Resumo A Arqueologia Do Saber
Resumo A Arqueologia Do Saber
Resumo A Arqueologia Do Saber
MAIO DE 2022
BELÉM-PA
A análise do terceiro capítulo do livro “Foucault, a ciência e o saber" de
Roberto Machado: “uma arqueologia do saber", evidencia os principais aspectos do
método arqueológico proposto por Foucault em obras como As palavras e as coisas
e A arqueologia do saber. O autor, Roberto Machado, relaciona essencialmente essas
duas obras utilizando o viés metodológico de arqueologia que se encontra de forma
mais definida em A arqueologia do Saber para melhor explicitar questões antes
abordadas em As palavras e as coisas.
A partir disso, Foucault elabora uma crítica a história das ideias ou das
ciências por constantemente procurarem contradições entre diferentes teorias em
uma mesma época, em dada episteme. Tais oposições entre os saberes se
caracterizam como superficiais, ao que a arqueologia se encarrega, em seu caráter
metodológico, em descobrir o a priori histórico e, por assim, estabelecer no nível da
profundidade uma coerência fundamental entre esses saberes.
Dessa forma, a análise das ciências humanas não é uma descrição isolada
e sim o produto da inter-relação de saberes sobre o homem, por isso Foucault tenta
esclarecer a partir ciências empíricas, que as ciências humanas só podem ser
compreendidas a partir da relação que possuem com a temática da vida, trabalho e
linguagem, visto que essas coisas estão a todo tempo sendo modificadas por seres
humanos. Então, segundo ele, o nascimento das ciências humanas só ocorre após a
modernidade, pois os saberes giravam em torno do homem, como ele mostra na
análise das ciências empíricas, no entanto não se tinha essa noção. É só a partir do
momento que o homem descobre que é finito, que altera diversos processos que ele
vai se colocar como objeto do saber.
Assim sendo, o autor começa exemplificando, a partir das ciências empíricas,
mais especificamente a história natural, como o homem naquela época analisava os
animais e as plantas, por meio somente da visão e do tato e de uma perspectiva
superficial dos objetos que era visto apenas como representação, tendo em vista que
o uso de signos era apenas uma forma de estruturação das palavras e das coisas e
não do seu aspecto profundo, visualizado através do nascimento da biologia que
marca o estudo das funcionalidades e o nascimento da vida humana.
Seguindo assim essa lógica, da fase clássica, o autor postula que a análise
das riquezas era fundamentada no comércio e na troca de mercadorias, o trabalho
era visto como um signo e portanto composto de representação, muito no âmbito mais
simples, devido às relações serem menos complexas naquele momento. Enquanto
que na idade moderna, o trabalho ganhou uma outra roupagem carregado de
complexidade e divisões do trabalho, o labor virou produto e instituído de valor.