Literatura Guinense Vs Sao Tomense
Literatura Guinense Vs Sao Tomense
Literatura Guinense Vs Sao Tomense
Nome de Estudante:
Joaquim da Conceição Pereira
Código de Estudante: 708206519
Introdução.........................................................................................................................3
1.1. Objectivos...................................................................................................................3
1.1.1. Objectivo Geral.......................................................................................................3
1.1.2. Objectivos Específicos............................................................................................3
1.2. Metodologia................................................................................................................3
2. Literatura São-tomense..................................................................................................4
2.1. Período da literatura são-tomense..............................................................................5
2.1.1. Colonial (segunda metade do séc. XV)...................................................................5
2.1.2. Período pós-colonial................................................................................................7
2.2. Literatura Guinense e sua periodização......................................................................8
2.2.1. Periodização da Literatura Guinense.......................................................................8
Conclusão........................................................................................................................10
Referências Bibliográficas...............................................................................................11
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1. Introdução
As literaturas africanas em língua portuguesa são literaturas que insistem na dependência da
questão da identidade e da cultura nacionais. Neste âmbito, não podemos separar a noção de
identidade da noção da língua. O uso da língua do colonizador, neste caso, do português,
aparece com uma dupla função - social e universalizante - onde o sujeito, o guineense, a
reinventa, tornando-a num veículo de estatuto e mudanças sociais.
1.1. Objectivos
1.1.1. Objectivo Geral
Diferenciar literatura são-tomense da literatura guinense.
1.2. Metodologia
2. Literatura São-tomense
As primeiras obras literárias do arquipélago datam do início do século XIX e foram
produzidas por autores portugueses que moraram alguns anos no país, como António Lobo de
Almada Negreiros, que escreveu Equatoriaes (1896), o primeiro livro de poemas relacionado
a São Tomé e Príncipe.
Não havia nem infraestrutura nem incentivo para os autores santomenses desenvolverem seus
trabalhos. Os poucos que se aventuravam nessa arte eram aqueles que residiam em Portugal,
como Caetano da Costa Alegre, precursor da literatura santomense e o primeiro autor a tratar
da questão da negritude.
Os trabalhos literários dos autores santomenses não alcançaram prestígio no período colonial.
Segundo Mata (1993), muitas obras foram publicadas anos depois de terem sido escritas,
como é o caso do já citado Caetano da Costa Alegre, que teve seu único livro, Versus,
publicado postumamente em 1916, e Marcelo da Veiga, um dos autores cuja obra foi
escolhida para este estudo. Manuel Ferreira, ao organizar os cadernos de poesia deste autor,
encontrou entre os escritos do autor a seguinte anotação: “O poeta preto escreve para o
futuro / Que ainda hoje é cativo / E deve ser directo” (1989: 20).
Somente em 1942, com Ilha de Nome Santo, de Francisco José Tenreiro, a literatura
santomense começou ser de fato definida, mas, ainda assim, muitos autores não são
reconhecidos fora do país.
Nessa época (período colonial), a poesia era o género que, apesar das inúmeras dificuldades,
mais contribuiu para os registros literários do país. Essa poesia foi “construída apenas por
negros ou mestiços, este punhado de poetas balizou a área temática no centro do universo
da(s) sua(s) ilha(s) e organizou um signo cuja polissemia é de uma África violentada, inchada
de cólera, a esperança feita revolta” (Ferreira, 1977, p.81).
O género narrativo, que era modesto na época colonial, ganhou impulso no período pós-
colonial. Jerónimo Salvaterra, autor que também foi escolhido para este trabalho, publicou,
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em 1995, sua primeira obra, Tristezas não pagam dívidas, uma colectânea de contos e lendas
de São Tomé e Príncipe.
Em muitas dessas obras, seja do período colonial seja do pós-colonial, o tema é o lirismo, mas
o que se destaca em quase todas é a denúncia do caos social. Os problemas enfrentados pelos
santomenses são marcas de um passado e fazem parte da reconstrução histórica dessa
sociedade, com reflexos facilmente observados na actualidade. São essas marcas reveladas na
literatura que contribuem para o conhecimento da realidade de São Tomé e Príncipe. Essa é a
razão pela qual o corpus de análise deste trabalho foi seleccionado na literatura.
Não é possível conceber, portanto, uma literatura através só uma obra ou um período mas é
preciso também conceituar os elementos comuns de identidade. Como não existisse a
liberdade de expressão, durante o período colonial, a poesia santomense como a poesia
africana em geral, era considerada como uma poesia de combate.
Esta poesia ou a língua literária tivera por alvo transmitir as opiniões e pensamentos,
ajudando-se pelas metáforas ou outras figuras estilísticas, duma maneira não provocante,
permitida pelo regime colonial.
Paralelamente à poesia que, segundo Salvato Trigo, expressa « um grito, lógico, natural, um
grito de homem negro, insultado, que se reivindica como negro em face do branco no seu
orgulho (Trigo, 1977, p.15) também a ficção escrita foi criada. A partir da sua produção
global, divisam-se duas tendências ideológicas.
portuguesas), por outro lado, desenvolvem a narrativa para uma construção épica da empresa
da colonização (Mata, 1993, p.17).
Quer dizer que o espaço europeu no regionalismo literário português é preenchido com
motivos africanos. A composição narrativa é, pois, africana mas o imaginário mitológico e
civilizacional (Mata, 1993, p.17) é português metropolitano.
Ao invés, a segunda ideologia não se ocupa da celebração da terra mas vira-se para a
sociedade e a sua cultura no contexto colonial. Como exemplo podemos referir o conto de
Viana de Almeida Domingo na Roça (in Maiá Pòçon, 1973) que é estruturado
desmitificantamente.
A prosa de ficção no período colonial abrange os textos com uma subjacência expansionista
onde a celebração de paisagem e a natureza exuberante demonstram o esforço dos
portugueses de mostrar uma civilização diferente dos colonos os quais, com os seus dramas e
problemas, constituem as protagonistas nesse espaço.
De acordo com (Júnior, p.127) espaço da literatura é dominado pela presença de uma
paisagem africana de tipos humanos especiais, com os seus costumes e os seus conflitos, que
são do próprio meio, surgidos de homem que se fixou neste lugar, compelido ou
voluntariamente.
Na era colonial, as ilhas de São Tomé e Príncipe criaram o lugar espácio-temporal para os
textos literários marcados pela socioeconómica do engenho, pelo confronto do senhor e servo
e, mais tarde, senhor e serviçal e também pela roça e pelo tráfico dos escravos. Além disso, a
obra O Menino entre Gigantes de Mário Domingos aborda o tema de uma vida marcada pela
diferença de cor onde o filho de pai branco e de mãe negra da ilha do Príncipe é separado dos
seus pais e levado para uma família lisboeta burguesa. Aqui, a ilha natal tem a função de lugar
do refúgio, do solo mátrio do qual tem saudades.
Em O Vale das Ilusões de Sum Marky, o lugar é concebido em analepse descrevendo a
sociedade santomense na era colonial nas suas relações com a comunidade branca. Esta obra
diferencia-se dos outros pelo espaço em que o elemento humano cede a sua importância ao
exótico acompanhado da linguagem própria do nativismo colonial.
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Por conseguinte, (Mata,1993, p.90) assume a problematização dos autores do período colonial
de São Tomé dividindo a produção literária santomense em dois espaços principais com um
espaço intervalar:
A poesia: literatura autenticamente são-tomense, produzida por são-tomenses, do
país São Tomé e Príncipe-colónia, expressão contestatária das condições de existência
dos são-tomenses de cuja civilização participam e se encontram identificados no
processo de consciencialização nacional.
A ficção: literatura expressando as condições existenciais dos portugueses em São
Tomé e Príncipe – “província de Portugal nas suas relações com a natureza e com a
massa humana. Espiritualmente ligada à literatura portuguesa e ideologicamente
ao Portugal-metrópole, desse espaço vai emergindo, contudo, “o sentimento
nativista”, com subjacência ideologicamente colonial, que gradualmente vai
configurando um processo de diferenciação, ainda que inconsciente, com o sistema
literário português entre si.
Literatura de intervalaridade de realização narrativa.
Esta temática literária provém dos antecessores, contudo, a narrativa dessa nova geração
contém certo esforço de reescrever o modo da vida rural e urbana. Como afirma Inocência
Mata: Essa reescrita constitui o núcleo da diferenciação ideológica e cultural e, em certa
medida, estética e literária, (Mata, 1993, p.19)
Para Margarido (1990, p.37), a literatura tardia guineense foi devido a política dos fascistas
portugueses que consideravam a Guiné uma colónia de exploração e não de povoamento. Por
isso, implementaram tardiamente a política do ensino na Guiné-Bissau; só em 1958 que
construíram o primeiro estabelecimento de ensino secundário, enquanto, em Cabo Verde foi
em 1860.
Para analisá-las é importante saber que a Guiné-Bissau é um país que foi colónia de Portugal
desde o século XV e se tornou independente em 1973, sendo a primeira colónia portuguesa a
conseguir independência.
Depois desses quatro períodos da poesia, em 1993 a prosa começou a ser desenvolvida por
Domingas Sami. A literatura actual da Guiné-Bissau aborda constantemente os mesmos
temas, ela retracta as desilusões, os medos e os desejos da população perante a situação
política, social e económica presente no país.
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Conclusão
A literatura santomense como um sistema autónomo liga-se à obra poética de Marcelo Veiga,
na medida em que recupera a memória colectiva, e sobretudo à obra de Francisco José
Tenreiro, preocupado substancialmente pela questão da identidade pessoal (enquanto mestiço)
e colectiva.
Referências Bibliográficas
Chabal, P. (1996). A literatura pós-colonial da Africa lusófona. Londres, Inglaterra: Hurst &
Co.
Margarido, A. (1980). Estudos sobre literaturas das nações africanas de lingua portuguesa.
Lisboa, Portugal: A regra do jogo.
Neves, C. (1989). S. Tomé e Príncipe na Segunda Metade do Séc. XVIII. Lisboa, Portugal:
Secretaria Regional do Turismo, Cultura e Emigração, Funchal, e Instituto de História de
Além-Mar.
Ribeiro, M. & Jorge, R. (2011). Literaturas insulares: leituras e escritas de Cabo verde e São
Tome e Principe. Porto, Portugal: Afrontamento.