Covid 19 Da Pandemia A Sindemia Uma Evolucao Atipica Abraham Nunes Cezar Schneersohn
Covid 19 Da Pandemia A Sindemia Uma Evolucao Atipica Abraham Nunes Cezar Schneersohn
Covid 19 Da Pandemia A Sindemia Uma Evolucao Atipica Abraham Nunes Cezar Schneersohn
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-2069-7282
20 de outubro de 2020
RESUMO
A elaboração deste epítome foi requestada diante da arguição a sindemia e com o intuito
de buscar novas possibilidades de reverter profundas disparidades sociais fomentadas diante
do cenário nacional da covid-19. Seu desígnio é esclarecer e compendiar juntamente com
atendimentos ambulatoriais, embasamento em políticas sociais, em congruência com a
estrutura das relações internacionais e doutrinas biomédicas por meio de egrégios artigos
atuais e pesquisas realizadas na saúde publica e que abordam sobre complicações, perfis
epidemiológicos e possíveis evoluções atípicas da doença, que contempla incansável
dedicação da comunidade científica mundial.
ABSTRACT
The elaboration of this epitome was requested in the face of the allegation of the union
and in order to seek new possibilities to reverse profound social disparities fostered before the
national scenario of covid-19. Its purpose is to clarify and compensate together with a
foundation in social policies in line with the structure of international relations and biomedical
doctrines through egregious current articles that address complications, epidemiological
profiles and possible atypical evolutions of the disease, which includes the tireless dedication
of the scientific community worldwide.
1
[lattes.abraham.pw]
1 COVID-19
De um quadro similar aos causados pelos demais vírus que acometem o sistema
respiratório a um quadro sistêmico e passível de sequelas ainda a serem elucidadas, a covid-
19 tem colocado em prontidão a comunidade científica mundial. O que antes era visto apenas
como mais um vírus relacionado a síndromes gripais com potencial de evolução para formas
graves, agora já pode ser considerado um patógeno com potencial sindêmico e pouco
conhecido. Casos de síndromes neurológicas, psiquiátricas, respiratórias, cardiovasculares e
sistêmicas pós-infecciosas, corroboram a translocação de pandemia para sindemia. Outrossim
diz respeito às afecções pré-existentes que se agravam, manifestam ou reverberam em
concomitância com a infecção. Além disso, existem inquietudes científicas a respeito do
potencial de gravidade em pacientes hígidos que evoluem desfavoravelmente de forma ainda
obscura. 1
Hoje sabe-se que mesmo após meses da primoinfecção, existem pacientes que relatam
persistência de quadros símiles aos instaurados no período pré-convalescença. Anosmia e
disgeusia persistentes, fadiga crônica e dispneia recorrente fazem parte dos principais relatos e
observações ambulatoriais. Outras manifestações, mais comumente associadas às mudanças
de comportamento e experiências traumáticas durante a infecção, podem integrar quadros de
insônia, sonhos anormais, transtornos do humor e ansiedade. Além disso, existem os
problemas atrelados às complicações da covid-19, que integram a lista das doenças cardio e
cerebrovasculares por eventos tromboembólicos, encefalites e suas conseguintes sequelas e
2,3
variáveis graus de incapacitação após a recuperação de alguma forma grave da doença.
É importante ainda salientar sobre as inúmeras pesquisas que objetivam me- didas
terapêuticas e profiláticas. Isso inclui a criação de potenciais drogas para fins curativos e os
estudos para elaboração de uma vacina eficaz. Em ambos os casos, os resultados ainda são
pouco contundentes e como fator de intensificação dessas incertezas, vem sendo relatados
casos de reinfecção pelo SARS-COV2, o que condiciona uma situação ainda mais elusiva
sobre as tenras perspectivas de uma articulação resolutiva.
Fonte: IBGE
Fonte: IBGE
2 EVOLUÇÕES ATÍPICAS
Com base em relatos de pacientes e profissionais da saúde, tem se tornado comum nos
atendimentos ambulatoriais as queixas relacionadas a fadiga crônica meses após a resolução
do quadro infeccioso. Ainda que os fatores causais não sejam completamente esclarecidos,
tem se tornado trivial a detecção de níveis séricos elevados de interleucina 6 (IL6) e fator de
necrose tumoral (TNF) em pacientes recuperados. Embora esses mediadores inflamatórios
sejam inespecíficos e estejam presentes abundantemente em pacientes críticos da covid-19,
ainda não se sabe o porquê dessa persistência. Ademais, fatores psicológicos, anemias,
medicamentosos, imobilidade e lesões pulmonares cicatriciais também parecem ser
contribuintes. 9
2.3 Anosmia
Embora a perda total do olfato e paladar não seja a regra, visto que pode haver também
hiposmia, disgeusia ou ausência de tais sintomas, é crescente o número de relatos de
persistência dessas manifestações por meses após a infecção. Ainda pouco se sabe sobre o
comportamento viral no sistema nervoso central (SNC) e periférico, mas existem evidências
de um certo tropismo do vírus para as células do epitélio olfativo. Em alguns casos, o
acometimento de células-tronco desse epitélio pode inibir a sua regeneração e reparo,
culminando com a persistência do distúrbio. 10,11
Com tantos cenários desfavoráveis relacionados a esta sindemia, já era esperado que as
desordens de cunho psiquiátrico se tornassem mais incidentes. Essa previsão já pode ser
confirmada mediante dados epidemiológicos que demonstram que 33% dos pacientes
internados com a covid-19 apresentam manifestações psiquiátricas, além de 23% dos
profissionais de saúde, que também apresentam alguma repercussão desse cunho atualmente.
Dentre as afecções psiquiátricas, os quadros de ansiedade e depressão são os mais frequentes.
Estes dados reforçam os efeitos deletérios da propagação da doença em magnitude mundial, o
que deixa mais sólida a atribuição sindêmica e torna imprescindível a colaboração
multidisciplinar no manejo da situação. 14
Como pode ser observado, os efeitos deletérios da sindemia ainda não podem ser
completamente definidos. Perante os números crescentes de possíveis complicações
associados a refratariedade terapêutica, bem como as incertezas relativas ao comportamento
viral, a população mundial permanece a mercê de novos estudos e novas definições. Enquanto
isso, o que resta a cada indivíduo é a proteção individual para evitar o contágio e a
responsabilidade no que diz tocante a prevenção da propagação em casos de suspeita de
infecção pelo SARS-COV2.
3 SINDEMIA
4 EXAMES COMPLEMENTARES
Até a data presente, o exame RT-PCR é considerado um dos mais apropriados para
diagnosticar infecção pelo vírus. Sendo uma reação em cadeia da polimerase por transcriptase
reversa, que consiste na detecção direta do RNA viral em coleta de secreção respiratória da
nasofaringe, orofaringe ou dos pulmões, o teste apresenta altíssima especificidade, mas
sensibilidade da ordem de 60% a 70%, principalmente nos três primeiros dias de contágio.
5 CONCLUSÃO
É essencial atentar para as condições sociais que tornam certos grupos mais vulneráveis
à doença. Por conseguinte, define-se que a covid-19 não se trata de uma pandemia, mas sim
de uma sindemia. A natureza sindêmica traz à tona a necessidade de uma abordagem mais
diversificada com intuitos protetores a saúde das comunidades. A falta do enfoque de uma
elaboração política social a fim de expender um modelo de saúde que se concentra no
complexo biossocial, demonstra a ineficácia de alguns projetos políticos aplicados em alguns
países e também em território nacional. Faz-se, portanto, necessário aletrar para lidar com as
condições subjacentes que tornam um sindicato estável, permanente e possível. A priori, as
decisões imediatas devem buscar poupar vidas, além de, garantir assistência de qualidade para
os pacientes com quadro clínico mais grave. É também indispensável minimizar os danos
econômicos, psicológicos e sociais das populações mais vulneráveis, por meio da adoção de
medidas fiscais e sociais, em respaldo, deve-se lidar com os fatores estruturais que dificultam
o acesso das classes sociais menos favorecidas à saúde também.
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