da superfície, agravando os efeitos
da poluição, tal como irritação nos olhos, nariz e garganta dos moradores desse
local. As inversões térmicas são também provocadas pela penetração de uma frente
fria, que sempre vem por baixo da frente quente. A frente pode ficar algum tempo
estagnada no local, num equilíbrio momentâneo que pode durar horas ou até dias.

ÁGUA: UMA ESCASSEZ ANUNCIADA

O volume de água na Terra está estimado em 1 trilhão e 386 bilhões de quilômetros


cúbicos (Km3), sendo a maior parte - 97,2% desse total - formada pela água
salgada dos mares e oceanos. Algo como 1,8% da água total está estocada sob a
forma de neve ou gelo, no topo das grandes cadeias de montanhas ou nas zonas
polares. Outra porção é a água subterrânea, que abrange cerca de 0,9% desse
total, restando então a água atmosférica (0,001%) e os rios e lagos de água doce,
que ficam com somente 0,0092% dessa água do nosso planeta.

A cada ano, a energia do Sol faz com que um volume de aproximadamente 500.000
Km3 de água se evapore, especialmente dos oceanos, embora também de águas e
rios. Essa água retorna para os continentes e ilhas, ou para os oceanos, sob a
forma de precipitações: chuva ou neve. Os continentes e ilhas têm um saldo positivo
nesse processo. Estima-se que eles “retirem” dos oceanos perto de 40.000 Km3 por
ano. É esse saldo que alimenta as nascentes dos rios, recarrega os depósitos
subterrâneos, e depois retorna aos oceanos pelo deságue dos rios.

No entanto, o ritmo acelerado de desmatamentos das últimas décadas, e o


crescimento urbano e industrial, que necessita sempre de mais água, vem alterando
esse ciclo hidrológico. Estudos da ONU mostraram que o desmatamento e o
pastoreio excessivo diminuem a capacidade do solo em atuar como uma grande
esponja, absorvendo águas das chuvas e liberando seus conteúdos lentamente. Na
ausência de coberturas vegetais, e com solos compactados, a tendência das chuvas
é escorrer pela superfície e escoar rapidamente pelos cursos de água, o que traz
como consequência as inundações, aceleração no processo de erosão e diminuição
das estabilidade dos cursos de água, que ficam diminuídos fora do período de
cheias, comprometendo assim a agricultura e a pesca.

Não faltam sinal de escassez de água doce. O nível dos lençóis freáticos baixa
constantemente, muitos lagos encolhem e pântanos secam. Na agricultura, na
indústria e na vida doméstica, as necessidades de água não param de aumentar,
paralelamente ao crescimento demográfico e ao aumento nos padrões de vida, que
multiplicam o uso da água. Nos anos 50, por exemplo, a demanda de água por
pessoa era de 400 m3 por ano, em média no planeta, ao passo que hoje essa
demanda já é de 800 m3 por indivíduo. Em países cada vez mais populosos, ou
com carência em recursos hídricos, já se atingiu o limite de utilização de água.

Constatou-se que atualmente 26 países, a maioria situada no continente africano,


totalizando 235 milhões de pessoas, sofrem de escassez de água. As outras regiões
do mundo também não são poupadas. Sintomas de crises já se manifestam em
países que dispõem de boas reservas. Nos locais onde o nível de bombeamento
(extração) das águas subterrâneas é mais intenso que sua renovação natural, se
constata um rebaixamento do nível de lençóis freáticos, que, por esse motivo,
exigem maiores investimentos para serem explorados e ao mesmo tempo vão se
tornando mais salinos.

CRISE AMBIENTAL E CONSCIÊNCIA ECOLÓGICA

Desde a década de 70 a humanidade vem tomando consciência de que existe uma


crise ambiental planetária. Não se trata apenas de poluição de áreas isoladas, mas
de uma real ameaça à sobrevivência dos seres humanos, talvez até de toda a
biosfera. O notável acúmulo de armamentos nucleares nas décadas de 50, 60 e 70
ocasionou um sério risco de extermínio, algo que nunca tinha sido possível
anteriormente. A multiplicação de usinas nucleares levanta o problema do escape
de radiatividade para o meio ambiente e coloca a questão do que fazer com o
perigoso lixo atômico. O acúmulo de gás carbônico também na atmosfera
representa um risco de catástrofe, pois ocasiona o crescimento do efeito estufa, que
eleva as médias térmicas da maior parte dos climas do planeta.

Muitos outros problemas ambientais podem ser lembrados. Um deles é a


contaminação de alimentos por produtos químicos nocivos à saúde humana, como
agrotóxicos, adubos químicos, hormônios e medicamentos aplicados comumente ao
gado para que ele cresça mais rapidamente ou não contraia doenças. Podemos
acrescentar ainda a crescente poluição dos oceanos e mares, o avanço da
desertificação, o desmatamento acelerado das últimas grandes reservas florestais
originais do planeta (Amazônia, bacia do rio Congo e Taiga), a extinção irreversível
de milhares ou até milhões de espécies vegetais e animais, etc.
Podemos falar numa consciência ecológica da humanidade em geral, embora com
diferente ritmos - mais avançada no Norte e mais tardia nos países
subdesenvolvidos - , que se iniciou por volta da década de 70 e cresce a cada ano.
Trata-se da consciência de estarmos todos numa mesma “nave espacial”, o planeta
Terra, o único que conhecemos que possibilitou a existência de uma biosfera. Trata-
se ainda da consciência de que é imperativo para a própria sobrevivência da
humanidade modificar o nosso relacionamento com a natureza. A natureza deixa
aos poucos de ser vista como mero recurso inerte e passa a ser encarada como um
conjunto vivo do qual fazemos parte e com o qual temos que procurar viver em
harmonia.

QUEIMADAS

As queimadas provocam a redução da fertilidade pela perda de nutrientes por


lixiviação e altera o pH (potencial hidrogeniônico) do solo. Diminui a capacidade de
absorção de água do solo, provocando o seu ressecamento, podendo levar à
desertificação.
A fumaça provoca poluição da atmosfera, mudando a qualidade do ar, causando
danos à saúde das pessoas locais. Dificulta a visibilidade nas rodovias ocasionando
acidentes de trânsito. O hábito das queimadas aumenta o lançamento de gases de
efeito estufa, contribuindo para as alterações climáticas.

A utilização do fogo como instrumento agrícola gera diversos impactos ao meio


ambiente, entre eles a perda da biodiversidade. Vários motivos levam a degradação
ambiental, dentre os principais estão:

● corte;
● incêndios;
● atividades agropastoris.

Os desmatamentos e as queimadas são duas das maiores questões ambientais


enfrentadas pelo Brasil atualmente. Embora distintas, são práticas tradicionalmente
associadas, pois em sequência à derrubada da vegetação, quase sempre há a
queima do material vegetal (GONÇALVES et al, 2012).

O aumento das doenças respiratórias em razão dos gases e partículas nocivas


ocorrem episódios de grandes queimadas até hoje, principalmente nas nossas
áreas brasileiras mais produtivas:

● Cerrado;
● Pantanal;
● Amazônia.

São os biomas que mais sofrem com as queimadas ilegais.


Os números de destruição, inclusive, são muito grandes, pois em 2019, de janeiro a
agosto, num total de 113.743 Km 2 foi destruído pelas queimadas no Brasil,
segundo WWF – Brasil com dados do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais).

AS PRINCIPAIS CAUSAS DAS QUEIMADAS:

● Desmatamento, queimando as plantas menores para facilitar o corte


das árvores de médio e grande porte;
● Colheita manual de cana-de-açúcar, para facilitar o corte e a limpeza do
terreno dos canaviais; Balões e fogos de artifício que ocasionam
incêndios nas florestas; Vandalismo das pessoas que jogam bitucas de
cigarro nas margens das estradas, rodovias e terrenos abandonados;
● Disputa de terras, proprietários de terras provocam incêndio de forma
intencional motivados por brigas e consideradas queimadas criminais;
● Falta de chuvas, quando a umidade do ar está muito baixa na atmosfera
e no solo em regiões onde a pouca chuva.
·
As queimadas provocam um uso maior de agrotóxicos e herbicida, para o controle
de pragas e de plantas invasoras, sendo que esta prática agrava ainda mais a
questão ambiental, afetando os microrganismos do solo e contaminando o lençol
freático e os mananciais.

A contaminação da água pode atingir níveis de difícil ou até mesmo impossível


recuperação (GIGANTE et AL, 2007).

CÓDIGO FLORESTAL

O atual Código Florestal (Lei nº 12.651/ 2012) manteve a proibição do uso do fogo
na vegetação, porém com algumas exceções. Art. 38. É proibido o uso de fogo na
vegetação, exceto nas seguintes situações:

1. Em locais ou regiões que justifiquem o emprego do fogo em práticas


agropastoris ou florestais, mediante prévia aprovação do órgão estadual
ambiental;
2. Emprego da queima controlada em Unidades de Conservação, em
conformidade com o plano de manejo, visando ao manejo
conservacionista da vegetação nativa, cujas características ecológicas
estejam associadas evolutivamente à ocorrência do fogo;
3. Atividades de pesquisa científica vinculada a projeto de pesquisa
devidamente aprovado pelos órgãos competentes. (BRASIL, 2012).

O novo Código inovou ao incluir o uso da Queima Controlada nas Unidades de


Conservação nas quais exista um plano de manejo, privilegiando o Cerrado
Brasileiro que é um bioma cujas características ecológicas estão associadas à
ocorrência do fogo.

Outra importante novidade no Código Florestal vigente é seu artigo 40, no qual é
incumbido ao Governo Federal o estabelecimento de uma Política Nacional de:

● Manejo e Controle de Queimadas;


● Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais.

Essa medida pode gerar novos mecanismos e instrumentos para melhor


fiscalização e controle do fogo no país.

PREPARO DO SOLO

O preparo de solo é uma prática presente em todas as propriedades rurais


produtivas, e por isso assume importância como causa de impactos ambientais. As
operações de preparo de solo precisam ser realizadas com técnicas que protejam
contra a erosão.

Os usos das práticas conservacionistas podem garantir que o conjunto solo/água


seja preservado, evitando que ocorra erosão.

Assim como o preparo de solo, as outras operações como o plantio e os cultivos,


devem ser realizados em contorno para evitar erosão e ao mesmo tempo facilitar a
infiltração da água no solo, mantendo a umidade do solo, e abastecendo os lençóis
freáticos.

O sistema de plantio adotado na propriedade pode resultar em impactos ambientais


negativos, causando danos ambientais, ou em impactos positivos, com benefícios
para o meio ambiente.

Bibliografia

SANTOS, Isabelle Dias Carneiro et al. A avaliação de impacto ambiental e a


responsabilidade do Brasil diante da degradação ao meio ambiente. Interfaces
Científicas-Direito, v. 1, n. 2, p. 67-74, 2013.

COELHO, HEBERT ALVES; REZENDE, ELCIO NACUR. A RESPONSABILIDADE


CIVIL PELA DEGRADAÇÃO DO MEIO AMBIENTE ARTIFICIAL: POSSIBILIDADE?.
Ciências Sociais Aplicadas em Revista, v. 15, n. 29, p. 32-48, 2019.
NERES, Dorivan Aguiar dos Santos Luna; NERES, Raimundo Luna. Degradação do
meio ambiente Maranhense: Uma investigação com aporte nas leis ambientais
Degradation of the environment Maranhense: An investigation with input in
environmental laws. Brazilian Journal of Development, v. 7, n. 11, p. 101793-
101812, 2021.

DE ALMEIDA LIMA, Camila Rodrigues Neves. Degradação do meio ambiente e


trabalho escravo no Brasil: da (ir) racionalidade à normatividade. Revista Videre, v.
8, n. 15, p. 238-263, 2016.

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