A Percepção de Uma Equipe de Saúde Mental

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C. T.

de Oliveira et all 78

PERCEPÇÕES DE UMA EQUIPE DE SAÚDE MENTAL SOBRE O


COMPORTAMENTO SUICIDA
MENTAL HEALTH STAFF’S PERCEPTIONS ABOUT SUICIDAL BEHAVIOR

Clarissa Tochetto de Oliveira1, Lucas Abreu Collares, Martha Helena Oliveira


Noal, Ana Cristina Garcia Dias
Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Resumo
Buscou-se conhecer a formação, a conduta e as reações emocionais dos profissionais de saúde
mental frente ao comportamento suicida. Foram conduzidas entrevistas semiestruturadas
individuais com nove profissionais. As informações foram submetidas à análise de conteúdo
temática e deram origem às categorias: formação da equipe, condutas, e reações emocionais da
equipe frente ao comportamento suicida. Verificou-se que o desconforto emocional foi relatado
com maior frequência pelos participantes deste estudo, bem como percepções de déficits na
formação acadêmica para lidar com o comportamento suicida. Quanto ao manejo, a conduta
adotada pela equipe está de acordo com os manuais que orientam como lidar com essas situações.
Conclui-se que os conhecimentos, as práticas e as reações emocionais dos profissionais estão
relacionados quando se trata do comportamento suicida. O déficit na formação pode contribuir
para o desconforto emocional vivenciado pela equipe, além de limitar o repertório de estratégias
para lidar com pacientes de risco.
Palavras-chave: Suicídio; Pessoal da saúde mental; Formação profissional

Abstract
The aim of this study was to identify the academic background, demeanor, and emotional
reaction of mental health professionals regarding suicide. Individual, semi-structured interviews
were carried out with nine professionals. The information was submitted to content analysis and
generated three categories: staff ’s background, demeanor when handling with suicidal behavior, and
staff ’s emotional reactions regarding suicidal behavior. Results showed that participants reported
emotional discomfort more frequently, as well as the perception of academic deficits to deal with
suicidal behavior. As for the conduct, staff ’s attitudes were according to the manuals that guide the
way to deal with these situations. We concluded that the professionals’ knowledge, practices, and
feelings are related when it comes to working with suicidal behavior. The academic background
deficit may contribute to the emotional discomfort experienced by the staff, besides limiting the
strategies available to be applied when dealing with risk patients.
Keywords: Suicide; Mental health personnel; Professional education

1 Contato: [email protected]

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Percepções de uma equipe de saúde mental sobre o comportamento suicida 79

O espectro do comportamento suicida envolve Comportamentos suicidas são considerados


o suicídio (processo de morte autoinfligida), a situação de maior emergência na área da
a tentativa de suicídio (comportamento psiquiatria, e podem mobilizar todos os
autoagressivo sem evolução fatal) e ideação membros da equipe (Gulfi et al., 2010; Cataldo
suicida (pensar em acabar com a própria vida). Neto et al., 2003). Entre as reações que
Esses comportamentos são frequentes na comportamentos suicidas de pacientes podem
população mundial e constituem um problema despertar nos profissionais da saúde mental
de saúde pública (Waiselfisz, 2011). Para cada estão maior ansiedade por trabalhar com
morte por suicídio, 10 a 20 tentativas são pacientes em risco de suicídio, agressividade,
praticadas (Freitas & Borges, 2014). preconceito, desprezo, raiva, incompreensão
e distanciamento (Brocker, 2007, Gulfi
Os comportamentos suicidas são fenômenos et al., 2010). Além disso, é possível que a
de ordem biopsicossocial, nos quais uma gama experiência de ter um paciente que cometeu
de fatores de risco interage, predispondo o suicídio interfira nas condutas adotadas pelos
indivíduo a uma agressão autoinfligida que profissionais da saúde mental. Exemplos
pode resultar em sua morte, incapacitação dessas mudanças incluem maior interesse
ou lesões superficiais. Um dos principais por questões relacionadas ao suicídio, maior
fatores de risco para comportamentos tendência a internar pacientes que apresentam
suicidas é a presença de transtornos mentais risco de suicídio, maior tendência a consultar
(Sena-Ferreira, Pessoa, Boechat-Barros, colegas de trabalho e maior atenção a questões
Figueiredo, & Minayo, 2014) como depressão, legais (Gulfi et al., 2010).
transtorno do humor bipolar e dependência
de substâncias psicoativas (Botega, 2014). Em suma, sabe-se que comportamentos
Além disso, existem outras variáveis que suicidas podem desencadear reações por
podem interferir no comportamento suicida, parte dos profissionais de saúde mental e
por exemplo: aspectos demográficos, fatores interferir na conduta adotada por eles. O que
diagnósticos (doenças crônicas acompanhadas esses estudos não relatam é qual a formação
de dor ou incapacitação física), histórico recebida pelos profissionais para lidar com
pessoal (tentativas prévias de suicídio, número comportamentos suicidas. Também não fica
de episódios de transtorno de humor) e claro como sentimentos, formação e condutas
características psicológicas (desesperança, adotadas se relacionam na visão da equipe.
impulsividade e déficits na resolução de Assim, o objetivo deste estudo consiste em
problemas) (Botega, Rapeli, & Freitas, 2004; conhecer, de forma integrada, os sentimentos,
Diehl, 2011; Cataldo Neto, Gauer, Morelli, a formação e a conduta dos profissionais de
& Menezes, 2003; Organização Mundial da saúde da equipe da unidade psiquiátrica de um
Saúde, 2000; Souza et al., 2010). hospital universitário diante do fenômeno do
suicídio.
Inúmeros aspectos podem ser pesquisados
no que se refere ao comportamento suicida.
Neste estudo, optou-se por investigar questões MÉTODO
relativas à equipe de saúde mental diante do Trata-se de um estudo qualitativo, realizado nas
comportamento suicida. Esta equipe pode ser dependências de um Hospital Universitário
composta por diferentes profissionais, como (HU), localizado em uma cidade no Rio
psiquiatras, residentes, enfermeiros, técnicos Grande do Sul. O setor de Psiquiatria do
em enfermagem, psicólogos, assistentes sociais, HU compreende o Ambulatório de Saúde
entre outros, que trabalham em conjunto para Mental, unidade de Internação Psiquiátrica
auxiliar o paciente e a família. Há evidências e Pronto-Socorro Psiquiátrico. O setor
de que esses profissionais estão sujeitos a ter, de Psiquiatria (ambulatório, internação e
pelo menos, uma experiência com pacientes emergência) foi o locus deste estudo. Os
que apresentam comportamento suicida pacientes que apresentam alguma dimensão
(Gulfi, Dransart, Heeb, & Gutjahr, 2010). do comportamento suicida (suicídio, tentativa

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de suicídio e ideação suicida) são atendidos no conhecido como bola de neve (snowball).
Pronto-Socorro Psiquiátrico, são medicados e Inicialmente se identifica um indivíduo
ficam sob a observação do médico residente de que possui as características de interesse
psiquiatria e de profissionais de enfermagem. da pesquisa e, por meio da indicação dessa
Caso ocorra um recrudescimento do quadro pessoa, se chega a outros indivíduos que
psiquiátrico do paciente, este seguirá para a compartilham características semelhantes
ala de internação psiquiátrica. Na internação, (Biernacki & Waldorf, 1981). Os primeiros
o paciente será avaliado e acompanhado por profissionais entrevistados indicaram outros
equipe de saúde multiprofissional. e assim procedeu-se sucessivamente até que
se alcançasse a saturação das informações
obtidas, ou seja, até que a coleta de novas
PARTICIPANTES informações não mais modificasse os
resultados anteriormente encontrados.
Participaram deste estudo nove profissionais
de saúde (três homens e seis mulheres) Foi realizada uma entrevista semiestruturada
que trabalhavam na unidade de internação individual por um dos autores do estudo com
psiquiátrica supracitada. As profissões dos os profissionais de saúde do setor de psiquiatria
entrevistados são: Psicologia, Enfermagem, do hospital que aceitaram participar do estudo,
Medicina, Serviço Social e Educação Física. após assinatura do Termo de Consentimento
A idade dos participantes variou entre Livre e Esclarecido. O instrumento buscou
23 e 53 anos (M = 32 anos, DP = 9,54). conhecer os sentimentos, formação e conduta
Todos os participantes possuíam pós- dos profissionais diante do comportamento
graduação (dois Mestres, um Especialista, um suicida. As entrevistas foram gravadas em
Residente de Psiquiatria e cinco Residentes áudio e apagadas após a transcrição.
Multiprofissionais). Os indivíduos foram
nomeados pela associação da letra E (da
palavra entrevistado) mais um número, que
indica a ordem cronológica das entrevistas ANÁLISE DAS INFORMAÇÕES
realizadas, para garantir o anonimato dos
As informações foram analisadas pelo método
informantes. A seleção dos profissionais que
da análise de conteúdo temática (Bardin,
participaram do estudo foi definida pelos
1977). As informações foram organizadas em
seguintes critérios: ser profissional de saúde,
três categorias definidas a priori: (i) formação
atuar em equipe de emergência psiquiátrica e/
da equipe frente ao comportamento suicida,
ou internação psiquiátrica, ter trabalhado com
(ii) conduta frente ao comportamento suicida,
pacientes que expressaram alguma dimensão
e (iii) reações emocionais da equipe ao
do comportamento suicida (suicídio, tentativa
comportamento suicida.
de suicídio e ideação suicida persistente).

PROCEDIMENTOS E
RESULTADOS E DISCUSSÃO
INSTRUMENTOS
A análise das informações permitiu conhecer
Os profissionais do setor de psiquiatria foram a formação dos profissionais, as condutas
convidados a participar da pesquisa, sendo adotadas para lidar com o comportamento
explicados os objetivos e procedimentos do suicida e as reações emocionais face
estudo, após sua aprovação no Comitê de ao comportamento suicida, bem como
Ética em Pesquisa (CEP) da universidade identificar de que forma esses aspectos se
onde a pesquisa foi realizada. Este projeto influenciam mutuamente. A interação entre
foi protocolado no CEP com o número conhecimentos, sentimentos e práticas é
23081.023/2011. A seleção dos participantes discutida nas categorias a seguir.
para compor a amostra seguiu o procedimento

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Maturidade de carreira e nível socioeconômico em estudantes do ensino médio 81

FORMAÇÃO DA EQUIPE FRENTE AO estudo conduzido com médicos, enfermeiros


COMPORTAMENTO SUICIDA e técnicos de enfermagem, no qual poucos
participantes presenciaram alguma aula a
Verifica-se uma lacuna na formação percebida respeito do tema na graduação (Souza, 2012).
pelos profissionais entrevistados nesta Isso faz com que a maioria dos profissionais se
pesquisa no que se refere à temática do sinta despreparada para lidar com o indivíduo
suicídio. O déficit de conhecimentos sobre suicida. O despreparo profissional também
o fenômeno em questão foi descrito pela foi encontrado nos estudos de Brocker (2007)
maioria dos participantes, que relataram não e Kohlraush et al. (2008) com enfermeiros e
ter recebido um treinamento institucional foi apontado como gerador de dificuldades
(acadêmico e/ou hospitalar) para manejar o para a equipe de saúde lidar com o suicídio,
comportamento autoagressivo, com exceção incluindo o desconforto emocional e outras
da entrevistada E2 (enfermeira), que recebeu reações (Botega et al., 2005; Kohlraush et al.,
treinamento para lidar com o suicídio, e do E3 2008; Vidal & Gontijo, 2013). Além disso, a
(médico), que discutiu ativamente a questão do capacitação insuficiente por parte das equipes
comportamento suicida durante a academia e de atendimento pode interferir na conduta
na residência. do profissional, que pode adotar uma postura
impessoal e ter dificuldade de atuar de forma
• Na academia, não tive nenhuma matéria que
falasse sobre esse tema. (E5, 26 anos, assistente social) humanizada (Vidal & Gontijo, 2013). Assim,
nota-se a importância de esse tema ser tratado
• A formação profissional de saúde é muito com mais atenção na academia, uma vez que é
pautada no salvar vidas, no promover saúde, no prever
riscos. Então, a gente não trabalha nem os processos de complexo e impacta na saúde pública.
morte natural. (E7, 24 anos, enfermeira)
Foi perguntado aos profissionais se eles
• Na minha graduação, eu tive pouca coisa sobre adotavam algum protocolo no atendimento a
isso... Eu fiz uma [disciplina] optativa chamada morte
e luto. Isso me deu uma preparação, principalmente pacientes suicidas. Observou-se a inexistência
aceitação da morte, como as pessoas lidam com isso de procedimentos padronizados (como
[...], mas sobre o suicídio em si, pouca coisa. Até hoje eu
tento pesquisar, mas vejo pouca coisa sobre isso. (E4, a utilização de um manual ou protocolo)
23 anos, psicóloga) no manejo do comportamento suicida. A
conduta dos participantes parece depender da
Embora a formação e o desenvolvimento orientação médica e da avaliação caso a caso,
de competências emocionais sejam embora conversem informalmente entre si
fundamentais para o cuidado dos pacientes em algumas situações. No entanto, questiona-
com comportamento suicida (Carmona- se como os profissionais avaliam os casos
Navarro & Pichardo-Martínez, 2012), o se afirmaram não ter preparo acadêmico e
aprofundamento teórico no ensino superior técnico para tal.
sobre comportamentos suicidas parece
• Protocolo de suicídio, que eu saiba não. (E1,
reduzido ou mesmo inexistente. Essa 26 anos, psicóloga)
informação vai ao encontro do resultado de um
• Não, a gente segue a orientação e prescrição

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médica. (E2, 53 anos, enfermeira) possibilitam um espaço para a discussão de


• Não formalmente. Nós trocamos impressões, casos e para que cada profissional relate suas
conversamos informalmente sobre isso. Eventualmente impressões sobre a evolução do tratamento
conversamos formalmente quando surge algum
incidente. A equipe toda se baseia muito na indicação de cada paciente. Há relatos de que casos de
médica. (E6, 31 anos, psicólogo) suicídio são raros em unidades psiquiátricas
nas quais os membros da equipe trabalham de
O déficit percebido pelos participantes na
forma integrada (Cataldo Neto et al., 2003).
formação, resultado da reduzida discussão
Fomentar reuniões ou espaços para dialogar a
nos meios acadêmicos sobre o suicídio, está respeito da prática em saúde pode beneficiar
repercutindo na prática dos profissionais. o profissional tanto no sentido de dirimir
dúvidas a respeito da atividade clínica quanto
Tanto o manual da Organização Mundial
na construção de um protocolo coletivo de
de Saúde quanto o do Ministério da Saúde intervenção. Em um estudo realizado por
são pouco conhecidos, ou mesmo não Figueiredo e Campos (2014), resultados
adotados na prática, como é o caso da promissores foram demonstrados no
processo de formação de alguns profissionais
equipe entrevistada. A utilização de um da saúde por meio da metodologia Paideia, a
método padronizado para atendimento de qual envolve um processo de aprendizagem
pacientes e familiares pode colaborar para a ativo e crítico acerca da própria conduta
profissional, aprofundando conhecimentos e
prestação de cuidados à saúde (Gutierrez, descobrindo novos modos de intervir sobre
2014). A utilização de manuais de prevenção/ situações-problema. Os autores sugerem que o
intervenção por parte dos profissionais advento de espaços dialógicos pode provocar
mudanças nas práticas dos profissionais da
poderia não só contribuir para os serviços
saúde e na consciência que eles apresentam
prestados em termos de formação, avaliação de seu papel social. Desse modo, o fomento
e intervenção no comportamento suicida, mas de espaços dialógicos pode beneficiar os
também favorecer a coerência entre as ações participantes do estudo, sobretudo no que
se refere ao fenômeno do suicídio, assunto
da equipe e as políticas públicas atuais. Alguns relevante e pouco desenvolvido pela maioria
casos de suicídio de fato acontecerão, todavia dos entrevistados. Além disso, a criação dos
as habilidades demonstradas pela equipe para espaços dialógicos vai ao encontro do conceito
de educação permanente em saúde, que
lidar com o comportamento de autoagressão, pode ser compreendida como uma estratégia
como manejo e tratamento adequados, são essencial para o desenvolvimento de mudanças
determinantes para o número de vidas que no âmbito dos processos de trabalho (Ceccim,
2005). Esses espaços devem apresentar um
podem ser salvas todos os anos (Bertolote et
caráter ativo, crítico-reflexivo, propositivo,
al., 2010; Gutierrez, 2014). compromissado e de competência técnica.

Comportamentos suicidas mobilizam os


profissionais de saúde, que formam uma rede
interdisciplinar para lidar com as situações de CONDUTAS DIANTE DO
crise (Heck et al., 2012). Reuniões de equipe, COMPORTAMENTO SUICIDA
como mencionadas pelos participantes As principais condutas realizadas pelos
profissionais foram a avaliação do
deste estudo, também contribuem para a funcionamento psicossocial do paciente e
prevenção de comportamentos suicidas, já que

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a realização de seu acolhimento, seguida profissional de saúde ao atender o indivíduo


do contato com a família em alguns casos. que apresenta comportamento suicida deve
Muitas vezes, a intervenção ocorre durante ser ouvi-lo atentamente e demonstrar empatia
o processo de avaliação, quando se busca para realizar intervenções protetivas em
conhecer os motivos da tentativa de suicídio um ambiente tranquilo e com privacidade,
e/ou ideação suicida persistente e mensurar o evitando o excesso de tecnicismo. Revisar seus
grau de intencionalidade, com o objetivo de próprios preconceitos e crenças em relação
verificar se o paciente ainda está em risco. ao comportamento suicida pode ser uma
iniciativa valiosa para a remoção de barreiras
O manejo, pra além de investigar causas e
que impeçam um contato de qualidade com
ver o que ele está pensando a partir daquela
ideia suicida, é tentar fazer uma costura o sujeito (Meleiro et al., 2004). O profissional
protetiva. Dentro do hospital, é conversar ainda precisa contatar familiares, manter
com psiquiatra, ver como está a medicação. alguém próximo do paciente ou encaminhá-
Dependendo da intensidade da ideia, recorrer lo a um médico ou hospital, dependendo da
ao Pronto-Socorro psiquiátrico. Contatar os intensidade do risco (Organização Mundial de
familiares é outra possibilidade. (E1, 26 anos, Saúde, 2000).
psicóloga)

Primeiro, fazer uma avaliação de como foi Os participantes do estudo relataram que
essa tentativa, pensar os níveis de gravidade a equipe tende a aumentar a vigilância do
da tentativa de suicídio. Marcar pro paciente indivíduo potencialmente suicida após as
retornar em 24 horas pra ver como ele está, intervenções iniciais. Existe um cuidado para
disponibilizar pra ele um serviço que fique evitar a ocorrência de qualquer manifestação
aberto 24 horas. Questionar se ele se sente autoagressiva. Para tanto, são realizadas
capaz de procurar a gente se ele precisar. (E3,
30 anos, médico)
restrições ambientais e materiais.
A gente já teve paciente que tentou suicídio
Os profissionais entrevistados utilizam
aqui na unidade, ele foi transferido pra um
condutas similares às previstas na literatura, lugar mais seguro. (E2, 53 anos, enfermeira)
realizando o manejo aconselhado por
instituições (Organização Mundial da Saúde, Tem toda uma preocupação em evitar novas
2000) e órgãos governamentais, como o tentativas. O paciente que chega com história
de ter tentado suicídio na internação vai
Ministério da Saúde (Brasil, 2006). Quando ser um paciente que vai ter certa vigilância.
o indivíduo entra na unidade hospitalar em Reações negativas, estados depressivos vão
decorrência de uma tentativa de suicídio, o suscitar uma preocupação maior que outros
primeiro passo do profissional de saúde deve pacientes sem esse histórico suscitariam. (E6,
ser compreender que tal ato é o resultado de 31 anos, psicólogo)
uma série de fatores que estão desorganizados A gente antecipa a situação, busca uma
na vida desse paciente (Loureiro, 2006). O medicação, conversa com o paciente, procura
objetivo do primeiro contato com o indivíduo outro paciente que ele tenha uma boa relação
que se engajou no comportamento suicida é pra ficar junto. Como ele tem um histórico de
realizar uma coleta de informações sobre a tentativa de suicídio, a gente vai procurar não
vida do paciente e as razões que o levaram deixar no ambiente nada que possa ser usado
por ele pra suicídio. Então, aqui os pacientes,
a tal comportamento (Bertolote et al., 2010).
em geral, não usam facas. O paciente não vai
A avaliação inicial permitirá determinar o ficar em salas que tenham objetos cortantes,
grau de risco do comportamento suicida pontiagudos, a gente vai ficar mais próximo
(Organização Mundial de Saúde, 2000), bem desse paciente, cuidar ele pra que ele não fique
como o manejo adequado para a situação isolado, sozinho. (E9, 39 anos, enfermeiro)
(Bertolote et al., 2010).
O paciente que tentou suicídio poderá fazer
Ao mesmo tempo, busca-se estabelecer um novas tentativas dentro do hospital. Por isso, o
vínculo colaborativo com o paciente (Bertolote comportamento preventivo dos profissionais
et al., 2010). O procedimento padrão do é considerado uma medida de segurança

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importante no manejo do indivíduo suicida organização da rotina do paciente e a protegê-


(Cataldo Neto et al., 2003). Para tanto, preparo lo em ambientes seguros, ou seja, sem acesso a
e atenção da equipe assim como a identificação objetos que podem ser utilizados para cometer
e remoção dos fatores de riscos e a proteção suicídio. Além disso, as intervenções na família
do paciente são alguns procedimentos básicos podem incluir um processo de escuta desta e
a serem adotados por profissionais (Bertolote orientações quanto ao manejo de prevenção,
et al., 2010; Botega, 2014). Outras condutas já que comportamentos suicidas podem trazer
incluem a modificação de medidas ambientais preocupações aos familiares, principalmente
(evitar o acesso do indivíduo a medicações e relacionadas à forma de lidar com o indivíduo
a objetos cortantes ou de lugares onde possa que se autoagrediu.
cometer um ato suicida, como banheiros com
tranca), psicoterapia, psicofarmacoterapia, Ficar mais próximo do familiar, tentar fazer controle
da medicação junto com o paciente. Protetivas nesse
acompanhamento familiar (facilitar a presença sentido de organização de uma vida que possa diminuir
da família no tratamento e melhorar o vínculo o risco de ele voltar a tentar o suicídio. (E1, 26 anos,
do paciente com a família) e monitoramento psicóloga)
pós-alta – continuidade da psicoterapia e do
manejo farmacológico (Botega, 2014; Conte A gente sempre coloca no grupo de familiares.
Não adianta só cuidar do paciente aqui dentro
et al., 2012; Organização Mundial de Saúde, e a família estar toda desestruturada. (E4, 23
2000). anos, psicóloga)

A maioria desses procedimentos foi descrita Se a pessoa tem suporte familiar, não
como sendo adotada pelos profissionais da necessariamente ela vai precisar ficar
equipe pesquisada. Todavia, existem outras internada. Poder dar uma continência pra
família. Explicar o que está acontecendo.
condutas que poderiam ser utilizadas pelos
Poder alertar a família dos sinais, de tirar
participantes, mas que não foram mencionadas. veneno, faca, medicações... tudo que a pessoa
É importante que a equipe tenha competência possa se machucar [...]. Tem que, de repente,
técnica e avalie as condições físicas, psíquicas, marcar algumas entrevistas com a família
sociais e de recursos de saúde para conhecer ao longo do processo de luto, [...] tu poder
a vulnerabilidade dos pacientes (Gutierrez, encaminhar pra outro profissional, pra que
2014). Destacam-se o uso de escalas essa pessoa também receba tratamento. (E3,
30 anos, médico).
psicométricas, que podem contribuir para a
avaliação no momento da internação e como Comportamentos suicidas geram sofrimento
um monitoramento para períodos posteriores não só para o indivíduo que os comete,
no tratamento (Cataldo Neto et al., 2003), mas também para seus familiares e pessoas
a formação de uma rede de apoio para o próximas. A incapacitação decorrente das
paciente por meio do contato com familiares tentativas que não obtiveram êxito pode
e amigos, o manejo da ambivalência (viver ou causar prejuízos ocupacionais, econômicos
morrer) a ponto de fortalecer o desejo de viver, e psicológicos para a família. Já nos casos
o contrato verbal para evitar comportamentos em que o paciente obtém êxito na tentativa
autoagressivos e estimular o paciente na busca de suicídio, familiares e pessoas próximas
do apoio prestado pelas equipes de saúde, a enlutadas tendem a apresentar mudanças
exploração de alternativas ao suicídio por intensas no comportamento. Nesse sentido,
meio da resolução de problemas (Organização são comuns atitudes de extremismo por parte
Mundial de Saúde, 2000). dos familiares como forma de autopunição
por não ter conseguido enxergar os sinais
A família pode contribuir para a prevenção de
de que o outro indivíduo estava em risco.
comportamentos suicidas fora dos domínios
Essas autopunições podem se tornar
hospitalares. Por isso, a intervenção também
comportamentos de autodestruição e,
é realizada com os familiares de pacientes que
inclusive, associados com ideação suicida
apresentam risco de suicídio. Os profissionais
(Meleiro et al., 2004).
relataram orientar os familiares a auxiliar na

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Assim como a família pode fornecer aos impotência, quando o tempo de experiência
profissionais informações relevantes sobre o é curto, e ansiedade mesmo quando o
paciente suicida para a definição do manejo a profissional apresenta mais experiência no
ser adotado (Machin, 2009), a equipe também trabalho com o comportamento suicida.
pode orientar os familiares para que, juntos,
Um dos sentimentos é a impotência. Pra
possam zelar pela segurança do indivíduo que
mim, que tenho dois anos de formação, tenho
está em risco. Atendimentos psicoterápicos, pouca trajetória de atendimento, parece que
em grupo ou individual, são estratégias é mais intenso esse sentimento. (E1, 26 anos,
utilizadas pelos profissionais para auxiliar as psicóloga)
pessoas a quem o suicídio e/ou as tentativas
O sentimento é de perda, [...] que tu não
atingem, já que os conflitos familiares podem conseguiste fazer. Quando acontece o suicídio,
tornar mais grave a dinâmica psicopatológica realmente a ansiedade aumenta, embora tu
do paciente. tenhas prática de trabalhar. (E2, 53 anos,
enfermeira)
Nota-se que os processos de avaliação e manejo
(intervenção) ocorrem quase simultaneamente. Meus pacientes que se suicidaram são jovens.
Muitas vezes, a avaliação pode ir além de sua Tive um paciente que era um rapaz muito
inteligente. Estava na universidade, tinha a
característica investigativa e se aproximar de capacidade de ter uma vida produtiva. A gente
aspectos interventivos, por exemplo, uma fica triste, se mobiliza e tenta refletir. (E3, 30
escuta sem julgamentos e uma postura de anos, médico)
empatia. A intervenção não deve se limitar
Medo, angústia, ansiedade, certo sentimento
aos domínios hospitalares. Por isso, o trabalho
de impotência frente à situação. (E9, 39 anos,
em rede nos dispositivos de saúde (hospital, enfermeiro).
unidades básicas de saúde, CAPS, entre outros)
deve ser algo constantemente fomentado. De Emoções como frustração, fragilidade e
acordo com o Ministério da Saúde (2009), a impotência já foram descritos na literatura
implantação da lógica do trabalho em redes como presentes nos profissionais na situação
de produção de saúde é algo complexo que de comportamento suicida (Brocker,
exige a articulação adequada entre diferentes 2007; Gutierrez, 2014; Machin, 2009). O
serviços, atores e especialidades; seu objetivo comportamento suicida mobiliza angústias e
maior consiste na adoção de práticas integrais reflexões em toda a equipe (Cataldo Neto et
adaptadas às necessidades dos usuários dos al., 2003). Outras reações como agressividade,
serviços. Dessa forma, é possível romper com preconceito, desprezo, raiva, incompreensão,
o trabalho fragmentado em saúde, atuando distanciamento, ansiedade por erro de
concomitantemente sobre aspectos de conduta e temor das consequências também
prevenção e promoção em saúde mental. são frequentes nos discursos dos profissionais
(Brocker, 2007; Vidal & Gontijo, 2013),
embora não tenham sido mencionadas
pelos participantes desta pesquisa. Esses
REAÇÕES EMOCIONAIS DA EQUIPE
comportamentos e emoções podem não ter
AO COMPORTAMENTO SUICIDA
sido referidos pelos profissionais por serem
Os participantes do estudo relataram considerados condenáveis em profissionais de
experimentar diversas reações emocionais saúde e pelo medo de serem julgados por seus
diante do comportamento suicida (suicídio, pares se descreverem que os experimentam.
tentativa de suicídio e ideação suicida). As
Parte do desconforto emocional pode
emoções mais frequentes indicadas pelos
decorrer da interpretação dos profissionais
profissionais foram preocupação, impotência,
de saúde sobre a situação. A ideação e a
ansiedade, angústia, tristeza, frustração, medo,
tentativa de suicídio dos pacientes vão de
indignação, perda e receio. Os participantes
encontro à formação dos profissionais,
justificaram as reações emocionais vivenciadas
assim como a finalidade de sua prática, uma
pela experiência profissional, que gera

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vez que foram preparados para lidar com a de autodestruição do paciente suicida é algo
recuperação e promoção de saúde (Machin, recorrente entre os profissionais. Ao mesmo
2009). As intervenções podem se tornar tempo em que devem respeitar o desejo
demasiadamente difíceis e pouco gratificantes da pessoa e sua ambivalência entre vida
diante das constantes reincidências do e morte, os profissionais também devem
comportamento suicida e à incerteza quanto realizar procedimentos que impeçam um
ao bem-estar do paciente ao voltar para casa ato autodestrutivo do paciente que está
(Meleiro, Botega, & Prates, 2004). Assim, não em sofrimento psíquico ao final de um
é raro que os profissionais dediquem seus atendimento, como a internação involuntária
esforços aos pacientes que desejam viver e (Bertolote, Mello-Santos, & Botega, 2010).
não àqueles que podem usar o suicídio para Dessa forma, o profissional deve tentar
“agredir o mundo” (Machin, 2009). compreender os motivos e desejos de morte
do paciente, embora sua atitude técnica deva
A experiência do desconforto emocional ser de prevenir qualquer ação autoagressiva
também pode derivar da dificuldade de deste. Há evidências de que as principais
compreender o comportamento suicida dificuldades dos técnicos de saúde em lidar
(Loureiro, 2006) ou, ainda, de despreparo com o suicídio decorrem da falta de capacitação
técnico (Botega et al., 2005). A falta de ou treinamento para lidar com o fenômeno e
compreensão e de conhecimento pode gerar do desconforto emocional que essa situação
diversas consequências para a prestação do suscita (Gutierrez, 2014; Kohlraush, Lima,
cuidado, como negligência, agressividade Abreu, & Soares, 2008).
ou distanciamento. O distanciamento, por
exemplo, expresso por meio de uma forma O contato com o paciente suicida também
mecânica de lidar com o paciente, pode ser suscitou outras reações nos profissionais,
uma tentativa de se defender do desconforto como tranquilidade, valorização da vida
emocional vivenciado pela equipe (Meleiro et e responsabilidade. Observou-se que a
al., 2004). experiência com comportamentos suicidas
pode contribuir para vivenciar essas
Alguns participantes deste estudo já se situações de forma menos ansiogênica, além
questionaram, em algum momento, se de possibilitar refletir sobre suas próprias
deveriam interferir na decisão do paciente questões relacionadas à morte.
em relação a sua vida. A insegurança sobre o
papel do profissional e o limite até onde pode No início, eu tinha certo receio de trabalhar
impedir o paciente de cometer suicídio parece com eles. [...] Eu tinha insegurança, mas aí
causar ansiedade nos entrevistados e refletir as com o passar do tempo fui me sentindo mais
tranquila. (E8, 36 anos, educadora física).
fragilidades da formação profissional diante
do comportamento suicida. A minha experiência foi muito tranquila.
Porque eu acho que o que é mais importante
Enquanto profissional da saúde, de pensar e é tu ter dado assistência pro paciente.
fazer o máximo possível pra que aquela pessoa Quando acontece o suicídio, é um fato do
repense sobre esse pensamento suicida. Mas contexto clínico. E infelizmente alguns dos
será que eu não estou interferindo demais? nossos pacientes vão se suicidar, faz parte da
(E1, 26 anos, psicóloga) profissão. [...] É bastante frustrante... mas tem
um lado que te deixa mais preparado. (E3, 30
Como pessoa e como profissional da saúde,
anos, médico).
quem disse que eu tenho que fazer escolhas
pelo paciente? A gente como profissional “Eu tinha muito medo, por não conhecer
de saúde tem sim a obrigação de informar como era o funcionamento, mas hoje consigo
as possíveis consequências, mas isso é uma trabalhar melhor. [...] E a questão do suicídio,
escolha da pessoa de viver ou não. [...] É um principalmente de começar a refletir sobre
assunto que te deixa muito impotente. (E7, 24 como eu lido com essa questão da morte”
anos, enfermeira) (E4, 23 anos, psicóloga).

A dúvida sobre como atuar perante desejos A vida está repleta de dificuldades, como as

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Maturidade de carreira e nível socioeconômico em estudantes do ensino médio 87

situações de morte, solidão e tédio. Contudo, específicos de avaliação e intervenção diante


refletir sobre esses temas ou situações, ao do comportamento suicida que poderiam
mesmo tempo em que pode gerar angústia, fornecer orientações e procedimentos aos
leva à compreensão da própria condição profissionais. Nesse sentido, a principal
humana (Angerami-Camon, 2000). Por mais contribuição deste estudo é pensar que o
complicado que seja se confrontar com essas déficit na formação para lidar com o tema
situações, esse é um processo salutar, que do suicídio pode contribuir para a vivência
oferece a possibilidade de dar outros sentidos do desconforto emocional relatado pelos
às próprias experiências. participantes do estudo. O fazer e o sentir estão
intimamente relacionados com as condutas
Verificou-se que o desconforto emocional clínicas, assim o desconforto emocional diante
foi relatado com maior frequência pelos do comportamento suicida, muitas vezes,
participantes deste estudo. Contudo, a pode advir da insegurança pessoal e da falta
experiência com o comportamento suicida foi de conhecimentos técnicos para lidar com a
eliciadora de outras emoções, que poderiam questão.
ser vistos até como benéficos à prática
profissional, pois preparam para lidar com A partir disso, permanecem alguns
casos semelhantes no futuro. Parece que questionamentos sobre o fenômeno do
o entendimento de que comportamentos suicídio, os procedimentos de manejo e a
suicidas fazem parte da profissão e o relação com as instituições formadoras. Se
conhecimento sobre como manejar pacientes o comportamento suicida é considerado
em risco também podem contribuir para uma um problema de saúde pública, como pode
postura mais tranquila por parte da equipe. a formação do ensino superior estar tão
deficitária em relação a essa temática? Se os
atos suicidas são uma realidade presente no
CONSIDERAÇÕES FINAIS cenário hospitalar, como o profissional pode
Esta pesquisa trouxe informações que atuar com eficiência se lhe falta um treinamento
permitem uma maior compreensão do oficial? Nesse sentido, a implantação de um
fenômeno do suicídio e seu impacto em treinamento formal pode ser de grande valia
profissionais que compõem a equipe de saúde para a população pesquisada.
mental de um hospital universitário a partir da
percepção destes. Alguns comportamentos Este estudo apresenta algumas limitações
dos profissionais referentes à avaliação e que devem ser mencionadas. Esta pesquisa
intervenção perante o paciente suicida e sua se trata de um estudo qualitativo com caráter
família são similares aos previstos nos manuais exploratório-descritivo cujo trabalho foi
produzidos pela Organização Mundial de realizado com uma amostra local formada por
Saúde e pelo Ministério da Saúde. um número reduzido de participantes. Assim,
as informações discutidas dizem respeito às
Contudo, demonstrar condutas em parte particularidades da formação recebida por
consonantes com aquilo que é previsto nos essas pessoas, das condutas adotadas em
manuais não assegura que os profissionais determinado hospital universitário e das reações
estejam preparados para lidar com a emocionais dos participantes. Pesquisas com
complexidade do comportamento suicida. Os equipes de saúde multiprofissional de outras
participantes perceberam um déficit na própria regiões do país podem ser relevantes para
formação em relação ao tema do suicídio, identificar se o conhecimento deficitário para
que se torna ainda mais evidente quando lidar com comportamentos suicidas é uma
os profissionais relatam os conhecimentos limitação de algumas formações ou, ainda, se
adquiridos na graduação. Não foi constatado é um problema regional ou nacional.
treinamento institucional (hospitalar e/ou
acadêmico) para manejo do comportamento
suicida, nem a utilização de manuais REFERÊNCIAS

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