A Importancia Da Histologia Na Medicina Veterinaria 1

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FACULDADE ARNALDO JANSSEN

A IMPORTÂNCIA DA HISTOLOGIA NA MEDICINA


VETERINÁRIA

Izabella Cristina da Silva Nonato


Professor: Dr. Bruno Machado Bertassoli

Belo Horizonte
2022
A IMPORTÂNCIA DA HISTOLOGIA NA MEDICINA VETERINÁRIA
[THE IMPORTANCE OF HISTOLOGY IN VETERINARY MEDICINE]

1. INTRODUÇÃO

A histologia estuda os tecidos que compõem os diferentes órgãos do corpo, sendo


intimamente ligada com a citologia, ela é considerada uma disciplina básica comum a todas
as áreas biológicas e da saúde, visto que os conhecimentos sobre os tecidos são de
interesse para a medicina humana e veterinária, tendo uma grande relevância no dia a dia
da profissão veterinária pois permite identificar, caracterizar, analisar e descrever as
estruturas dos diversos tecidos e órgãos que compõe o organismo animal, sendo usada
também como uma forma de diagnóstico. Ela também está presente no trabalho com
inspeções, dos médicos-cirurgiões, dos que trabalham com melhoria genética e controle de
produção etc.

Para que o estudo da histologia fosse possível, foi necessário o uso de equipamentos que
possibilitassem a visualização das estruturas microscópicas. Assim sendo, a histologia
desenvolveu-se juntamente à evolução dos microscópicos. A cada melhoria nesses
equipamentos, mais descobertas eram feitas. Entre as descobertas que os histologistas
realizaram graças ao desenvolvimento do microscópio podemos citar os princípios que
compõem a teoria celular: as células constituem todas as formas de vida; são as unidades
morfológicas e funcionais dos organismos; e originam-se de outras preexistentes.

Além do uso de microscópio, o desenvolvimento da histologia esteve diretamente


relacionado com o desenvolvimento de técnicas que permitiram o preparo de tecidos mortos
e in vivo. Atualmente, o método mais utilizado é a preparação de lâminas histológicas
permanentes, que são utilizadas para a análise em microscópios ópticos.

Para a preparação de lâminas histológicas, o histologista deve seguir os seguintes passos:


coleta, fixação, processamento, desidratação, diafanização, impregnação, microtomia,
colagem do corte à lâmina, coloração e montagem. Para a coleta de amostra, o histologista
poderá realizar uma biópsia, uma cirurgia ampla ou a necrópsia. Feita a coleta, deve-se fixar
o material utilizando-se calor, frio ou produtos químicos chamados de fixadores, tais como o
formol e o aldeído glutárico.O material cortado é então colocado na lâmina para a colagem
e passa por técnicas de coloração, que variam de acordo com o tecido a ser verificado e
com a estrutura que se pretende observar. Por fim, temos a montagem da lâmina, que
consiste na retirada da água e na colocação do meio de montagem e da lamínula para selar
o corte.

Após a fixação, o material é processado, ou seja, passa por técnicas que permitem que ele
fique coeso o suficiente para garantir cortes. Para isso, são utilizados materiais de inclusão,
como a parafina. Dependendo do produto a ser utilizado para a inclusão, o tecido deve ser
desidratado, ou seja, a água deve ser retirada. Após essa etapa, faz-se necessária a
realização do processo de diafanização, que clarifica o material, tornando-o translúcido. No
processo de impregnação, o material deve ser submetido a técnicas que garantam a total
inclusão dos agentes de impregnação, tais como a parafina e o polietileno glicol. No final da
impregnação, obtém-se um bloco com tecido no seu interior, que é cortado com o uso do
micrótomo em um processo chamado de microtomia. O material cortado é então colocado
na lâmina para a colagem e passa por técnicas de coloração, que variam de acordo com o
tecido a ser verificado e com a estrutura que se pretende observar. Por fim, temos a
montagem da lâmina, que consiste na retirada da água e na colocação do meio de
montagem e da lamínula para selar o corte.

Com a preparação dessas lâminas, garantiu-se uma grande evolução no estudo da


histologia, além de permitir que o material ficasse em perfeito estado por muito mais tempo.
A vantagem do maior prazo de conservação é que estruturas podem ser analisadas por
vários pesquisadores em diferentes momentos sem que haja perda do material.
2. DESENVOLVIMENTO

Os seres vivos são formados por células. Aqueles que apresentam apenas uma célula são
chamados de unicelulares, enquanto aqueles que apresentam várias células recebem a
denominação de multicelulares ou pluricelulares. Nos animais encontramos quatro tipos
básicos de tecidos: o epitelial, o conjuntivo, o muscular e o nervoso. Estes apresentam
ainda alguns subtipos como veremos a seguir.

O tecido epitelial apresenta células justapostas, ou seja, bastante unidas, e que


apresentam pouca ou nenhuma substância intercelular. Esse tipo de tecido é encontrado
formando a pele, revestindo órgãos internos e constituindo as glândulas. Ele pode ser
dividido em dois tipos básicos: glandular e de revestimento.

O tecido conjuntivo, diferentemente do epitelial, apresenta grande quantidade de


substância intercelular e, consequentemente, células bem separadas. Normalmente nessa
substância são encontradas fibras colágenas, elásticas e reticulares. Os principais tipos de
tecido conjuntivo observados nos animais são o propriamente dito, cartilaginoso, ósseo,
sanguíneo, linfático, hematopoético e adiposo.

O tecido muscular caracteriza-se por sua grande capacidade de contração graças à


presença de células musculares que possuem filamentos de miosina e actina. O tecido
muscular pode ser classificado em três tipos: o estriado esquelético, estriado cardíaco e
não estriado.

Por fim temos o tecido nervoso, que é responsável por perceber e responder tanto a
estímulos internos como a externos. Ele forma o sistema nervoso dos animais, que, nos
vertebrados, é composto por encéfalo, medula espinhal, nervos e gânglios. Suas principais
células são os neurônios e gliócitos.

Um fato interessante de histologia animal é que, recentemente, uma descoberta científica


trouxe à tona a informação de que, no organismo de um animal adulto há células de
natureza embrionária. Elas são chamadas de células-tronco.

O mais legal sobre as células-tronco são sua capacidade de originar diversos tipos de
células, abrindo um campo de discussão sobre sua utilização terapêutica no processo
regenerativo de tecidos.

No entanto, a histologia na medicina veterinária é de extrema importância em seus


conhecimentos teóricos sobre a morfologia, essencialmente ótica, de diversos tecidos de
diferentes espécies animais, de interesse veterinário, correlacionando-as com as suas
funções e aspetos da fisiologia. A histologia desenvolve capacidades de diagnóstico
diferencial que lhe permitam distinguir os diferentes órgãos e tecidos, antevendo os
processos patológicos que daí poderão advir.
3. REFERÊNCIAS:

1- Bacha WJ (2000). Color atlas of veterinary histology. Lippincott Williams & Wilkins.

2 - Eurell JA (1998). Textbook of Veterinary Histology (5ª ed). Lippincott Williams & Wilkins.

3- Augsburger R.H. & Kurzi M. 2004. Histomorphologic and morphometric evaluation of the
uterine horns in nulliparous and multiparous beagles (SCIELO).

4- Banks W.J. 1992. Histologia Veterinária Aplicada. 2ª ed. Manole, São


Paulo. 629p. (SCIELO).

5- Bigliardi E., Parmigiani E., Cavirani S., Luppi A., Bonati L. & Corradi A. 2004.
Ultrasonography and cystic hyperplasia-pyometra complex in the bitch. Reprod. Domest.
Anim. 39(3):136-140 (SCIELO).

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