Projeto TCC - Kati
Projeto TCC - Kati
Projeto TCC - Kati
Cuiabá-MT
2022
1
Cuiabá-MT
2022
2
Aprovado em
________________________________________
Weslen Pachori
Professor Orientador
Departamento de Fisioterapia –FASIPE
_______________________________________
Suzana Albuquerque de Moraes
Professora Avaliadora
Departamento de Fisioterapia –FASIPE
_______________________________________
Ana Maria Addor
Professora Avaliadora
Departamento de Fisioterapia –FASIPE
__________________________________________
Else Saliés
Coordenadora do Curso
Departamento de Fisioterapia –FASIPE
Cuiabá-MT
2022
3
DEDICATÓRIA
AGRADECIMENTOS
EPÍGRAFE
Frederick Herzberg
6
RESUMO
LIMA, Katieli Castilho Araújo. The main techniques of physiotherapy in the pediatric and
neonatal ICU. 2022. 44 p. Course Completion Monograph - FASIPE CPA - FASIPE CPA
College
SUMMARY
The Professional responsible for applying physiotherapy in the pediatric and neonatal ICU uses
techniques that ensure optimal physical exercise for the different moments of the patient's
treatment. The treatment and its efficiency are studied and applied according to the patient's
needs, taking into account their bed posture, muscle training techniques and improvement of
respiratory functions. It seeks to achieve the effective application of techniques to ensure the
successful recovery of the patient.
SUMÁRIO
1. Introdução 9
1.1 Objetivos 9
2. Início da Fisioterapia 10
3. A Fisioterapia no Brasil 11
3.1. Definição 12
3.1.2 Juramento 12
3.1.3 Áreas de atuação 13
4. Surgimento da Fisioterapia Respiratória 14
4.1 Profissionais envolvidos na Fisioterapia neonatal e pediatria 15
4.1.1 Regulação COFFITO 15
4.1.2 Objetivos da Fisioterapia Neonatal e Pediátrica/ Objetivo Geral 16
4.1.3 Objetivos Específicos 16
4.1.4 Atuação da Fisioterapia na unidade de terapia intensiva neonatal e pediátrica
17
4.1.5 Desobstrução das vias aéreas 17
4.1.6 Hiper insuflação manual 18
4.1.7 Hiper insuflação manual e Aceleração do fluxo expiratório 18
4.1.8 Reexpansão pulmonar 18
4.1.9 Ventilação percussiva intrapulmonar 19
4.1.10 Contraindicações de Reexpansão pulmonar 19
4.1.11 Desmame ventilatório em neonatologia 20
5. Análise e Interpretação de dados 22
6. Discussão 24
6.1. Recomendações das técnicas de desobstrução das vias aéreas 24
6.2 Recomendações para posicionamento no leito 28
6.3 Recomendações para aspiração de vias aéreas 30
6.4 Recomendações para inalo terapia 33
6.5. Recomendações para tosse assistida 34
7. Considerações finais 37
8. Bibliografia 39
9
1. INTRODUÇÃO
1.1 Objetivos
Percebe-se que quando bem utilizada as técnicas da fisioterapia podem trazer bons resultados e
que esses procedimentos podem contribuir na recuperação e evolução positiva desses pacientes
em risco de vida iminente.
2. INÍCIO DA FISIOTERAPIA
Desde os primórdios da humanidade se têm relatos sobre o uso de agentes físicos (calor, água,
eletricidade), massagens e exercícios como uma tentativa de curar e/ou amenizar as disfunções
que o corpo sofria ao longo da história.
Durante a Antigüidade (4.000 a.C- 395 d.C), além do uso da eletroterapia através de peixes
elétricos, a ginástica também era usada para combater as doenças denominadas, na época, de
“diferenças incômodas”. Para tal, esta terapia que envolvia o movimento corporal ficava
exclusivamente nas mãos dos sacerdotes e somente era empregada depois de estudada,
racionalizada e planejada.
Apesar de observarmos ao longo dos séculos a existência de terapias que envolviam exercícios
corporais, somente no século XX entre a I e a II Guerra Mundial que estes exercícios passaram a
caracterizar a Fisioterapia propriamente dita. Durante as guerras, surgiram as primeiras escolas de
cinesioterapia para tratar ou reabilitar os lesados ou mutilados, que necessitavam readquirir um
mínimo de condições para retornar à atividade social integrada e produtiva.
A partir disso, a Fisioterapia passou a integrar a “Área da saúde”, atuando através de diversos
recursos de forma quase que exclusiva para o atendimento do enfermo, com o objetivo de
reabilitar ou recuperar as boas condições que o organismo havia perdido.
3. A FISIOTERAPIA NO BRASIL
No Brasil, há relatos do uso de recursos físicos desde 1879 devido aos diversos casos de
acidentes de trabalho em razão da fase Industrial, que sujeitou o indivíduo a uma péssima
condição de saúde. A prática da Fisioterapia iniciou-se em 1919, quando foi fundado o
Departamento de Eletricidade Médica pelo Professor Raphael de Barros da Faculdade de
Medicina da USP.
Em 1951, foi criado o primeiro curso com duração de 1 ano para a formação de fisioterapeutas
(denominados na época de técnicos) pelo médico Dr. Waldo Rolim de Moraes, patrocinado pelos
estudos de Raphael de Barros. Na década seguinte, o curso passou a ter duração de 2 anos devido
ao aumento pela procura dos profissionais.
12
Em 1959, foi criada a Associação Brasileira de Fisioterapeutas (ABF) que se filiou a WCPT
(World Confederation for PhysicalTherapy), para obter o amparo técnico-científico e sócio-
cultural para o desenvolvimento da profissão.
Em 1969, conforme o decreto lei 938/69, a Fisioterapia passa a ser reconhecida como um curso
de nível superior e, em 17 de Dezembro de 1975, a Lei 6.316 criou o Conselho Federal e os
Conselhos Regionais de Fisioterapia e Terapia Ocupacional com o objetivo de regulamentar,
legislar, e estabelecer uma fiscalização ao exercício destas duas profissões.
3.1 Definição
De acordo com o Decreto-Lei 938/69, Lei 6.316/75, Resoluções do COFFITO, Decreto 9.640/84
e Lei 8.856/94, a Fisioterapia é uma ciência da Saúde que estuda, previne e trata os distúrbios
cinéticos funcionais intercorrentes em órgãos e sistemas do corpo humano, gerados por alterações
genéticas, traumas e doenças adquiridas. Cabe ao profissional fisioterapeuta, com formação
acadêmica superior, diagnosticar os distúrbios cinéticos funcionais, prescrever as condutas
13
3.1.2 Juramento
Fisioterapia Clínica
Hospital, Clínicas, Ambulatórios, Consultórios, Centros de Reabilitação.
Saúde Coletiva: Programas Institucionais, Ações Básicas de Saúde, Fisioterapia do
Trabalho, Vigilância Sanitária.
Educação
Docência (níveis secundário e superior), Extensão, Pesquisa, Supervisão (técnica e
administrativa), Direção e Coordenação de cursos.
Indústria de equipamentos de uso fisioterapêutico e Esportes.
Especialidades Reconhecidas:
Acupuntura (Resoluções Coffito nos: 201, de 24/06/99 e 219, de 14/12/00);
Quiropraxia (Resolução Coffito nº 220, de 23/05/01);
Osteopatia (Resolução Coffito nº 220, de 23/05/01);
Fisioterapia Pneumo Funcional (Resolução Coffito nº 188, de 09/12/98);
Fisioterapia Neuro Funcional (Resolução Coffito nº 189, de 09/12/98);
Fisioterapia Traumato-Ortopédica Funcional (Resolução Coffito nº 260, de 11/02/2004)
14
A fisioterapia respiratória tem como objetivo a remoção de secreções das vias aéreas, reduzindo a
obstrução brônquica e a resistência das vias aéreas, facilitando as trocas gasosas e reduzindo o
trabalho respiratório. Em afecções agudas, visa a encurtar o período de doença ou de repercussão
funcional. Em processos crônicos, visa a retardar sua progressão ou mantê-los estacionados.
A verdade é que nem todas as equipes são completas. No entanto, cada um deles tem sua
importância na evolução do paciente neonato e pediátrico e quanto maior a diversidade de áreas
na equipe, melhor o resultado.
Conforme o COFFITO:
Quanto ao sistema cardiovascular, o coração dos neonatos precisa manter elevada sua frequência
cardíaca devido ao baixo volume de sangue que é capaz de ejetar, compensando deste modo o
débito cardíaco.
Manutenção das vias aéreas pérvias, por meio de procedimentos de reexpansão pulmonar,
desobstrução brônquica e posicionamento;
Entre outros.
1. Frequência Cardíaca;
2. Frequência Respiratória;
4. Gasometria Arterial;
Estas duas técnicas são úteis na desobstrução das vias aéreas por produzir o “Flow
Bias” expiratório. Isto é, um aumento do Pico de Fluxo Expiratório em relação ao Pico de Fluxo
Inspiratório. Este mecanismo facilita o deslocamento das secreções das vias aéreas distais para as
proximais. A Hiperinsuflação Manual é realizada através de um ambú enquanto a Aceleração do
Fluxo Expiratório é promovida através de estímulos manuais.
1. Frequência Cardíaca;
2. Frequência Respiratória;
4. Gasometria Arterial;
Além de todas as variáveis mencionadas nos tópicos anteriores, o fisioterapeuta precisa estar
atento às contraindicações do emprego destes procedimentos. São exemplos de contraindicações
para aplicação de técnicas de reexpansão pulmonar:
7. Pneumotórax.
1. Estabilidade hemodinâmica;
2. Condição neurológica;
3. Variáveis do hemograma;
4. Condição nutricional;
5. Radiografia de tórax.
Diante da normalidade de todos estes fatores, o segundo passo é a análise e a busca dos seguintes
parâmetros ventilatórios:
1. Frequência Respiratória menor que 20irpm, sendo toleradas 30irpm em pacientes com peso
inferior a 1kg;
2. Pressão Inspiratória menor que 20cmH2O em conjunto com Pressão de Pico baixa entre 10 e 12
cmH2O e com o paciente sendo capaz de atingir o volume alvo (4mL/kg);
As recomendações de parâmetros da ventilação não invasiva, por sua vez, são as seguintes:
Logo após a utilização destes parâmetros e ventilar o paciente durante o período sugerido, é
importante um novo desmame, que por sua vez é voltado para que o paciente consiga respirar
espontaneamente, no modo de Pressão Contínua nas Vias Aéreas (CPAP).
Assim que for possível a adaptação ao CPAP, deve-se monitorar eventuais episódios de apneia e
desconforto respiratório, como critério para evolução para respiração em ar ambiente ou para
involução à ventilação não invasiva sincronizada.
22
Sob esta ótica, a presença e atenção à saúde de uma equipe multiprofissional se tornam
indispensáveis. Somada à equipe multiprofissional, a fisioterapia nas UTIs é uma modalidade de
terapia relativamente nova. Contudo, os avanços da assistência fisioterapêutica ao recém-nascido
e crianças, em especial aos que necessitam de cuidados intensivos, são capazes de proporcionar
um aumento na sobrevida e reduzir sequelas sistêmicas. A intervenção clínica deste
profissional visa evitar agravamento de síndromes aspirativas, na síndrome do desconforto
respiratório, pneumonias, atelectasias, na prevenção de complicações provenientes da ventilação
mecânica, secreções nas vias aéreas, nos casos com evoluções desfavoráveis à gasometria e/ou ao
exame radiológico, sinais indicativos de possíveis problemas com a depuração ciliar, reduzir as
23
6. DISCUSSÃO
A partir dos artigos analisados, foram inclusas nessas recomendações sobre as técnicas de
desobstrução das vias aéreas: Avaliação; Aumento do fluxo expiratório Hiper insuflação manual
(HM); Percussão torácica; e as combinações dessas quatro categorias de técnicas de fisioterapia
respiratória.
1. O que deve ser avaliado nos RNs e crianças antes, durante a após as técnicas de
desobstrução das vias aéreas?
As técnicas de fisioterapia respiratória que têm como objetivo principal deslocar e/ou remover
secreções das vias aéreas são denominadas "técnicas de desobstrução das vias aéreas". Elas
podem ser indicadas e aplicadas por fisioterapeutas, na faixa etária neonatal e pediátrica, nas
situações clínicas que cursem com aumento da secreção em vias aéreas , e na prevenção de
complicações relacionadas à VPM (volume plaquetário médio).
2. A técnica de HM- (Hiper insuflação manual) com bolsa auto inflável e suas combinações
favorecem a mobilização e o deslocamento das secreções de vias aéreas?
A HM- (Hiper insuflação manual) é uma das técnicas utilizadas de rotina em UTI. A insuflação
lenta do balão auto inflável e o platô inspiratório permitem recrutar áreas pulmonares colapsadas,
enquanto que a liberação rápida da bolsa promove uma expiração rápida, aumentando a taxa de
fluxo expiratório, contribuindo para a mobilização de secreção.
A mobilização das secreções das vias aéreas inferiores é determinada pela velocidade do fluxo de
ar nas vias aéreas. Durante a técnica de HM- (Hiper insuflação manual), o PFE- (pico de fluxo
expiratório) deve ser maior do que o PFI-(pico de fluxo inspiratório) para que haja deslocamento
26
das secreções para as vias aéreas proximais, e a relação adequada para que isso ocorra é de
PFI/PFE ≤ 0,9.
Sugere-se utilizar um manometro de pressao para monitorar o pico de pressao inspiratorio (PPI)
fornecido durante a HM- (Hiper insuflação manual) (nao ultrapassar em RNs 20 cmH 2O e em
pediatria 30 cmH2O).
Não recomenda-se que as crianças com fibrose cística submetidas a anestesia e intubação
intratraqueal no pré operatório sejam submetidas a técnicas de desobstrução de vias aéreas como
drenagem postural e/ou vibração associadas ou não a HM com aspiração.
27
A percussão torácica pode aumentar a pressão intratorácica e a hipoxemia, sendo esta última não
relevante quando a técnica é realizada em períodos menores que 30 segundos. A percussão
torácica realizada como rotina com tempo de aplicação de 1 a 2 minutos em RNs (28 a 37
semanas de idade gestacional) imediatamente após a extubação pode ocasionar colapso de
pequenas vias aéreas.
Simone Nascimento:
Estas técnicas melhoram em curto prazo a SpO2 de crianças com insuficiência ventilatória aguda
ou crônica e aumentam o volume corrente em crianças com bronquiolite aguda.
Principais contraindicações dessas técnicas: RNs de extremo baixo peso e casos de doença de
refluxo gastroesofágico.
Possíveis efeitos adversos: redução na pressão arterial de oxigênio (PaO 2); aumento da frequência
respiratória e redução do tempo expiratório e, diminuição da pressão do recuo elástico pulmonar
durante a HM- (Hiper insuflação manual) em curto prazo.
As técnicas de desobstrução das vias aéreas evitam/previnem e tratam as obstruções de vias áreas
ocasionadas pela presença de secreção, contribuindo para a redução dos parâmetros ventilatórios
da VPM- (volume plaquetário médio), evitando complicações no pós-operatório (exemplo:
atelectasias) e infecções pulmonares. Entretanto, a labilidade do sistema nervoso central, o peso e
a idade gestacional dos RNs devem ser respeitados para a indicação e a realização dessas
técnicas, assim como a sua mecânica respiratória.
05. Quais posicionamentos podem ser utilizados em lactentes e crianças sob VPM- (volume
plaquetário médio)?
Lactentes e crianças com doença respiratória, sob VPM- (volume plaquetário médio), apresentam
aumento da PaO2 e redução do índice de oxigenação quando em posição prona elevada, com
coxins sob os quadris e ombros, e abdômen livre. Crianças cronicamente enfermas (câncer e
doenças neurológicas) sob VPM- (volume plaquetário médio) e com doença respiratória grave
(PaO2/FiO2 < 200) apresentam aumento de aproximadamente 20% na PaO2/FiO2 quando
colocados da posição supina para a posição prona durante 8 horas, com efeito inverso a este
quando trocadas da posição prona para a posição supina.
29
Crianças com doença respiratória e índice de oxigenação alto apresentam melhora da oxigenação
quando colocadas em posição prona. Esse resultado inicia nas primeiras 2 horas do
posicionamento e se mantém durante as 12 horas subsequentes.
Em RNs, o tempo de resposta à posição prona, quanto à oxigenação, é variável, e a não resposta
na primeira tentativa não significa ausência de resposta, mas a resposta inicial é capaz de predizer
as respostas subsequentes.
06. Quais posicionamentos que podem ser utilizados após cirurgias tóracoabdominais em
RNs e crianças sob VPM- (volume plaquetário médio)?
07. Quais posicionamentos que podem ser utilizados durante o processo de retirada da
VPM- (volume plaquetário médio) para RNs e crianças?
Não foi evidenciada diferença no tempo de desmame entre as posições prona e supina. A SpO 2, a
frequência respiratória, a frequência cardíaca e a incidência de atelectasia após extubação
30
também não apresentam diferenças quando comparadas às posições prona e supina. Em RNs,
lactentes e crianças em posição prona durante a VPM- (volume plaquetário médio) devem ser
monitorados para evitar a extubação não planejada ou o deslocamento da cânula intratraqueal,
cateteres e sondas gástricas ou vesicais. A posição prona não altera os índices de mortalidade e o
tempo de VPM- (volume plaquetário médio) de lactentes e crianças.
Com base nos artigos analisados, foram incluídas recomendações sobre os sistemas de aspiração
(aberto e fechado), a necessidade de analgesia (por medidas farmacológicas e não
farmacológicas) e do aumento de sedação antes, durante e após o procedimento de aspiração
intratraqueal. Foram feitas ainda algumas considerações relevantes em relação aos efeitos do
procedimento sobre a mecânica respiratória e as medidas de prevenção dos efeitos adversos da
aspiração intratraqueal em RNs, lactentes e crianças.
Em RNs sob ventilação de alta frequência, não houve alterações na SpO2 quando comparados
esses sistemas. Em RNs sob VPM- (volume plaquetário médio), o volume pulmonar não é
influenciado pelo método de aspiração. Quando o método de aspiração fechado foi comparado
31
com o método de aspiração aberto, em RNs pré-termo extremos sob ventilação parcial, o sistema
fechado permitiu maior estabilidade da SpO2 e da frequência cardíaca.
09. Quais os efeitos da analgesia e a sedação sobre as reações de estresse provocadas pela
aspiração intratraqueal em neonatologia e pediatria?
Em RN, a sedação prévia deve ser julgada criteriosamente e não é capaz de alterar os escores de
dor.
A estimulação multissensorial não altera os escores de dor após a aspiração intratraqueal de RNs.
Em RNs sob ventilação de alta frequência, ocorre queda transitória do volume pulmonar após a
aspiração intratraqueal, tanto pelo sistema de aspiração fechado quanto pelo aberto.
11. Devem ser realizadas intervenções para evitar efeitos adversos da aspiração
intratraqueal em RNs, lactentes e crianças em VPM?
Em RNs, a hiperóxia (aumento de 10% dos valores basais da fração inspirada de oxigênio)
mostrou efeitos favoráveis sobre a redução da hipoxemia transitória causada pela aspiração
intratraqueal pelo sistema aberto.
A manobra de contenção manual, por meio da colocação das mãos sobre a cabeça e os pés do
RNs em postura fletida, foi capaz de reduzir os escores de dor durante o procedimento em RNs
pré-termo.
Sugere-se a utilização dos critérios estabelecidos para maior segurança do procedimento, os quais
recomendam que a aspiração das vias aéreas, de RNs, lactentes e crianças intubadas seja
executada no tempo máximo de 10 segundos (para evitar alterações ventilatórias e
hemodinâmicas inerentes à desconexão do paciente do aparelho de VPM) e que a pressão de
sucção do vácuo não seja >360 mmHg.
A partir da busca dos artigos analisados, foram incluídas a solução salina hipertônica (SH) a 3% e
a dornase alfa (rhDNA).
12. Em que situações a solução SH (3%) pode ser utilizada em RNs e crianças?
Recomenda-se a utilização de solução SH (3%) para RNs com atelectasia persistente não
responsiva ao tratamento convencional.
34
A aerossolterapia permite a disponibilidade direta e imediata de fármacos nas vias aéreas. Sua
utilização de forma inalatória é um adjuvante da fisioterapia respiratória durante as técnicas de
remoção de secreções das vias aéreas e reexpansão pulmonar, podendo ser aplicados somente
com prescrição médica.
A solução SH é utilizada para RNs com atelectasia persistente não responsiva ao tratamento
convencional, pois melhora o escore radiográfico, a SpO2 e diminui o tempo de resolução das
atelectasias. Em lactentes com bronquiolite viral, diminui os sintomas da doença e o tempo de
hospitalização; para lactentes com bronquiolite leve a moderada, pode melhorar o
broncoespasmo, os sinais de desconforto respiratório e diminuir o tempo para a resolução das
atelectasias.
Diversas intervenções de fisioterapia respiratória podem ser indicadas para a desobstrução das
vias aéreas para facilitar a eliminação de secreção. Dentre elas, a tosse assistida mecânica
(insuflação-exsuflação mecânica - IEM) ou manual tem sido indicada para crianças com
comprometimento da efetividade da tosse, pois facilita a expectoração da secreção das vias aéreas
quando aplicadas isoladamente ou associadas à outras técnicas manuais ou mecânicas de
fisioterapia respiratória.
13. Em que situações a tosse assistida é indicada, como pode ser realizada?
A tosse é o sinal e sintoma mais frequente das doenças do sistema respiratório. Esse reflexo faz
parte dos mecanismos de defesa das vias aéreas e pode ser reproduzido e controlado de forma
voluntária ou mecânica. A sua apresentação pode estar correlacionada com diversas doenças
(exemplos: gripe, bronquiolite, traqueíte, asma, entre outras), podendo se manifestar de forma
aguda ou crônica.
As crianças com doenças neuromusculares que são internadas em UTI por etiologia de doenças
respiratórias apresentam 90% de aumento de risco de morbimortalidade devido à impossibilidade
de manter a ventilação alveolar e à eliminação de secreção das pequenas vias aéreas, pois a tosse,
já prejudicada pela doença de base, fica menos efetiva na presença de doença respiratória e do
aumento do volume e consistência do muco.
A tosse assistida de forma manual por meio da compressão do tórax ou do abdômen em sincronia
com a tosse (realizada pelo paciente) aumenta o PFE- (pico de fluxo expiratório), auxiliando na
36
expectoração, nos casos de alterações leves a moderada da tosse. A tosse associada à HM- (Hiper
insuflação manual) pode aumentar a efetividade da técnica.
Em um estudo com a aplicação de IEM- (mede o quão forte é a exigência do meio externo),
realizada em crianças com mediana (mínimo-máximo) de idade 12,6 anos, foi observada a
eficácia da técnica com os seguintes parâmetros: mediana (mínimo-máximo) das pressões de
insuflação de 30(15 a 40) cmH2O e exsuflação de -30(- 20 a -50) cmH2O; volume de 60 a 100
L/min; PFE de 6 a 11 L/segundos; número de ciclos respiratórios de 3 a 5 ciclos, com repouso de
30 segundos para nova aplicação da IEM- (mede o quão forte é a exigência do meio externo).
Nathalia Ferreira:
Os principais efeitos adversos encontrados foram distensão abdominal, aumento do refluxo
gastroesofágico, hemoptise, desconforto torácico e/ou abdominal, alterações cardiovasculares
agudas (como bradicardia) e pneumotórax. Não se recomenda a aplicação destas técnicas em
crianças que estejam previamente com os quadros clínicos acima.
7. CONSIDERAÇOES FINAIS
Diante de tudo isso apresentado nestes artigos as recomendações de algumas técnicas de algumas
das principais das intervenções da fisioterapia respiratória para pacientes em UTI pediátrica e
neonatal.
Algumas técnicas:
Em algumas situações, a fisioterapia tem se mostrado uma intervenção prioritária, por promover a
otimização da função respiratória, a facilitação correlacionada às trocas gasosas, a otimização da
relação ventilação-perfusão, a manutenção da permeabilidade das vias aéreas e o desmame da
ventilação mecânica e da oxigenoterapia.
39
8. BIBLIOGRAFIA
Selestrin CC, Oliveira AG, Ferreira C, Siqueira AAF, Abreu LC, Murad N. Avaliação dos
parâmetros fisiológicos em recém-nascidos pré-termo em ventilação mecânica após
procedimentos de fisioterapia neonatal. Rev Bras Crescimento Desenvolv Hum.
Zani AV, Tonete VLP, Parada CGL. Cuidados a recém- nascidos de baixo peso por equipes de
saúde da família: revisão integrativa. Rev Enferm UFPE on line.
Siqueira VSA, Alves VH, Barbosa MTSR, Rodrigues DP, Vieira BDG, Silva LA. Indicadores de
qualidade na assistência ventilatória em um hospital universitário: saber fazer na enfermagem.
Rev Enferm UFPE on line.
Vieira MEB, Linhares MBM. Desenvolvimento e qualidade de vida em crianças nascidas pré-
termo em idades pré-escolar e escolar. J Pediatr.