Fichamento 2 FRIGOTTO, G. Educação e Trabalho - Bases para Debater A Educação Profissional Emancipatória. Otavio
Fichamento 2 FRIGOTTO, G. Educação e Trabalho - Bases para Debater A Educação Profissional Emancipatória. Otavio
Fichamento 2 FRIGOTTO, G. Educação e Trabalho - Bases para Debater A Educação Profissional Emancipatória. Otavio
Referência:
FRIGOTTO, G. Educação e trabalho: bases para debater a Educação Profissional
Emancipatória. Perspectiva, Florianópolis. v. 19, n. 1, p. 71-87.
Frigotto coloca que, para Marx, o trabalho assume duas dimensões: trabalho
como mundo da necessidade – subordinado à resposta das necessidades do ser
humano enquanto ser natural – e trabalho como mundo da liberdade – “a partir da
resposta a essas necessidades imperativas é que o ser humano pode fruir do
trabalho propriamente humano — criativo e livre” (ibid. p.74). Destaca que neste
contexto se pode perceber a relevância da ciência e da tecnologia na tarefa de
melhorar as condições de vida e ampliar o tempo livre dos trabalhadores, se
tomadas como valores de uso. Argumenta que “o trabalho constitui-se, por ser
elemento criador da vida humana, num dever e num direito” (ibid. p.74).
O autor aponta que nos últimos três séculos o trabalho vem sendo regulado
pelas relações sociais capitalistas, das quais se constituem as classes antagonistas
dos proprietários dos meios e instrumentos de produção e dos que necessitam
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vender sua força de trabalho para sobreviver. Frigotto (2001, p.75) também destaca
que
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uma realidade onde se encontram a desestabilização dos trabalhadores estáveis
– dada pela intensidade na exploração e pela permanente ameaça da perda de
emprego; a instalação da precariedade do emprego – mediante a flexibilização do
trabalho, trabalho temporário, terceirização, etc; e o aumento crescente dos
sobrantes – contingentes não integrados e não integráveis ao mundo da produção
(ibid. p.78).
Frigotto cita Boaventura Santos avaliando os efeitos das políticas neoliberais
como instauradoras do “fascismo social” (FRIGOTTO, 2001, p.78). O autor explica
que as formas de fascismo “representam quebra do contrato social que se fundava,
em relação ao trabalhador, no emprego e a um conjunto de garantias e direitos. O
neoliberalismo rompe e sepulta essas garantias e direitos” (ibid. p.79). O autor
destaca o fascismo da insegurança, manifestado por “elevados níveis de ansiedade
e insegurança quanto ao presente e ao futuro, de modo a fazer baixar o horizonte de
expectativas e a criar a disponibilidade para suportar grandes encargos” (ibid. p.79).
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Considerações
Impressiona que o texto, publicado em 2001, seja tão atual, principalmente
quanto às estratégias de desmonte do Estado, da precarização das relações de
trabalho e da oferta de Educação Profissional focada no mercado de trabalho e na
submissão do trabalhador. Também impressiona que apesar desse cenário ser
conhecido em 2001, tenhamos evoluído pouco em vários aspectos e, após um
período de pequeno avanço, tenhamos “voltado para trás”