Azael Neto - IMPROVISAÇÃO MUSICAL - ENTRE A HISTÓRIA, A DIDÁTICA E A FORMAÇÃO DA LINGUAGEM. Revisado JACKSON REIS
Azael Neto - IMPROVISAÇÃO MUSICAL - ENTRE A HISTÓRIA, A DIDÁTICA E A FORMAÇÃO DA LINGUAGEM. Revisado JACKSON REIS
Azael Neto - IMPROVISAÇÃO MUSICAL - ENTRE A HISTÓRIA, A DIDÁTICA E A FORMAÇÃO DA LINGUAGEM. Revisado JACKSON REIS
NOVA IGUAÇU-RJ
2019
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NOVA IGUAÇU-RJ
2019
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RESUMO
Inicie aqui o texto do resumo (mínimo de 100 palavras e máximo de 250 palavras).
ABSTRACT
OBS 2: RESUMO EM INGLÊS (tamanho da fonte 10 e espaçamento simples)
Key words: ______,__________,__________.
INTRODUÇÃO
(fazer uma apresentação do assunto pesquisado e anunciar de forma breve as partes constituintes do trabalho, ou
seja, sobre o que é abordado em cada seção do texto está);
Segui apresentando o tema e as parte do trabalho
O trabalho se justifica dada a improvisação como uma prática musical recorrente em diversas
culturas e gêneros de períodos históricos variados. Mostra-se apreciada pelo público (mesmo
quando esse não sabe se tratar de um improviso) e solicitada ao intérprete desde de estudante
até o final da carreira. Esse assunto vem me acompanhando nas diversas formações que
realizei3 (cursos livres e técnico em música, graduações e pós-graduações) e virou uma ideia
fixa. Sou compositor (bacharel em música – composição) e, ao ingressar na docência percebi
o potencial informador da criação musical escrita (composição). Esse potencial amplia-se e
torna-se formador quando essa prática é atrelada com a criação instantânea (improvisação).
Desde a minha formação técnica (2006 até 2009) percebia que eu aprendia mais ao criar sobre
diretrizes que ao decorar modelos ou padrões – achava ser algo particular meu. A docência
em escolas regulares do infantil ao fundamental dois, em cursos livres e na graduação mostrou
que o potencial de formação da criação é maior que algo particular – ele atende a uma
considerável parcela do público discente, e mesmo docente. Nesse ambiente formador, a
improvisação (principalmente a guiada), quando seguida de debates, mostra-se mais eficiente.
Situação que não existe espaço para lapidar imperfeições – se errei tenho que corrigir em
tempo real – fato diferente da composição ou arranjo. Contudo o valor histórico e formador da
improvisação constantemente está ignorado em favor de uma abordagem adestradora e
alienante. Entender esse potencial e seu lugar na história da música favorece o entendimento
da história geral, e claro, o desenvolvimento da linguagem musical, seus apreciadores, seus
profissionais e mercado. Acredito que a improvisação favoreceu e favorece o
desenvolvimento da linguagem musical geral e dessa no estudante. No estudante ocorre de
Acredito ser anterior e vir da infância mas só posso afirmar desde o momento que tomei consciência.
3
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“DESENVOLVIMENTO”
Mostra-se fundamental que o ensino seja amplo e não restritivo a uma área, dessa
maneira, aprender música é aprender a história de um grupo humano. Sendo a música uma das
linguagens da arte aprende-se sobre a arte de um grupo ao criar música. Brito (2011) segue
apresentando diversas concepções de Koellreutter sobre educação geral e musical,
improvisação, percepção e currículo.
Brito (2011) afirma que para Koellreutter a música ajuda a ampliar a percepção e a
consciência, e a superar pensamentos dualistas e preconceitos em caminho a indivíduos
íntegros e integrados – fenomenologia e Gestalt são presentes. Os currículos devem
considerar o importante ao aluno, grupo e contexto, facilitar a aprendizagem autodirigida e
com criatividade em oposição ao currículo rígido.
A educação deve favorecer a criatividade inata e a integração do indivíduo, sociedade
e de saberes de áreas. Ao estudar um instrumento entra-se em contato com os conceitos e
deve-se aproveitar o tempo para debater, atualizar, pesquisar e promover experiências
criativas. “A improvisação, segundo ele, é o meio ideal para criar esse ambiente” e “deve ter
uma finalidade musical e humana”. Sobre percepção e consciência afirma que: consiste no
desenvolver simultâneo da vivência e processo intelectual em enriquecimento rumo a uma
nova direção.
Não é preciso ensinar nada que o aluno possa resolver sozinho. É preciso aproveitar o
tempo para fazer música, improvisar, discutir e debater. O mais importante é –
sempre – o debate e, nesse sentido, os problemas que surgem no decorrer do trabalho
interessam mais que as soluções. (…) Não há nada que precise ser mais planejado
que uma improvisação. Para improvisar é preciso definir claramente os objetivos que
se pretende atingir. É preciso ter um roteiro, e a partir dai trabalhar muito, ensaiar,
experimentar, refazer, avaliar, ouvir, criticar etc. O Resto é vale-tudismo. SIC.
7
O fazer musical mostra-se integrado em suas subáreas e com a(s) sociedade(s) com
a(s) qual(is) interage. Swanwick (2003) defende que deve-se utilizar a técnica para fins
musicais, para gerar a informação musical e, em prol do sotaque particular e do discurso.
Aprender “música” mostra-se como uma das esferas sociais de cada grupo e, como tal, deve
ser integral e não fragmentada conforme ocorre em ambientes formais, não-formais e
informais. A técnica e os conteúdos básicos existem e devem ser trabalhados por todos que
pretendem integrar dado meio – no caso a música – sociocultural e/ou profissional. O
questionamento não apresenta-se na importância ou não de conteúdo. O problema encontra-se
na separação em ambientes impermeáveis de saberes isolados e não dialogantes. Esses
atrelados com a doutrinação e rigidez de um aprendizado mecânico, pouco relevante torna-se
menos produtivo que o esperado. Ao ensinar música deve-se questionar a validade de
conteúdo, a relação destes com outros já estudados e, com a bagagem musical e sociocultural
dos aprendentes. Deve-se buscar caminhos para a explorar os saberes, formas de ser, e
expressar dos participantes em honestidade com suas práticas culturais e vivências. Criar
mostra-se como ferramenta consistente para essas posturas. Criar de maneira instantânea –
improviso – ainda mais. O improviso livre demanda bagagem consciente das tradições de
cada grupo humano, seja para manter, seja para inovar. O improviso guiado apresenta seu
caráter didático e propedêutico em que é possível simular esses ambientes históricos.
O meio sociocultural gera o indivíduo que gera o meio. De forma análoga, o fazer
musical por meio da improvisação guiada consiste em um meio formado por indivíduos
ativos, em restrição de recursos que geram conhecimentos significativos e transdisciplinares.
DaMatta (2010) afirma que: a cultura é gerada pelo gerador que é gerado pela cultura em uma
relação de pertença8. Nesse ambiente os indivíduos entendem sua cultura como algo exclusivo
em um contínuo (re)criar da tradição. As peculiaridades culturais formam a mundivisão dos
indivíduos e ao entender, dialogar e inventar sobre o meio ambiente – natural, político e
sociocultural – o homem se compreende e se reinventa. As tradições culturais – entenda-se
aqui as musicais9 – são vivas, alteráveis, válidas e validadas dentro dos grupos de
pertencimento e prática. As alterações mais simples resultam em outras práticas. Essa
característica de metamorfose cultural mostra-se favorável para a prática da improvisação
guiada. Sendo um trabalho guiado e, por isso restritivo, abre possibilidade de situações
educativas intencionais que compreendem outras áreas10 do saber musical e sociocultural.
8
No sentido de um pertencimento mútuo entre as partes.
9
Não utilizo o termo Gênero musical por ser algo mais amplo. Estamos no ambiente cultural e diversos gêneros
podem estar convivendo sobre um fazer ou gênero “guarda-chuva”. O termo músicas (corrente no meio da
educação musical) seria esse mega gênero.
10
Áreas do saber musical apresenta-se estranho para um ambiente que busca uma visão abrangente da música.
Contudo, para a clareza da redação e, por falta de termo mais adequado, faz-se o uso deste.
9
artístico e educacional de amarras sem perde de vista a tradição de cada grupo humano.
Entender os seres humanos demanda entender a cultura em que esses estão e fazem
parte. Compreender as obras de uma cultura mostra-se como compreender parte da
própria cultura e parte dos indivíduos que dela se nutrem e que nela vivem. As
manifestações musicais apresentam-se como parte de cada cultura e, dessa maneira,
consistem em diferenciadores culturais ou em relacionadores culturais. As culturas e
seus indivíduos não são “puros”. O hibridismo cultural mostra-se indissociável e
fundador de novas manifestações. Cada cultura guarda as características de seus
formantes em confronto e interação. (CARVALHO NETO, 2019, p. 56).
O usual na educação musical é a cópia literal e sem crítica, um aprendiz que não cia e
experimenta passa a reproduzir cultura no lugar de cria e interagir com ela. Valoriza-se mais
ler uma partitura clássica11 que criar uma obra inédita. Geertz (2017) afirma que existe uma
tendência geral de valorizar atos conscientes. As tradições de cada grupo humano são
norteadores para as características eleitas como periféricas ou centrais e, existe a possibilidade
de interpretar as primeiras como sendo as segundas. A busca incessante pelo cientificismo –
nos moldes matemáticos e do dualismo platônico – presentes nas políticas educacionais
excluem diversas manifestações das tradições, bem como, a dissecação em busca de estruturas
internas e cernes de aplicação global para a humanidade12 cancela o valor da manifestação em
loco e em sua máxima amplitude e desenvoltura. Relativizar expressões musicais e promover
a aculturação13 em classe promove desenvolvimento de competências presentes currículo
oficial e no oculto, para isso a improvisação guiada mostra-se como ferramenta.
De acordo com Alvares (2015, p 40) a linha de pesamento não tradicional apresenta
uma “visão singular e holística do ser humano, em que o meio ambiente e as vivências
individualizadas influenciam a formação de conceitos e determinam as ações.” A corrente
11
Aqui clássica refere-se a algo clássico em uma dada cultura e não às obras do período clássico da história
ocidental.
12
A Humanidade deveria ser entendida no plural – as humanidades – assim com todos os eventos socioculturais.
13
Segundo o dicionário Michaelis (2017) para a antropologia aculturar significativa “fazer assimilar ou assimilar
características de uma cultura.”
10
proposta vincula-se nessa abordagem. Considera que a improvisação leva o aluno ao seu
desenvolvimento particular, na própria improvisação musical e, em outras “disciplinas” da
música. Cada aprendiz apresenta o seu trajeto único, assim como, cada grupo de estudo ou de
aprendizes terá sua realização particular e atrelada a realidade de seus formantes. Alvares
(2011) apud Alvares (2015) apresenta seis pressupostos da transdisciplinaridade na musical
denominado de Musicalidade Abrangente:
CONSIDERAÇÕES FINAIS
(comentários finais sobre o tema, avaliação dos resultados, uma síntese de toda a reflexão produzida)
11
REFERÊNCIAS
AEBERSOLD, Jamey. Como improvisar e tocar Jazz. Trad. Gil Reyes. São Paulo: Free Note,
1992.
CARVALHO NETO, Azael Ferreira de. A Criação Musical Atrelada à Cultura Discente
como Ferramenta de Musicalização. Artigo apresentado como requisito parcial ao curso de
Pós-Graduação Lato Sensu em Educação Musical e Ensino de Artes. Rio de Janeiro: UCAM,
2015-a.
LIBÂNEO, José Carlos. Pedagogia e pedagogos, para quê? 12. Ed. São Paulo: Cortez, 2010.