Direito Administrativo - ATOS ADMINISTRATIVOS
Direito Administrativo - ATOS ADMINISTRATIVOS
Direito Administrativo - ATOS ADMINISTRATIVOS
Atos administrativos
APRESENTAÇÃO
Olá, meu nome é Carlos Lisboa, dono do perfil @donodavaga, criado com o intuito de
compartilhar experiências e dicas relacionadas ao estudo para concursos públicos, mais
especificamente aqueles destinados às carreiras de procuradorias, sejam elas federais, estaduais
ou municipais.
Exerço o cargo de advogado da União, tendo sido aprovado também nos concursos da
Procuradoria da Fazenda Nacional (PFN) e da PGM-Salvador.
DO MATERIAL
Com o anúncio do novo concurso para as carreiras da AGU (AU, PFN e PF), resolvi disponibilizar
para venda meus materiais de estudo, os quais me acompanham desde os tempos da preparação e
estão devidamente atualizados e aprimorados.
Os materiais foram elaborados tendo como base a melhor doutrina de cada matéria, juntamente
com a legislação correlata e a jurisprudência dos tribunais superiores (TCU, STJ e STF). Trata-se
de um material completo, que serve de base para a preparação de qualquer concurso de
procuradoria do Brasil, mais que suficiente para te acompanhar em todas as fases, da prova
objetiva à oral. Com certeza ele irá te ajudar no caminho rumo à aprovação, para que você possa
se tornar o dono da vaga.
O material foi elaborado contando com o feeling de quem já passou pela fase de preparação e
conhece os pontos mais importantes e o nível de aprofundamento necessário em cada tópico do
edital.
CONTATO
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RESUMO COMPILADO
Atos administrativos
Sumário
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RESUMO COMPILADO
Atos administrativos
ATO ADMINISTRATIVO
1. CONCEITO
STJ/Súmula 333. Cabe mandado de segurança contra ato praticado em licitação promovida
por sociedade de economia mista ou empresa pública.
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RESUMO COMPILADO
Atos administrativos
NOTA: STJ tem admitido a impetração de MS contra atos das concessionárias de serviços
públicos que determinam, por ex., a interrupção do serviço ao usuário (ato administrativo), uma
vez que tais atos não são de simples gestão, mas de delegação administrativa.
Atos de gestão ≠ Ato administrativo
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RESUMO COMPILADO
Atos administrativos
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RESUMO COMPILADO
Atos administrativos
8. SILÊNCIO ADMINISTRATIVO
Lei 9.478/97, Art. 26. (...) § 3° Decorrido o prazo estipulado no parágrafo anterior sem que
haja manifestação da ANP, os planos e projetos considerar-se-ão automaticamente aprovados.
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RESUMO COMPILADO
Atos administrativos
–O fato de um órgão ou agente incompetente praticar um ato não faz com que ele passe a ser
considerado competente, salvo disposição legal.
–Competência não se estende automaticamente.
Lei 9.784/99, Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes
devidamente justificados, a avocação temporária de competência atribuída a órgão
hierarquicamente inferior.
» Lei de processo administrativo consagra a delegação como regra geral, excepcionada nos casos
expressamente indicados na lei, e não pressupõe a existência de hierarquia ou subordinação para
sua efetivação
Lei 9.784/99, Art. 12 Um órgão administrativo e seu titular, poderão, se não houver
impedimento legal, delegar parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que
estes não lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razão de
circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial.
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RESUMO COMPILADO
Atos administrativos
Lei 9.784/99, Art. 14. O ato de delegação e sua revogação deverão ser publicados no meio
oficial (publicidade).
§ 1o O ato de delegação especificará as matérias e poderes transferidos, os limites da atuação
do delegado, a duração (prazo determinado) e os objetivos da delegação e o recurso cabível,
podendo conter ressalva de exercício da atribuição delegada.
§ 2o O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela autoridade delegante (precário).
§ 3o As decisões adotadas por delegação devem mencionar explicitamente esta qualidade e
considerar-se-ão editadas pelo delegado.
Decreto 83.937/79, Art 6º O ato de delegar pressupõe a autoridade para subdelegar, ficando
revogadas as disposições em contrário constantes de decretos, regulamentos ou atos normativos
em vigor no âmbito da Administração Direta e Indireta.
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RESUMO COMPILADO
Atos administrativos
ABUSO DE PODER
Excesso de poder Desvio de poder
Vício no elemento competência Vício no elemento finalidade
–O excesso de poder nem sempre obriga à anulação do ato.
–Admite convalidação, salvo se se tratar de competência em razão da matéria ou exclusiva.
Ex.: se o Delegado da Receita Federal praticar um ato de competência do Superintendente, este
poderá convalidar o ato, ao invés de anulá-lo.
» A Usurpação de Função é crime.
–Usurpador é alguém que não tem nenhuma espécie de relação jurídica funcional com a
administração.
–Ato emanado pelo usurpador é inexistente.
» Ocorre Função de Fato quando a pessoa foi investida no cargo, emprego ou função pública,
mas há alguma ilegalidade em sua investidura ou algum impedimento legal para a prática do ato.
–Ato emanado pelo agente de fato, em virtude da teoria da aparência (situação, para os
administrados, tem total aparência de legalidade), é considerado válido, ou, pelo menos, são
considerados válidos os efeitos por ele produzidos ou dele decorrentes.
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RESUMO COMPILADO
Atos administrativos
9.2. Finalidade
» Finalidade do ato relaciona-se com o atendimento do interesse público.
–Finalidade é o resultado do ato.
Ex.: a finalidade do ato que apreende medicamentos estragados é proteger a saúde das pessoas.
–Toda e qualquer atuação administrativa visa o atendimento dos interesses da coletividade.
» O agente somente será competente para atingir a finalidade prevista na norma e a finalidade
somente poderá ser perseguida pelo agente a quem a lei atribuiu competência.
–Há íntima relação entre finalidade e competência.
» O atendimento de interesses meramente privados, em desacordo com a ordem jurídica,
configura “desvio de finalidade” ou “desvio de poder”, vício insanável que acarreta a nulidade
do ato.
Ex.: superior hierárquico que determina a relotação do subordinado por simples desavença
particular.
» Podemos identificar nos atos administrativos:
a) Finalidade geral (ou mediata): é sempre a satisfação do interesse público; e
b) Finalidade específica (ou imediata): é o resultado previsto na lei.
» A finalidade é Elemento vinculado do ato, pois o interesse público sempre será o “fim
mediato” da atuação administrativa (o “fim imediato” é concretizado pelo objeto do ato).
Ex.: a construção de escola ou hospital público é uma escolha relacionada ao objeto do ato.
–A finalidade é invariável (vinculada) e o objeto pode ser variável (discricionário).
» Tredestinação ocorre quando a destinação final de um bem expropriado divergiu da finalidade
da qual se planejou incialmente.
–Pode ser lícita ou ilícita:
a) Será lícita quando a Administração Pública dê ao bem finalidade diversa (imediata), porém
preservando a razão do interesse público (finalidade mediata).
Ex.: desapropriação de terreno para construção de escola, mas administração acaba construindo
hospital. Nesse caso não há desvio de finalidade, mas de objeto, sendo o ato de desapropriação
(decreto) amparado pelo ordenamento jurídico; e
b) Será ilícita quando resultante de desvio do propósito original (interesse público).
9.3. Forma
» É o revestimento externo do ato administrativo.
–É a exteriorização da vontade administrativa.
» Possui dois sentidos:
a) Sentido restrito: meio pelo qual o ato é instrumentalizado.
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RESUMO COMPILADO
Atos administrativos
Lei 9.784/99, Art. 22. Os atos do processo administrativo não dependem de forma determinada
senão quando a lei expressamente a exigir.
» Sempre que a lei expressamente exigir determinada forma para que um ato administrativo seja
considerado válido, a inobservância dessa exigência acarretará a nulidade do ato.
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RESUMO COMPILADO
Atos administrativos
–Formalidades que não guardam relação direta com os direitos dos particulares, inexistindo
prejuízo nas hipóteses de eventuais irregularidades por parte dos agentes públicos.
Ex.: ato vinculado editado verbalmente, beneficiando o particular que preencheu os requisitos
legais, deve ser convalidado e reduzido à forma escrita.
9.4. Motivo
» É a situação de fato ou de direito que justifica a edição do ato administrativo.
–É a causa do ato.
Ex.: a infração funcional é o motivo que justifica a edição do ato administrativo punitivo
(advertência, suspensão ou demissão) do servidor.
1ª Posição: Motivação obrigatória dos atos vinculados e facultativa dos atos discricionários.
2ª Posição: Motivação obrigatória dos atos discricionários e facultativa dos atos vinculados.
3ª Posição (Majoritária): Motivação obrigatória de todos os atos.
–Deriva dos princípios democrático, da legalidade, da publicidade e da ampla defesa e do
contraditório.
–A motivação é imprescindível para efetivação do controle social pelo povo.
–Diminuição da possibilidade de atuação arbitrária da Administração.
CF, Art. 93. (...) X as decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e em sessão
pública, sendo as disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus membros;
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RESUMO COMPILADO
Atos administrativos
STF/MS 25518. Nada impede a autoridade competente para a prática de um ato de motivá-lo
mediante remissão aos fundamentos de parecer ou relatório conclusivo elaborado por
autoridade de menor hierarquia (fundamentação per relationem). Indiferente que o parecer a
que se remete a decisão também se reporte a outro parecer: o que importa é que haja motivação
eficiente.
STJ/INFO 557. É nulo o acórdão que se limita a ratificar a sentença e a adotar o parecer
ministerial, sem sequer transcrevê-los, deixando de afastar as teses defensivas ou de apresentar
fundamento próprio. Isso porque, nessa hipótese, está caracterizada a nulidade absoluta do
acórdão por falta de fundamentação. A jurisprudência admite a chamada fundamentação per
relationem, mas desde que o julgado faça referência concreta às peças que pretende encampar,
transcrevendo delas partes que julgar interessantes para legitimar o raciocínio lógico que
embasa a conclusão a que se quer chegar.
Lei 9.784/99, Art. 2º. Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre
outros, os critérios de:
VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a decisão (motivação);
(...)
Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos
fundamentos jurídicos, quando:
I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;
III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública;
IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório;
V - decidam recursos administrativos;
VI - decorram de reexame de ofício;
VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de pareceres,
laudos, propostas e relatórios oficiais;
VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo.
Lei 9.784/99, Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse
público nem prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis (convalidáveis)
poderão ser convalidados pela própria Administração.
–Para doutrina majoritária, admite-se a motivação posterior à prática do ato, desde que possível
sua convalidação.
–Para CABD, admite-se a motivação tardia nos atos vinculados onde houver comprovação da
ocorrência do motivo previsto pelo legislador como autorizador para a manifestação da vontade
da Administração. Isso porque a lei já havia predeterminado a conduta da Administração diante
da ocorrência de determinado motivo.
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RESUMO COMPILADO
Atos administrativos
9.5. Objeto
» É o efeito jurídico e material imediato que será produzido pelo ato.
–É o conteúdo do ato.
Ex.: o conteúdo do ato que demite o servidor é punir aquele que cometeu a infração funcional,
rompendo o vínculo funcional com a Administração; o objeto da licença profissional é habilitar
o exercício de determinada profissão pelo interessado.
» Objeto do ato administrativo deve ser lícito, possível e moral.
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RESUMO COMPILADO
Atos administrativos
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RESUMO COMPILADO
Atos administrativos
–Não pode invadir o mérito administrativo, sob pena de violação do princípio da separação dos
poderes.
STF/RE 1.083.955. O Poder Judiciário não pode fazer a revisão judicial do mérito da decisão
administrativa proferida pelo CADE. A expertise técnica e a capacidade institucional do CADE
em questões de regulação econômica exige que o Poder Judiciário tenha uma postura deferente
(postura de respeito) ao mérito das decisões proferidas pela Autarquia. A análise jurisdicional
deve se limitar ao exame da legalidade ou abusividade do ato administrativo. O CADE é quem
detém competência legalmente outorgada para verificar se a conduta de agentes econômicos
gera efetivo prejuízo à livre concorrência. As sanções antitruste, aplicadas pelo CADE por
força de ilicitude da conduta empresarial, dependem das consequências ou repercussões
negativas no mercado analisado, sendo certo que a identificação de tais efeitos anticompetitivos
reclama acentuada expertise.
» Existem teorias que buscam legitimar o controle judicial da atuação estatal discricionária, com
destaque para as seguintes:
a) Teoria do desvio de poder ou desvio de finalidade;
b) Teoria dos motivos determinantes;
c) Teoria dos princípios jurídicos (juridicidade).
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RESUMO COMPILADO
Atos administrativos
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RESUMO COMPILADO
Atos administrativos
11.2. Imperatividade
» Os atos administrativos são, em regra, imperativos ou coercitivos, pois representam uma
ordem emanada da Administração Pública que deve ser cumprida pelo administrado
–A Administração Pública tem a prerrogativa de impor condutas positivas e/ou negativas aos
particulares.
–Decorre do chamado poder extroverso do Estado.
CESPE/2012. Os atos administrativos diferenciam-se dos demais atos jurídicos por serem
dotados de certos atributos que possibilitam ao Poder Público garantir a supremacia do
interesse público sobre o privado, como a imperatividade decorrente do poder extroverso do
Estado. CERTO
11.3. Autoexecutoriedade
» Administração tem a prerrogativa de executar diretamente sua vontade, inclusive com o uso
moderado da força, independentemente da manifestação do Poder Judiciário – Privilège du
préalable.
Ex.: demolição de obras clandestinas, inutilização de alimentos impróprios para consumo,
interrupção de passeata violenta, etc.
–Decorre da presunção de legitimidade e veracidade com o objetivo de promover, com celeridade,
o interesse público.
» Doutrina distingue autoexecutoriedade em:
a) Executoriedade (executoriedade direta): agente pode utilizar de meios diretos de coerção
para implementar a vontade estatal.
Ex.: demolição de obras clandestinas;
b) Exigibilidade (executoriedade indireta): agente utiliza-se de meios indiretos de coerção para
compelir o administrado a praticar determinada conduta.
Ex.: previsão de multa na hipótese de descumprimento da vontade estatal e exigência do
pagamento de multas de trânsito como condição para o licenciamento de veículo automóvel.
–Para Di Pietro, “a exigibilidade está presente em TODAS as medidas de polícia, mas não a
executoriedade”.
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RESUMO COMPILADO
Atos administrativos
Lei 14.133/21, Art. 139. A extinção determinada por ato unilateral da Administração poderá
acarretar, sem prejuízo das sanções previstas nesta Lei, as seguintes consequências:
I - assunção imediata do objeto do contrato, no estado e local em que se encontrar, por ato
próprio da Administração;
II - ocupação e utilização do local, das instalações, dos equipamentos, do material e do pessoal
empregados na execução do contrato e necessários à sua continuidade;
III - execução da garantia contratual para:
11.4. Tipicidade
» O ato administrativo deve corresponder a figuras definidas previamente pela lei como aptas a
produzir determinados resultados.
–Afasta a possibilidade de a administração praticar atos inominados.
–Para cada finalidade que a administração pretenda alcançar deve existir um ato típico definido
em lei.
» Consequências do atributo:
–Garantia ao administrado, pois impede a prática de atos unilaterais e coercitivos sem prévia
previsão legal;
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RESUMO COMPILADO
Atos administrativos
–Afasta a possibilidade de ato totalmente discricionário, pois a lei, ao prever o ato, já define os
limites em que a discricionariedade poderá ser exercida.
» Para Rafael Oliveira, a atuação administrativa deve ser pautada pelo respeito ao ordenamento
jurídico, mas isso não pressupõe a tipificação e a nominação prévias de todos os atos
administrativos, mas apenas daqueles atos que estabeleçam sanção ao administrado.
» Quanto à VALIDADE:
a) Ato válido: está em total conformidade com o ordenamento jurídico;
b) Atos inválidos: atos que contrariam a ordem jurídica.
NOTA: Chama-se de ato irregular aquele que possui vício irrelevante, que não atinge
elementos essenciais do ato, não prejudicando qualquer interesse.
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RESUMO COMPILADO
Atos administrativos
b) Atos complexos: elaborados pela manifestação autônoma de dois (atos bilaterais) ou mais
órgãos (atos multilaterais), singulares ou colegiados.
–Órgãos concorrem para a formação de um único ato que só será considerado perfeito após a
última manifestação de vontade.
Ex.: aposentação de servidor público, concessão de pensão, admissão de pessoal, que dependem
da manifestação da entidade administrativa e do respectivo Tribunal de Contas.
–Ato complexo (apenas um ato, formado por órgãos diversos) não se confunde com processo
administrativo (são editados atos administrativos intermediários e autônomos para o alcance do
ato final).
–Ato complexo só pode ser atacado administrativa ou judicialmente após já terem sido expressas
todas as manifestações necessárias à sua formação, tornando-se perfeito ou completo (antes disso,
o ato é imperfeito e inválido).
c) Atos compostos: formados pela manifestação de dois órgãos: um que define o conteúdo do ato
e o outro que verifica sua legitimidade (existem dois atos).
–Enquanto um elabora o ato, a manifestação do segundo tem caráter instrumental ou
complementar, que em nada altera o conteúdo do ato principal.
Ex.: parecer elaborado por agente público que depende do visto da autoridade superior para
produzir efeitos.
–Ato instrumental (aprovação, autorização, ratificação, visto, homologação, etc) pode ser prévio
(autoriza a prática do ato principal) ou posterior (confere eficácia ao ato principal).
NOTA: Hely Lopes Meireles considera nomeação de membro do STF, após indicação pelo
P.R. e aprovação pelo Senado Federal, ato complexo, enquanto Di Pietro considera ato
composto.
CESPE adota o entendimento de Hely Lopes Meireles.
» Quanto à IMPERATIVIDADE:
a) Atos de império: decorrem do exercício do poder de império estatal e devem ser
obrigatoriamente observados pelos particulares.
Ex.: apreensão de medicamentos com prazo de validade expirado;
b) atos de gestão: editados pela Administração quando despida do poder de autoridade, em
relativa igualdade jurídica com o particular.
Ex.: atos negociais ou de consentimento, como autorização de uso de bem público e exoneração
a pedido do servidor.
Obs.: Não mais se aplica a teoria da dupla personalidade.
–O Estado atua em todos os casos (império ou gestão) com personalidade jurídica de direito
público. Isso não impede, no entanto, a aplicação de regras do direito privado em algumas
situações.
» Quanto ao OBJETO:
a) Ato-regra: ato normativo que possui caráter geral e abstrato;
Ex.: regulamentos.
b) Ato-condição: ato que investe o indivíduo em situação jurídica preexistente, submetendo-o à
aplicação de certas regras jurídicas;
Ex.: nomeação de servidor público.
c) Ato subjetivo: ato concreto que cria obrigações e direitos subjetivos em relações jurídicas
especiais.
Ex.: contrato de trabalho dos empregados públicos.
b) Atos discricionários: envolvem margem de liberdade por parte do agente público que pode
analisar a conveniência e oportunidade para sua edição.
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RESUMO COMPILADO
Atos administrativos
» Quanto à RETRATABILIDADE:
a) Atos revogáveis (retratáveis): aqueles que podem ser revogados a qualquer momento por
razões de conveniência e oportunidade.
Ex.: revogação da autorização de uso de bem público;
b) Atos irrevogáveis (irretratáveis): não podem ser revogados pela Administração.
Ex.: licença para o exercício de profissão ou para dirigir veículo automotor.
» Quanto à EXECUTORIEDADE:
a) Atos Executórios (ou autoexecutórios): aqueles que podem ser implementados
concretamente pela vontade administrativa, independentemente de manifestação do Judiciário.
Ex.: demolição de construção irregular;
b) Atos Não Executórios (ou não autoexecutórios): dependem da manifestação do Poder
Judiciário para serem efetivados.
Ex.: cobrança de multa e desapropriação resistida.
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RESUMO COMPILADO
Atos administrativos
NOTA: o prazo de prescrição, administrativa ou judicial, não começa a correr enquanto o ato
não se torna perfeito.
b) Atos imperfeitos: aqueles que não completaram o ciclo de formação ou que dependem da
edição de outro ato para se tornarem exequíveis.
Ex.: atos ainda não publicados ou sujeitos à homologação da autoridade superior;
c) Atos pendentes: encontram-se sujeitos à condição ou termo para produção de efeitos.
Ex.: exoneração do servidor a partir de data futura.
d) Atos consumados: aqueles que já exauriram seus efeitos, tornando-se irretratáveis
(irrevogáveis).
–Podem ser invalidados quando verificada ilegalidade.
Ex.: publicação do ato de exoneração do servidor, sem previsão de condição ou termo, acarreta o
desligamento imediato do servidor, inviabilizando a sua retratação posterior.
Perfeição ≠ Validade
Perfeição diz respeito às etapas de formação do ato, exigidas por lei para que ele produza
efeitos.
Ex.: um ato que seja motivado, reduzido a escrito, assinado, publicado, está perfeito em sua
formação, se a lei não contiver qualquer outra exigência.
Validade diz respeito à conformidade do ato com a lei.
–O ato pode ter completado o seu ciclo de formação, mas ser inválido e vice-versa.
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RESUMO COMPILADO
Atos administrativos
a) DECRETOS: editados privativamente pelo chefe do Executivo (CF, art. 84, IV) com o
objetivo de reger relações gerais ou individuais.
Decreto → Forma
Regulamento → Conteúdo
Obs.: podem haver decretos sem regulamento (decretos individuais) e regulamentos sem
decreto.
Ex.: regulamento sob a forma de resolução.
b) REGIMENTOS: estabelecem regras de funcionamento e de organização de órgãos
colegiados.
Ex.: regimento interno do conselho de contribuintes.
–Exercício do poder disciplinar.
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RESUMO COMPILADO
Atos administrativos
LC 73/93, Art. 40. Os pareceres do Advogado-Geral da União são por este submetidos à
aprovação do Presidente da República.
§ 1º O parecer aprovado e publicado juntamente com o despacho presidencial vincula a
Administração Federal, cujos órgãos e entidades ficam obrigados a lhe dar fiel cumprimento.
§ 2º O parecer aprovado, mas não publicado, obriga apenas as repartições interessadas, a partir
do momento em que dele tenham ciência.
–Parecer do AGU quando aprovado pelo P.R. e publicado juntamente com o despacho
presidencial adquire caráter normativo e vincula todos os órgãos e entidades da Administração
Federal, que ficam obrigados a lhe dar fiel cumprimento.
NOTA: Despacho normativo é aquele que, embora proferido em caso individual, a autoridade
competente determina que se aplique aos casos idênticos, passando a vigorar como norma
interna da Administração para as situações análogas subsequentes.
NOTA: Permissão de serviço público não é ato administrativo, mas contrato administrativo.
Permissão de serviço público ≠ Permissão de uso de bem público
Lei 8.987/95, Art. 40. A permissão de serviço público será formalizada mediante contrato de
adesão, que observará os termos desta Lei, das demais normas pertinentes e do edital de
licitação, inclusive quanto à precariedade e à revogabilidade unilateral do contrato pelo poder
concedente.
Permissão x Autorização
a) Na permissão, o interesse público e o interesse privado são satisfeitos com igual intensidade.
–A permissão de uso obriga o uso do bem.
Ex.: permissão para instalação de banheiros químicos nas vias públicas.
b) Na autorização, o interesse do autorizatário é atendido de forma preponderante e o interesse
público apenas remotamente.
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RESUMO COMPILADO
Atos administrativos
Lei 14.133/21, Art. 71. Encerradas as fases de julgamento e habilitação, e exauridos os recursos
administrativos, o processo licitatório será encaminhado à autoridade superior, que poderá: (...)
IV - adjudicar o objeto e homologar a licitação.
NOTA: para Hely Lopes Meireles (e para CESPE), homologação e aprovação são atos
negociais.
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RESUMO COMPILADO
Atos administrativos
Lei 14.133/21, Art. 136. Registros que não caracterizam alteração do contrato podem ser
realizados por simples apostila, dispensada a celebração de termo aditivo, como nas seguintes
situações: (...)
2) Parecer Obrigatório: emitido por solicitação de órgão, em virtude de preceito normativo que
prescreve sua solicitação.
–Ato praticado sem o parecer estará eivado de nulidade.
–Obrigação limita-se a pedir o parecer, mas não de segui-lo.
–Se não o seguir, deve motivar.
–Desrespeito ao parecer não invalida o ato, mas pode causar responsabilidade administrativa.
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RESUMO COMPILADO
Atos administrativos
Lei 9.784/99, Art. 42. Quando deva ser obrigatoriamente ouvido um órgão consultivo, o
parecer deverá ser emitido no prazo máximo de 15 dias, salvo norma especial ou comprovada
necessidade de maior prazo.
§ 1º Se um parecer obrigatório e vinculante deixar de ser emitido no prazo fixado, o processo
não terá seguimento até a respectiva apresentação, responsabilizando-se quem der causa ao
atraso.
§ 2º Se um parecer obrigatório e não vinculante deixar de ser emitido no prazo fixado, o
processo poderá ter prosseguimento e ser decidido com sua dispensa, sem prejuízo da
responsabilidade de quem se omitiu no atendimento.
STF/MS 24.631. Quando a lei estabelece a obrigação de decidir à luz de parecer vinculante,
essa manifestação de teor jurídica deixa de ser meramente opinativa e o administrador não
poderá decidir senão nos termos da conclusão do parecer ou, então, não decidir.
LINDB, Art. 28. O agente público responderá pessoalmente por suas decisões ou opiniões
técnicas em caso de dolo ou erro grosseiro.
–A imunidade do procurador no parecer opinativo (facultativo e obrigatório) não pode ser vista
com viés absoluto. Em havendo conduta culposa ou dolosa do advogado público, nexo causal
entre o parecer exarado e o dano ao erário, é possível responsabilizá-lo, sem prejuízo das sanções
penais e administrativa cabíveis.
possibilitar a realização do ato ímprobo. Em outras palavras, faz-se necessário, para que se
configure essa situação excepcional, que desde o nascedouro a má-fé tenha sido o elemento
subjetivo condutor da realização do parecer.
LC 73/93, Art. 40. Os pareceres do Advogado-Geral da União são por este submetidos à
aprovação do Presidente da República.
§ 1º O parecer aprovado e publicado juntamente com o despacho presidencial vincula a
Administração Federal, cujos órgãos e entidades ficam obrigados a lhe dar fiel cumprimento.
CF, Art. 5º. (...) LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em
geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
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RESUMO COMPILADO
Atos administrativos
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RESUMO COMPILADO
Atos administrativos
Lei 8.987/95, Art. 38. A inexecução total ou parcial do contrato acarretará, a critério do
poder concedente, a declaração de caducidade da concessão ou a aplicação das sanções
contratuais, respeitadas as disposições deste artigo, do art. 27, e as normas convencionadas
entre as partes.
14.5.2. Cassação
» Extinção do ato por descumprimento das condições fixadas pela Administração ou ilegalidade
superveniente imputada ao beneficiário do ato.
Ex.: cassação da licença profissional quando o beneficiário descumpre a legislação em vigor;
cassação da licença para dirigir quando o motorista descumpre as regras do CTB.
» Cassação representa sanção ao administrado, devendo ser precedida de ampla defesa e
contraditório.
» Pelo caráter punitivo, deve ser aplicada por tempo determinado, pois inadmissível sanção
perpétua no Brasil.
Ex.: cassação de carta de habilitação possui prazo de dois anos, a partir do qual o infrator pode
requerer reabilitação.
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RESUMO COMPILADO
Atos administrativos
14.5.3. Anulação
» É a invalidação do ato editado em desconformidade com a ordem jurídica.
Ex.: ato que concede licença para particular que não preenche os respectivos requisitos legais.
STF/Súmula 473. A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios
que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de
conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os
casos, a apreciação judicial.
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RESUMO COMPILADO
Atos administrativos
economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso
Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.
STF/Súmula 473. A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios
que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de
conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os
casos, a apreciação judicial.
14.5.4. Revogação
» Extinção do ato legal por razões de conveniência e oportunidade.
–Pressupõe ato válido, mas que se tornou inconveniente e inoportuno.
–Trata-se de reavaliação do mérito do ato administrativo.
–Verificada a ilegalidade do ato, a hipótese é de anulação.
–Revogação é o ato administrativo discricionário, pelo qual a Administração extingue um ato
válido, por razões de conveniência e oportunidade. Portanto, os atos vinculados e os meros atos
administrativos não podem ser revogados.
» Competência para revogar é restrita ao órgão que editou o ato, sob pena de violação ao princípio
da separação dos poderes.
–Poder Judiciário não pode revogar atos editados pelos demais poderes, mas pode revogar o seu
próprio ato discricionário, editado na sua função atípica.
» Revogação deve observar a ampla defesa e o contraditório.
Lei 9.787/99, Art. 53 A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de
vício de legalidade, e pode revogá-los por motivos de conveniência e oportunidade,
respeitados os direitos adquiridos.
» Revogação opera efeitos prospectivos (ex nunc), respeitando-se todos os efeitos até então
produzidos pelo ato revogado.
» Em regra, não acarreta indenização, pois atos discricionários não geram direitos subjetivos,
mas expectativa de direito.
Exceção: violação a princípios pode acarretar indenização (v.g., confiança legítima).
Ex.: revogação da permissão qualificada de uso de bem público antes do prazo estipulado.
NOTA: Revogação do ato revogador não acarreta efeito repristinatório, salvo disposição
expressa em sentido contrário.
Repristinação: volta vigência de uma lei revogada em virtude revogação da lei que a revogou.
STJ/MS 12047. Após a adjudicação, o compromisso da Administração pode ser rompido pela
ocorrência de fatos supervenientes, anulando o certame se descobertas ilicitudes ou revogando-
o por razões de conveniência e oportunidade.
STF/Súmula 473. A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios
que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de
conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os
casos, a apreciação judicial.
–A revogação dos atos deve respeitar os direitos adquiridos anteriormente, mas a revogação em
si não gera direitos adquiridos.
–Ao revogar um ato, a Administração faz um juízo de inoportunidade e inconveniência
momentâneo, mas nada impede que, futuramente, o mesmo ato venha a ser reeditado.
–O particular não possui um direito adquirido à revogação do ato.
e) Meros atos administrativos.
Ex.: certidões, atestados, pareceres.
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RESUMO COMPILADO
Atos administrativos
–Produz efeitos retroativos (ex tunc), preservando o ato ilegal desde sua origem.
» Relativização do dever de anular os atos ilegais, mediante ponderação entre o princípio da
legalidade e os demais (segurança jurídica, boa-fé, confiança legítima, etc.) – Juridicidade.
» STF e STJ utilizam o princípio da segurança jurídica para limitar a autotutela administrativa e
resguardar os efeitos dos atos ilegais que beneficiem particulares.
NOTA: Uma vez impugnado o ato administrativo, pela via judicial ou administrativa, não há
mais possibilidade de convalidação.
b) Teoria dualista: é possível o reconhecimento de atos anuláveis, ao lado dos atos nulos, de
acordo com a maior ou menor gravidade do vício, aplicando no direito administrativo a dicotomia
típica do direito civil.
–O princípio da legalidade não é o único parâmetro para verificação da juridicidade do ato
administrativo (juridicidade).
» No direito brasileiro, predomina a Teoria dualista.
Lei 9.784/99, Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse
público nem prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser
convalidados pela própria Administração.
Lei 9.787/99, Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que
decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que
foram praticados, salvo comprovada má-fé.
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RESUMO COMPILADO
Atos administrativos
Art. 55 Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem
prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela
própria Administração.
STJ/RESP 169.867. Em relação aos atos praticados antes da Lei 9.784/99, o termo inicial do
prazo decadencial seria a data da entrada em vigor da referida norma, tendo em vista o princípio
da irretroatividade da lei.
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RESUMO COMPILADO
Atos administrativos
STF. Caso o TCU identifique que uma aposentadoria (ato complexo) por ele já registrada tenha
sido concedida de forma ilegal (entidade administrativa concede e TCU registra), sem que se
caracterize má-fé do aposentado, poderá anular o ato no prazo decadencial de cinco anos a
contar do referido registro.
STF/RE 636.553. Em atenção aos princípios da segurança jurídica e da confiança legítima, os
Tribunais de Contas estão sujeitos ao prazo de cinco anos para o julgamento da legalidade do
ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma ou pensão, a contar da chegada do processo
à respectiva Corte de Contas.
STJ/ RMS 24430. A infringência à legalidade por um ato administrativo, sob o ponto de vista
abstrato, sempre será prejudicial ao interesse público; por outro lado, quando a analisada em
face das circunstâncias do caso concreto, nem sempre a anulação será a melhor solução. Em
face da dinâmica das relações jurídicas sociais, haverá casos em que o próprio interesse da
coletividade será melhor atendido com a subsistência do ato nascido de forma irregular.
STJ/ RMS 24430. O art. 54 da Lei 9.784/99, aplicável analogicamente ao presente caso, funda-
se na importância da segurança jurídica no domínio do Direito Público, estipulando o prazo
decadencial de 5 anos para a revisão dos atos administrativos viciosos (sejam eles nulos ou
anuláveis) e permitindo, a contrário sensu, a manutenção da eficácia dos mesmos, após o
transcurso do interregno mínimo quinquenal, mediante a convalidação ex ope temporis, que
tem aplicação excepcional a situação típicas e extremas, assim consideradas aquelas em que
avulta grave lesão a direito subjetivo, sendo o seu titular isento de responsabilidade pelo ato
eivado de vício.
Lei 9.784/99, Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que
decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em 5 anos, contados da data em que
foram praticados, salvo comprovada má-fé.
–A teoria do fato consumado garante, de forma automática, a manutenção do ato pelo fato de a
situação concreta já se ter realizado, não sendo possível o retorno ao status quo ante.
–Na estabilização, é preciso que a retirada do ato comprometa outros princípios da ordem jurídica,
causando prejuízos sérios que justifiquem a manutenção da situação.
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