Funções Sintáticas - TLEBS Exercícios
Funções Sintáticas - TLEBS Exercícios
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Ficha de Trabalho
A sintaxe é a parte da gramática que estuda a combinação e disposição das palavras, das
expressões e das frases no discurso. O domínio da sintaxe é fundamental para a produção
de um discurso coeso.
FUNÇÕES SINTÁTICAS
1 – SUJEITO
O sujeito é quem ou o que pratica a ação. Não faz parte do predicado.
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• expletivo. Ex: Trovejou imenso naquela tarde.
(sujeito nulo expletivo) Ex. Havia muita gente no estádio.
Ex. Há dois anos, nevou em Palmela. Ex.
Choveu no fim de semana.
(as formas verbais não têm sujeito)
2 – PREDICADO
O predicado identifica a ação ou aquilo que se diz acerca do sujeito. É tudo o que é essencial para que
a oração faça sentido, exceto o sujeito, o vocativo e os modificadores da frase. O predicado pode ser
constituído apenas pelo verbo.
3 – PREDICATIVO DO SUJEITO
O predicativo do sujeito está presente quando, numa oração, está presente um verbo copulativo, ou
seja, um verbo com significação indefinida. Faz parte do predicado.
O predicativo do sujeito pode responder às perguntas “o quê?” e “como?”. Para não o confundir com o
complemento direto ou com qualquer outra função sintática, é fundamental que se aperceba de que está na
presença de um verbo copulativo.
Verbos Copulativos, que se constroem com o predicativo do sujeito: ser, estar, parecer,
permanecer, ficar, continuar, sair...
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4 – COMPLEMENTO DIRETO
O complemento direto traduz a ação e completa o sentido do verbo. O complemento direto é a
palavra ou expressão que se encontra diretamente ligada a um verbo transitivo direto. Faz parte do
predicado.
Identifica-se o complemento direto depois do sujeito e perguntando ao verbo “O quê?” ou “Quem?”
O predicativo do complemento direto surge sempre ao lado do complemento direto constrói-se com os seguintes
verbos: achar, considerar, eleger, declarar, fazer, julgar, nomear, supor, ter por, tornar.
O predicativo do complemento direto tanto pode ser representado por um grupo adjetival como por um grupo
nominal.
Muitas vezes, o predicativo do complemento direto aparece na frase precedido de como ou por.
6 – COMPLEMENTO INDIRETO
O complemento indireto traduz a ação e complementa o sentido do verbo. O complemento indireto
é o elemento (palavra ou expressão) da frase que se liga a um verbo transitivo por meio de uma preposição
(normalmente, a preposição a). Identifica-se o complemento indireto perguntando ao verbo “a quem?” ou
“ao quê?”.
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Ex. Pediu uma opinião ao aluno. Ex. O António perguntou ao Vasco o sumário.
Ex. Pediu-lhe uma opinião. Ex. Ladrão que rouba a ladrão tem cem anos de perdão. Ex. A
Ex. O José declarou à Sofia o seu amor. Ex. pergunta tola não dês resposta.
Ofereci ao João um presente. Ex. A cavalo dado não se olha o dente.
7 – COMPLEMENTO OBLÍQUO
Ex. A ideia de que o João aceitaria o lugar é Ex. A necessidade de encontrar culpados levou a
absurda. (oracional) decisões precipitadas. (oracional)
Ex. A compra do livro permitiu-me estudar. (não Ex. A reformulação da terminologia pretendeu
oracional)
Ex. A pesca baleeira tem vindo a aumentar. simplificá-la. (não oracional)
(adjetival) Ex. Os anos dourados chegaram ao fim. (adjetival) Ex. A
Ex. A previsão de que vai chover agrada-me. decisão de libertar aquele detido
(oracional) foi incompreendida pela população. (oracional)
Ex. O autocarro das nove horas não passou. Ex. As Faculdades de Medicina têm numerus clausus
(não oracional) exíguos. (não oracional)
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complemento agente da passiva. Este complemento faz parte do predicado.
O complemento agente da passiva - que surge numa frase passiva – desempenha, na frase ativa, a função
de sujeito.
Ex. Van Gogh pintou o celebérrimo quadro “Doze girassóis num jarra”. – frase ativa
Ex. O celebérrimo quadro “Doze girassóis numa jarra” foi pintado por Van Gogh. – frase passiva
10 – VOCATIVO
O vocativo é a função sintática que identifica o interlocutor (quem fala) do enunciado (do texto
escrito). O vocativo não faz parte do predicado.
O vocativo surge sempre isolado na frase por sinais de pontuação. Muitas vezes, é reforçado pela
interjeição de chamamento “Ó”, colocada à sua esquerda.
O vocativo procura atrair a atenção do interlocutor (pessoa com quem se fala num diálogo).
Ex. Caros colegas, peço a vossa máxima atenção para o assunto de que vou falar agora.
Ex. “Ó mar salgado, quanto do teu sal são lágrimas de Portugal!” Ex. ‘O
que é que acha, Margarida, da atitude desta personagem?’
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DIFERENÇAS ENTRE COMPLEMENTOS E MODIFICADORES
11 – MODIFICADOR DO NOME
Há dois tipos de modificador do nome: o modificador do nome restritivo e o modificador do nome
apositivo.
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Ex. O rapaz, bolseiro em Paris, surpreendeu os professores.
12 – MODIFICADOR DA FRASE
O modificador da frase é um constituinte da frase que não restringe a referência (significado) da
frase que modifica. Alarga o sentido da frase, acrescenta informação. É uma expressão composta sobretudo
por nomes e/ou adjetivos, mas também pode ser uma oração (normalmente introdutória). O modificador da
frase não faz parte do predicado. Surge frequentemente isolado por pontuação.
Ex. Efetivamente, há um lapso no raciocínio. Ex.
Realmente, choveu e bem! Ex. Matematicamente, isso está certo.
Ex. Passados dois minutos, o aluno colocou uma Ex. Não sei se a professora aceitará o convite, estando em ano
dúvida. de sabática.
Ex. A Ana cantou quando tu chegaste. Ex. Os alunos levantaram-se quando o professor entrou.
Ex. Feitos os trabalhos de casa, saí com os meus Ex. Na realidade, há poucos obstáculos que o trabalho
amigos. persistente não suplanta.
Ex. Estando eu ali, aproveitei a oportunidade. Ex. Felizmente, consegui chegar a horas.
13 – MODIFICADOR DO VERBO
O modificador do verbo é a função sintática de um grupo preposicional, adverbial ou oracional que
funciona, tal como o nome indica, como modificador do verbo. É um grupo móvel. Este tipo de modificador não
é selecionado pelo verbo, não faz parte duma construção exigida pelo verbo; acrescenta-lhe informação, alarga o
seu sentido. Pode, por isso, ser suprimido da frase, dado que a sua supressão, numa frase isolada do contexto,
não origina agramaticalidades nem alterações de sentido. O modificador do verbo não faz parte do predicado.
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EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO
I. Identifique, nas frases que seguidamente se lhe apresentam:
d) Por este andar temos o caldo entornado. c) “Enfim, que havemos de pregar hoje aos peixes?”
f) Santos da casa não fazem milagres. e) Não se pode agradar a gregos nem a troianos.
2. o predicado...
a) O Sol brilha para todos. 4. o vocativo e o complemento agente da passiva...
b) Ao menino e ao borracho põe Deus a mão por baixo. a) “Ó peixes, meus irmãos, vinde vós ouvir a palavra do
Senhor; já que os fiéis a menosprezam.”
c) A censura, a Inquisição e a Contrarreforma
funcionaram como um poderoso dissuasor do progresso b) As atrocidades do império sobre os escravos foram
renascentista em Portugal. denunciadas por Vieira.
d) Aos sete anos, Vieira partiu com a família para o c) A sério, João, vais mesmo casar? Com quem?
Brasil.
d) “Também tu, Brutus?”
e) Percebeu a matéria?
e) O Padre António Vieira foi nomeado pregador da corte
f) Não deite foguetes antes da festa. por D. João IV.
g) Grão a grão enche a galinha o papo. f) Hoje, a Maria foi acordada por dois alarmes.
g) Tudo bem, André?
II. Indique, de entre as possibilidades apresentadas para as frases, a função sintática correspondente às
expressões nelas sublinhadas.
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g) António Vieira foi também o principal impulsionador da criação da Companhia Geral do Comércio do Brasil.
h) Vieira morreu no Brasil, com quase 90 anos.
i) Na reta final da vida, Vieira envolveu-se na política local (no Brasil), voltou a defender a abolição da
escravatura dos índios e mergulhou na escrita profética.