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SETOR DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS

DEPARTAMENTO DE QUÍMICA

QUÍMICA ANALÍTICA QUANTITATIVA

Curso: Farmácia

Ponta Grossa
2022
Disciplina: Química Analítica Quantitativa
Carga horária total da disciplina (teoria + prática): 102 horas – (68 h práticas e 34 horas teoria)

Sumário

Um experimento químico envolve a utilização de uma variedade de equipamentos de laboratório


bastante simples, porém, com finalidades específicas. O emprego de um dado material ou equipamento
depende de objetos específicos e das condições em que serão realizados os experimentos.

Esta disciplina tem por objetivo:


- Aplicar e compreender os métodos de análise química quantitativa clássica, englobando a interpretação de
resultados e o desenvolvimento dessas técnicas;
- Conhecer e compreender os fenômenos analíticos que se processam com o emprego de instrumentos de
laboratório;
- Desenvolver métodos adequados para avaliar as diferentes espécies químicas de caráter orgânico e/ou
inorgânico;
- Operar com segurança a instrumentação de laboratório;
- Registrar dados, elaborar gráficos e tabular resultados para posterior interpretação dos mesmos obtidos nas
diferentes modalidades de análise.

Procedimento de Trabalho no Laboratório

1. O trabalho num laboratório químico só é efetivo quando realizado conscienciosamente e com compreensão da sua teoria. Além
disso, toda atividade experimental requer que o experimentador SEJA CUIDADOSO E ESTEJA ATENTO. Mesmo um experimento
aparentemente inofensivo, pode resultar em conseqüências sérias quando planejado de maneira imprópria.

2. Todo aluno ou grupo terá um LUGAR NO LABORATÓRIO (BANCADA), QUE DEVERÁ SER MANTIDO LIMPO E
ARRUMADO. Somente os materiais necessários ao experimento deverão permanecer sobre a bancada.

3. O estudante, antes de iniciar o trabalho de laboratório deve:


• Conhecer todos os detalhes do experimento que irá realizar
• Ter conhecimento sobre as propriedades das substâncias a serem utilizadas
• Familiarizar-se com a teoria relativa ao tópico em estudo
• Ter um protocolo experimental escrito envolvendo todas as atividades a serem realizadas.
• Vestir avental e óculos de segurança sempre que trabalhar no laboratório (itens de uso pessoal que devem ser providenciados
pelo aluno).

NUNCA REALIZE EXPERIMENTOS QUE NÃO SEJAM INDICADOS NO GUIA SEM ANTES
CONSULTAR O PROFESSOR RESPONSÁVEL

Anotações de Laboratório
• Utilize um caderno de uso exclusivo para as atividades de laboratório
• Após estudar a atividade experimental a ser realizada, faça um protocolo do que será feito detalhando montagem de
equipamentos, cálculo da massa de reagentes necessários para preparar soluções e uma lista sintética das etapas a realizar
• Anote todas as suas observações do trabalho experimental e suas conclusões.
• Uma cópia deverá ser entregue no final da aula e será avaliada.

Regras de Segurança

 Use os óculos protetores de olhos, sempre que estiver no laboratório.


 Use sempre guarda-pó, de algodão com mangas compridas.
 Não fume, não coma ou beba no laboratório.
 Evite trabalhar sozinho, e fora das horas de trabalho convencionais.
 Não jogue material insolúvel nas pias (sílica, carvão ativo, etc). Use um frasco de resíduo apropriado.
 Não jogue resíduos de solventes nas pias. Resíduos de reações devem ser antes inativados, depois armazenados em frascos
adequados.
 Não entre em locais de acidentes sem uma máscara contra gases.
 Nunca jogue no lixo restos de reações.
 Realize os trabalhos dentro de capelas ou locais bem ventilados.
 Em caso de acidente (por contato ou ingestão de produtos químicos) procure o médico indicando o produto utilizado.
 Se atingir os olhos, abrir bem as pálpebras e lavar com bastante água. Atingindo outras partes do corpo, retirar a roupa
impregnada e lavar a pele com bastante água.
 Não trabalhar com material imperfeito, principalmente o de vidro que contenha pontas ou arestas cortantes.
 Fechar com cuidado as torneiras de gás, evitando o seu escapamento.
 Não deixar vidro quente em lugares onde possam pegá-los indevidamente.
 Não aquecer tubos de ensaio com a boca virada para si ou para outra pessoa.
 Não aquecer reagentes em sistema fechado.
 Não provar ou ingerir drogas ou reagentes de laboratório.
 Não aspirar gases ou vapores.
 Comunicar imediatamente ao professor qualquer acidente ocorrido.
Manuseio de Produtos Químicos

 Nunca manusear produtos sem estar usando o equipamento de segurança adequado para cada caso.
 Usar sempre material adequado. Não faça improvisações.
 Esteja sempre consciente do que estiver fazendo.
 Comunicar qualquer acidente ou irregularidade ao seu superior.
 Não pipetar, principalmente, líquidos cáusticos ou venenosos com a boca. Use os aparelhos apropriados.
 Procurar conhecer a localização do chuveiro de emergência e do lava-olhos e saiba como usá-lo corretamente.
 Nunca armazenar produtos químicos em locais impróprios.
 Não fumar nos locais de estocagem e no manuseio de produtos químicos.
 Não transportar produtos químicos de maneira insegura, principalmente em recipientes de vidro e entre aglomerações de
pessoas.
 Ler o rótulo antes de abrir a embalagem.
 Verificar se a substância é realmente aquela desejada.
 Considerar o perigo de reação entre substâncias químicas e utilizar equipamentos e roupas de proteção apropriadas.
 Abrir as embalagens em área bem ventilada.
 Tomar cuidado durante a manipulação e uso de substâncias químicas perigosas, utilizando métodos que reduzam o risco de
inalação, ingestão e contato com pele, olhos e roupas.
 Fechar hermeticamente a embalagem após a utilização.
 Evitar a utilização de aparelhos e instrumentos contaminados.
 Não comer, beber ou fumar enquanto estiver manuseando substâncias químicas.
 Lavar as mãos e as áreas expostas regularmente.
 Tratar dos derramamentos utilizando métodos e precauções apropriadas para as substâncias perigosas.
Primeiros Socorros

 Cortes e ferimentos devem ser desinfetados e cobertos.


 Queimaduras leves com fogo ou material quente, tratar com ÁGUA FRIA/ GELADA ou PICRATO DE BUTESIN ou ÁCIDO
PÍCRICO.

 Queimaduras cutâneas:
COM ÁCIDOS - lavar com bastante água e sabão e, em seguida, neutralizar com LEITE DE MAGNÉSIA ou
BICARBONATO DE SÓDIO.
COM BASES - lavar com muita água e, em seguida, com solução diluída de ÁCIDO ACÉTICO (0,1N).
COM FENOL - lavar abundantemente com ÁLCOOL ETÍLICO.

 Queimaduras oculares com substâncias ácidas ou básicas devem ser lavadas com água (usar lava - olhos) e tratadas com colírio
estéril.

 Ingestão:
DE ÁCIDOS - tomar HIDRÓXIDO DE CÁLCIO, LEITE DE MAGNÉSIA ou LEITE. Não tomar bicarbonato de sódio
ou carbonato de cálcio. Estes produtos são contra-indicados porque produzem distensão e facilitam a perfuração.
DE BASES - tomar solução de ácido acético 1/100 ou vinagre 1/10 ou água de limão.
DE SAIS DE CHUMBO - lavar com água em abundância. Após, beber grande quantidade de água seguida de duas
colheres de SULFATO DE MAGNÉSIO (sal de Epson).

 Intoxicação por gases:


REGRA GERAL: remova o paciente da exposição, fazendo-o respirar profundamente e mantendo-o aquecido.
Modelo de relatório (sugestão)

O relatório de cada prática deverá ser confeccionado em um único arquivo utilizando o google docs. O relatório deve
ser elaborado por todos os membros da equipe e ser postado na plataforma do google classroom nas datas marcadas.

Capa: identificar o experimento e o grupo que elaborou o relatório

Resumo: elabore um resumo que descreve sucintamente o que foi realizado e os resultados obtidos

Introdução:

Descrever a fundamentação teórica do experimento de forma clara e sucinta.

Resultados e discussão:

❖ Apresentar os resultados obtidos na prática, mostrando todos os cálculos e utilizando os


princípios dos algarismos significativos e estatística;

❖ Apresentar gráficos e tabelas quando necessários;

❖ Apresentar uma discussão sobre os resultados;

❖ Pergunte-se: os resultados estão de acordo com o esperado? O método analítico foi eficiente?
Poderia ser utilizado outro método? Quais as possíveis fontes de erro?

Conclusão:
Apresentar uma conclusão sobre o experimento.
Pergunte-se:
Os objetivos foram alcançados? O método analítico foi eficiente? Qual a contribuição desta prática
para o seu campo de estudo?

Questões ou atividades pós prática:

Responder todas as questões apresentadas no final de cada roteiro de prática

Referências Bibliográficas:
Citar as referências utilizadas. Usar LIVROS e para conteúdo da internet usar sites confiáveis e no
máximo 1 site por relatório.
Roteiro para Elaboração de Relatório

Noções Gerais

O relatório de atividades deve em primeiro lugar, retratar o que foi realmente realizado no experimento, sendo de
fundamental importância a apresentação de um documento bem ordenado e de fácil manuseio. Além disso, deve ser o
mais sucinto possível e descrever as atividades experimentais realizadas, a base teórica dessas atividades, os
resultados obtidos e sua discussão, além da citação da bibliografia consultada.
O relatório deve ser redigido de uma forma clara, precisa e lógica. Redija sempre de forma impessoal, utilizando-
se a voz passiva no tempo passado. Ex. a massa das amostras sólidas foi determinada utilizando-se uma balança.
Devem ser evitados expressões informais ou termos que não sejam estritamente técnicos (Não utilize em
hipótese alguma adjetivo possesivo, como por exemplo, minha reação, meu banho, meu qualquer coisa). É
bastante recomendável, efetuar uma revisão do relatório para retirar termos redundantes, clarificar pontos obscuros e
retificar erros no original.
Uma atenção especial deve ser dada aos termos técnicos, resultados, fórmulas e expressões matemáticas. As
ilustrações (tabelas, fórmulas, gráficos) deverão vir na sequência mais adequada ao entendimento do texto e seus títulos
e legendas devem constar imediatamente abaixo.

Tabela: é composta de título, um cabeçalho, uma coluna indicadora, se necessário, e um corpo:


 Título- deve conter breve descrição do que contém a tabela e as condições nas quais os dados foram
obtidos;
 Cabeçalho- parte superior da tabela contendo as informações sobre o conteúdo da cada coluna;
 Coluna indicadora- à esquerda da tabela, especifica o conteúdo das linhas;
 Corpo- abaixo do cabeçalho e a direita da coluna indicadora, contém os dados ou informações que se
pretende relatar;
Exemplo
Tabela 1. Algumas características dos estados da matéria
Estado da matéria Compressibilidade Fluidez ou rigidez Densidade relativa
Gasoso Alta fluido baixa
Líquido muito baixa fluido alta
Sólido muito baixa rígido alta

Gráfico: é a maneira de detectar visualmente como varia uma quantidade (y) a medida que uma segunda quantidade
(x) também varia; é imprescindível o uso de papel milimetrado para construção de um gráfico.
Eixos:
horizontal (abcissa) - representa a variável independente; é aquela cujo valor é controlado pelo
experimentador;
vertical (ordenada)- representa a variável dependente; cujo valor é medido experimentalmente.
Escolha das escalas - suficientemente expandida de modo a ocupar a maior porção do papel (não é
necessário começar a escala no zero, sim num valor um pouco abaixo do valor mínimo medido)
Símbolos das grandezas- deve-se indicar junto aos eixos os símbolos das grandezas correspondentes
divididos por suas respectivas unidades;
Título ou legenda- indicam o que representa o gráfico;
Valores das escalas- deve-se marcar os valores da escala em cada eixo de forma clara;
Pontos- deve-se usar círculos, quadrados, etc. para indicar cada ponto de cada curva;
Traço- a curva deve ser traçada de modo a representar a tendência média dos pontos.

Tópicos comumente encontrados em Relatórios:


1. Capa: contendo a identificação do experimento e do aluno/grupo
2. Resumo
3. Introdução
4. Objetivos
5. Materiais e Métodos
6. Resultados e Discussão
7. Conclusões
8. Referências

Resumo
Inicialmente, deve ser feito um resumo dos principais aspectos a serem abordados no relatório, tomando por base,
as etapas constantes do procedimento experimental desenvolvido e dos resultados obtidos. Este item deve ser elaborado
de forma clara e sucinta para proporcionar ao leitor os tipos de informações fornecidas no documento. Não deve
ultrapassar a 100 palavras.

Introdução
Apresentar os pontos básicos do estudo ou atividades desenvolvidas, especificando as principais aquisições
teórico-metodológicas, referentes as técnicas empregadas. Neste item é dado um embasamento teórico do experimento
descrito. para situar o leitor naquilo que se pretendeu estudar no experimento. A literatura é consultada, apresentando-
se uma revisão do assunto. Normalmente, as citações bibliográficas são feitas por números entre parênteses e listadas
no final do relatório. Lembrar que a introdução não é uma cópia da literatura. Não copie os textos consultados,
para isso basta uma máquina de fotocópias. A introdução deve conter no máximo 5 parágrafos e não exceder
a 400 palavras.

Parte Experimental (ou Materiais e Métodos)


Descrição detalhada do experimento realizado, dos métodos analíticos e técnicas empregadas, bem como
descrição dos instrumentos utilizados. Não é um receituário. Este item precisa conter elementos suficientes para que
qualquer pessoa possa ler e reproduzir o experimento no laboratório. Utilizam-se desenhos e diagramas para
esclarecer sobre a montagem de aparelhagem. Não deve incluir discussão de resultados.

Resultados e Discussão
Esta é a parte principal do relatório, onde serão mostrados todos os resultados obtidos, que podem ser
numéricos ou não. Deverá ser feita uma análise dos resultados obtidos, com as observações e comentários pertinentes.
Em um relatório desse tipo espera-se que o aluno discuta os resultados em termos dos fundamentos
estabelecidos na introdução, mas também que os resultados inesperados e observações sejam relatados, procurando
uma justificativa plausível para o fato. Em textos científicos utilizam-se tabelas, gráficos e figuras como suporte
para melhor esclarecer o leitor do que se pretende dizer.

Conclusões
Neste ítem deverá ser feita uma avaliação global do experimento realizado, são apresentados os fatos extraídos
do experimento, comentando-se sobre as adaptações ou não, apontando-se possíveis explicações e fontes de erro
experimental. Não é uma síntese do que foi feito (isso já está no sumário) e também não é a repetição da discussão.

Bibliografia
Listar bibliografia consultada para elaboração do relatório, utilizando-se as normas recomendadas pela ABNT:
Exemplo: Russel, J.B. Química Geral. Trad. de G. Vicentini et alli. São Paulo, Mc Graw-Hill, 1982.
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DA DISCIPLINA

Nota final do semestre: TEORIA - 50% e PRÁTICA - 50%


Parte prática:
1- Serão aplicadas 04 (quatro) provas/avaliações bimestrais. As provas/avaliações terão um valor entre 0,0 (zero) e
5,0 (cinco) com uma casa decimal, sendo que cada prova terá um valor terá um valor entre 0,0 (zero) e 4,0 (quatro)
com uma casa decimal para os assuntos práticos (incluindo cálculos e formulários) ministrados em laboratório e as
listas de exercícios, relatórios, questionários, pesquisas bibliográficas terão um valor entre 0,0 (zero) e 1,0 (um), com
uma casa decimal, por bimestre respeitado os prazos estipulados para entrega. Para o 4º bimestre está previsto a
apresentação de seminários que terão valor entre 0,0 (zero) e 2,0 (dois). Embora todos os grupos realizem o mesmo
experimento os relatórios devem ser preparados de forma personalizada pelo grupo. Relatórios copiados serão
creditados como zero.

2- NOTAS PARCIAIS: As médias aritméticas das provas/avaliações da parte teórica de 1° e 2° bimestre SOMADAS às
médias aritméticas das provas /avaliações da parte prática de 1° e 2° bimestre irão constituir a 1ª NP. O mesmo critério
é adotado no 3° e 4° bimestre para obtenção da 2ª NP.

3- EXAME FINAL: Serão submetidos à exame final os acadêmicos que nas NP (notas parciais) tenham média entre
4,0 (quatro) e 6,9 (seis virgula nove) entendendo-se essa média como a somatória das notas das avaliações teóricas
e práticas, excetuando-se a aplicação das regras para a obtenção da 1ª e 2ª NP respectivamente. Portanto, a nota de
exame final será a somatória das notas da parte teórica e parte prática ambas com valores entre 0,0(zero) e 5,0 (cinco)
com uma casa decimal. A NF (nota final) será operacionalizada pelo sistema de avaliação do rendimento escolar
adotado pela UEPG.

CRITÉRIOS DE FREQUÊNCIA

A apuração das frequências nas aulas deve ser no mínimo de 75% A participação nas aulas práticas é
FUNDAMENTAL para que o relatório seja avaliado. Portanto, alunos que não tiverem presença nas aulas práticas terão
sua nota de relatório de valor zero, salvo situações em que o aluno apresentar uma justificativa devidamente registrada
no sistema do acadêmico da PROGRAD.
BIBLIOGRAFIA GERAL DO CURSO

VOGEL, A. I..Análise química qualitativa. 3 ed. São Paulo. Guanabara-Koogan, 1981.


VOGEL, A. I..Análise química quantitativa. 3 ed. Rio de Janeiro. Guanabara-Koogan,1992.
HARRIS, D. C.. Análise química quantitativa. 5 ed.. Rio de Janeiro. LTC, 2001.
BACCAN, Nivaldo et al. Química analítica quantitativa elementar. 3a. ed. rev. e ampl. São Paulo, SP: Edgard
Blücher,2001.
OHLWEILER, Otto Alcides; Química Analítica Quantitativa; Volumes 1 e 2. Livros Técnicos e Científicos Editora
Ltda.

REGRAS GERAIS

✓ Não são permitidos ATRASOS em aulas práticas. Os alunos deverão estar presentes no laboratório no horário
marcado. Admite-se, conforme as normas institucionais, uma tolerância de 15 minutos apenas para a 1 a aula.
✓ Obrigatoriedade do uso do jaleco nas aulas práticas, calça e sapatos fechados e óculos de segurança quando
necessário. O acadêmico que não fizer uso dos paramentos obrigatórios, não poderá participar das aulas
práticas.
✓ Justificativa de faltas deve ser realizada via PROGRAD (ver regulamentos).
✓ Não haverá prova substitutiva. Em caso de falta por motivo de saúde, o pedido de 2a oportunidade de avaliação
deve ser realizado via PROGRAD (ver regulamentos).
✓ A conduta adequada dos acadêmicos em sala de aula, o uso dos paramentos necessários e a desenvoltura
prática serão avaliados pelos professores da disciplina. Caso não sejam condizentes ou não alcancem níveis
mínimos necessários à formação do profissional, se procederá a redução da nota de participação;
✓ O aluno deverá seguir rigorosamente a orientação dos professores, quanto ao manuseio dos equipamentos de
laboratório e vidrarias; caso contrário, será responsabilizado por danos ocorridos nos materiais.
✓ Entrega de relatórios: o prazo de postagem na plataforma do google classroom estipulado deve ser cumprido.
Serão aceitos relatórios em atraso com perda de 0,1 por dia de atraso, limitado a 9 dias, sendo no décimo dia
atribuído ao relatório nota zero. O relatório é um por equipe de trabalho e todos receberão a mesma nota.
✓ Laboratório: Grupos de 3 pessoas que devem permanecer até o final do curso.
Instruções Gerais

Manuseio de Sólidos

Para retirar um sólido, na forma de pó ou grânulos, de um frasco é utilizada uma espátula cuidadosamente
limpa, para evitar contaminações. Se o frasco tiver uma boca estreita, impossibilitando a introdução de uma espátula,
deve ser feita em primeiro lugar, uma transferência do sólido para um pedaço de papel ou para um recipiente de vidro.
Após o uso, feche bem o frasco para evitar a contaminação do reagente através da entrada de poeira ou do aumento
da umidade.

Manuseio de Líquidos

Quando retirar líquidos de um frasco, algumas precauções devem ser tomadas:


- ao transferir um líquido, evite que o mesmo escorra externamente, danificando o rótulo de identificação, impedindo
assim, a leitura do nome da substância;
- antes de derramar um líquido, incline o frasco de modo a molhar o gargalo, o que evitará que o líquido escoe
bruscamente.
- ao verter líquidos em um recipiente utilize um funil ou um bastão de vidro pelo qual o líquido escorrerá;
- em nenhuma circunstância coloque bastões de vidro, pipetas ou quaisquer outros materiais dentro de frascos de
reagentes. Para pipetar, transfira uma porção do líquido para um frasco limpo e seco, e a partir deste efetue a operação;
- não retorne líquido não utilizado ao frasco de reagente. Retire o mínimo necessário e o excesso coloque em um frasco
separado para futuros usos ou para ser recuperado;
- não coloque líquidos aquecidos dentro de frascos volumétricos, pois o processo de expansão/contração, devido ao
aquecimento seguido de resfriamento, altera a calibração desses frascos.
Aquecimento de Substâncias

Os utensílios mais comuns utilizados no aquecimento de substâncias são: bico de Bunsen, chapa aquecedora
e manta aquecedora. Alguns cuidados gerais devem ser observados quando da realização de aquecimento de
substâncias:

- Não utilize uma chama para aquecer substâncias inflamáveis;


- Não aqueça substâncias em frascos volumétricos;
- Não aqueça substâncias em recipientes totalmente fechados;
- Iniciar sempre o aquecimento de forma branda, intensificando-o depois de alguns segundos;
- Ao aquecer líquidos em tubos de ensaio, não aqueça o fundo do tubo. Posicione a chama na altura do nível do líquido.
Use uma pinça de madeira ou de papel para segurar o tubo. Durante o aquecimento o líquido deve estar em constante
agitação. Não volte a boca do tubo de ensaio em sua direção ou na direção de seus companheiros;

- Terminado o uso do gás, verifique se todos os registros estão devidamente fechados, evitando assim o perigo de
escape.

Avaliação dos resultados - Algarismos significativos


Todas as medidas de uma propriedade físico-química estão afetadas por uma incerteza, chamada em geral
erro, desvio ou imprecisão da medida. Por isso, os resultados das medidas devem ser expressos de modo tal que se
possa avaliar a precisão com que elas foram feitas (ou calculadas). Portanto, o número que representa a medida de
uma propriedade não pode ter uma quantidade qualquer de algarismos, ele deve conter apenas algarismos que
representem realmente a precisão com que a medida foi feita, ou seja, todos os algarismos devem ter um significado.
Introduzimos assim o conceito de algarismos significativos, procurando indicar que nem todos os algarismos que
aparecem na representação de uma medida ou no resultado de uma operação matemática tem significado científico.

Quando escrevemos 6,41mL dizemos que a imprecisão (a dúvida da medida de volume) está no último
algarismo "1". É errado escrever que 6,41 mL = 6,410 mL, pois neste último caso a dúvida está no milésimo de
centímetro e não em centésimo como no primeiro caso.
A situação se complica um pouco se aparecem zeros no início ou no fim do número. Os zeros que aparecem
no início não são significativos pois indicam simplesmente a posição da vírgula. Assim, 0,003702 e 0,3702 têm o mesmo
número de algarismos significativos (4): 3, 7, 0 e 2. Às vezes (não é sempre), os zeros que aparecem como últimas
cifras indicam apenas a ordem de grandeza. Por exemplo, 74000 poderia ter apenas dois algarismos significativos (7
e 4) e os três zeros indicam o milhar. Ou então, temos de fato cinco algarismos significativos: 7, 4, 0, 0 e 0.
Para evitar confusões, costuma-se escrever o número em potências de 10: 74x103 significa que temos dois
algarismos significativos. Se os algarismos significativos fossem cinco, dever-se-ia escrever: 74000. O uso de potência
de 10 é indispensável quando tratamos com grandezas muito pequenas ou muito grandes: 6,022x10 23, 6,63x10-34j.s.
etc. Portanto, quando se escreve um número em potência de 10, o primeiro fator deve indicar os algarismos
significativos e o segundo nos diz de quantos zeros se deve deslocar a vírgula.

Para se saber quantos algarismos significativos existem em um número que expressa a medida de uma
propriedade, deve-se proceder assim:

i. O algarismo que fica mais à esquerda, diferente de zero, é o mais significativo,


ii. Se não há vírgula, o algarismo que fica mais à direita, diferente de zero, é o algarismo menos significativo,
iii. Se há vírgula, o último algarismo da direita é o menos significativo, mesmo que ele seja zero,
iv. Todos os algarismos entre o mais e o menos significativo são significativos.
Durante os cálculos, pode-se trabalhar com um algarismo a mais, mas ao se apresentar o resultado final, deve-
se usar o número correto de algarismos significativos, obedecendo às seguintes regras:

-se o algarismo a ser cortado for maior que 5, soma-se 1 ao algarismo anterior,
-se o algarismo a ser cortado for menor que 5, o algarismo anterior mantém-se inalterado,
-se o algarismo a ser cortado for igual a 5, soma-se 1 ao anterior se ele for ímpar, mantendo-o inalterado se for par.

Exemplo 1- Medida de volume em proveta

Se ao medir o volume de uma amostra líquida numa proveta de 25 mL, cuja menor divisão é 0,1 mL, encontrou-se o
valor 17,24 mL, este resultado tem quatro algarismos significativos (os dígitos um, sete e dois são conhecidos com
certeza e o quatro é o algarismo duvidoso, aquele que foi estimado). O algarismo duvidoso sempre está na casa
decimal em que está o limite de erro de aparelho de medida utilizado. Como o limite de erro de uma proveta corresponde
à metade de sua menor divisão, no caso da proveta acima mencionada, este limite é de 0,05 mL; por isso que no valor
17,24 mL o dígito 4 corresponde ao algarismo duvidoso. Portanto:

· Menor divisão da escala da proveta = 0,1 mL


· Limite de erro da proveta = metade de sua menor divisão = 0,1/2 = 0,05
· Representação do valor obtido: (17,24, + 0,05) mL
Exemplo 2- Medida de massa em balança com fundo de escala de 0,001g

Já no caso de um valor de massa igual a 7,241 g, medido numa balança cujo fundo de escala é 0,001 g (para balanças,
o limite de erro é igual à menor divisão), os dígitos sete, dois e quatro são conhecidos com certeza e o um é o algarismo
duvidoso. Portanto:

· Menor divisão da escala dessa balança = 0,001 g


· Limite de erros em balanças = menor divisão de escala = 0,001 g
· Representação do valor obtido = (7,241 + 0,001) g

Exemplo 3- Medida de massa em balança com sensibilidade de 0,01 g

O valor 2,54 g é obtido numa balança cuja sensibilidade é 0,01g, o que significa que a massa medida está
compreendida entre 2,53 g - 2,55 g. Os algarismos 2 e 5 são conhecidos com certeza, enquanto que o 4 é duvidoso; o
número 2,54 tem, portanto, 3 algarismos significativos e o resultado da medida deve ser expresso por (2,54 + 0,01) g.
É errado colocar quaisquer outros algarismos depois do 4, mesmo que sejam zeros.

Exemplo 4- Medida de massa em balança com sensibilidade de 0,0001 g

A obtenção de uma massa no valor de 2,5400 g significa que a massa está compreendida entre 2,5399 - 2,5401
g. O número 2,5400 tem 5 algarismos significativos sendo que o último zero é o duvidoso. O resultado da medida deve
ser expresso por (2,5400 + 0,0001) g. Quando você exprimir o resultado de uma medida, você deve preocupar-se,
fundamentalmente, com o número de cifras do mesmo; para que o resultado seja correto ele deve conter todos os
algarismos acerca dos quais você tem certeza e o primeiro duvidoso (e, somente ele). Esses algarismos são
denominados algarismos significativos porque são aqueles que possuem valor prático ou significativo na expressão
do resultado. Lembre-se que números matematicamente iguais podem ser diferentes quando exprimem uma medida;
por exemplo, os números 2,54 e 2,5400 são iguais matematicamente, mas são bastante diferentes quando representam
os resultados de uma medida, como, por exemplo, a massa de um corpo: 2,54g ¹ 2,5400g, conforme mostrado nos
exemplos 3 e 4.

· Atenção aos zeros finais dos números

Deve-se prestar atenção especial aos zeros dos números.


Regra 1: “Se à esquerda de um número só houver zeros, estes zeros não são algarismos significativos.”
Regra 2: Os zeros colocados à direita dos números deverão ser colocados se forem significativos ou DEVERÃO SER
OMITIDOS se não forem significativos. Para indicar com clareza se o último zero é ou não significativo, o número deve
ser escrito sob a forma:
a . 10b onde 1 ≤ a < 10
Frequentemente, é difícil decidir qual o número de algarismos significativos em valores que contêm muitos
zeros, por exemplo, em um volume igual a “500 mL” ou em uma massa igual a “200 g”. Nestes casos a decisão deve
ser tomada levando-se em conta o limite de erro do aparelho utilizado. Assim, um volume de “500 mL” deve ser
expresso como:

a) 500,0 mL – 5,000x102 mL, se a menor divisão da proveta utilizada for 1 mL;


b) 500 mL=5,00x102 mL, se a menor divisão da proveta utilizada for 10 mL.
Já uma massa de “200 g” deve ser expressa como:
a) 200,00 g, se o fundo de escala da balança for centigrama, isto é, 0,01g;
b) 200,0 g, se o fundo de escala da balança for decigrama, isto é 0,1 g;
c) 200 g, se o fundo de escala for grama.
Nos casos acima, os valores de volume e massa expressos têm os seguintes significados: 500,0 + 0,5 mL, 500
+ 5 mL, 200,00 ± 0,01g, 200,0 ± 0,1g e 200 ± 1g, respectivamente. Note-se que, em todos os casos, o algarismo
duvidoso (o último algarismo) está na mesma casa decimal que o limite de erro.

· Operações com Algarismos Significativos

a) Adição e Subtração

O resultado de uma soma ou de uma subtração deve ser relatado com o mesmo número de casas decimais
que o termo com o menor número de casas decimais. Por exemplo, os resultados das seguintes operações de soma
e subtração.

b) Multiplicação e Divisão

O resultado de uma multiplicação ou de uma divisão deve ser arredondado para o mesmo número de
algarismos significativos que o do termo com menor número de algarismos significativos. Por exemplo, os resultados
das seguintes operações de multiplicação e divisão:

c) Várias Operações
Quando um cálculo envolver mais de uma operação, após a realização de cada operação, pode-se ou não
efetuar o arredondamento para o devido número de algarismos significativos. Pode-se optar, também, por efetuar
arredondamento ao final de todas as operações, quando envolver apenas multiplicação e divisão.

13,428 x (6,2/90,14356) = 13,428 x 0,069 = 0,93


ou
13,428 x (6,2/990,14356) = 0,923566... = 0,92
CRONOGRAMA DAS AULAS PRÁTICAS/ 2022

N0 PRÁTICA Página

AULAS EXPERIMENTAIS

01 Prática 01 – Calibração de instrumentos de medidas


02 Prática 02 – Gravimetria por precipitação química: Determinação da pureza do NaCl
03 Prática 03 – Gravimetria por volatilização: determinação do teor de umidade
04 Prática 04 – Preparo de soluções
05 Prática 05 – Padronização do HCl
06 Prática 06 – Padronização do NaOH
Prática 07 - Volumetria de neutralização. Determinação do AAS em medicamentos
07 (método farmacopeia brasileira). Exemplo de uma titulometria ácido base por
retorno.
08 Prática 08 – Determinação do teor de hidróxido de magnésio no leite de magnésia
09 Prática 09 – Volumetria de neutralização – titulação do ácido fosfórico
Prática 10 – Volumetria de precipitação – determinação de cloreto em soro fisiológico
10
– Método de Mohr
Prática 11 – Volumetria de precipitação – determinação de cloreto pelo método de
11
Volhard
Prática 12 – Volumetria de oxirredução – Determinação do teor de peróxido de
12
hidrogênio.
13 Prática 13 – Volumetria de oxirredução – Determinação iodométrica da vitamina C
14 Prática 14 – Volumetria de complexação – Determinação do teor de Ca e Mg
TÉCNICAS DE VOLUMETRIA

Introdução
De um modo geral, para medidas aproximadas de volumes de líquidos, usam-se cilindros graduados ou
provetas; para medidas precisas, usam-se pipetas, buretas e balões volumétricos, que constituem o chamado material
volumétrico. Aparelhos volumétricos são calibrados pelo fabricante a uma temperatura padrão de calibração de 20º C.

Em trabalhos de laboratório, as medidas de volume aproximadas são efetuadas, na quase totalidade dos casos,
com provetas graduadas, as de modo muito grosseiro, com béqueres com escala e as medidas volumétricas, chamadas
precisas, com aparelhos volumétricos (Figuras 4a e 4b).

Aparelhos volumétricos:

A prática de análise volumétrica requer a medida de volumes líquidos com elevada precisão. Para efetuar tais
medidas são empregados vários tipos de aparelhos, que podem ser classificados em duas categorias:

A - Aparelhos calibrados para dar escoamento a determinados volumes.

B - Aparelhos calibrados para conter um volume líquido.

Na classe A estão contidas as pipetas e as buretas e, na classe B, estão incluídos os balões volumétricos
(Figura 4b).

A medida de volumes líquidos com qualquer dos referidos aparelhos está sujeita a uma série de erros devido
às seguintes causas:

a) Ação da tensão superficial sobre as superfícies líquidas.

b) Dilatações e contrações provocadas pelas variações de temperatura.


c) Imperfeita calibração dos aparelhos volumétricos.

d) Erros de paralaxe.

A leitura de volume de líquidos claros deve ser feita pela parte inferior e a de líquidos escuros pela parte
superior, como mostra a Figura 4c, para que sejam evitados os erros de paralaxe.

1. Balões volumétricos: Os balões volumétricos são balões de fundo chato e gargalo comprido, calibrados para conter
determinados volumes líquidos (Figura 4d).

Os balões volumétricos são providos de rolhas esmerilhadas de vidro ou de polietileno. O traço de referência
marcando o volume pelo qual o balão volumétrico foi calibrado é gravado sobre a meia-altura do gargalo (bulbo). A
distância entre o traço de referência e a boca do gargalo deve ser relativamente grande para permitir a fácil agitação
do líquido ( a solução deve ser bem homogeneizada), depois de ser completado o volume até a marca. O traço de
referência é gravado sob a forma de uma linha circular, tal que, por ocasião da observação, o plano tangente à
superfície inferior do menisco tem que coincidir com o plano do círculo de referência. Os balões volumétricos são
construídos para conter volumes diversos; os mais usados são os de 50, 100, 200, 500, 1000, 2000 mL.
Os balões volumétricos são especialmente usados na preparação de soluções de

concentração conhecida. Para se preparar uma solução em um balão volumétrico, transfere-se ao mesmo, o soluto ou
a solução a ser diluída. Adiciona-se, a seguir, solvente até cerca de 3/4 da capacidade total do balão. Misturam-se os
componentes e deixa-se em repouso até atingir a temperatura ambiente, tendo-se o cuidado de não segurar o balão
pelo bulbo. Adiciona-se solvente até “acertar o menisco”, isto é, até o nível do líquido coincidir com a marca no gargalo.

As últimas porções do solvente devem ser adicionadas com um conta-gotas, lentamente, e não devem ficar
gotas presas no gargalo. O ajustamento do menisco ao traço de referência deverá ser feito com a maior precisão
possível. Fecha-se bem o balão e vira-se o mesmo de cabeça para baixo, várias vezes, agitando-o, para homogeneizar
o seu conteúdo.

2. Pipetas: Existem duas espécies de pipetas:

a) Pipetas volumétricas ou de transferência, construídas para dar escoamento, a um determinado volume


(Fig. 4e-1).

b) Pipetas graduadas ou cilíndricas que servem para escoar volumes variáveis de

líquidos (Fig. 4e-2).

· As pipetas volumétricas são constituídas por um tubo de vidro com um bulbo na parte central. O traço de
referência é gravado na parte do tubo acima do bulbo. A extremidade inferior é afilada e o orifício deve ser ajustado de
modo que o escoamento não se processe rápido demais, o que faria com que pequenas diferenças de tempo de
escoamento ocasionassem erros apreciáveis. As pipetas volumétricas são construídas com as capacidades de 1, 2, 5,
10, 20, 50, 100 e 200 mL, sendo de uso mais freqüente as de 25 e 50 mL.

· As pipetas graduadas consistem de um tubo de vidro estreito, geralmente graduado em 0,1mL. São usadas
para medir pequenos volumes líquidos. Encontram pouca aplicação sempre que se quer medir volumes líquidos com
elevada precisão. Têm a vantagem de se poder medir volumes variáveis.

· Para se encher uma pipeta, coloca-se a ponta da mesma no líquido e faz-se a sucção com a pêra de sucção
(evitar usar a boca para pipetagem em laboratórios). Deve-se ter o cuidado em manter a ponta da mesma sempre
abaixo do nível da solução do líquido. Caso contrário, ao se fazer a sucção, o líquido alcança a pêra de sucção ou a
boca. A sucção deve ser feita até o líquido ultrapassar o traço de referência. Feito isto, tapa-se a pipeta com o dedo
indicador (ligeiramente úmido), caso não se esteja usando a pêra de sucção, e deixa-se escoar o líquido lentamente
até o traço de referência (zero). O ajustamento deve ser feito de maneira a evitar erros de paralaxe.
· Os líquidos que desprendem vapores tóxicos e os líquidos corrosivos devem sempre serem introduzidos na
pipeta, através de pêras de sucção.

· Para escoar os líquidos, deve-se colocar a pipeta na posição vertical, com a ponta encostada na parede do
recipiente que vai receber o líquido; caso esteja usando a boca na pipetagem (técnica desaconselhável), levanta-se o
dedo indicador até que o líquido escoe totalmente. Esperam-se 15 ou 20 segundos e retira-se a gota aderida a ponta
da pipeta, encostando-a à parede do recipiente (Figura 4f).

Pipetas com escoamento total: contêm duas faixas na parte superior, indicando que as mesmas são
calibradas para - assoprando-se até a ultima gota - liberar sua capacidade total.

Pipetas com esgotamento parcial: contêm na parte superior uma faixa estreita que as diferencia das pipetas
de escoamento total. Não precisa ser assoprada (vide figura 4f- letra d).

Figura 4f - Procedimentos para uso de uma pipeta de transferência – A – sucção pelo bulbo ou aspirador; B – escoar até a
marca da graduação; C – tocar a ponta da pipeta na parede do frasco; D – o líquido restante na ponta da pipeta não será
assoprado – a pipeta foi calibrada para permanecer esta quantidade.

3-Buretas: As buretas servem para dar escoamento a volumes variáveis de líquidos. São constituídas de tubos
de vidro uniformemente calibrados, graduados em 1mL e 0,1 mL. São providas de dispositivos, torneiras de vidro ou
polietileno entre o tubo graduado e sua ponta afilada, que permitem o fácil controle de escoamento

· As buretas podem ser dispostas em suportes universais contendo mufas (Figura 4g).

· As buretas de uso mais constantes são as de 50 mL, graduadas em décimos de mL; também são muito
usadas as de 25 mL.

· Nos trabalhos de escala semimicro, são freqüentemente usadas as buretas de 5 e 10 mL, graduadas em 0,01
ou 0,02mL.

· Para o uso com soluções que possam sofrer o efeito da luz, são recomendadas buretas de vidro castanho.
· As torneiras das buretas, quando forem de vidro, devem ser levemente lubrificadas para que possam ser
manipuladas com mais facilidade. Serve para este fim uma mistura de partes iguais de vaselina e cera de abelhas;
misturas especiais são encontradas no comércio.

RECOMENDAÇÕES PARA USO DA BURETA


a) A bureta limpa e vazia deve ser fixada em um suporte na posição vertical.

b) Antes de se usar um reagente líquido, deve-se agitar o frasco que o contem, pois não é raro haver na parte
superior do mesmo, gotas de água condensada.

c) A bureta deve ser lavada, pelo menos uma vez, com uma porção de 5 mL do reagente em questão, o qual
deverá ser adicionado por meio de um funil, em buretas que não possuam gargalo especial; cada porção é deixada
escoar completamente antes da adição da seguinte.

d) Enche-se então a bureta até um pouco acima do zero da escala e remove-se o funil.

e) Abre-se a torneira para encher a ponta ou expulsar todo o ar e, deixa-se escoar o líquido, até que a parte
inferior do menisco coincida exatamente com a divisão zero (Figura 4g). Quando se calibra a bureta (acerto do zero)
deve se tomar o cuidado de eliminar todas as bolhas de ar que possam existir.

Figura 4g – O uso de uma bureta.

f) Coloca-se o frasco que vai receber o líquido sob a bureta e deixa-se o líquido escoar, gota a gota, geralmente
a uma velocidade não superior a 10 mL por minuto. Controla-se a torneira da bureta com a mão esquerda (Figura 4h).
Após o escoamento da quantidade necessária de líquido, espera-se de 10 a 20 segundos e lê-se o volume retirado.

Figura 4h – Técnica do uso de uma bureta.


Prática 1 - Calibração de Instrumentos de Medidas
1. Objetivo

Introduzir o manuseio de instrumentos de medida e comparar suas precisões; Calibrar

2. Introdução
A escolha da vidraria volumétrica é determinante para a garantia da exatidão da medição de volumes. Se os instrumentos
não cumprirem uma série de regras e normas de construção (International Organization for Standardization ISO384 Princípios de
construção e concepção de vidraria volumétrica) que porventura escapam aos utilizadores, mas que os bons fabricantes cumprem
escrupulosamente, não é possível obter resultados com uma boa exatidão e repetibilidade. Hoje em dia, os laboratórios necessitam
adquirir produtos fabricados por empresas com sistemas de gestão qualidade certificados e, não raramente, exigem que os
seus produtos sejam acompanhados de um certificado de série(onde figuram a média e o desvio-padrão para a capacidade relativa
a cada série de fabrico) ou mesmo de um certificado de calibração. Contudo, verifica-se freqüentemente que, apesar do cuidado na
seleção da vidraria na fase de aquisição, os laboratórios, mesmo com sistemas de gestão da qualidade implementados, não dão a
devida importância à correta manipulação e manutenção da vidraria volumétrica.

Apesar dos instrumentos de boa qualidade serem fabricados em vidros borosilicatados de grande resistência química, a
sua superfície é degradada em contacto com bases fortes e compostos contendo fluoretos, pelo que se deve evitar o contacto
prolongado destes compostos com o vidro. É importante lembrar que muitos detergentes utilizados nos laboratórios são fortemente
alcalinos e, portanto não devem ser deixados em contato prolongado com os instrumentos volumétricos de vidro. Como é evidente
devem também ser evitados os choques térmicos e mecânicos.

A vidraria volumétrica deve ser periodicamente sujeita a uma inspeção visual para detectar sinais de degradação, como
por exemplo: riscos profundos provocados, pontas lascadas em buretas e pipetas, superfície fosca revelando abrasão. A
periodicidade desta inspeção deverá ser estabelecida em função da freqüência e tipo de utilização dos instrumentos, mas o período
entre inspeções não deverá ser superior a um ano. Do mesmo modo, a periodicidade de calibração dos instrumentos deve ser
estabelecida em função da respectiva utilização. No caso de instrumentos que sejam utilizados com soluções pouco agressivas,
regularmente inspecionados, são geralmente aceitos períodos de calibração até cinco anos . Os laboratórios nos quais as medições
de volumes são relevantes para a exatidão e repetibilidade dos resultados dos ensaios deverão estabelecer programas de formação
específicos para a área da utilização de técnicas de medição de volumes, bem como planos de manutenção, inspeção e calibração
dos instrumentos segundo o tipo de utilização a que estão associados.

3. Materiais necessários

- Balança semi-analítica.
- Balão volumétrico de 50 mL;
- Pisseta com água;
- Proveta de 50 mL;
- Béquer 50mL
- Erlenmeyer
- Pipeta graduada
- pipetador
- Bureta
- Tubos de ensaio

4. Parte experimental

Nesta atividade serão utilizados na calibração: uma proveta de 50 mL e um balão volumétrico de 50 mL.

1 – Para calibração da proveta de 50 mL, previamente zere (tare) a balança com precisão de 0,01 g, e pese na mesma, a proveta
vazia e seca. Anote este peso. Com a pisseta complete com água o volume até a marca de 50 mL e meça a massa total. Subtraia
esta massa da massa da proveta vazia e determine a massa da água.
2 – Descarte a água da proveta e complete outra vez com 50 mL de água. Subtraia a massa total da massa da proveta vazia, obtida
anteriormente. Repetir este procedimento mais uma vez, e calcule a média das três medidas de massa.
3 – Para calibração do balão volumétrico de 50 mL, certifique que o mesmo esteja limpo e seco. Zere a balança e pese o balão
vazio. Anote este peso. Complete o balão com água até a marca, evitando molhar a parte interna do balão acima da marca. Pese o
balão cheio, e determine a massa de água contida no balão.
4 – Faça mais duas medidas de massa, descartando a água do balão e completando novamente até a marca. Evite molhar a parte
superior. Subtraia a massa total da massa do balão vazio, determinada no item anterior, e calcule a média das três medidas.
5 – Determinar a temperatura da água utilizada nas calibrações. Para isto, transfira um pouco da água para um béquer, inserir um
termômetro na mesma, e espere alguns minutos para a leitura.
6 – Consulte a tabela de densidade da água em anexo e determine o volume médio dos instrumentos:

Volume médio = massa média / densidade

7 – Comparar os valores experimentais de volume calculado com aquele especificado pelo fabricante (50 mL), para a temperatura
recomendada. Calcular o erro relativo de sua medida:
Vexp. − V fab.
% de erro =  100
V fab.
8– Medir 50 ml de água em um béquer e transferir para a proveta. Verificar medida na escala.
9– Medir 50 ml de água em um erlenmeyer e transferir para a proveta. Verificar medida na escala.
10– Encher uma bureta com água (acertando o menisco e verificando se não há bolhas de ar no interior do instrumento). Transferir
o volume da bureta para uma proveta. Comparar as escalas.
11– Pipetar 25 ml de água usando a pipeta volumétrica. Transferir para a proveta. Comparar a medida na escala.
12–Pipetar, com uma pipeta graduada, 1 ml, 2 ml, 5 ml, 1,5 ml, 2,7 ml, 3,8 ml e transferir os volumes para diferentes tubos de ensaio.

A tabela de densidade da água em função da temperatura foi obtida de Baccan, Andrade, Godinho e Barone, Química Analítica
Quantitativa Elementar, 3ª ed. , Ed. Edgard Blücher, p. 292

T(°C) d(g/cm3) T(°C) d(g/cm3) T (°C) d(g/cm3)


0 0,999841 11 0,999605 22 0,997770
1 0,999900 12 0,999498 23 0,997538
2 0,999941 13 0,999377 24 0,997296
3 0,999965 14 0,999244 25 0,997044
4 0,999973 15 0,999099 26 0,996783
5 0,999965 16 0,998943 27 0,996512
6 0,999941 17 0,998774 28 0,996232
7 0,999902 18 0,998595 29 0,995944
8 0,999849 19 0,998405 30 0,995645
9 0,999781 20 0,998203
10 0,999700 21 0,997992

 PIPETAS
1. Lavar e secar dois erlenmeyers de 50 mL, e colocá-los próximos à balança.
2. Colocar um béquer com água destilada próximo à balança.
3. Lavar uma pipeta de 5 mL adequadamente até observar-se um filme contínuo de água em sua parede interna.
4. Verificar o tempo de escoamento.
5. Colocar a pipeta próxima à balança.
6. Pipetar cuidadosamente 5 mL de água no erlenmeyer, enxugar a parte interna da ponta da pipeta, acertando o menisco.
7. Deixar escoar lentamente a água no béquer e medir a massa da água em balança analítica e a temperatura da água.
8. Repetir o item anterior pelo menos mais uma vez.
9. Calcular os volumes, o erro relativo entre os dois volumes e o volume médio da pipeta. O volume é determinado a partir da
equação:
d = m/V

9. A calibração deve ser realizada, no mínimo em duplicata, sendo que o erro relativo (E r) entre as duas medidas não deve
ultrapassar 1‰.
Er = (V1 - V2).1000/Vm

10. Analisar todas as possíveis fontes de erros.


11. Discutir os resultados baseado, pelo menos, no questionário da prática.
12.
BALÃO VOLUMÉTRICO

1. PESAR O BALÃO VOLUMÉTRICO LIMPO E SECO E ANOTAR;


2. Encher o balão volumétrico com água exatamente até o menisco;
3. Pesar o balão com água e anotar a massa;
4. Calcular a massa da água (balão com água - balão sem água sem água)
5. Calcular o volume do balão a partir da massa obtida no item acima e consultar em tabela o valor da massa da água a
temperatura ambiente
6. Repetir o procedimento mais 2 vezes e anotar os dados;
7. Calcular os volumes e o erro relativo entre os três volumes
8. Calcular o volume médio do balão volumétrico
5. Instruções para a elaboração do relatório

1. Como deve ser realizada a limpeza de vidraria utilizada em análise quantitativa? Quais os erros que podem resultar de uma
limpeza inadequada?
2. Qual a diferença entre um material volumétrico TD e TC? O que significam essas siglas?
3. A pipeta é um material volumétrico TD ou TC? e o balão volumétrico?
4. Por que não se deve remover o líquido que fica mantido na ponta da pipeta?
5. O que é menisco? Como deve ser observado para evitar erro em análise quantitativa?
6. Por que é necessário calibrar material volumétrico em análise quantitativa?
7. Qual o tempo mínimo de escoamento indicado para a pipeta calibrada? E o tempo máximo? Qual a importância do acerto desses
tempos?
8. Por que é necessário empregar o mesmo procedimento utilizado na calibração toda vez que a pipeta for utilizada?
9. Por que é preciso esperar alguns segundos após o escoamento do líquido antes de terminar a medida do volume com uma
pipeta?
10. Por que é necessário que os erlenmeyers, a pipeta e a água fiquem algum tempo próximas à balança quando é realizada sua
calibração?

6. Referências bibliográficas:

LENZI, E.; FAVERO, L. O. B.; TANAKA, A. S.; VIANNA, E. A. F.; SILVA, M. B. Química geral experimental. Freitas Bastos Editora,
Rio de Janeiro, 2004, p. 169-176.

Prática 2 – Gravimetria por precipitação química: Determinação da pureza do NaCl

Método de análise química quantitativa onde o constituinte (analito) a ser determinado é “isolado” mediante a
adição de um reagente precipitante, capaz de formar um composto insolúvel.

Através deste método pode-se determinar apenas um elemento (analito) na amostra, porém frequentemente
determina-se na amostra um composto na forma de analito.

FORMAS DE PESAGEM
- PESAGEM NA MESMA FORMA QUÍMICA DE PRECIPITAÇÃO.

É o caso, por exemplo, na determinação do NaCl no sal gema. A solução contendo o analito NaCl é tratada
com solução de reagente precipitante o AgNO3 em excesso, para assegurar a completa precipitação do cloreto
na forma de AgCl o qual é tratado, dessecado e finalmente pesado como AgCl pois a temperatura usada para
secar (tornar anidro) o precipitado não o transforma em outro composto químico.

- PESAGEM NUMA FORMA QUÍMICA DIFERENTE DA FORMA DE PRECIPITAÇÃO.

Isso acontece quando a forma química de precipitação não é adequada para a pesagem, ou por não possuir
uma forma química definida, ou por não suportar o processo de secagem que deve anteceder a pesagem.
1- Introdução
Em uma análise gravimétrica utiliza-se uma série de operações para se determinar a quantidade de um
constituinte de uma amostra, tanto por pesagem direta do elemento puro, quanto por um de seu derivado, cuja
composição é conhecida e bem definida. Esse procedimento analítico constitui-se em método de extensa aplicação
na determinação de macro constituintes de uma amostra.
As principais vantagens da análise gravimétrica constituem-se em operações unitárias de fácil execução e
utiliza-se equipamentos simples; entretanto, as desvantagens são: tempo muito longo para sua execução e sujeito
a uma série de erros acumulativos. No procedimento de uma análise gravimétrica deve-se observar as etapas
sucessivas que compõem esse tipo de análise, a saber:
1 - Preparação da Amostra; 2 - Preparação da Solução - Ataque da Amostra;
3 - Precipitação e Digestão; 4 - Filtração;
5 - Lavagem; 6 - Calcinação ou Secagem;
7 - Pesagem; 8 - Cálculos.
1.1. Preparação da Amostra
A quantidade de substância utilizada numa análise química é de cerca de 1 g, todavia, é preciso tomar os
cuidados e precauções necessárias para que essa pequena quantidade represente fielmente o material cuja
composição se quer determinar.
1.2. Preparação da Solução - Ataque da Amostra
Para início da análise gravimétrica é necessário que o elemento desejado esteja em solução. Prepara-se,
portanto, uma solução conveniente através de um tratamento químico escolhido de acordo coma natureza da
amostra a ser analisada.
1.3. Precipitação e Digestão
O elemento a ser dosado (macro constituinte) é separado da solução preparada através da formação de um
precipitado convenientemente escolhido em cada caso.
1.3.1 Solubilidade do precipitado
Deve-se escolher um reagente precipitante que conduza à formação de um precipitado quantitativamente
insolúvel. Usa-se um excesso do reagente para causar o efeito do íon comum, diminuindo a solubilidade do
precipitado, com exceção dos casos em que há formação de complexo solúvel devido ao excesso desse reagente.
A exatidão final de um método de análise gravimétrica está limitada, em parte, pela perda do precipitado devido à
sua solubilidade no meio reagente e no líquido de lavagem empregado na purificação. Essas perdas alcançam,
frequentemente, sérias proporções, particularmente quando é necessária uma lavagem extensiva para assegurar
um precipitado puro quando se deve usar um precipitado demasiadamente solúvel. Como é impossível eliminar
completamente as perdas de solubilidade, deve-se ter um grande controle sobre os fatores que influem na
solubilidade dos precipitados. As variáveis mais comuns que influem na solubilidade do precipitado são:
temperatura, pH, concentração do reagente, concentração salina e concentração do dissolvente.
1.3.2 Características físicas do precipitado
É importante o conhecimento prévio do tipo de precipitado que será obtido, pois, disso dependerá o tipo de
filtração a ser empregado na separação do precipitado do meio de precipitação e indica, também a necessidade ou
não de um certo tempo de digestão.
A prática da análise gravimétrica abrange vários tipos de precipitados que se distinguem, principalmente,
quanto ao tamanho das partículas. O tamanho das partículas é uma característica muito importante, pois dele
depende, em grande parte, a qualidade do precipitado quanto à filtrabilidade. Os precipitados cristalinos são os mais
favoráveis para fins gravimétricos. As partículas do precipitado são cristais individuais bem desenvolvidos. Elas são
densas e sedimentam rapidamente. Os precipitados cristalinos são facilmente recolhidos por filtração e, em geral,
não se deixam contaminar por adsorção.
Os pulverulentos, ou finamente cristalinos, consistem de agregados de diminutos cristais individuais. São
densos e sedimentam rapidamente. Às vezes, oferecem dificuldades à filtração, pois a presença de pequenos
cristais obriga ao uso de filtros de textura densa e lentos. Os vãos existentes nos agregados oferecem condições
favoráveis para a incorporação de substâncias estranhas. São exemplos os precipitados de BaSO 4 e CaCO3.
Quanto aos precipitados grumosos, que incluem os haletos de prata, resultam de floculação de colóides
hidrófobos. São bastante densos, pois eles arrastam pouca água. A floculação pode ser efetuada por adição de
eletrólitos, aquecimento e agitação. Os agregados das partículas coloidais são facilmente retidos pelos meios
filtrantes usuais; eventualmente, é preciso cuidar para que, na lavagem do precipitado, não ocorra peptização.
Os precipitados gelatinosos resultam da floculação de coloides hidrófobos. São exemplos, os hidróxidos de
ferro (III), alumínio, a sílica hidratada e os sulfetos metálicos. São volumosos, têm a consistência de flocos e
arrastam quantidades consideráveis de água. Oferecem dificuldades à filtração e à lavagem e não podem
permanecer por longo tempo em contato com a água-mãe devido a sua grande superfície que provoca absorção de
impurezas do meio.
As características físicas de um precipitado dependem da natureza das substâncias, mas também, em certa
medida, das condições de formação do precipitado e de sua evolução espontânea ou tratamentos posteriores. A
formação de um precipitado é um processo cinético que tende para um equilíbrio. O controle de velocidade e outras
condições, sob as quais se processa a precipitação, permite, em parte, influir nas características físicas do
precipitado.

1.3.3. Pureza do precipitado


Quando, em solução, se precipita uma substância química, nem sempre, a mesma é separada com alta
pureza, pois pode conter impurezas em proporções variáveis, conforme o precipitado e as condições em que se
efetuou a precipitação. A contaminação do precipitado por substâncias que, por sua solubilidade, deveriam
permanecer em solução denomina-se coprecipitação. Esta pode ser por adsorção sobre a superfície da partícula
em contato coma solução ou por oclusão de substâncias estranhas durante o crescimento dos cristais das partículas
primárias.
As fases sólidas obtidas por precipitação, conforme as técnicas usuais da análise gravimétrica, estão sujeitas
a diferentes formas de contaminação. A lavagem dos precipitados remove as impurezas contidas na solução mãe
mecanicamente retida pelas partículas e, também, pelo menos em parte, as impurezas superficialmente nelas
adsorvidas. A simples lavagem é, entretanto, ineficaz quanto às contaminações provocadas por inclusão isomórfica
e não isomórfica. Não é possível estabelecer uma regra geral na obtenção dos precipitados gravimétricos, capaz
de eliminar ou reduzir formas de contaminação. Contudo, o estudo de várias formas de contaminação permitiu fixar
certas condições favoráveis para a separação de fases sólidas convenientemente puras.
A precipitação em condição de baixa supersaturação favorece a formação de cristais grandes e bem
desenvolvidos e, ao mesmo tempo, reduz a um mínimo a adsorção superficial e a oclusão. O recurso é ineficaz com
relação à inclusão isomórfica ou não isomórfica e à pós-precipitação. O grau de contaminação por oclusão é
largamente determinado pela velocidade de formação do precipitado. Esta, por sua vez, depende de vários fatores
como a concentração da espécie a precipitar, a concentração da solução do reagente precipitante, a técnica usada
na precipitação e a temperatura.
1.3.4. Digestão do precipitado
É o tempo em que o precipitado, após ter sido formado, permanece em contato coma água mãe. A digestão
é o processo destinado à obtenção de um precipitado constituído de partículas grandes, o mais puro possível, e de
fácil filtração. A digestão, efetuada em temperatura elevada, é um processo de recristalização, no qual as impurezas
ocluídas passam para a água-mãe. Em precipitados gelatinosos basta uma fervura e o mínimo tempo possível para
a filtração. Esse fenômeno é denominado, também, de envelhecimento do precipitado e constitui-se de um conjunto
de transformações irreversíveis, depois que se formou. As partículas pequenas tendem à dissolução e à
reprecipitação sobre a superfície dos cristais maiores, fenômeno denominado de amadurecimento de Ostwald.
Quando o precipitado é constituído de partículas imperfeitas e floculosas e, após o envelhecimento, tornam-se
compactas e perfeitas, por dissolução do material dos vértices e arestas dos cristais e que se deposita sobre o
mesmo cristal, esse fenômeno é denominado de amadurecimento interno de Ostwald. A necessidade ou não de um
tempo de digestão é conhecida pelas características físicas do precipitado e de sua solubilidade. Os processos
analíticos clássicos já especificam o tempo e a temperatura adequados para cada caso.
1.4. Filtração - É a separação do precipitado do meio em que se processou sua formação. A maneira como é feita
a filtração dependerá do tratamento a que o precipitado será submetido na secagem ou calcinação, conforme o
caso.
1.4.1. Filtração por sucção. A filtração por sucção é utilizada quando se possuem precipitados que passam através do
papel de filtro. Para tanto, utiliza-se normalmente cadinho de Gooch com camada filtrante ou cadinho de placa
sinterizada, obedecendo a seguinte técnica: Adapta-se o cadinho filtrante a um kitassato através de uma rolha de
borracha com tubo adutor; liga-se o conjunto a um frasco de segurança e este à uma trompa de água ou à uma bomba
de vácuo. Pelo vácuo criado no kitassato, a pressão atmosférica impele o líquido através dos poros do filtro, retendo o
precipitado.
1.5. Lavagem do Precipitado. Após a filtração do precipitado, deve-se submetê-lo a um processo de lavagem para
remover parte da água-mãe que nele ficou retida e eliminar as impurezas solúveis e não voláteis. Durante a
realização dessa operação, poderá ocorrer a peptização.
1.6. Calcinação ou Secagem. Após a filtração e a lavagem, o precipitado deve ser secado ou calcinado para depois
ser pesado. Assim sendo, explique quando se utiliza a secagem e a calcinação, respectivamente. Explique, também,
como se deve proceder para tarar um cadinho e um pesa filtro.
1.7. Aplicações. Várias são as aplicações que a gravimetria pode encontrar. Dentro da área de interesse do curso de
farmácia podemos citar: determinação dos íons cloreto em amostras de soro fisiológico através da precipitação com
AgNO3; determinação de ferro em amostras de suplementos alimentares através da precipitação do íons férrico com
excesso de amônia formando o hidróxido de ferro; determinação do teor de bário em amostras de medicamentos
através da precipitação com sulfato; a determinação de chumbo em cosméticos através da precipitação com acetato,
entre outras.

Fundamento da aula: Precipitação do haleto (NaCl) usando solução de AgNO 3 de acordo com o equilíbrio:

Cl- + Ag+ → AgCl(s)↓ ou mais precisamente,

NaCl + AgNO3 → AgCl(s)↓ + NaNO3(aq)

A B C D

A = analito B = reagente precipitante C = forma química de precipitação D = fase liquida a ser descartada
após filtração

1. Parte experimental:
Pesar aproximadamente 0,2000 g da NaCl (anotar a massa de acordo com a precisão da balança), dissolver com
mais ou menos 100 mL de água destilada (abertura) em béquer de 250 mL, agitar e juntar 1 mL de solução de HNO 3
1:1. Precipitar o haleto adicionando solução de AgNO 3 0,1 mol.L-1 em excesso (calcular esse excesso) até não mais
precipitar como AgCl. Aquecer à ebulição 1-2´, filtrar em cadinho de Gooch (filtrante de vidro) porosidade F ou 3 (usar
vácuo se necessário) e dessecar 60-120´ em estufa entre 110 a 200°C. Retirar de estufa (usando pinça metálica)
colocar em dessecador, resfriar e pesar como AgCl.

2. Questões:
a) Quantos mL da solução de AgNO3 0,1 mol L-1 são necessários para precipitar 0,234g de NaCl?
b) A partir 1,7847g de uma amostra impura de CaCO3, obteve-se 0,5603g de um precipitado calcinado de CaO. Calcular
a % de CaCO3 na amostra.
c) Calcular o fator gravimétrico para a conversão do:
a) Ba em BaSO4 b) Al em Al2O3
d) 0,500 g de uma amostra de sal comum (NaCl) foram dissolvidos em água. À solução resultante, adicionou-se
excesso de Nitrato de Prata. O precipitado obtido depois de lavado e secado pesou 1,200g. Determinar o teor (%) de
cloreto de sódio no sal analisado.
e) Em uma análise gravimétrica de precipitação quais seriam as etapas envolvidas na análise? Defina cada uma dessas
etapas e aponte a finalidade de executá-la.

3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BACCAN, Nivaldo et al. Química Analítica Quantitativa Elementar, p.151-161. 1ª edição. Editora Edgard Blucher,
Campinas, 1979.
SKOOG, D.A., et al. Fundamentos de Química Analítica, p. 298-310. 8ª edição, Thomson Learning, São Paulo,
2006.
VOGEL, et AL. Analise Inorgânica Quantitativa, p. 300-307. 4ª edição. Editora Guanabara Dois S.A., Rio de Janeiro,
1981.

Prática 3. Gravimetria por volatilização: determinação do teor de umidade de um sólido

1. Objetivos
Compreender os conceitos de hidratação; Aprender as técnicas de determinação do número de moléculas de
água de hidratação de um sólido; Compreender a importância da umidade na estabilidade, qualidade e composição
dos compostos; Aprender como armazenar corretamente substâncias químicas higroscópicas.
2. Princípios básicos
Quando soluções aquosas de sais solúveis são evaporadas, o sal separa-se sob a forma de cristais. Tais
cristais podem conter quantidades não estequiométricas de água adsorvida na superfície do cristal ou mecanicamente
ligada a rede cristalina. Entretanto, muitas vezes, esses cristais contêm quantidades estequiométricas de água que
estão quimicamente ligadas. Tais compostos são conhecidos como hidratos e a água é designada como hidratação.
A formação de hidratos não é específica para sais nem para cristais, é um fenômeno geral. Muitos hidratos são
estáveis à temperatura ambiente e sob condições atmosféricas, outros não. Se o hidrato perde água para a atmosfera,
é chamado de eflorescente. Se a substância remove umidade da atmosfera, é dita higroscópica, e se a substância se
dissolve ao absorver a umidade, é chamada deliquescente. Os sais desidratados são, frequentemente, higroscópicos
e devem ser mantidos isolados da atmosfera depois de secos, a fim de evitar absorção de umidade.
Compostos que não são estáveis ao aquecimento devem ser secos sob vácuo ou expondo-os a uma atmosfera
seca, de um dessecador, contendo um agente dessecante forte, como pentóxido de fósforo ou ácido sulfúrico
concentrado.
Sais hidratados têm pressão de vapor da água ou de líquidos orgânicos. A pressão de vapor dos hidratos
depende da estabilidade do composto em particular e da temperatura. Quando a pressão parcial de vapor de água na
atmosfera for maior que a pressão do CaCl2.4 H2O, o hidrato absorverá água e o composto CaCl2.6 H2O será formado.
Se a pressão real de vapor de água for menor que a pressão de vapor do CaCl 2.4 H2O, este perderá água para a
atmosfera. No ar a 25º.C, com umidade relativa de 30%, a pressão parcial do vapor de água é 7,1 mmHg (23,8 x 0,30
= 7,1 mm). Desde que a pressão de vapor do CaCl2.4 H2O a 25º.C é 33,5 mmHg, o hidrato absorverá água.

Formas de água em sólidos


Uma enorme variedade de substâncias sólidas encontradas na natureza contém água ou os elementos que a
formam. A quantidade de água nos sólidos é variável e depende da umidade e temperatura do ambiente e do seu
estado de subdivisão.
A distinção entre os vários modos pêlos quais a água pode ser retida por um sólido é de muita importância,
pois não necessariamente ela será retida por um mesmo tipo de ligação. Por exemplo, o Ca(OH) 2 pode possuir água
adsorvida em sua superfície (água de adsorção), como também produzir água ao se decompor sob ação do calor (água
de constituição).
Basicamente, os sólidos podem conter dois tipos de água: a Não-Essencial e a Essencial.

a) Água Não-Essencial
A caracterização química do sólido independe deste tipo de água. Devem ser consideradas, neste grupo, os
seguintes casos:
Água de adsorção
É a água retida sobre a superfície dos sólidos, quando estes estão em contato com um ambiente úmido. A
quantidade de água adsorvida dependerá da temperatura e da superfície específica do sólido. Quanto mais finamente
dividido este se apresentar, maior será a sua área específica exposta ao ambiente e, conseqüentemente, maior será a
quantidade de água adsorvida. Esta, por sua vez, estará em equilíbrio com o ambiente.
A quantidade deste tipo de água no sólido aumenta com o aumento da pressão de vapor da água no ambiente
e diminui com o aumento da temperatura.
Calor + H2O (ads) ↔ H2O (vapor)

A determinação quantitativa da água adsorvida é feita pelo aquecimento do sólido, em estufa, a 105-110°C,
até peso constante. Este é um fenômeno geral observado em todos os sólidos, em maior ou menor proporção.
Água de absorção
Ocorre em várias substâncias coloidais, tais como amido, proteínas, carvão ativo e sílica-gel. Ao contrário do
que ocorre com a água de adsorção, a quantidade de água absorvida é muito grande nestes sólidos, podendo, em
alguns casos, atingir 20% (m/m) ou mais do peso total do sólido.
Ela está retida como uma fase condensada nos interstícios ou capilares do colóide, e por esta razão os sólidos
que a contêm apresentam-se como perfeitamente secos.

Água de oclusão
Apresenta-se retida nas cavidades microscópicas distribuídas irregularmente nos sólidos cristalinos, e não está
em equilíbrio com a atmosfera ambiente. Por este motivo a sua quantidade é insensível às mudanças de umidade no
ambiente.
Quando um sólido que contém água de oclusão é aquecido, ocorre uma difusão lenta das moléculas de água
até a sua superfície, onde se verifica o fenômeno da evaporação. Necessariamente uma temperatura maior que 100°C
é requerida para que este processo se dê com uma velocidade apreciável.
Durante o aquecimento, a volatilização da água ocluída provoca a ruptura dos cristais, fenômeno este chamado
de decrepitação. Quando isto ocorre, deve-se precaver contra perdas de material.
b) Água Essencial
É a água existente como parte integral da composição molecular ou da estrutura cristalina de um sólido.
Os subgrupos deste tipo de água são:
Água de constituição
Neste caso, a água não está presente como H2O no sólido, mas é formada quando este se decompõe pela
ação do calor. O importante a se notar é que a relação estequiométrica de 2:1 entre hidrogênio e oxigênio nestes
compostos não precisa ser necessariamente observada.
Algumas vezes necessita-se de temperaturas relativamente-altas para causar a decomposição dos sólidos que
contêm este tipo de água.
Exemplos:
2 NaHCO3(s) 300 C→ Na2CO3(s) + H2O(g) + CO2(g)

Ca(OH)2(s) 800 C→ CaO(s) + H2O

2 Fe(OH)3(s) 1000 C→ Fe2O3(s) + 3 H2O(g)

Água de hidratação
Ocorre em vários sólidos, formando os hidratos cristalinos (compostos que contem água de cristalização).
A água está ligada a estes sólidos mediante ligações de coordenação covalentes, que são normalmente mais
fracas que as eletrostáticas. Por esta razão, a água de cristalização é facilmente eliminada destes compostos pela
ação do calor.
A quantidade de água de hidratação (ou de cristalização) num hidrato cristalino é uma característica do sólido
e sempre se apresenta com estequiometria definida.
Alguns hidratos cristalinos podem perder água de cristalização quando mantidos em ambiente completamente
seco (fenômeno de eflorescência dos cristais), enquanto que, outros podem retirar água de um ambiente úmido
(fenômeno de deliquescência dos cristais).
Como exemplos típicos de cristais hidratados citam-se BaCl2.2H2O, CuSO4.5H2O, Na2SO4.10H2O,
CaSO4.2H2O, CaC2O4.2H2O, etc.
3. Materiais necessários
CuSO4.5 H2O Na2SO4.n H2O BaCl2.n H2O sacarose
Tubos de ensaio cadinhos de porcelana balança semi-analítica dessecador
Bico de gás pinça para tubo de ensaio
4. Procedimento experimental

1. Pesar um cadinho de porcelana, limpo e seco, em balança semi-analítica, tomando o cuidado de não tocar com as
mãos. Anotar o peso.
2. Pesar cerca de 1 g de BaCl2.n H2O diretamente no cadinho. Anotar o peso.
3. Aquecer o cadinho com BaCl2.n H2O por 15 minutos em chama não-luminosa.
4. Colocar o cadinho com BaCl2 em dessecador por 15 minutos. Pesar novamente.
5. Repetir o procedimento dos itens 3 e 4 até peso constante.
6. Calcular o n° de moléculas de água de hidratação do BaCl2.n H2O.

Responda as seguintes questões:


1. Como um hidrato deve ser guardado após ter sido desidratado?
2. Aspectos quantitativos, discutir:
a) por que ocorre variação de massa do cadinho antes e após o aquecimento? Por que é necessário um cadinho
limpo e seco?
b) determinar a massa de água perdida; a % em peso da água no sal hidratado; a fórmula do sal e calcular o
erro em % em função do número de moléculas de água descrito no rótulo do produto.
3. A presença de uma impureza volátil no BaCl2.n H2O poderia afetar os resultados? De que maneira?
4. Por que não devemos pegar o cadinho diretamente com as mãos quando o mesmo será utilizado para a
determinação gravimétrica?
5. Por que devemos aquecer a substância até peso constante?

5. Referências bibliográficas

- SILVA, R.R; BOCCHI, N.; ROCHA FILHO, R.C. Introdução à Química Experimental. São Paulo: McGraw-Hill, 1990,
p. 127-137 e 170-176.
- GIESBRECHT, E. (coord.), Experiências de Química: Técnicas e Conceitos Básicos, PEQ - Projetos de Ensino de
Química,
São Paulo: Ed. Moderna, 1982, p. 43-45.
RUSSEL, J. B. Química geral. São Paulo, Makron Books, 1982.

Prática 4 - PREPARAÇÃO DE SOLUÇÕES

1. Objetivo

Rever as definições de concentração de solução; Aprender a preparar soluções aquosas, realizar diluições e determinar
concentrações de soluções; Realizar cálculos estequiométricos.

2. Princípios básicos

Uma solução no sentido amplo é uma dispensão homogênea de duas ou mais substâncias moleculares ou iônicas. Nas
soluções, as partículas do soluto não se separam do solvente sob a ação de ultracentrífugas, não são retiradas por ultrafiltros e não
são vistas através de microscópios potentes. Portanto, numa solução, o soluto e o solvente constituem uma única fase e toda a
mistura homogênea (cujo aspecto é uniforme ponto a ponto) constitui uma solução. A concentração de uma solução é a relação
entre a quantidade do soluto e quantidade do solvente ou da solução. Uma vez que as quantidades de solvente e soluto podem ser
dadas em massa, volume ou quantidade de matéria há diversas formas de se expressar a concentração de soluções. As relações
mais utilizadas são:

Concentração em grama por litro – Esse termo é utilizado para indicar a relação entre a massa do soluto (m), expressa em gramas,
e o volume (V), da solução, em litros.

C (g/L) = m (g) / V (L)

Concentração em quantidade de matéria – É a relação entre a quantidade de matéria do soluto (n soluto) e o volume da solução
(V), expresso em litros. No passado, esta unidade de concentração era denominada de molaridade ou concentração molar.
Atualmente, por recomendação da International Union of Pure and Applied Chemistry (IUPAC), o emprego desses termos vem sendo
evitado. Em seu uso correto, a palavra “molar” significa “por mol”, e não “por litro”, como a definidação da molaridade.

A quantidade de matéria do soluto (n soluto, anteriormente chamada “número de mols”) e a relação entre a massa do soluto
(m soluto) e sua massa molar (M, a massa de um mol de substância), expressa em g/mol.

C (mol/L) = n soluto / V solução

Molalidade – Esta relação é utilizada sempre que se pretende expressar concentrações independentes da temperatura, pois é expressa em
função da massa (e não do volume) do solvente. A molalidade de uma solução (não confundir com molaridade) é calculada como o quociente
entre a quantidade de matéria do soluto (n soluto expressa em mol) e massa total do solvente expressa em Kg.

Molalidade = n soluto / m solvente (Kg)


Fração em mol – Muito utilizada em cálculos físico-químicos, a fração em mol (x) de um componente A em soluçào (previamente denominada
“fração molar”), é a razão da quantidade de matéria do componente (n componente) pela quantidade de matéria total de todas as substâncias
presentes na solução (n total). Se os componentes da solução forem denominados A, B, C, etc, então pode-se escrever:

XA = nA/ (nA + nB + nC + …)

Note-se que:

XÁ + XB + XC + ... = 1

Normalidade – É a relação entre o número de equivalentes-grama do soluto e o volume da solução, expresso em litros. No passado,
esta unidade foi muito utilizada em cálculos relacionados com titulações. Atualmente, o uso da normalidade não é recomendado
pela IUPAC, uma vez que esta unidade de concentração não enfatiza o conceito de mol ou a estequiometria da reação química.
Além disso, o valor numérico do equivalente-grama de alguns compostos químicos (e, portanto, a normalidade da solução que os
contém) varia de acordo com a reação química em que a substância (ou a solução) é utilizada.

Composição percentual (Título) – Um método bastante usual de expressão da concentração baseia-se na composição percentual
da solução. Esta unidade de concentração relaciona a massa (m) ou o volume (V) do soluto com a massa ou o volume do solvente
ou solução, conduzindo a notações tais como:
10 % (m/m); 10 % (m/V) ou 10 % (V/V)
A relação m/m corresponde a base percentual mais usada na expressão da concentração de soluções aquosas
concentradas de ácidos inorgânicos (como o ácido clorídrico, ácido sulfúrico e ácido nítrico).

Exemplos: 100 g de solução concentrada de HCl a 36 % (m/m) comtêm 36 g de cloreto de hidrogênio e 64 g de água.

O ácido sulfúrico concentrado adquirido no comércio contém cerca de 98 % (em massa) de soluto (H 2SO4 líquido), sou
seja, 100 g do ácido comercial contém 98 g de H2SO4 e 2 g de H2O.

3. Materiais necessários
- hidróxido de sódio (s); - balão volumétrico; - HCl concentrado; - erlenmeyer;
- pisseta com água destilada; - funil de vidro; - béqueres de 100 mL;
- pipetador de borracha. - bastão de vidro;
4. Procedimento experimental

PERIGO: -

Ácido clorídrico tem um forte efeito corrosivo na pele e em mucosas em geral. Os gases desprendidos, se inalados, podem afetar a
mucosa nasal e os pulmões. Em caso de contato externo (inclusive os olhos), lave a região atingida com água em abundância.

Hidróxido de sódio, quando ingerido, tem um efeito corrosivo sobre as mucosas, causando vômitos, dor intensa e diarréia. O contato
de soluções concentradas com os olhos pode chegar a destruir a córnea. Em caso de contato com os olhos ou a pele, lavar com
água; em seguida, com uma solução de ácido acético 1%.

Inicialmente, para as soluções que deverão ser preparadas (os solutos e concentrações das soluções ser-lhe-ão
comunicados pelo professor), efetue os cálculos para determinar a massa do soluto necessária e/ou volume de solução concentrada
em estoque. O volume final de solução deverá ser aquele do balão volumétrico que lhe for colocado à disposição para uso. Antes
de iniciar o preparo das soluções, mostre ao seu professor os cálculos realizados.

Para preparar a solução de base a partir de soluto sólido, inicialmente, pese a massa determinada. A seguir, dissolva a
mesma em água destilada num copo de Becker (observe se há desprendimento de calor). Caso a solução tenha se aquecido, espere
até que ela volte à temperatura ambiente; então, transfira essa solução concentrada para o balão volumétrico. Enxágüe o copo de
Becker com água destilada e adicione as águas de lavagem à solução, no balão. Com o auxílio de um frasco lavador, contendo
água destilada, complete o volume até que a parte inferior do menisco esteja tangenciando a marca do pescoço do balão. Tampe o
balão e agite a solução para homogeneizá-la. A seguir, transfira a solução para um frasco devidamente etiquetado com o nome da
equipe, com a fórmula da base e a concentração da solução. Guarde-o em local recomendado pelo professor. Enxágüe o balão
volumétrico três vezes com água da torneira, duas vezes, com água destilada e ele estará pronto para ser usado na preparação de
outra solução aquosa.

Para preparar a solução de ácido, retire o volume de solução concentrada em estoque usando uma pipeta graduada com
o auxílio de um pipetador de borracha (NUNCA PIPETE COM A BOCA). Transfira, lentamente, esse volume de solução para um
copo de Becker JÁ CONTENDO ÁGUA DESTILADA (observe se há desprendimento de calor). Caso a solução tenha se aquecido,
espere que ela volte à temperatura ambiente. A seguir, proceda como no caso da solução de base.

5. Instruções para elaboração do relatório

O relatório deverá ser redigido de acordo com as normas dadas em aula. Responda às seguintes questões:

1) O que é a concentração de uma solução?

2) Que erros podem ser cometidos, durante o preparo de uma solução, que façam a sua concentração real ser diferente da
concentração suposta?

3) Calcule a concentração (em quantidade de matéria) das seguintes soluções:

a. 0,248 mol de cloreto de sódio em 250,00 mL de solução


b. 102,6 g de açúcar comum (sacarose , C12H22O11) em 500 mL de solução
c. Uma solução de etileno (eteno, C2H4) a 10% (V/V) em argônio, a 00C e 1,00 atm.
4) Suponha que você dispõe de 15,0 mL de uma solução de hidróxido de bário 0,20 mol/L. Responda:
a. Qual a concentração desta alíquota (em quantidade de matéria)?
b. Qual a quantidade de matéria de hidróxido de bário contida nesta alíquota?
5) Descreva em detalhes como você prepararia 250,00 mL de uma solução de sulfato de alumínio 0,100 mol/L.
6) Que quantidade de água destilada deve ser adicionada a 25, 0 mL de solução de hidróxido de potássio 0,500 mol/L, para produzir
uma solução de concentração igual a 0,350 mol/L?

6. Bibliografia
SILVA, R.R.; BOCCHI, N,; ROCHA FILHO, R.C. Introdução à química experimental. São Paulo: Mc-Graw-Hill, 1990, p. 68-69.

RUSSEL, J.B. Química geral. São Paulo: Makron Books, 1982.

BRADY, J.; HUMISTON, G.E. Química geral. 2 ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1986, p. 187-188, 347-351.

Prática 05- PADRONIZAÇÃO DO HCl

1. Objetivos

Exercitar a técnica de titulação; Realizar cálculos estequiométricos; Preparar soluções-padrões; Aplicar a técnica da
titulação na determinação da pureza e controle de qualidade da produção do HCl comercial.

2. Princípios básicos

As soluções concentradas de ácidos (e de bases também) podem ter suas concentrações determinadas medindo-se as
suas densidades e, depois, consultando-se tabelas de densidade em função do título. Para soluções diluídas, esse procedimento
não é utilizado porque a determinação precisa de suas densidades é mais difícil. Nesse caso, o problema é resolvido utilizando-se
reações de neutralização.

Ácidos e bases de Arrhenius são substâncias que, em solução aquosa, levam a um aumento da concentração dos íons
H3O+ e OH- , respectivamente. Uma das propriedades desses íons é que eles reagem um com o outro num processo conhecido
como reação de neutralização. A equação iônica que representa essa reação é:

H3O (aq) + OH- (aq) H2O (l)

Se após a reação o número de íons H3O+ é igual ao número de íons OH-, a solução, deixa de ser ácida ou básica, tornando-
se neutra; daí, o nome reação de neutralização. Uma reação de neutralização típica é a reação entre ácido clorídrico e hidróxido de
sódio:

HCl (aq) + NaOH (aq) NaCl (aq) + H2O (l)


Uma titulação é um processo em que se determina a quantidade de uma substância em solução, medindo-se a quantidade
necessária de um reagente para reagir completamente com toda a substância. Normalmente, isso é feito adicionando-se,
controladamente, um reagente de concentração conhecida à solução da substância, ou vice-versa, até que se julgue que ela reagiu
por completo. Então, através do volume de reagente adicionado e da sua concentração, determina-se a quantidade de matéria de
reagente consumido; em seguida, através da estequiometria da reação (equação química balanceada), determina-se a quantidade
de matéria da substância e, se conhecido o volume da solução que a continha, a concentração da solução.
O reagente cuja quantidade de matéria é exatamente conhecida chama-se de solução padrão. A precisão com que se
conhece sua concentração limita necessariamente a precisão da titulação. Portanto, deve-se tomar muito cuidado ao se preparar
tais soluções. Comumente, a concentração de uma solução padrão é obtida por um dos seguintes modos:

- Preparando-se uma solução de volume exatamente conhecido, utilizando-se uma porção cuidadosamente pesada de uma
reagente puro - padrão primário (método direto);

- Determinando-se qual o seu volume necessário para neutralizar uma quantidade de matéria exatamente conhecida (cuja
massa correspondente foi cuidadosamente pesada) de um padrão primário (método indireto).

No primeiro caso, obtém-se uma solução conhecida como solução padrão primária; no segundo caso, uma solução padrão
secundária. Nos dois casos, uma substância química altamente purificada, conhecida como padrão primário, faz-se necessária. A
utilização de um padrão primário para determinar a concentração de uma solução padrão secundária é denominada de
padronização.

Existem padrões primários ácidos e padrões primários alcalinos (básicos) para o caso de padronizações de soluções de
ácidos e bases, respectivamente. Os padrões primários alcalinos mais comuns são o carbonato de sódio, Na 2CO3 (massa molar
105,99 g/mol) e o tetraborato de sódio decahidratado, conhecido como bórax, Na 2B4O7.10H2O (massa molar 381,36 g/mol).
Especificamente, nesta experiência, será utilizado o carbonato de sódio como padrão primário.

Toda titulação envolve a reação de uma solução padrão em quantidade tal que seja exatamente, e tão-somente, a
necessária para reagir com toda a substância que está sendo titulada. Essa condição é atingida no ponto de equivalência, que é
encontrado utilizando-se indicadores ácido-base.

Como vimos na prática 15, os indicadores ácido-base são uma série de corantes orgânicos que apresentam uma cor em
solução ácida e outra cor diferente em solução básica. Assim, eles podem ser utilizados para assinalar quando a reação de
neutralização ocorre totalmente; daí são denominados indicadores. Fenolftaleína, azul de bromotimol, vermelho de cresol, azul de
timol e verde de bromocresol são alguns dos corantes utilizados para assinalar o ponto de equivalência numa titulação. A
fenolftaleína, por exemplo, em uma solução ácida é totalmente incolor e em uma solução básica vermelha.

3. Materiais necessários
carbonato de sódio, Na2CO3 (s) Bureta
HCl 0,1 mol\L preparada na prática anterior 3 erlenmeyer
solução de alaranjado de metila funil de vidro
frasco lavador com água destilada

4. Procedimento experimental

PERIGO: - Ácido clorídrico tem um forte efeito corrosivo na pele e em mucosas em geral. Os gases desprendidos, se inalados,
podem afetar a mucosa nasal e os pulmões. Em caso de contato externo (inclusive os olhos), lave a região atingida com água em
abundância.

Pese em torno de 0,16 g de carbonato de sódio, dissolva em água destilada (30 mL) e acrescente algumas gotas (5-10)
do indicador alaranjado de metila.
Prepare uma bureta para receber a solução de HCl a ser padronizada. Adicione a solução de HCl 0,1 mol/L. Retire a bureta
do suporte e com movimentos cuidadosos faça com que a solução banhe todo o seu interior. Escoe e rejeite a solução usada. Com
o auxílio de um funil, encha novamente a bureta com a solução de HCl 0,1 mol/L até acima da marca do zero. Cuidado, verifique se
a torneira está fechada e evite um possível transbordamento da solução pela parte superior. Abrindo a torneira, deixe escapar,
rapidamente, uma pequena porção de solução, de forma a eliminar qualquer bolha de ar que ficar retida abaixo da torneira.

Coloque o erlenmeyer com a solução de Na2CO3 sob a torneira e inicie a titulação deixando gotejar lentamente a solução
ácida, ao mesmo tempo em que o erlenmeyer é agitado com movimentos circulares. Observe a cor contra o fundo branco. Prossiga
até o momento em que a coloração desapareça lentamente com a agitação. Continue, então, adicionando, gota a gota lentamente,
a solução ácida, fechando a torneira da bureta no momento em que surgir coloração persistente por cerca de 1 minuto. Anote a
leitura e calcule o volume total empregado.

Calcule a concentração exata da solução de ácido clorídrico a partir da massa de Na 2CO3 empregada e o volume de solução
de ácido clorídrico gasto. Repita a titulação por mais duas vezes.
5. Instruções para elaboração do relatório

O relatório deverá ser redigido de acordo com as normas dadas em aula. Coloque os cálculos que forem realizados para
determinar a concentração das soluções padronizadas. Inclua, para cada caso, a equação química balanceada correspondente à
respectiva neutralização. Compare os valores de concentração obtidos pela padronização com os valores nominais iniciais; discuta
o que contribuiu para que eles fossem diferentes.

Responda às seguintes questões:


5) Discorra sobre o que é e como deve ser feita uma titulação.
6) Para que são utilizados indicadores em titulações? Por que foi usado o indicador alaranjado de metila?
7) Poderia se usar outro indicador além do que foi utilizado na prática? Qual? Por quê?
8) O que é um padrão primário? E um padrão secundário?
9) O Na2CO3 é um padrão primário ou secundário? Por quê?
10) Escreva a reação química em solução aquosa entre o ácido clorídrico e o carbonato de sódio.

6. Referências bibliográficas

SILVA, R.R; BOCCHI, N.; ROCHA FILHO, R.C. Introdução à Química Experimental. São Paulo: McGraw-Hill, 1990, p.81-94.
COTTON, F. A. & LINCH, L. D. Manual do curso de Química, Rio de Janeiro: Forum, 1968, p. 322-336.
GIESBRECHT, E. (COORD.), Experiências de Química: técnicas e conceitos básicos, PEQ - Projetos de Ensino de Química,
São Paulo: Ed. Moderna, 1982, p. 20-23 e 52-55.

AULA 06- PADRONIZAÇÃO DE NaOH

1. Objetivos

Exercitar a técnica de titulação; Realizar cálculos estequiométricos; Preparar soluções-padrões; Aplicar a técnica da
titulação na determinação da pureza e controle de qualidade da produção do NaOH comercial.

2. Princípios básicos

Esta experiência é, na realidade, uma repetição da experiência anterior. Assim, os conceitos fundamentais descritos na
prática 16 devem ser revistos. Nesta experiência, utilizar-se-á um padrão primário ácido, obtendo-se uma solução secundária básica.

Os padrões primários ácidos mais comuns são o ácido oxálico dihidratado, H 2C2O4.2H2O (massa molar 126,06 g/mol) e o
ftalato ácido de potássio, KHC8H4O4 (massa molar 204,21 g/mol).

Ao se padronizar uma solução aquosa de NaOH, titulando-a com ácido oxálico, ocorrerá a reação química representada
pela seguinte equação química (não-balanceada):

H2C2O4 (aq) + NaOH (aq) → Na2C2O4 (aq) + H2O (l)

Essa titulação é feita na presença de fenolftaleína como indicador. Note que o conhecimento da equação química
balanceada, referente à reação de neutralização, é fundamental para a realização dos cálculos necessários para a determinação da
concentração exata da solução da base que está sendo padronizada.

3. Materiais necessários
ácido oxálico (s) Proveta
NaOH 0,1 mol/L, preparada na prática 11 Pipeta
solução de fenolftaleína Bureta
balão volumétrico 3 erlenmeyer
funil de vidro Biftalato de potássio

4. Procedimento experimental

PERIGO - Hidróxido de sódio, quando ingerido, tem um efeito corrosivo sobre as mucosas, causando vômitos, dor intensa e diarréia.
O contato de soluções concentradas com os olhos pode chegar a destruir a córnea. Em caso de contato com os olhos
ou com a pele, lavar com água; em seguida, com uma solução de ácido acético 1%.

- Preparo das soluções


Aplicando os princípios fundamentais de concentração, calcule o volume da solução 6 mol/L necessário para o preparo de
250 mL de solução 0,5 mol\L de NaOH. Meça o volume calculado no cilindro graduado ou proveta e transfira para o balão
volumétrico. Complete o volume com água destilada até a marca de 250 mL. Tampe o balão e homogeinize a solução.

- Padronização da solução de base

Inicialmente, há necessidade de se calcular qual é a massa necessária, de padrão primário ácido, para neutralizar a
quantidade de matéria de NaOH contida, por exemplo, num volume correspondente a 60% da capacidade da bureta utilizada. Para
isso, use, de modo invertido (do final para o início), as etapas de cálculo para a padronização da base. Use, como concentração da
solução aquosa de NaOH, aquela nominalmente preparada.
Em seguida, pese, cuidadosamente, uma amostra de ácido oxálico de massa próxima daquela calculada (m= 0,61 g) num
erlenmeyer de 250 mL. Anote o valor exato dessa massa. Acrescente cerca de 50 mL de água destilada ao erlenmeyer e agite
cuidadosamente até dissolver todo o ácido. Junte, então, 3 gotas da solução do indicador.

Prepare uma bureta para receber a solução de NaOH a ser padronizada. Com um funil pequeno, adicione cerca de 5 mL
de solução de hidróxido de sódio 0,5 mol/L. Retire a bureta do suporte e, com movimentos cuidadosos, faça com que a solução
banhe todo o seu interior. Escoe e rejeite a solução usada.

Com o auxílio de um funil, encha novamente a bureta com a solução de NaOH 0,5 mol/L até acima da marca do zero.
Cuidado, verifique se a torneira está fechada e evite um possível transbordamento da solução pela parte superior. Abrindo a torneira,
deixe escapar, rapidamente, uma pequena porção de solução, de forma a eliminar qualquer bolha de ar que ficar retida abaixo da
torneira.

Coloque o erlenmeyer com a solução de ácido sob a torneira e inicie a titulação deixando gotejar lentamente a solução
alcalina, ao mesmo tempo em que o erlenmeyer é agitado com movimentos circulares. Observe a cor contra o fundo branco. Prossiga
até o momento em que a coloração rósea desapareça lentamente com a agitação. Continue, então, adicionando, gota a gota
lentamente, a solução alcalina, fechando a torneira da bureta no momento em que surgir coloração persistente por cerca de 1 minuto.
Anote a leitura e calcule o volume total empregado.

Repita a padronização da base mais uma vez. Calcule a concentração exata da solução de hidróxido de sódio a partir da
massa de ácido oxálico empregada e o volume de solução de hidróxido gasto. Depois, decida se há necessidade de repetição
adicional (caso necessário, discuta isso com o seu professor).

5. Instruções para elaboração do relatório


O relatório deverá ser redigido de acordo com as normas dadas em aula. Coloque os cálculos que forem realizados para
determinar a concentração das soluções padronizadas. Inclua, para cada caso, a equação química balanceada correspondente à
respectiva neutralização. Responda às seguintes questões:

1) Por que usou o indicador fenolftaleína? Poderia ser usado outro indicador? Qual? Por quê?
2) Compare os valores de concentração obtidos pela padronização com os valores nominais iniciais; discuta o que contribuiu para
que eles fossem diferentes.
3) Escreva a reação química em solução aquosa entre hidróxido de sódio e o ácido oxálico?
4) Poderia ser utilizado um padrão primário diferente do ácido oxálico? Qual? Qual seria então a reação química em solução aquosa
envolvida?

6. Referências bibliográficas
SILVA, R.R; BOCCHI, N.; ROCHA FILHO, R.C. Introdução à Química Experimental. São Paulo: McGraw-Hill, 1990, p.81-94 e 150-
155.
COTTON, F. A. & LINCH, L. D. Manual do curso de Química, Rio de Janeiro: Forum, 1968, p. 322-336.
GIESBRECHT, E. (COORD.). Experiências de Química: técnicas e Conceitos Básicos, PEQ - Projetos de Ensino de Química, São
Paulo: Ed. Moderna, 1982, p. 20-23.
BACCAN, N. Química analítica quantitativa elementar, São Paulo: Editora Edgard Blücher, Campinas: Universidade Estadual de
Campinas, 1979, p. 42-50 e 177.
Prática 07 – Volumetria de neutralização. Determinação do AAS em medicamentos (método farmacopeia
brasileira). Exemplo de uma titulometria ácido base por retorno

Objetivos:

- Exercitar a técnica de titulação; Realizar cálculos estequiométricos; Aplicar a técnica da titulação na determinação da
concentração de ácido acetilsalicílico em medicamentos

Introdução:

2. Princípios básicos

As soluções concentradas de ácidos (e de bases também) podem ter suas concentrações determinadas
medindo-se as suas densidades e, depois, consultando-se tabelas de densidade em função do título. Para soluções
diluídas, esse procedimento não é utilizado porque a determinação precisa de suas densidades é mais difícil. Nesse
caso, o problema é resolvido utilizando-se reações de neutralização.

Ácidos e bases de Arrhenius são substâncias que, em solução aquosa, levam a um aumento da concentração
dos íons H3O+ e OH- , respectivamente. Uma das propriedades desses íons é que eles reagem um com o outro num
processo conhecido como reação de neutralização. A equação iônica que representa essa reação é:
H3O (aq) + OH- (aq) H2O (l)

Se após a reação o número de íons H3O+ é igual ao número de íons OH-, a solução, deixa de ser ácida ou
básica, tornando-se neutra; daí, o nome reação de neutralização. Uma reação de neutralização típica é a reação entre
ácido clorídrico e hidróxido de sódio:

HCl (aq) + NaOH (aq) NaCl (aq) + H2O (l)


Uma titulação é um processo em que se determina a quantidade de uma substância em solução, medindo-se
a quantidade necessária de um reagente para reagir completamente com toda a substância. Normalmente, isso é feito
adicionando-se, controladamente, um reagente de concentração conhecida à solução da substância, ou vice-versa,
até que se julgue que ela reagiu por completo. Então, através do volume de reagente adicionado e da sua concentração,
determina-se a quantidade de matéria de reagente consumido; em seguida, através da estequiometria da reação
(equação química balanceada), determina-se a quantidade de matéria da substância e, se conhecido o volume da
solução que a continha, a concentração da solução.
O reagente cuja quantidade de matéria é exatamente conhecida chama-se de solução padrão. A precisão com
que se conhece sua concentração limita necessariamente a precisão da titulação. Portanto, deve-se tomar muito
cuidado ao se preparar tais soluções. Comumente, a concentração de uma solução padrão é obtida por um dos
seguintes modos:

- Preparando-se uma solução de volume exatamente conhecido, utilizando-se uma porção cuidadosamente
pesada de uma reagente puro - padrão primário (método direto);

- Determinando-se qual o seu volume necessário para neutralizar uma quantidade de matéria exatamente
conhecida (cuja massa correspondente foi cuidadosamente pesada) de um padrão primário (método indireto).

No primeiro caso, obtém-se uma solução conhecida como solução padrão primária; no segundo caso, uma
solução padrão secundária. Nos dois casos, uma substância química altamente purificada, conhecida como padrão
primário, faz-se necessária. A utilização de um padrão primário para determinar a concentração de uma solução padrão
secundária é denominada de padronização.

Existem padrões primários ácidos e padrões primários alcalinos (básicos) para o caso de padronizações de
soluções de ácidos e bases, respectivamente. Os padrões primários alcalinos mais comuns são o carbonato de sódio,
Na2CO3 (massa molar 105,99 g/mol) e o tetraborato de sódio decahidratado, conhecido como bórax, Na 2B4O7.10H2O
(massa molar 381,36 g/mol). Especificamente, nesta experiência, será utilizado o carbonato de sódio como padrão
primário.

Toda titulação envolve a reação de uma solução padrão em quantidade tal que seja exatamente, e tão-
somente, a necessária para reagir com toda a substância que está sendo titulada. Essa condição é atingida no ponto
de equivalência, que é encontrado utilizando-se indicadores ácido-base.

Os indicadores ácido-base são uma série de corantes orgânicos que apresentam uma cor em solução ácida e
outra cor diferente em solução básica. Assim, eles podem ser utilizados para assinalar quando a reação de
neutralização ocorre totalmente; daí são denominados indicadores. Fenolftaleína, azul de bromotimol, vermelho de
cresol, azul de timol e verde de bromocresol são alguns dos corantes utilizados para assinalar o ponto de equivalência
numa titulação. A fenolftaleína, por exemplo, em uma solução ácida é totalmente incolor e em uma solução básica
vermelha.

3. Materiais necessários
Amostra de medicamentos contendo AAS Água destilada

HCl 0,5 mol\L padronizada NaOH 0,5 mol/L padronizada

solução de vermelho de fenol

4. Procedimento experimental

Método da farmacopeia brasileira adaptado: pesar e anotar a massa de 4 comprimidos. Pulverizar os comprimidos,
transferir quantidade do pó equivalente a 0,5 gramas de ácido acetilsalicílico (AAS) para erlenmeyer de 250 mL (calcular
quanto seria essa massa) e adicionar 30 mL de NaOH 0,5 mol/L padronizado. Ferver cuidadosamente por 10 minutos
e titular o excesso de base com HCl 0,5 mol/L, utilizando vermelho de fenol como indicador. Realizar o ensaio do branco
e efetuar correções necessárias. Cada mL de hidróxido de sódio equivale a 45,040 mg do AAS.

5. Questões

1) Escreva as reações químicas que ocorrem.


2) Qual a quantidade de pó da amostra de comprimido que contém o equivalente a 0,5 gramas do AAS?
3) Por que as soluções de NaOH e de HCl devem estar padronizadas?
4) Descreva detalhadamente como preparar 250 mL as soluções de NaOH e de HCl na concentração indicada na
prática.
5) Descreva como o NaOH deve ser padronizado (indique o padrão primário, o indicador e escreva a reação química
envolvida).
6) Descreva como o HCl deve ser padronizado (indique o padrão primário, o indicador e escreva a reação química
envolvida).
7) Na prática realizada a titulação é dita de retorno. Por quê?
8) Por que recomenda-se ferver a mistura por 10 minutos antes de titular o excesso de base?
9) Por que foi utilizado como indicador o vermelho de fenol? Poderia ser utilizado outro indicador?
10) O que pode acarretar erros na determinação do AAS ao método proposto?
11) Faça todos os cálculos estequiométricos necessários e demonstre que 1 mL de NaOH 0,5 mol L-1 equivale a 45,040
mg do AAS.
12) Compare os valores obtidos experimentalmente com aqueles descritos pelo fabricante e discuta sobre a qualidade
do medicamento com base no que a ANVISA preconiza.

Prática 08 – Volumetria de neutralização. Determinação do teor de Mg(OH)2 no leite de magnésia

O leite de magnésia é vendido nas farmácias e drogarias como um antiácido, ou seja, é usado nas perturbações
gástricas causadas por uma produção excessiva de ácido estomacal (ácido clorídrico). A solubilidade do hidróxido de
magnésio em água é de apenas 9 mg/L a 18 oC . Por isso, o leite de magnésia é uma suspensão de hidróxido de
magnésio em água, e deve ser sempre homogeneizada antes da utilização do medicamento. O leite de magnésia
comercial é constituído de uma suspensão de hidróxido de magnésio, com uma especificação média estabelecida de
7% em peso.

Na análise volumétrica, a baixa solubilidade do hidróxido de magnésio dificulta a visualização do ponto de


equivalência, o que desaconselha a titulação direta da suspensão. Além disso, as partículas de hidróxido de magnésio
em suspensão podem causar erros ao aderirem às paredes do frasco erlenmeyer, ficando fora de contato com o ácido
titulante. Outro problema que pode surgir em consequência de a amostra ser opaca é a difícil percepção de uma
mudança precisa da cor do indicador no ponto final da titulação. O procedimento adotado para superar estes problemas
é a titulação indireta (retrotitulação), onde o hidróxido de magnésio é totalmente neutralizado por um excesso
(perfeitamente conhecido) de uma solução-padrão de ácido clorídrico para dissolver e neutralizar todas as partículas
suspensas de hidróxido de magnésio, resultando em uma solução transparente. Em seguida, o ácido clorídrico em
excesso é titulado com uma solução padrão de hidróxido de sódio.

Mg(OH)2 + 2HCl → MgCl2+ 2H2O + HClexc

O excesso de ácido é titulado com solução padrão de NaOH:

HClexc + NaOH →NaCl + H2O

Conhecendo-se o número de moles total de ácido (nHCl total) adicionado e o número de moles em excesso
(nHCl exc), determina-se o número de moles que reagiu (nHCl reagiu) com o Mg(OH)2, e assim o número de mols de
Mg(OH)2 presente na amostra.

1.1)Preparo da amostra

Como a amostra já se encontra como uma suspensão, não será necessária a etapa de abertura da mesma.

1.2) Indicador

O produto da reação é uma solução neutra, portanto, o pH do ponto final da reação é igual a 7. Assim, a
fenolftaleína, com zona de viragem entre 8,0 e 10,0, passando de incolor para rosa, será utilizada como indicador.

2) Procedimento:
1) Agitar vigorosamente o frasco que contém o leite de magnésia para homogeneizar a suspensão.
2) Em um erlenmeyer de 125mL, pesar, com o auxílio de um conta gotas, não mais que 0,150g da amostra
previamente homogeneizada.
3) Adicionar aproximadamente 25mL de água destilada ao erlenmeyer contendo a amostra.
4) Pipetar 10,00mL de solução de HCl aproximadamente 0,1mol/L padronizada, acrescentar ao erlenmeyer e
homogeineizar a solução resultante.
5) Adicionar ao erlenmeyer duas (2) gotas de fenolftaleína como indicador.
6) Titular com solução padronizada de NaOH aproximadamente 0,1mol/L até o aparecimento de uma coloração
rósea.
7) Anotar o volume de NaOH consumido.
8) Repetir a titulação para mais duas amostras.

3 - Questões a serem respondidas.

1. Escreva as equações químicas envolvidas na titulação.


2. Calcular a concentração em g L-1 e em porcentagem de hidróxido de magnésio em leite de magnésia.
3. Cite fontes de erro nesta prática indicando os cuidados que é preciso tomar para minimizar esses erros.

Prática 09 – Titulação do ácido fosfórico

Os ácidos polipróticos contêm mais de um átomo de hidrogênio substituível por molécula. Quando se titula um
ácido poliprótico (ex: ácido oxálico) surgem as seguintes perguntas: “Será possível titular apenas um, ou os dois átomos
de hidrogênio substituíveis?” “No caso de ser possível titular ambos os átomos de hidrogênio substituíveis por molécula,
será possível titulá-los separadamente?” “Em cada caso, que indicador deverá ser empregado?” Estas perguntas podem
ser respondidas mediante observação das curvas de titulação destes ácidos. De modo geral, para que se possa titular o
primeiro hidrogênio ionizável separadamente do segundo, a relação K a1/Ka2 deve situar-se, pelo menos, ao redor de
104. O ácido fosfórico é um ácido poliprótico que possui três etapas de dissociação:

H3PO4 ⇔ H+ + H2PO4- Ka1= 7,52 x 10-3


H2PO4-⇔ H++ HPO42- Ka2= 6,23 x 10-8
HPO42-⇔ H++ PO43- Ka3= 4,80 x10-13

as quais proporcionam, teoricamente, três pontos de equivalência para este sistema químico. O primeiro é verificado
em pH = 4,67; o segundo em pH 9,45 e o terceiro em pH = 11,85.
A mudança de pH na região do primeiro ponto de equivalência não é muito pronunciada. Usando-se alaranjado
de metila ou verde de bromocresol como indicador, é necessário que uma determinação paralela com fosfato diácido
de potássio seja feita, de modo a ser possível uma comparação de cor para observação do ponto de viragem do
indicador. Essa determinação paralela é feita da seguinte forma: transferir uma alíquota da solução de KH2PO4 para
um erlenmeyer e adiciona-se o mesmo número de gotas de indicador empregado na análise de modo a verificar a cor
resultante. Em pH ao redor de 9,6 ocorre o segundo ponto de equivalência do sistema. Nesta região de pH pode-se
empregar fenolftaleína ou azul de timol como indicador. A transição de cor destes indicadores, no entanto, ocorre antes
do ponto desejado senão for adicionado ao meio uma solução saturada de NaCl, a qual, aumentando a força iônica do
meio diminui a extensão da hidrólise dos íons HPO4 2- . Se for empregado como indicador a timolftaleína não é
necessário a adição de NaCl ao meio, porque ao contrário dos outros indicadores acima citados, sua transição começa
a ocorrer em pH≈9,6.
A terceira constante de dissociação do ácido fosfórico é tão pequena (Ka3 corresponde a um ácido tão fraco
quanto à água) que o terceiro hidrogênio ionizável do sistema H 3PO4 não tem interesse analítico.
A seguir é possível observar a curva de titulação de uma solução de H 3PO4 com a solução de NaOH.

1. Objetivos

Determinar a pureza de ácido fosfórico comercial em função da escolha do indicador e do H + titulado.

2. Materiais necessários

H3PO4 concentrado
Solução 0,1 mol L-1 de KH2PO4
Solução padrão de NaOH 0,25 mol L-1 :
Solução indicadora de timolftaleína a 0,1%  ( C6H4CO.OC(C10H14O)2 
Solução indicadora de verde de bromocresol a 0,1 %

3. Procedimento experimental

Determinação do Primeiro Ponto Final da Titulação da solução de H 3PO4


1. Com uma pipeta volumétrica medir exatamente 25,00 mL da solução de H3PO4 preparada para um erlenmeyer de
250 mL.
2. Adicionar 50 mL de água destilada e 3 gotas do indicador verde de bromocresol.
3. Titular com a solução padrão de NaOH até que a coloração comece a se desviar de amarelo para azul. Anotar o
volume consumido.
4. Repetir a titulação mais duas vezes para encontrar o valor médio, de modo que os volumes gastos na titulação
não sejam diferentes em mais que 0,1 mL. Em caso contrário, um dos resultados será rejeitado.
5. Reação: H3PO4 + NaOH  NaH2PO4 + H2O
6. Calcular a concentração da solução de H3PO4, em % e em mol L-1.
Determinação do Segundo Ponto Final da Titulação da solução de H 3PO4
1. Com uma pipeta volumétrica medir exatamente 25,00 mL da solução de H 3PO4 para um erlenmeyer de 500 mL.
2. Adicionar 50 mL de água destilada e 5 gotas do indicador timolftaleína.
3. Titular com a solução padrão de NaOH até que a coloração comece a se desviar de incolor à azul. Anotar o valor
consumido.
4. Repetir a operação para encontrar o valor médio, de modo que os volumes gastos na titulação não sejam diferentes
em mais que 0,1 mL. Em caso contrário, um dos resultados será rejeitado.
5. Reação: H3PO4 + 2 NaOH  Na2HPO4 + 2 H2O
6. Calcular a concentração do H3PO4, em % e em mol L-1.

Práticas 10 e 11– Volumetria de precipitação

I - Introdução

A volumetria de precipitação se baseia em reações com formação de compostos pouco solúveis. As titulações
de precipitação estão entre os métodos analíticos mais antigos, mas são muito limitadas porque muitas reações de
precipitação não obedecem a alguns requerimentos básicos para o sucesso de uma titulação como estequiometria
e/ou velocidade da reação e visualização do ponto final.
A co-precipitação do analito ou do titulante leva muito frequentemente a reações não estequiométricas. As
técnicas de digestão e envelhecimento dos precipitados, usadas para minimizar a co-precipitação na gravimetria, não
podem ser aplicadas nas titulações diretas uma vez que requerem um tempo considerável para tornarem-se efetivas.
A velocidade de formação de alguns precipitados, particularmente na titulação de soluções diluídas, é
comumente bastante baixa. À medida que se aproxima o ponto de equivalência e o titulante é adicionado lentamente,
não existe um alto grau de supersaturação e a velocidade da precipitação pode se tornar muito pequena.
Em um número reduzido de casos é possível conduzir a titulação sob observação visual até o ponto em que a
formação do precipitado deixa de ocorrer. Mais comumente, adota-se o uso de indicadores. Muitos métodos
volumétricos de precipitação empregam indicadores mais ou menos específicos, isto é, apropriados para uma dada
reação de precipitação. Há, no entanto, uma classe especial de indicadores, os indicadores de adsorção, que
encontram um campo mais amplo de aplicação. As possibilidades do uso das reações de precipitação na análise
titulométrica se ampliam consideravelmente com a utilização de métodos físico-químicos para a localização do ponto
final. A Tabela 1 relaciona alguns métodos volumétricos de precipitação com caráter específico. Todavia, o mais
importante deles é a argentimetria que se baseia na formação de sais de prata (haletos, cianeto e tiocianato) pouco
solúveis.

Tabela 1. Alguns métodos titulométricos de precipitação.

II - Métodos Argentimétricos

1-Soluções padrão

As titulações argentimétricas diretas fazem uso de solução padrão de nitrato de prata. Nas titulações
argentimétricas indiretas utiliza-se, além da solução anterior, uma solução padrão de tiocinanato de potássio ou de
amônio.
1.1-Soluções de nitrato de prata
O reagente pode ser obtido como padrão primário e as suas soluções podem ser preparadas a partir da
pesagem direta. Tanto o nitrato de prata sólido como as suas soluções aquosas devem ser cuidadosamente protegidos
do contato com poeiras e matérias orgânicas e da ação da luz solar direta; a redução química no primeiro caso é a
fotodecomposição, no segundo provocam a formação da prata metálica. A umidade superficial do reagente pode ser
eliminada mediante aquecimento, em estufa a 110°C. Esse aquecimento pode determinar o aparecimento de uma leve
coloração nos cristais, mas a extensão da decomposição é, via de regra, desprezível. O nitrato de prata dessecado
não é higroscópico. A grande desvantagem desse reagente é o seu elevado custo. Eventualmente, pode ser
interessante padronizar as soluções de nitrato de prata contra cloreto de sódio. O cloreto de sódio é encontrado como
padrão primário com valor argentimétrico de 99,95 a 100,05% após dessecação a 110 °C.

1.2 - Soluções de tiocianato de potássio


O sal quando aquecido a 150 °C durante uma hora retém alguns centésimos percentuais de água. Os últimos
traços de água podem ser eliminados mediante fusão a 190-200 °C, durante 5 minutos e, então, o sal não mais absorve
água, se conservado sob umidade relativa de 50%; o sal é estável quando conservado sobre cloreto de cálcio. O
reagente quando convenientemente tratado pode servir para a preparação direta de soluções padrão. Normalmente,
as soluções de tiocianato de potássio são padronizadas contra nitrato de prata. As soluções são indefinidamente
estáveis.

2-Indicadores
Os indicadores usados nas titulações de precipitação são usualmente específicos, isto é, reagem seletivamente
com o titulante para formar uma substância colorida. Tanto o analito, A, como o indicador, In, podem reagir com o
titulante, T, assim, ambos podem ser considerados como competidores.

Reação de titulação: A + T AT(s)


Reação do indicador: In + T InT(s)

Como a reação do indicador é a responsável pela mudança de cor, que sinaliza o ponto final da titulação, ela
não deve ocorrer até que todo o analito tenha reagido com o titulante. A extensão na qual o analito reage
preferencialmente ao indicador é governada basicamente pela diferença nas constantes de equilíbrio das duas reações.
Quanto maior a constante de equilíbrio para a reação de titulação relativa à reação do indicador maior a preferência do
titulante pelo analito.
A reação do indicador com o titulante deve resultar em uma mudança de cor significativa com um consumo
negligenciável do titulante para que o erro da titulação seja pequeno. Duas condições são necessárias para que isto
ocorra:
1)a reação do indicador deve proceder apreciavelmente para a direita mesmo na presença de uma pequena quantidade
do titulante;
2)o produto da reação do indicador deve ser intensamente colorido de modo que possa ser visualizado mesmo em
baixa concentração.
Um outro tipo de indicador usado na argentimetria é o indicador de adsorção. Esses indicadores são corantes
orgânicos, com caráter de ácidos ou bases fracas (aniônicos ou catiônicos, respectivamente), que acusam o ponto final
através de uma mudança de coloração sobre o precipitado. A mudança de coloração se deve à adsorção ou dessorção
do corante, como consequência de uma modificação da dupla camada elétrica em torno das partículas do precipitado
na passagem do ponto de equivalência.

3.1 - Método de Mohr – Formação de um precipitado colorido


Esse método foi desenvolvido para a determinação de íons cloreto, brometo e iodeto usando como titulante
uma solução padrão de nitrato de prata e como indicador uma solução de cromato de potássio.
Reação de titulação: Ag+ + Cl- ↔ AgCl(s) (precipitado branco)
Reação do indicador: 2 Ag+ + CrO42- ↔ Ag2CrO4(s) (precipitado vermelho tijolo)

A solubilidade molar do Ag2CrO4 (Kps=1,1x10-12) é cerca de 5 vezes maior do que a do AgCl (Kps=1,75x10-10),
consequentemente o AgCl precipita primeiro. Imediatamente após o ponto de equivalência a concentração de íons
prata torna-se grande o suficiente para iniciar a precipitação do cromato de prata, que sinaliza o fim da titulação.
Como a concentração de íons no ponto de equivalência é conhecida, a concentração de íons cromato necessária para
iniciar a precipitação do cromato de prata pode ser calculada. Normalmente, é usada uma concentração de cromato
de 0,005 a 0,01 mol/L, o que contribui com um erro muito pequeno para concentrações de cloreto em torno de 0,1
mol/L. Em concentrações mais baixas de cloreto o erro é suficientemente grande para ser ignorado e deve ser feita
uma correção para determinar o branco do indicador, isto é, determinar a quantidade de nitrato de prata necessária
para titular o indicador. Esta prova em branco é feita usando uma suspensão de um sólido branco inerte, usualmente,
carbonato de cálcio, livre de cloreto. Como alternativa para determinar o branco do indicador, a solução de nitrato de
prata é padronizada com uma solução padrão de cloreto de sódio, usando o método de Mohr. Se os volumes de nitrato
de prata necessários para titular o padrão e a amostra forem próximos, os erros do indicador para as duas titulações
serão cancelados.
A limitação mais séria do método de Mohr é a necessidade do controle cuidadoso do pH da solução, que deve
ficar entre 6,5 e 10,5.
Quando o pH é inferior a 6,5 o cromato de prata torna-se excessivamente solúvel devido à reação:
2 CrO42- + 2 H+ ↔ 2 HCrO4- ↔ Cr2O72- + H2O
O dicromato de prata é consideravelmente mais solúvel do que o cromato de prata, o que aumenta o erro do indicador.
Quando o pH é superior a 10,5 o íon prata pode reagir com o hidróxido ao invés do íon cloreto, formando o hidróxido
de prata ou o óxido de prata insolúveis.
2 Ag+ + 2 OH- ↔ 2 AgOH(s) ↔ Ag2O (s) + H2O
Os cátions dos metais de transição são interferentes para o método de Mohr porque formam hidróxidos
insolúveis ou sais básicos em meio neutro ou em soluções alcalinas que tendem a co-precipitar os íons cloreto e
brometo. Além disso, alguns hidróxidos são bastante coloridos, como o Fe(OH) 3, e mascaram a cor do indicador.
Chumbo e bário não devem estar presentes por formarem cromatos pouco solúveis.
Ânions como fosfato, arseniato, carbonato e oxalato interferem por formarem sais pouco solúveis com a prata
em soluções neutras e alcalinas. Se essas espécies estiverem presentes em quantidades apreciáveis devem ser
separadas da amostra ou deve ser usado um método alternativo.
A aplicação desse método à determinação de cianeto só é viável em soluções ligeiramente alcalinas. A titulação
de iodeto e tiocianato não são satisfatórias apesar das solubilidades relativamente baixas desses sais de prata; o iodeto
de prata e o tiocianato de prata adsorvem tão fortemente o íon cromato que eles não floculam no ponto final resultando
em uma mudança de cor insatisfatória. A prata não pode ser titulada diretamente com o cloreto usando cromato como
indicador, pois o cromato de prata, inicialmente presente, se dissolve muito lentamente próximo do ponto de
equivalência. Contudo, pode-se adicionar um excesso de solução padrão de cloreto e, então, contratitular usando o
cromato como indicador.

3.2-Método de Volhard – Formação de um complexo colorido

O método de Volhard envolve a titulação do íon prata, em meio ácido, com uma solução padrão de tiocianato
e o íon Fe (III) como indicador, que produz uma coloração vermelha na solução com o primeiro excesso de tiocianato.
Reação de titulação: Ag+ + SCN- ↔ AgSCN (s) (precipitado branco)
Reação do indicador: Fe3+ + SCN- ↔ FeSCN2+ (complexo solúvel vermelho)
O íon Fe (III) é um indicador extremamente sensível para o íon SCN-. Cálculos mostram que o erro do indicador
varia muito pouco à medida que a concentração dos íons Fe (III) aumenta de 0,005 a 1,5 mol/L. Na prática,
concentrações maiores que 0,2 mol/L devem ser evitadas porque os íons Fe (III) dão à solução uma coloração amarela
que mascara a mudança de cor do indicador.
O método pode ser usado para a titulação direta de prata com solução padrão de tiocianato ou para a titulação
indireta de cloreto, brometo e iodeto. Na titulação indireta, um excesso de solução padrão de nitrato de prata é
adicionado e a quantidade que não reage com os íons Cl-, Br- e I- é contratitulada com solução padrão de tiocianato.
Reação do analito: Ag+ (excesso) + Cl- ↔ AgCl(s)
Reação de titulação: Ag+ (sem reagir) + SCN- ↔ AgSCN(s)
Reação do indicador: Fe3+ + SCN- ↔ FeSCN2+
A principal vantagem do método de Volhard é sua aplicação em meio fortemente ácido, necessário para evitar
a hidrólise do íon Fe (III). Não interferem, então, os íons arseniato, fosfato, carbonato, oxalato, etc., cujos sais de prata
são solúveis em meio ácido. Igualmente, não interferem os íons dos metais de transição a não ser os fortemente
corados. Agentes oxidantes fortes reagem com o tiocianato.
Um problema especial aparece quando o método de Volhard é usado para a determinação de cloreto. O cloreto
de prata (Kps = 1,75 x 10-10) é mais solúvel do que o tiocianato de prata (Kps = 1,1 x 10-12) e a seguinte reação pode
ocorrer durante a contratitulação: AgCl (s) + SCN- ↔ AgSCN(s) + Cl-
o que significa que mais tiocianato do que o necessário é adicionado na contratitulação, levando a um erro muito grande
na determinação. Esse problema pode ser evitado de duas maneiras. A remoção do AgCl mediante filtração dá
excelente resultado, mas é bastante demorada. Mais simples, no entanto, é a adição de uma pequena porção de
nitrobenzeno antes de efetuar a titulação com o tiocianato a fim de revestir as partículas do precipitado e, assim, evitar
a ação dissolvente do tiocianato sobre o cloreto de prata.
Quando o método de Volhard é aplicado à determinação de brometo e iodeto não há necessidade de isolar os
haletos de prata, pois tanto o AgBr como o AgI são menos solúveis do que o AgSCN. Na determinação do iodeto, o
íon Fe (III) só deve ser adicionado após a precipitação do AgI para evitar a oxidação do íon iodeto pelo Fe (III). O íon
Fe (III) não tem ação sobre o iodeto de prata.
2Fe3+ + 2I- ↔ 2Fe2+ + I2

3.3-Método de Fajans – Uso de indicadores de adsorção


Esse método usa os indicadores de adsorção para sinalizar o ponto final da titulação. Na aplicação desses
indicadores à argentimetria é preciso considerar que a sensibilidade do haleto de prata à luz é aumentada pelos
corantes. Em vista disso, a titulação deve ser efetuada rapidamente e sob luz difusa.
O mecanismo de atuação desses indicadores foi explicado por Fajans e pode ser exemplificado considerando-
se a titulação direta de íons cloreto com solução padrão de nitrato de prata. Antes do ponto de equivalência, partículas
coloidais de AgCl são carregadas negativamente devido à adsorção dos íons Cl- existentes na solução.
Os íons Cl- adsorvidos formam uma camada primária, tornando as partículas coloidais negativamente
carregadas. Essas partículas atraem os íons positivos da solução para formar uma segunda camada, mais fracamente
ligada. Além do ponto de equivalência, o excesso de íons Ag+ desloca os íons Cl- da camada primária e as partículas
se tornam positivamente carregadas.
Os ânions da solução são atraídos para formar a camada secundária. A fluoresceína é um ácido orgânico fraco
que pode ser representado por HFI. Quando a fluoresceína é adicionada no frasco da titulação, o ânion FI- não é
adsorvido pelo AgCl coloidal, uma vez que o meio tem íons Cl- em excesso. Contudo, quando os íons Ag+ estão em
excesso, os íons FI- podem ser atraídos para a superfície das partículas positivamente carregadas.
O agregado resultante é rosa e a cor é suficientemente intensa para servir como indicador visual.
Alguns fatores devem ser considerados para a escolha do indicador de adsorção apropriado para uma titulação
de precipitação, entre eles:
1) O precipitado deve separar-se com uma superfície específica relativamente grande, pois o funcionamento dos
indicadores de adsorção envolve um fenômeno de superfície. Um coloide protetor, como a dextrina, pode ser
adicionado para manter o precipitado altamente disperso;
2) A adsorção do indicador deve começar imediatamente antes do ponto de equivalência e aumentar rapidamente no
ponto de equivalência. Alguns indicadores são tão fortemente adsorvidos que deslocam o íon primariamente adsorvido
bem antes do ponto de equivalência ser alcançado;
3) O pH do meio deve ser controlado para garantir uma concentração eficiente do ácido ou da base. A fluoresceína,
por exemplo, tem um Ka ~10-7 e em solução mais ácidas do que pH = 7 a concentração dos íons FI- é tão pequena
que nenhuma coloração é observada. Portanto, esse indicador só pode ser usado em uma faixa de pH de 7 a 10. A
diclorofluoresceína tem um Ka ~10-4 e pode ser usada em soluções com pH variando entre 4 e 10;
4) É preferível que o íon do indicador tenha a carga contrária à do íon adicionado como titulante. A adsorção do
indicador não ocorrerá até que um excesso de titulante esteja presente.
Uma lista de indicadores de adsorção é dada na Tabela 6 abaixo:

4. REAGENTES E MATERIAIS

Bureta; béquer; erlenmeyer; pipetas volumétricas de 10,0 e 25,0 mL; balão volumétrico de 200,0 mL; proveta; suporte
universal e garra para bureta; pisseta; AgNO3 (169,87 g mol-1) 0,05 mol L-1; K2CrO4 (5%, m/v); NaCl sólido dessecado
em estufa a 110 °C por 3 horas; Solução padrão de KSCN 0,05 mol L-1. Solução saturada (~40%) de sulfato de ferro
amoniacal. HNO3 6 mol L-1. Amostras de soro fisiológico.

5. PARTE PRÁTICA
5.1 - Padronização de uma solução de nitrato de prata 0,05 mol/L – Método de Mohr
Pesar aproximadamente _____________ g de uma amostra de NaCl previamente seco (58,44 g mol -1),
dissolver em água e transferir para balão volumétrico de 200,0 mL. Pipetar 25,00 mL da solução padrão de NaCl e
transferir para um erlenmeyer de 250 mL. Adicionar 1,0 mL de solução de K2CrO4 5% (m/v) e titular com AgNO3 até o
aparecimento do precipitado avermelhado. Anotar o volume gasto, efetuar a prova do branco. Repetir a titulação 2
vezes. Calcular a concentração da solução de AgNO3.

Análise de Soro Fisiológico. Pipetar o volume de ______ mL da amostra de soro, transferir para um erlenmeyer,
adicionar cerca de 50 mL água destilada e 1 mL de K 2CrO4 5%. Titular com solução padrão de AgNO3 até a precipitação
do cromato de prata vermelho. Fazer a prova do branco e calcular o volume corrigido. Repetir a titulação 2 vezes.
Determinar a % (m/v) de cloreto e de cloreto de sódio na amostra.
5.2 - Parte experimental - Método de Volhard

- Pipetar 10,0 mL da amostra (soro) e adicionar 25 mL da solução padronizada de AgNO3 a um erlenmeyer de 250 mL.
- Ferver por 5 minutos e deixar o precipitado decantar por 10 minutos.
- Adiciona-se 1 mL de uma solução saturada (≈ 40%) de sulfato férrico amoniacal.
- Acidificar o meio com 5 mL de HNO3 6 mol/L e titular com a solução de tiocianato de potássio padrão.
A primeira mudança perceptível de cor para o avermelhado ocorre cerca de 1% antes do ponto de equivalência
porque os íons prata ainda estão presentes na superfície do precipitado, por adsorção. Após o aparecimento da
primeira mudança de cor, continua-se a titulação com agitação forte até o aparecimento de uma coloração marrom-
avermelhada, que persista mesmo sob forte agitação. Repita o procedimento com uma nova alíquota da amostra.
Calcular a concentração de cloreto de sódio na amostra e comparar com o resultado obtido pelo método de
Mohr.

6 - Questões a serem respondidas


1. Calcular a concentração média da solução de AgNO 3 em mol/L da solução padronizada.
2. Quais os possíveis fatores que afetam a volumetria de precipitação?
3.A concentração do indicador cromato de potássio interfere na determinação da concentração da solução de nitrato
de prata pelo método de Mohr? Justifique.

Práticas 12 e 13 - VOLUMETRIA DE ÓXIDO-REDUÇÃO

Este tipo de volumetria baseia-se em reações químicas em que ocorre transferência de elétrons e compreende
numerosos métodos de analises. Obviamente, ele não se aplica à determinação direta de elementos que se
apresentam, invariavelmente, em um único estado de valência. Muitos são os elementos, entretanto, capazes de exibir
2 ou mais estados de valência; então conforme o estado de valência em que se encontram são passíveis de oxidação
ou redução. Em geral, tais elementos podem ser determinados mediante métodos titulométricos de oxidação redução.
Esses métodos fazem uso das soluções padrões de agentes oxidantes. Os métodos de volumetria de óxido-redução
recebem nomes específicos, dependendo da substância utilizada para as determinações: permanganometria, quando
utiliza-se o permanganato como titulante, reduzindo-o de Mn7+ a Mn2+; iodometria, quando as reações envolvem a
redução do iodo, reduzindo-o de Iº a I-; e iodimetria, quando as reações envolvem a oxidação do iodeto a iodo.

Permanganometria

A permanganometria, que faz uso de permanganato de potássio como reagente titulante, é o mais importante
dos métodos titulométricos de oxi-redução. O KMnO4 é um poderoso agente oxidante. As soluções de KMnO4 possuem
coloração violeta intensa e, na maioria das titulações, o ponto final podes ser assimilado pela coloração do íon
permanganato.
O permanganato não é padrão primário e suas soluções têm estabilidade limitada, o íon MnO 4- tende a oxidar

a água.
O padrão primário utilizado para a sua padronização é o oxalato de sódio e a reação envolvida nesta
padronização é: 2MnO4- + 16H+ + 5C2O42- ↔ 10CO2 + 2Mn2+ + 8H2O

Exemplo de Aplicação da Permanganometria - Determinação de Peróxido de Hidrogênio

O peróxido de hidrogênio é usualmente encontrado na forma de solução aquosa contendo cerca de 6%, 12%
e 30%; comercialmente chamadas, respectivamente, de 20 volumes, 40 volumes e 100 volumes.
Essa terminologia é baseada no volume de oxigênio que é liberado quando a solução é decomposta por
aquecimento.
2H2O2 → 2H2O + O2
2 mol → ---- 1 mol O2= 22,4 L na CNTP

A reação da titulação com permanganato ocorre em solução acidificada com H 2SO4 diluído, conforme mostra
a equação abaixo:
2 MnO4- + 5H2O2 + 6H+ → 2Mn2+ + 5O2 + 8H2O
Na titulação do H2O2 com o (MnO4)-, as primeiras gotas da solução padrão se descoram lentamente,
mas depois de iniciada, a reação prossegue bem até o final.

Procedimento: padronização da solução de KMnO4 aproximadamente 0,02 mol/L

Calcular a massa do padrão primário (Na2C2O4 MM = 134 g/mol) necessária para neutralizar um determinado
volume de permanganato de potássio. Prepare uma solução de modo que no volume de 25,0 mL esteja contida a
massa calculada.
Adicione ao erlenmeyer 25,0 mL da solução do padrão primário preparada anteriormente. Acrescente cerca de
20 mL de água destilada e 10 mL de solução de H 2SO4 10%. Efetue a titulação anotando o volume de permanganato
gasto. Repita mais duas vezes.
Com o volume médio de permanganato gasto determine a real concentração desta solução.

Procedimento para análise do peróxido de hidrogênio comercial

Pipetar 1 mL de água oxigenada comercial (10 volumes) e transferir para um erlenmeyer de 250 mL de
capacidade. Juntar 50 mL de água destilada e 10 mL de solução de H 2SO4(1:5). Titular lentamente com solução de
KMnO4 0,02 mol/L até que a solução adquira coloração rósea permanente. Anotar o volume gasto. Calcular a % de
peróxido de hidrogênio na amostra e o número de volumes correspondente.

13- DETERMINAÇÃO DE VITAMINA C EM PRODUTOS COMERCIAIS

1. OBJETIVO GERAL
Determinar a concentração de ácido ascórbico em amostras comerciais e comparar com as informações expressas
nas respectivas embalagens.

2. REAGENTES E MATERIAIS
Bureta; béquer; erlenmeyer; pipetas volumétricas; balão volumétrico; proveta; suporte universal e garra para bureta;
frasco lavador; balança analítica (± 0,0001 g); iodato de potássio sólido (previamente dessecado por 1 hora em estufa
a 150 a 180°C; iodeto de potássio sólido; solução de HCl 1mol L-1; suspensão de amido; amostras.

3. INTRODUÇÃO

Na análise volumétrica, os métodos iodimétricos envolvem a redução do iodo (I 2, I3−) enquanto aqueles que
envolvem oxidação do íon iodeto (I−) são denominados métodos iodométricos. Estas titulações são geralmente
realizadas em meio, levemente alcalino (pH=8) ou fracamente ácido. O iodo (I2) tem uma baixa solubilidade em água,
mas o complexo (I3-) é bastante solúvel. Assim, soluções de iodo são preparadas dissolvendo I 2 em uma solução
concentrada de iodeto de potássio: I2(s) + I−(aq) → I3−(aq)

A formação de I3- não altera nem produz erros no método porque os potenciais padrões de eletrodo das semi-
reações são praticamente os mesmos.
I2(s) + 2e−_2I−(aq) E°= 0,535 V
I3−(aq) + 2e−_3I−(aq) E°= 0,536 V

O ponto final na iodimetria, onde o titulante é o I3- e o analito é um agente redutor, é detectado quando um
pequeno excesso de titulante (I3−) é complexado pela cadeia de amido usado como indicador, com aparecimento da
cor azul do complexo.
Na iodometria o íon iodeto é um agente redutor fraco e reduzirá agentes oxidantes fortes. Ele não é usado, no
entanto, como titulante, por não existir um indicador adequado para localizar o ponto final, bem como, outros fatores
como a velocidade de reação. Quando um excesso de iodeto é adicionado a uma solução de um agente oxidante, I3−
é produzido em uma quantidade equivalente ao agente oxidante presente. Este I 3− pode ser titulado com um agente
redutor e o resultado será o mesmo como se o agente oxidante fosse titulado diretamente. O titulante usado é o
tiossulfato de sódio, Na2S2O3. A análise de um agente oxidante desta forma é chamada de Método Iodométrico.
Considere, por exemplo, a padronização de íon tiossulfato com iodato em meio ácido na presença de iodeto:
IO3−(aq) + 8I−(aq) (excesso) + 6H+(aq) →3I3−(aq) + 3H2O(l)
I3-(aq) + 2S2O32-(aq) →3I-(aq) + S4O62-(aq)

Cada IO3- produz 3I3-, que reagem com 6S2O32-. O ponto final da iodometria, em que o analito é um agente oxidante
que reage com I- para formar I2 e, este é titulado com o tiossulfato, é alcançado com o desaparecimento da cor azul do
complexo amido-iodo. O indicador mais empregado nos métodos iodométrico e iodimétrico é a suspensão de amido.
Uma suspensão aquosa de amido quando adicionada a uma solução que contenha traços de íon triiodeto, produz
intensa coloração azul devido à adsorção do íon triiodeto pelas macromoléculas coloidais do amido. O amido é formado
por dois constituintes: amilose(β-amilose) e a amilopectina (α-amilose). A amilose forma um complexo de adsorção
com o I3-de cor azul intensa e a amilopectina, de cor violácea, sendo este último mais estável e indesejável por não
apresentar um comportamento reversível. A vitamina C ou ácido ascórbico (C 6H8O6; MM=176,13 g mol-1) é facilmente
oxidada ao ácido deidroascórbico:

O iodo é um oxidante de poder moderado de tal modo que oxida o ácido ascórbico somente até ácido
deidroascórbico. A reação básica envolvida na titulação é:

A vitamina C é rapidamente oxidada pelo próprio oxigênio dissolvido na solução. Assim, as amostras devem
ser analisadas o mais rápido possível depois de dissolvidas. O frasco de titulação deve ser fechado com papel alumínio
durante a titulação para evitar a absorção de oxigênio adicional do ar. A agitação contínua em um erlenmeyer aberto
pode absorver quantidade suficiente de oxigênio e causar erro no método. Uma alternativa é analisar o ácido ascórbico
através da titulação de retorno. Adiciona-se um excesso de solução de iodo (I3−) à solução contendo o analito. O I 3−
que não reagiu com a vitamina C é titulado com solução padrão de Na2S2O3 empregando o amido como indicador.

4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
4.1. Preparação de solução de Na2S2O3 ≈0,05 mol L-1.
Ferver cerca de 1200 mL de água destilada por 5 a 10 minutos para assegurar a esterilidade (soluções de tiossulfato
de sódio são susceptíveis ao ataque por bactérias, alterando a concentração molar com o tempo) e para expelir o CO 2.
Resfriar à temperatura ambiente. Pesar a quantidade necessária de Na 2S2O3.5H2O, transferir para um balão
volumétrico de 1litro, dissolver com a água destilada previamente fervida, adicionar 0,1 g de Na 2CO3, agitar até
dissolução e completar volume. O carbonato de sódio é adicionado para estabilizar a solução na forma neutra ou
ligeiramente alcalina. Estocar esta solução em geladeira.

4.2. Solução de amido como indicador.


Fazer uma pasta com 2 g de amido e 25 mL de água, acrescentar, sob agitação, 250 mL de água fervendo e manter o
sistema fervendo por mais 2 minutos. Adicionar 1g de ácido bórico. Resfriar e guardar em frasco bem fechado.

4.3. Padronização da solução de Na2S2O3 ≈0,05 mol L-1.


Pesar aproximadamente 0,0300 g de KIO3 previamente dessecado a 150 a 180°C durante cerca de 1 hora. Transferir
para um erlenmeyer e dissolver em cerca de 20 a 30 mL de água destilada. Adicionar 5 mL de solução de NaI 1 mol L-
1e 10 mL de HCl 1 mol L-1. Titular imediatamente com solução de Na S O até que a coloração da solução se torne
2 2 3
amarela muito fraca. Adicionar então, 5 a 6 gotas de suspensão de amido e prosseguir a titulação até o
desaparecimento da coloração azul.
4.4. Preparação da Solução de I2 ≈0,025 mol L-1.
Calcular a massa necessária para preparar 100 mL de uma solução de iodo 0,03 mol L-1. Pesar o iodo e no mesmo
béquer pesar 1,0 g de iodeto de potássio. Adicionar pequena quantidade de água e agitar cuidadosamente para
dissolver o iodo. Transferir para um balão de 100 mL, completar o volume e estocar em frasco escuro.
4.5. Padronização da Solução de I2 ≈0,025 mol L-1.
Pipetar 15 mL da solução de iodo e transferir para um erlenmeyer. Titular com solução padrão de Na 2S2O3 0,05 mol/L
até a coloração da solução se tornar levemente amarelada. Adicionar 5 gotas de solução de amido e prosseguir a
titulação até o desaparecimento da coloração azul. Calcular a concentração molar da solução de iodo.

4.6. Análise da amostra.


4.6.1. Preparo da solução da amostra de Vitamina C. Pesar uma amostra equivalente a um comprimido de vitamina
C, dissolver em água destilada e transferir para um balão volumétrico de 250 mL.

4.6.2. Análise da Vitamina C (Método de Titulação Direta).


Pipetar uma alíquota da solução da amostra para um erlenmeyer, adicionar cerca de 20 a 30 mL de água destilada e
1,0mL de solução de amido. Titular rapidamente com solução padrão de iodo até o aparecimento da coloração azul,
calcular a concentração aproximada de ácido ascórbico na solução da amostra e comparar o resultado com a da análise
efetuada usando a titulação por retorno.

4.6.3. Análise da Vitamina C (Método de Titulação por Retorno). Pipetar uma alíquota da solução da amostra e
transferir para um erlenmeyer. Calcular e adicionar volume da solução de iodo (I 3-), necessário para reagir
completamente com o ácido ascórbico da alíquota e adicionar um excesso de 15 mL. Titular o excesso de iodo com
solução padrão de Na2S2O3 até a coloração da solução se tornar levemente amarelada. Adicionar, então, 5 gotas de
suspensão de amido e prosseguir a titulação até o desaparecimento da coloração azul. Calcular a quantidade de
vitamina C em cada comprimido.

Prática 14- VOLUMETRIA DE COMPLEXAÇÃO

1. Introdução

A volumetria com formação de complexos, ou complexometria, baseia-se em reações que envolvem um íon
metálico M e um ligante L com formação de um complexo suficientemente estável. O caso mais simples é o de uma
reação que origina um complexo do tipo 1:1:

M + L ↔ ML

Os ligantes polidentados, que têm 2 ou mais grupos complexantes na molécula, são excepcionalmente úteis
para titulações de íons metálicos. Tais ligantes, também chamados agentes quelantes, reagem com os metais em uma
única etapa, evitando, assim, as complicações das reações em etapas. Além disso, são mais seletivos do que os
ligantes monodentados. A seletividade é determinada pela geometria do ligante e pelo tipo do átomo doador que
contém.
A introdução do uso do ácido etilenodiaminotetracético (EDTA), em 1945, e outros ácidos aminocarboxílicos,
posteriormente, ampliou notavelmente o campo da análise complexiométrica. Os ácidos aminocarboxílicos, conhecidos
como complexonas, formam complexos do tipo 1:1, solúveis em água e bastante estáveis com a maioria dos metais,
inclusive os alcalino-terrosos. A grande maioria das aplicações da complexometria com ácidos aminocarboxílicos
baseia-se no uso do EDTA. O EDTA é um ligante hexadentado contendo 6 átomos capazes de atuar como doares de
pares de elétrons sendo 4 átomos de oxigênio provenientes dos grupos carboxílicos e 2 átomos de nitrogênio. Em
soluções fortemente básicas (pH > 12) todos os grupos carboxílicos estão desprotonados e o EDTA forma complexos
estáveis, do tipo 1:1, com quase todos os metais multivalentes.

Para o EDTA reagir com o íon metálico os íons de hidrogênio ligados aos grupos carboxilatos devem ser
removidos. Em soluções fortemente básicas esses hidrogênios são removidos por reação com o íon hidróxido. Em
soluções mais ácidas os íons metálicos devem ser capazes de deslocar os íons hidrogênio. Uma vez que os íons
metálicos diferem significativamente na sua habilidade para deslocar esses íons, a acidez da solução pode ser usada
para “regular” a reatividade do EDTA com os íons metálicos. Por exemplo, muitos íons metálicos reagem
quantitativamente com uma quantidade estequiométrica de EDTA em pH 10, mas apenas poucos, como o Fe 3+ e o
Hg22+, também reagem quantitativamente em pH 2.
Normalmente, as soluções a serem tituladas com EDTA são tamponadas de modo que o pH permaneça
constante mesmo com a liberação de íons hidrogênio à medida que o complexo vai sendo formado. O pH é
normalmente ajustado no valor mais baixo que torna possível a complexação.
Em valores altos de pH muitos íons metálicos tendem a hidrolisar e até mesmo a precipitar como hidróxidos.
Em muitas titulações a concentração do cátion é mantida tão baixa quanto 0,010 mol/L a 0,0010 mol/L para diminuir
as chances de precipitação. Outras vezes, para minimizar esse problema, são adicionados agentes complexantes
auxiliares que reagem com o íon metálico evitando a sua precipitação quando o meio se tornar básico. O complexo
formado deve ter estabilidade intermediária entre o hidróxido metálico e o complexo metal-EDTA. Dessa forma, ele se
formará preferencialmente ao hidróxido, mas o íon metálico será liberado à medida que o EDTA for sendo adicionado.
A amônia é especialmente usada para esse propósito porque forma complexos solúveis com a maioria dos metais de
transição e quando misturada com o seu ácido conjugado o íon amônio forma um tampão básico.

2. Indicadores para as titulações com EDTA


Os indicadores usados na volumetria de complexação, chamados de indicadores metalocrômicos, são agentes
complexantes fracos que exibem cores diferentes na forma complexada e na forma livre. Quando esse indiciador é
adicionado à solução a ser titulada ocorre à formação de um complexo colorido com o analito.

onde M se refere ao íon metálico e o In ao indicador. As cargas foram omitidas para melhor clareza. O frasco de
titulação contém então M e MIn. Quando o titulante é adicionado ocorre a reação com o metal livre até que
essencialmente ele acabe e, nesse ponto, começa a acontecer o deslocamento do metal do complexo MIn.

Isso constitui o ponto final da reação e é responsável pela mudança de cor que sinaliza o fim da titulação.
Para essa reação ocorrer o complexo metal-titulante deve ser mais estável do que o complexo metal-indicador.
Muitos indicadores são afetados pelo pH de maneira similar ao EDTA. Isto é, eles formam diferentes espécies
protonadas que podem exibir diferentes reatividades em relação ao íon metálico. Além disso, essas espécies
freqüentemente apresentam cores diferentes. Por exemplo, o indicador Negro de Eriocromo T (Erio T) é um ácido
triprótico que pode ser representado como H3In. Em soluções aquosas um próton está sempre completamente
dissociado.
Os complexos metálicos do Erio T são geralmente vermelhos. Assim, para se observar a mudança de cor com
esse indicador o pH da solução deve estar entre 7 e 11 de modo que a cor azul do indicador domine quando o titulante
“quebrar” o complexo vermelho metal-Erio T no ponto final.

3. Aplicações das titulações com EDTA


O fato de o EDTA formar complexos com praticamente todos os cátions pode levar a falsa ideia de baixa
seletividade para a volumetria de complexação e, consequentemente, seu pouco uso em amostras “reais”. No entanto,
pode-se conseguir um considerável controle sobre a reatividade tanto do EDTA como dos íons metálicos pelo ajuste
do pH do meio e pelo uso de agentes complexantes auxiliares.

3.1. Titulação direta


Aproximadamente 40 cátions podem ser determinados por titulação direta com solução padrão de EDTA usando
indicadores metalocrômicos. Aqueles que formam complexos “fracos” como o Ca 2+ e o Mg2+ devem ser titulados em
solução básica com Erio T, Calmagita ou Arsenazo I. Os metais que formam complexos muito estáveis podem ser
titulados tanto em meio ácido como em meio alcalino. Agentes complexantes, como o citrato e o tartarato, são
frequentemente adicionados
para prevenir a precipitação dos hidróxidos metálicos. O tampão amônia/cloreto de amônio, de pH 9 a 10, é usado para
metais que formam complexos com a amônia.
Alguns cátions podem ser determinados por titulação direta mesmo quando não há o indicador adequado. Por
exemplo, os indicadores para cálcio não são tão satisfatórios como para o magnésio. No entanto, o cálcio pode ser
determinado por titulação direta se uma pequena quantidade de cloreto de magnésio for adicionada a solução de EDTA
antes da sua padronização. O titulante, em pH 10, é uma mistura de MgY 2- e Y4-. À medida que o titulante vai sendo
adicionado à solução contendo Ca 2+ ocorrerá a formação do complexo mais estável CaY2- e a liberação do íon Mg2+
que por sua vez reage com o indicador para formar o complexo vermelho MgIn -. No ponto final da titulação uma
quantidade adicional do titulante converte o complexo MgIn- em MgY2- e o indicador retoma a forma livre azul.
Três fatores principais podem inviabilizar o uso da titulação direta:
a)reação lenta entre o EDTA e o cátion;
b)dificuldade de manter o analito solúvel nas condições necessárias para a titulação direta;
c)inexistência do indicador adequado.

3.2. Titulação de retorno


Os cátions que não podem ser titulados diretamente, mas que formam complexos muito estáveis com o EDTA,
podem ser determinados por titulação de retorno ou contratitulação. Uma grande quantidade exatamente medida de
EDTA é adicionada à solução do analito e o excesso é contratitulado com uma solução padronizada de zinco ou de
magnésio usando Calmagita ou Erio T como indicador. Para o procedimento apresentar bons resultados é necessário
que o complexo Zn-EDTA ou Mg-EDTA seja menos estável do que o complexo analito-EDTA.
A contratitulação é também útil para a análise de amostras que contêm ânions que formam sais pouco solúveis
com o analito nas condições necessárias para a completa complexação. O excesso de EDTA evita a formação do
precipitado.
3.3. Titulação de substituição
Essa técnica é usada quando não se tem o indicador adequado para o cátion a ser determinado. Um excesso de
uma solução contendo o complexo magnésio-EDTA é adicionado à solução do analito e, então, o íon metálico M 2+
desloca o magnésio do complexo relativamente fraco Mg-EDTA. O Mg2+ deslocado é, então, titulado com uma solução
padrão de EDTA usando Calmagita ou Erio T como indicador.
Para essa técnica ser usada é necessário que o complexo analito-EDTA seja mais estável do que o complexo
magnésio-EDTA.
3.4. Determinações indiretas
Certos cátions e ânions são ainda determináveis segundo técnicas indiretas diversas. O sódio pode ser
determinado mediante precipitação como acetato tríplice NaZn(UO 2)3Ac9, seguida de titulação do íon zinco com solução
padrão de EDTA.
O fostato é determinado mediante precipitação com o NH4MgPO4 . 6 H2O, dissolução do precipitado em ácido
clorídrico diluído, adição de excesso de solução padrão de EDTA, tamponado ao pH 10 e titulação com solução padrão
de magnésio em presença de Erio T.
A determinação de sulfato baseia-se na adição de um excesso conhecido de íon bário para precipitar o sulfato de
bário; o íon bário residual é determinado mediante titulação com EDTA.

4. PARTE PRÁTICA

4.1. Preparo de uma solução padrão de EDTA, aproximadamente, 0,01 mol/L


1)Pesar, com exatidão, uma massa do sal dissódico do EDTA, previamente seco em estufa a 70-800C por 2h e mantido
em dessecador para resfriamento, próxima da massa necessária para preparar 250mL da solução 0,01 mol/L.
2)Dissolver o soluto em água deionizada (livre de cátions e ânions).
3)Transferir para balão volumétrico de 250,00 mL, completar o volume com água deionizada e homogeneizar a solução.
4)Em função da massa pesada, calcular a concentração da solução em mol/L da solução de EDTA.
5)Transferir a solução preparada para frasco de polietileno e rotular a mesma.

4.2. Padronização de uma solução padrão de EDTA, aproximadamente, 0,01 mol/L


1)Transferir 5,00mL de uma solução aproximadamente 0,01mol/L de CaCO3 para um erlenmeyer de 125mL com auxílio
de uma pipeta volumétrica.
2)Adicionar cerca de 50mL de água destilada a cada erlenmeyer.
3) Ajustar o pH para 10 com a adição de 4,0mL de solução tampão hidróxido de amônio/cloreto de amônio.
4) Acrescentar uma gota de negro de eriocromo T ao erlenmeyer.
5) Titular com uma solução de EDTA até o aparecimento de uma coloração azul no erlenmeyer.
6) Anotar o volume gasto de EDTA gasto na titulação.
7) Repetir o procedimento acima mais duas vezes.
8) Calcular a concentração em mol/L da solução de EDTA e anotar essa concentração no frasco contendo a solução
padronizada.

4.3. Procedimento Experimental para análise do leite


1- Pipetar 5 ml de leite num erlenmeyer.
2- Adicionar 10 ml da solução de EDTA
3- Adicionar 5 ml da solução tampão, 25 ml de H2O destilada e algumas gotas de indicador ErioT.
4- Titular a amostra com a solução de cloreto de magnésio 0.025M até surgir uma cor rosa permanente.

4.4. Procedimento Experimental para análise do leite de magnésia:


1)Agitar vigorosamente o frasco de leite de magnésia.
2)Pesar imediatamente, com o auxílio de um conta-gotas, não mais que 0,04 g (com exatidão) da amostra em um
erlenmeyer de 125mL.
3)Adicionar algumas gotas de HCl concentrado (apenas o necessário para completa dissolução).
4)Adicionar 2 mL de solução tampão NH4OH / NH4Cl para pH = 10.
5)Colocar uma gota do indicador Erio T.
6)Titular com solução padrão de EDTA 0,01 mol/L (padronizado) até que a cor da solução mude de vinho para azul.
8)Anotar o volume de EDTA gasto na titulação.
9)Repetir o procedimento pelo menos mais duas vezes.
10)Calcular a concentração do hidróxido de magnésio no leite de magnésia e comparar com o valor teórico
encontrado na embalagem [Mg(OH)2 = 8,00 x 10-2 g/mL].

Dados: d (leite de magnésia) = 1,042 g/mL; massa molar do Mg(OH) 2 = 58,33 g/mol.

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