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Avaliação Parcial 2 - FRENTE D - Romantismo - 2ª e 3ª Fase - (22/10/2020) - 3º Trimestre

Avaliação Parcial 2 - FRENTE D - Romantismo - 2ª e 3ª Fase - 3º Trimestre


NOTA MÁXIMA
10
1. MEIRELLES, V. Batalha dos Guararapes. Óleo sobre tela, 494,5 × 923 cm. 1879. Museu Nacional de Belas Artes,
Rio de Janeiro. Disponível em: <www2.uol.com.br>. Acesso em: 09 jul. 2015.   Pertencente ao Romantismo, a obra
de Victor Meirelles caracteriza-se como uma

construção da identidade brasileira.


descrição dramática da guerra.
inclinação ao retrato nacionalista.
estilização das revoltas populares.
representação das obras francesas.

2. A questão toma por base o poema satírico do poeta português João de Deus (1830-1896).   Ossos do ofício Uma vez
uma besta do tesouro, Uma besta fiscal, Ia de volta para a capital, Carregada de cobre, prata e ouro; E no caminho
Encontra-se com outra carregada De cevada, Que ia para o moinho. Passa-lhe logo adiante Largo espaço, Coleando
arrogante E a cada passo Repicando a choquilha Que se ouvia distante. Mas salta uma quadrilha De ladrões, Como
leões, E qual mais presto Se lhe agarra ao cabresto. Ela reguinga, dá uma sacada Já cuidando Que desfazia o bando;
Mas, coitada! Foi tanta a bordoada, Ah! que exclamava enfim A besta oficial: — Nunca imaginei tal! Tratada assim
Uma besta real!... Mas aquela que vinha atrás de mim, Por que a não tratais mal? “Minha amiga, cá vou no meu
sossego, Tu tens um belo emprego! Tu sustentas-te a fava, e eu a troços! Tu lá serves el-rei, e eu um moleiro! Ossos
do ofício, que o não há sem ossos.” (Campo de flores, s/d.)   Considerando que a sátira se apresenta sob forma de
fábula, com personagens animais assumindo modos de agir e pensar tipicamente humanos, verifica-se que a atitude
da besta real em relação à outra traduz um preconceito de

credo político
credo religioso
raça
cor
classe social.

3. (Xeques surgindo risonhos e disfarçados em Railroad-managers, Stockjobbers, Pimpbrokers etc. etc.,


apregoando:) – Harlem! Erie! Central! Pennsylvania! – Milhão! Cem milhões!! Mil milhões!!! – Young é Grant!
Jackson, Atkinson! Vanderbilts, Jay Gould, anões! [...] (NORRIS, Attorney; CODEXO, inventor; YOUNG. Esq.,
manager; ATKINSON, agent; ARMSTRONG, agent; RHODES, agent; P. OFFMAN & VOLDO, agents, algazzarra,
miragem; ao meio, o Guesa:) – Dois! três! Cinco mil! Se jogardes, Senhor, tereis cinco milhões! – Ganhou! ha! haa!
haaa! – Hurrah! ah!... – Sumiram... seriam ladrões? SOUSÂNDRADE. Poesia. Rio de Janeiro: Agir, 1966. p. 67. A
obra de Joaquim de Sousa Andrade, Sousândrade, revisada após muito tempo de esquecimento, destaca-se, segundo
a crítica literária, por não se enquadrar nos padrões estéticos do Romantismo. Em qual das alternativas se encontra
uma característica que singulariza a produção poética desse autor? Assinale-a.

Transcendentalismo.
Ruptura da métrica e do ritmo tradicionais.
Sentimentalismo.
Escapismo.
Linguagem apurada.

4. Leia o Texto para responder à questão.   (...) Existe um povo que a bandeira empresta P’ra cobrir tanta infâmia e
cobardia!... E deixa-a transformar-se nessa festa Em manto impuro de bacante fria! Meu Deus! meu Deus! Mas que
bandeira é esta Que impudente na gávea tripudia?!... Silêncio!...Musa chora, chora tanto, Que o pavilhão se lave no
teu pranto!...   A escravidão no Brasil representou uma cruel forma de degradação social e moral, marcada,
principalmente, pela exploração da mão de obra negra trazida do continente africano. Castro Alves, ao registrar a
escravidão, produziu imagens de grande valor estético, como a que se verifica na metáfora “manto impuro de
bacante fria”, na qual ele:

sugere que os desumanos atos praticados estão encobertos por uma bandeira metamorfoseada em vestes de
uma libertina.
descreve os horrores da escravidão mostrando a bandeira nacional tingida com o sangue dos escravos trazidos
nas embarcações.
analisa as relações de trabalho dos negros transportados da África nas galés dos navios oriundos da Europa.
desenha os rostos da massa escrava oprimida e os cânticos de lamento entoados nos porões dos navios.
sintetiza os horrores do tráfico através da alusão ao martírio da chibata, utilizando a metáfora para denunciar o
sofrimento negro.

5. Amor Quand la mort est si belle, Il est doux de mourir.  (V. Hugo)   Amemos! Quero de amor Viver no teu coração!
Sofrer e amar essa dor Que desmaia de paixão! Na tu’alma, em teus encantos E na tua palidez E nos teus ardentes
prantos Suspirar de languidez! Quero em teus lábios beber Os teus amores do céu, Quero em teu seio morrer No
enlevo do seio teu! Quero viver d’esperança, Quero tremer e sentir! Na tua cheirosa trança Quero sonhar e dormir!
Vem, anjo, minha donzela, Minha’alma, meu coração! Que noite, que noite bela! Como é doce a viração! E entre os
suspiros do vento Da noite ao mole frescor, Quero viver um momento, Morrer contigo de amor! AZEVEDO, Álvares
de. Disponível em: <http://www.revista.agulha.nom.br/avz.html#amor>. Acesso em: jun. 2014.   Sobre o texto,
analise as afirmativas a seguir: I. O eu lírico, nos versos do poema, expressa seus sentimentos de forma polida,
cuidadosa, ponderada e sem quaisquer extremismos, razão pela qual a poesia de Álvares de Azevedo não pode ser
entendida como exemplo claro de um texto dito romântico. II. Há, no poema em análise, versos que apontam a
necessidade de o eu lírico amar profundamente. Esse amor é tomado por uma subjetividade também profunda,
afastando-se, quase por completo, das raias da racionalidade. III. Os versos “Morrer contigo de amor” e “Sofrer e
amar essa dor” explicitam a intensidade que o eu lírico pretende dar vida a essa relação. Temas como amor e morte
são recorrentes nos textos de Álvares de Azevedo, exímio representante da poesia romântica. IV. Não apenas no
texto em análise mas também nos textos de Álvares de Azevedo, de modo geral, há uma exacerbação da objetividade
dos sentimentos, espécie de refutação ao que é demasiadamente onírico e evasivo, taciturno e escapista. V. O verso
“Que noite, que noite bela!” remete o leitor a perceber que o amor do eu lírico será vivenciado na sua forma mais
completa e qualitativa sob a regência da Lua. Nos poemas de Álvares de Azevedo, a noite é o tempo privilegiado para
o amor.   Está CORRETO, apenas, o que se afirma em

I, III e IV.
II, IV e V.
III, IV e V.
II, III e V.
I, II e III.

6. Leia o Texto, de Castro Alves, para responder à questão.   Arranca-o do leito... seu corpo habituese Ao frio das
noites, aos raios do sol. Na vida - só cabe-lhe a tanga rasgada! Na morte - só cabe-lhe o roto lençol. [...] Ensina-lhe as
dores de um fero trabalho... Trabalho que pagam com pútrido pão. Depois que os amigos açoite no tronco... Depois
que adormeça co'o sono de um cão. [...] São estes os cantos que deves na terra Ao mísero escravo somente ensinar. Ó
Mãe que balanças a rede selvagem Que ataste nos troncos do vasto palmar.   O fragmento acima, retirado do poema
“A mãe do cativo”, adverte uma mãe escrava quanto ao que deve ensinar ao filho. Assinale a única alternativa
verdadeira sobre o que se lê no texto.

Expressões como “fero trabalho”, “pútrido pão” e “mísero escravo” mostram o estilo coloquial e simples da poesia
de Castro Alves.
O fragmento poetiza as relações afetivas entre mãe e filho para denunciar a continuidade histórica de um modo
de produção que ainda se beneficia do trabalho escravo.
As imagens da noite fria e sol brilhante sugerem o elogio nacionalista à paisagem brasileira.
A mãe que ensina ao filho a lutar pela liberdade, revela o engajamento social da poesia condoreira.
Refere-se à situação de trabalho do negro africano, já transformado em operário, após a abolição da
escravatura.

7. Leia a poesia e responda:   É ela! É ela!   É ela! é ela! – murmurei tremendo, E o eco ao longe murmurou – é ela!...
Eu a vi... minha fada aérea e pura, A minha lavadeira na janela!   Dessas águas-furtadas onde eu moro Eu a vejo
estendendo no telhado Os vestidos de chita, as saias brancas... Eu a vejo e suspiro enamorado!   Esta noite eu ousei
mais atrevido Nas telhas que estalavam nos meus passos Ir espiar seu venturoso sono, Vê-la mais bela de Morfeu nos
braços!   Como dormia! que profundo sono!... Tinha na mão o ferro do engomado... Como roncava maviosa e
pura!... Quase caí na rua desmaiado!   Álvares de Azevedo   Nas estrofes iniciais de “É ela! É ela!”, de Álvares de
Azevedo, o sujeito lírico mostra-se atordoado diante das facetas discrepantes de sua amada, que ora lhe aparece
como “fada aérea e pura”, ora como simples “lavadeira”. O autor explora essa duplicidade da figura da amada com
o propósito evidente de ________________ uma das características centrais da estética ultrarromântica, qual seja,
________________.   Assinale a alternativa cujas informações preenchem CORRETAMENTE as lacunas do
enunciado.

ilustrar / a religiosidade.
ironizar / o uso do poema-piada.
ilustrar / a preocupação com a atividade econômica.
ironizar / a idealização da figura feminina.
ridicularizar / a representação das classes operárias.

8. Leia a poesia e responda: Lembrança de morrer [...] Eu deixo a vida como deixa o tédio Do deserto o poento
caminheiro, – Como as horas de um longo pesadelo Que se desfaz ao dobre sineiro [...] AZEVEDO, Álvares
de. Poesias completas de Álvares de Azevedo. 7. ed. Rio de Janeiro: Ediouro, 1995. p. 37.   Este fragmento mostra uma
atitude escapista típica do Romantismo. O eu lírico idealiza

a morte como um meio de libertação do terrível fardo de viver.


a vida como um ofício de prazer, destinado à fruição eterna.
o deserto como um destino sereno para quem vence as hostilidades da vida.
o tédio como a repetição dos fragmentos belos e significativos da vida.

9. TEXTO: Mocidade e morte Oh! Eu quero viver, beber perfumes Na flor silvestre, que embalsama os ares; Ver
minh’alma adejar pelo infinito, Qual branca vela n’amplidão dos mares. No seio da mulher há tanto aroma... Nos
seus beijos de fogo há tanta vida... — Árabe errante, vou dormir à tarde À sombra fresca da palmeira erguida. Mas
uma voz responde-me sombria: Terás o sono sob a lájea fria. Morrer... quando este mundo é um paraíso, E a alma
um cisne de douradas plumas: Não! o seio da amante é um lago virgem... Quero boiar à tona das espumas. Vem!
formosa mulher — camélia pálida, Que banharam de pranto as alvoradas. Minh’alma é a borboleta, que espaneja O
pó das asas lúcidas, douradas... E a mesma voz repete-me terrível, Com gargalhar sarcástico: — impossível! [...]
CASTRO ALVES, Antônio de. Espumas flutuantes. In: ______. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1977.
p. 88.   Sobre o trecho do poema transcrito, seu autor e seu momento literário, é correto afirmar:   I. Explorando os
sentidos revelados no título do poema, Castro Alves proclama seu desejo de viver e usufruir dos prazeres da vida
amorosa, apesar do provável confronto com a morte, que representa uma ruptura desses desejos, o que caracteriza o
lirismo amoroso do Romantismo. II. O poema expressa, num tom melancólico, a frustração do eu lírico por não ver
seu imenso amor correspondido pela mulher amada, o que passa a ser um motivo para conceber a morte como uma
forma de fugir e se libertar do sofrimento amoroso, tal como é aspiração presente no Arcadismo. III. Em sua obra
lírico-amorosa, Castro Alves, diferentemente de outros poetas românticos, trata o amor como expressão concreta e
possível de desejos e paixões, como vibração da alma e do corpo e expressão de sensualidade, e não como um
sentimento platônico e irrealizável. IV. Juventude e finitude são os dois elementos básicos da construção do poema,
postos em confronto: a juventude, que representa o desejo de viver, de realizar sonhos e usufruir dos prazeres do
amor; e a inevitabilidade da morte iminente, como um corte abrupto da possibilidade materialização desses desejos.
V. Reconhecendo a impossibilidade de realização, em vida, do seu amor idealizado num plano onírico, num mundo
de sonhos e fantasias, o eu lírico, numa atitude de evasão e escapismo, nesse poema, fantasia a possibilidade de
realização plena e eterna desse amor no plano espiritual, após a morte de ambos.   A alternativa em que todas as
afirmativas indicadas estão corretas é a

I e II.
II e IV.
I, III e IV.
IV e V.
II, III e V.

10. Leia a poesia e responda:   Quando à noite no leito perfumado Lânguida fronte no sonhar reclinas, No vapor da
ilusão por que te orvalha Pranto de amor as pálpebras divinas? E, quando eu te contemplo adormecida, Solto o
cabelo no suave leito, Por que um suspiro tépido ressona E desmaia suavíssimo em teu peito? Virgem do meu amor,
o beijo a furto Que pouso em tua face adormecida Não te lembra no peito os meus amores E a febre de sonhar da
minha vida? Dorme, ó anjo de amor! no teu silêncio O meu peito se afoga de ternura E sinto que o porvir não vale
um beijo E o céu um teu suspiro de ventura! Um beijo divinal que acende as veias, Que de encantos os olhos ilumina,
Colhido a medo como flor da noite Do teu lábio na rosa purpurina, E um volver de teus olhos transparentes, Um
olhar dessa pálpebra sombria Talvez pudessem reviver-me n’alma As santas ilusões de que eu vivia! Álvares de
Azevedo. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2000, p. 133-4.   A partir da leitura do texto acima, assinale
a opção correta.

Depreende-se do poema que as ilusões do eu lírico estão ligadas à idealização do passado e às suas
experiências na juventude.
A aura onírica do poema deve-se ao fato de a amada estar dormindo.
Nesse poema, que pertence ao grupo de obras da segunda geração do Romantismo brasileiro, o eu lírico é
melancólico e saudosista, o que se verifica, em especial, nas duas últimas estrofes.
O eu lírico propõe uma visão erótico-amorosa da amada que inclui a entrega sexual, conforme explicitado no
poema.
A representação da amada como “anjo de amor” revela que o eu lírico pressente a morte da amada.

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