Ritual Egípcio de Osíris

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Ritual Egípcio de Renascimento da Alma

Para os antigos egípcios o Sol era o centro do cosmos e fonte de luz e calor, era
também a manifestação natural da própria Fonte Divina do Ser. O Sol era
reconhecido não só pelo seu poder físico, como também como símbolo do Verdadeiro
Sol que é a Luz do Mundo, o Sol do Ser. Os egípcios entendiam o Sol como um Ser
Divino, ou veículo de um Ser Divino, que chamavam de Rá o Centrum, não apenas do
Cosmos manifestado, mas de todos os reinos da existência, de que tudo emanou e em
que tudo se dissolverá outra vez.

Por sua vez a filosofia da Alquimia Mística (arte hermética de provável origem
egípcia) afirma que a constituição interior do ser humano (com seus corpos etérico,
astral, mental etc.) assemelha-se aos metais básicos que precisam ser removidos de
suas desordenadas imperfeições, ou características básicas, para transformar-se no
Perfeito Ouro do Sol. O ouro para os alquimistas é o metal perfeito entre todos os
metais – a forma mais exaltada do reino mineral. Ele é o material simbólico de uma
realidade espiritual simbolizada pelo Sol espiritual, a luz eterna. No aspecto espiritual
o objetivo da Alquimia era a transmutação do próprio alquimista, ou seja, o ciclo
ferro-cobre-chumbo-estanho-mercúrio de sua personalidade é que sofreria
mudanças radicais no crisol das experiências alquímicas até transformar-se no puro
ouro espiritual. Aqui, como em outras passagens das escrituras sagradas do mundo
todo, a luz solar é empregada como uma metáfora para indicar a Iluminação
Espiritual.
Por outro lado o Sol também lembrava aos egípcios que numa época muito remota
existiu uma Idade do Ouro, a época mais antiga (Sânscrito: Krita Yuga), que foi a era
de Rá, de ouro porque o Sol Divino então se manifestava naturalmente em todo
indivíduo. Alguns ocultistas acreditam que a era primordial de Rá equivale a boa e
velha era Lemuriana, quando a consciência humana era mais ou mesmo da mesma
natureza do Atiziluth de Yesod.

Assim para os egípcios o Sol era o deus Rá, conhecido também como Amon-Rá.

Amon significa "escondido ou oculto" é o Sol Oculto ou “o Invisível”, relacionado a


Siriús e simbolizado pela fórmula alquímica de Salomão, ou Sol Amom (SOLOMON).

Ele é Sol que não pode mais ser visto quando desaparece no Oeste, o Sol em Amenti
ou Mundo subterrâneo (submundo) dos egípcios. Amon é a Luz primordial (LVX)
que cai de vibração em vibração construindo o Universo em seus diferentes níveis de
densidade até alcançar a materialização física (o último nível), pois como diz o
Kybalión, “Tudo vibra, nada é estático”. Por conseguinte todo o Universo manifestado
nada mais é do que um reflexo multiforme do aspecto luminoso do começo.

O ritual abaixo é o primeiro de uma série de ritos de imersão na egrégora egípcia


através da Fórmula Yod He Vav He que são as quarto letras hebraicas "YHVH" que
constituem o Tetragramaton ou o Inefável Nome de Deus a que chamamos Jeová. O
Tetragramaton YHVH sintetiza os quatro elementos metafísicos: Yod=Fogo,
He=Água, Vau=Ar e o He final =Terra nessa ordem. Os mistérios egípcios davam
àquele que chegava a dominar os elementos e, portanto, o corpo de Terra, Água, Ar e
Fogo, a possibilidade de se tornar um Veículo de Luz, e como dizem os textos egípcios,
de Vagar na barca de Rá rodeado pelos Seres Luminosos". Na terminologia alquímica
a Cruz, com hastes de mesmo comprimento, representa os quatro elementos
acrescida de um quinto (o Espírito ou Akasha) em seu centro.

Na versão egípcia do Tetragramaton temos:

Yod – Osíris (Fogo): Está ligado ao Espírito Masculino; princípio criador ativo; o
Fogo Espiritual. Corresponde ao Lingan de Shiva , ao bastão ou cetro do Tarô, e a
Coluna Jakhin do Templo de Salomão. Em alquimia é o enxofre. Na Kabalah é
Chokmah.
HE – Isís (Água): A substância passiva; princípio produtor feminino; a Alma
Universal; corresponde a Yoni de Shakti, a Taça do Tarô e pela coluna Boaz do
Templo de Salomão. Em alquimia é o Mercúrio. Na Kabalah é Binah.

Vau - Hórus (Ar): A união fecunda dos dois princípios; a copulação divina; o
eterno devir; representado pelo caduceu e pela Espada do Tarô. Na Kabalah é
Tipharet. Hórus o deus com cabeça de falcão, sempre relacionado com a mente, às
vezes é chamado de Senhor da Era de Aquário. É um Ser alado e completo, contendo
dentro de si o seu pai Osiris (Sol) e sua Mãe Ísis (Lua). Hórus simboliza o Voo do
Pensamento Divino, e também o SAG, “Sagrado Anjo Guardião” ou “Eu superior”.

HE – Seth (Terra): O polo fixo, material, o mundo sensível e a criação concreta, os


Ouros do Tarô. Seth equivale ao Satã medieval ligado ao enxofre e ao chumbo. No
mito egípcio Osíris, um deus associado a vegetação e a umidade (aspectos essenciais
a vida), é assassinato por seu irmão Seth (Thífon em grego) que era associado ao calor
e a aridez do deserto. Assim Set representa o papel universal da oposição.

Em alquimia é o Sal. Na Kabalah é Malkuth.

Yod He Vau He resumido na fórmula YHVH: as potências masculina e feminina


unidas num único nome - Yehovah - e que é impronunciável porque não pode ser
falada. Esta é a palavra silente, e seus efeitos são manifestados através de vibração.
As quatro sílabas da palavra representam o ternário, resumido na unidade.

O Ritual Egípcio de renascimento da Alma

Este ritual visa fazer um contato com nossa centelha divina simbolizada pelo Sol
do Espírito. Ele serve para o iniciado estabelecer o contado com o mundo divino
representado pela letra Yod que simboliza o Mundo Divino que existe dentro de
nós e que devemos realizar ou dar-lhe realidade. Ele também serve para o iniciado
estabelecer um contato com a Alma, a fonte imperecível do Ser que se manifesta
como Sagrado Anjo Guardião (S.A.G).
Este ritual é um psicodrama onde o operador (o magista) busca
identificar-se com o deus Osíris (Ausar em egípcio) que desce ao
mundo subterrâneo ou Amenti (Região dos Mortos) e vence a prova
dos quatro elementos. O neófito, no Egito, em uma de suas provas,
quando ia ao país de Amenti, tinha que vencer inúmeros
obstáculos, inclusive os dos “4 elementos”, se saísse vitorioso
passava a um grau superior. Iniciar a jornada rumo ao nosso sagrado
ser requer o domínio completo dos quatro elementos que compõem a
nossa natureza e todo o neófito ou chela que anelasse muito
compreender, aprender e estudar sobre os mistérios que transcendem
a matéria e o mundo das imperfeições humanas deveriam
inevitavelmente passar pelas quatro provas básicas iniciais; se saísse
vitorioso poderia então prosseguir seus estudos e cada vez mais se
aprofundar nos mistérios insondáveis de Deus; se fosse derrotado não poderia
seguir por este caminho, pois a alma ainda era imatura para ancorar em si as
terríveis e divinas provas que se seguiriam mais adiante. É importante ter em vista
que Osíris é o marido de Ísis e pai de Hórus, ele é quem julga os mortos na "Sala
das Duas Verdades", onde se procedia à pesagem do coração ou psicostasia. Ao
identificar-se com Osíris o magista volta-se para dentro de Si mesmo como se
olhasse sua alma refletida no espelho. Ele entra em contato com seu Ser profundo
e renova suas forças espirituais. Em um estágio posterior (fusão com a divindade)
ele ganha autoridade sobre as forças dos Elementos.

Assim sendo para este ritual ser bem sucedido o iniciado deve identificar-se com
Osíris que manifesta-se através de três princípios distintos: Amon, Ra e Ptah.

Ptah é o Fogo primeiro, o que não necessita de chama, pois queima em si mesmo
e cria pela sua boca, já que seu verbo é a origem da Criação.

No Papiro de Leiden está escrito:

Todos os neteru (deuses) são três: Amon, Ra e Ptah..seu nome secreto é Amon,
Rá pertence a ele como seu rosto e Ptah é seu corpo.

Um exemplo claro da Santíssima Trindade entre os egípcios.

Na verdade Rá é o neter (deus) vivo que desce à morte para tornar-se Osíris – o
neter dos mortos. Osíris ascende e volta à vida como Rá. A criação é contínua: é
um fluxo de vida que caminha em direção à morte. Mas da morte nasce um novo
Rá, que traz uma nova vida. Rá é o princípio cósmico de energia que caminha em
direção à morte, e Osíris representa o processo do renascimento. Assim, os termos
de vida e morte se tornam intercambiáveis. A pessoa morta, na morte, identifica-
se com Osíris, mas ressuscitará e será identificada com Rá. Este é o significado do
título que os antigos iniciados recebiam quando eram chamados de “nascidos
duas vezes”, o primeiro nascimento é o nascimento físico e o segundo é o
nascimento em espírito, no momento da iniciação.

No livro dos mortos egípcio (cujo nome verdadeiro era: Livro para sair a Luz),
tanto Osíris quanto Ra vivem, morrem e renascem. No mundo dos Mortos, as
almas de Osíris e Rá encontram-se e unem-se para formar uma entidade.

“Sou Duas Almas em seus Gêmeos.”

Na verdade Osíris é o regente da noite – o submundo ou reinos sutis – mas Rá,


sendo a própria fonte do ser, é seu Chefe Supremo pois o Sol brilha mesmo à meia-
noite: nisso vemos a essência do “Rito Negro’ dos antigos egípcios, da entrada na
própria morte que está no cerne dos Mistérios- porque “a iniciação é uma espécie
de morte voluntária, que não tem senão uma ínfima chance de redenção. A
iniciação traz uma redenção no sol, o sol divino que surge nas próprias
profundezas do desespero humano, quando o egoísmo é transcendido, quando o
mundo da forma, tanto sutil e denso, se esvai – então, à meia-noite, em aquilo de
que nada mais pode ser dito: a irresistível Plenitude Divina.

O RITUAL
Trace um círculo ao redor de si. Você pode usar giz, sal grosso, pós coloridos ou o
círculo também poderá ser feito esticando um cordão vermelho ou amarelo na
forma de um círculo no chão. O centro do círculo é o local do Quinto Elemento
(Éter) que é o próprio Mago que busca identificação com Osíris. Você deve reunir
o seguinte de forma a representar os quatro elementos:

Ar: Uma vareta de incenso é seu símbolo

Fogo: Uma vela ou lamparina

Água: Água numa tigela

Terra: Gêneros alimentícios

No quadrante Norte (elemento Terra) podemos colocar uma vasilha com Pão e
sementes de todo tipo (Osíris era um deus da agricultura e da vegetação) estes são
as oferendas a Osíris. Todos estes símbolos dos elementos devem ser posicionados
nos quadrantes apropriados como mostrado no diagrama. Durante o ritual cada
um deles é apresentado a cada ponto da circunferência do círculo (em cada
quadrante) e é carregado à volta do cômodo, com um altar no centro, sendo
colocado em cima do altar, no mesmo quadrante.
Quadrante Leste (Ar)

Após ter providenciado todo esse material fique de frente para o Portal do Leste, o
operador deve levantar os dois braços e dizer:

“LUZ DE RÁ, FAZE-ME REPLETO DE SEU ESPLENDOR PARA QUE EU POSSA ABRIR ESTE
LUGAR DE CULTO. “

Aqui ele deve apontar para o Leste com o indicador (ou com a espada ritualística),
construindo, com os olhos de sua mente. Um ponto de Luz intensa do qual jorrarão
círculos concêntricos, continuamente. Após meditar por alguns instantes o operador diz:

RÁ-NETER-ATEF-NEFER

(O Deus Divino Rá é misericordioso)

Depois, o operador desenha à sua frente o símbolo alquímico do AR apanha o incenso na


borda do círculo, eleva-o na direção do quadrante e diz: ó Mestre do Oriente, Guardião
do Portal da Alba, eu conheço o Teu Nome, “Nascimento” é o Teu Nome e por este
Nome de Poder eu passo o Teu Portal e continuo meu caminho em direção aos
Mistérios.
SIMBOLO DO AR

Circule com o incenso em volta do círculo mágico, volte para o quadrante Leste e deposite
o incenso no Altar.

O operador volta-se para o OESTE, desenha o símbolo alquímico da ÀGUA, apanha a tigela
com Água na borda do círculo, eleva-a na direção do quadrante e diz: ó Mestre do
Ocidente, Guardião do Portal das Trevas, eu conheço o Teu Nome, “Concepção” é o
Teu Nome e por este Nome de Poder eu passo o Teu Portal e continuo meu caminho
em direção aos Mistérios.

SIMBOLO DA ÁGUA

Circule com a tigela com Água em volta do círculo mágico, volte para o quadrante Oeste
e deposite a tigela no Altar.

O operador volta-se para o NORTE, desenha o símbolo alquímico da TERRA, apanha o Pão
(sementes etc) na borda do círculo, eleva-o na direção do quadrante e diz: ó Mestre do
Norte, Guardião do Portal do Frio, eu conheço o Teu Nome, “Lustração” é o Teu Nome
e por este Nome de Poder eu passo o Teu Portal e continuo meu caminho em direção
aos Mistérios.
SIMBOLO DA TERRA

Circule com o Pão (ou as sementes etc) em volta do círculo mágico, volte para o quadrante
Norte e deposite o Pão no Altar.

O operador volta-se para o SUL, desenha o símbolo alquímico Do FOGO, apanha a vela
(lamparina etc) na borda do círculo, eleva-o na direção do quadrante e diz: ó Mestre do
Sul, Guardião do Portal do Calor, eu conheço o Teu Nome, “Purificação” é o Teu Nome
e por este Nome de Poder eu passo o Teu Portal e continuo meu caminho em direção
aos Mistérios.

SIMBOLO DO FOGO

Circule com a vela (ou lamparina) em volta do círculo mágico, volte para o quadrante Sul
e deposite a vela no Altar.

O operador toma acento em frente ao Altar de frente para o leste, onde está acesa a vela
branca, toca o sino três vezes Eleva os braços por cima da cabeça e continua invocando
Osíris.
Ó Tu Mago da sabedoria, da Justiça, da Bondade, da Verdade, da Beleza, eu invoco o
Teu Nome. Em nome deste Fogo Sagrado e sem que forma, esse Fogo que reluz desde
as recônditas profundezas do Universo. Eu invoco a tua presença.

AMON-RA-PTAH-KA (vibrando)

Tu criador inconcebível, Senhor da Perfeição em todas as coisas, Senhor do Espírito,


da Luz, do Movimento e da Matéria, eu invoco o Teu Nome.

Eu sou Amon-Rá Ptah para a eternidade.


Tenho múltiplos nomes e formas
Eu sou a Grande Palavra.

Em seguida o operador efetua os sinais de LVX:


1- Afaste os Braços no Sinal de Osíris (como Cristo na cruz) e diga: O sinal de Osíris
morto.

2- Estenda o braço esquerdo e levante o direito verticalmente, incline levemente a cabeça


para a esquerda e diga: O sinal de Ísis em luto.

3- Erga os braços, formando um V sobre a cabeça atirada para trás e diga: O sinal de
Apophis e Típhon.

4- Cruze os braços no peito em forma de X, abaixe a cabeça e diga: O sinal de Osíris


morto e ressuscitado.

5- Erga os braços e diga: ISIS, APOPHIS, OSÍRIS

6- Ainda com os braços para cima diga, levantando a testa diga (vibre): IAO

7- Faça novamente os sinal de Osíris morto e de Osíris Ressuscitado, dizendo: L.V.X; Luz,
a Luz na Cruz.

“Sou o ontem, conheço o amanhã”

“ Ó vós, todos os deuses e todas as deusas, voltai para mim vosso rosto! Sou o
vosso Mestre, filho de vosso Mestre! Vinde a mim e acompanhai-me ... sou o vosso
Pai. Sou um companheiro de Osíris, percorri o céu em todos os sentidos, explorei a
terra, atravessei o submundo seguindo os passos dos Iluminados Veneráveis,
porque detenho inúmeras fórmulas mágicas.
Eu sou imortal, eu tenho poder, eu crio de acordo com minha vontade.
Meus pés estão sobre o plano de Malkut. Pelo rito sagrado, expulsei as elementais
terrestres e entrei pelo Portal da Luz.
Eu procuro os Poderes de compreender e ativar os Cinco Reinos dos Elementos; o
Não-Manifestado e o Manifestado; a Vida e a Morte; o Fixo e o Volátil e as
Polaridades Ativa e receptiva. Pelo nome de Osíris o “Grande Ancestral” aquele que
“tem muitos olhos”, escutai-me deuses e oferecei-me Vosso Auxílio.”
O operador faz então o sinal da Cruz dizendo:

ATEH, MALKUTH, VE GEBURAH, VE GUEDULAH, LA OLAHM.

Após esta prática invocatória de Alta Magia Egípcia, o operador pode entregar-se as
experiências de vidência, meditação, conjurações dos elementos ou outras.

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