Modelo Contestacao Incidente de Desconsideracao de Personalidade Juridica
Modelo Contestacao Incidente de Desconsideracao de Personalidade Juridica
Modelo Contestacao Incidente de Desconsideracao de Personalidade Juridica
COMARCA DE XXX.
Processo nº:
Requerente:
Requerido:
XXX, pessoa jurídica de direito privado, estabelecida na Avenida XXX, nº XXX, Bairro XXX,
na cidade de XXX, CEP: XXX, inscrita no CNPJ sob o nº XXX, representada por sua diretora-
presidente XXX, também parte ativa na presente demanda, brasileira, divorciada,
economista, inscrita no CPF sob o n.º XXX, vêm de forma respeitosa, à presença de Vossa
Excelência por seu advogado in fine assinado, com endereço eletrô nico XXX, com mandato
incluso em anexo, apresentar CONTESTAÇÃO pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.
1. Breve síntese da ação.
Trata-se de Incidente de Desconsideraçã o de Personalidade Jurídica, onde a requerente
aduz que as partes firmaram um acordo no processo nº XXX, sendo estabelecido nesse
acordo o pagamento de R$ 120.000,00 (cento e vinte mil reais) em 12 (doze) parcelas.
Relata que a requerida nã o adimpliu todas as parcelas desse acordo, pois ficaram em
aberto as parcelas vencidas em outubro, novembro e dezembro de 2017, no valor de R$
8.000,00 (oito mil reais) cada uma, bem como a parcela vencida em janeiro de 2018, no
valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais).
Em março de 2018, o valor atualizado do débito atingia a quantia de R$ 46.431,59
(quarenta e seis mil, quatrocentos e trinta e um reais e cinquenta e nove centavos), sendo
solicitado pela requerente a pesquisa acerca da existência e penhora de veículos, por meio
da ferramenta RENAJUD.
Entretanto, o oficial de justiça responsá vel nã o conseguiu cumprir o mandado até o
presente momento.
Ainda assim, afirma que tentou receber o débito por todos os meios executó rios, e que
todas essas tentativas restaram infrutíferas, restando a quantia atualizada de R$ 59.324,24
(cinquenta e nove mil trezentos e vinte e quatro reais e vinte e quatro centavos) a ser
executada.
Postula, ao final, a desconsideraçã o da personalidade jurídica da ré XXX, para que os só cios
passem a responder com seu patrimô nio pelo débito.
É a síntese do necessá rio.
2. Da gratuidade processual
Inicialmente trataremos do pedido em favor das requeridas, que fazem jus aos benefícios
da justiça gratuita.
A requerida Sra. XXX nã o possui condiçõ es de arcar com as custas do processo sem prejuízo
de seu pró prio sustento, tal como de sua família, fazendo jus aos benefícios da justiça
gratuita, conforme documentos que ora se junta.
O Novo Có digo de Processo Civil garante o direito à gratuidade de justiça aos que declaram
a condiçã o de hipossuficiência econô mica, sendo presumível quando se tratar de pessoa
natural e, consoante o que foi demonstrado, a requerida nã o possui proventos financeiros
para suportar as custas judiciais e honorá rios de advogado, caso reste sucumbente.
Além disso, conforme os documentos juntados em anexo, demonstra-se efetivamente que
as empresas nã o reú nem condiçõ es para arcar com as custas processuais.
Atualmente, o setor do mercado explorado pelas requeridas sofre grave crise, conforme se
demonstra com as notícias colacionadas em anexo.
Por sua vez, as empresas produtoras de louças sanitá rias, que pertencem a fase final da
obra, sofrem e sofreram ainda mais os influxos dessa grave crise.
Dessa forma, as empresas nã o possuem proventos financeiros para suportar as custas
judiciais e honorá rios de advogado, caso reste sucumbente.
Com base na premissa acima apresentada, assinala-se que o Novo Có digo de Processo Civil
de 2015 houve por bem em revogar parcialmente a Lei nº 1.060/50. Isto é, o Novo Diploma
estabelece como regra, quem faz jus ao benefício. É o que se extrai do art. 98:
Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com insuficiência de
recursos para pagar as custas, as despesas processuais e os honorá rios advocatícios têm
direito à gratuidade da justiça, na forma da lei. (Grifei e Negritei)
Somado a isso, determinar o recolhimento das custas impossibilitaria a tentativa de
continuidade de funcionamento das empresas, já bastante afetadas pela açã o sofrida, e,
principalmente pela atual situaçã o financeira do mercado.
Também deve-se considerar o alto valor atribuído à causa, que é a base de cá lculo para o
recolhimento das custas, e fixaçã o de honorá rios sucumbenciais.
Neste sentido, ante a comprovada incapacidade das requeridas, a jurisprudência já se
manifestou favorá vel para a concessã o das benesses da gratuidade processual:
AGRAVO DE INSTRUMENTO – AÇÃ O DE COBRANÇA – GRATUIDADE DA JUSTIÇA – PESSOA
JURÍDICA – Possibilidade de concessã o da gratuidade à s pessoas jurídicas, desde que fique
comprovada a sua impossibilidade de arcar com os encargos processuais – Sú mula 481 do
STJ – Existência, nos autos, de documentos comprobató rios de que a empresa recorrente
está inativa, sem rendimentos financeiros – Declaraçã o anual do microempresá rio
individual é suficiente para comprovar o faturamento da empresa - Gratuidade concedida,
ressalvado o direito da parte contrá ria de impugnar o benefício, na forma legal – RECURSO
PROVIDO.[1]
Processual. Gratuidade processual. Pessoa jurídica. Possibilidade de concessã o do
benefício. Art. 98, caput, do novo CPC. Necessidade entretanto de demonstraçã o
convincente da efetiva impossibilidade de custeio do processo. Ausência de presunçã o de
veracidade em torno da declaraçã o de pobreza. Inteligência do art. 99, § 3º, do mesmo CPC.
Sú mula nº 481 do STJ.[2]
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA CORTE ESPECIAL SÚMULA N. 481
Faz jus ao benefício da justiça gratuita a pessoa jurídica com ou sem fins lucrativos
que demonstrar sua impossibilidade de arcar com os encargos processuais.