Ficha de Exercício - 02

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FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

Curso: Licenciatura em Engenharia Agrónoma

Cadeira: Rega e Drenagem

Ano de frequência: 3º ano

Tema:

RESOLUÇÃO DA FICHA DE EXERCÍCIO - 02

Discente: Docentes:
Muacisa Francisco Simões Engo Paulo Samuel Muguta MSc
Engo José João Manhengue MSc
Monitor Engo Geraldo Catamass

Nampula, Abril de 2020


Índice

Revisão Bibliográfica ....................................................................................................... 1

Generalidade .................................................................................................................... 1

1 Cite a importância de estudar evapotranspiração de referência na produção irrigada.


2

2 Evapotranspiração de referência diferisse em regiões agro-climática de


Moçambique. .................................................................................................................... 2

3 Como que varia a necessidade de água de rega (mm/dia) na época de estiagem em


Moçambique. .................................................................................................................... 5

4 Fígura-1‫ ׃‬.................................................................................................................... 6

5 Referências Bibliográficas ........................................................................................ 7


Revisão Bibliográfica

Generalidade
O clima é um dos factores mais importantes que determina se a planta pode ser cultivada,
a natureza da vegetação natural, características do solo e tipo de sistemas de produção a
serem praticadas numa determinada região agro-ecologica (MICOA, 2006). No entanto,
há evidências que indicam mudanças nos padrões de elementos fundamentais como
temperatura e precipitação para a produção de matéria seca e para actividades básicas das
plantas como a fotossíntese, crescimento e desenvolvimento que têm estado a afectar a
produtividade agrícola no País. Assim, acções deverão ser tomadas para reverter esta
situação que concorre para agravar ainda mais a situação de pobreza da população rural
moçambicana (MICOA, 2006).

Em Moçambique a agricultura joga um papel importante na geração de emprego rural e


contribui para a segurança alimentar das comunidades rurais, reduz a pobreza
essencialmente rural, sendo importante para a economia onde representa 20% do PIB e
80% das exportações, ao mesmo tempo que 80% da força de trabalho encontra-se no
sector agrícola, sendo 90% das mulheres e 70% dos homens, e a pobreza é mais acentuada
nas zonas rurais (55%) comparativamente com as zonas urbanas (52%). A pobreza rural
é atribuída principalmente ao limitado desenvolvimento agrícola, ao desenvolvimento
limitado dos mercados e aos baixos níveis de produtividade. O potencial agrícola não é
devidamente convertido na geração de receitas e na criação de emprego de modo tangível.
O desenvolvimento agrícola, porém, é fundamental para a redução da pobreza, pois as
famílias rurais geram cerca de 80% da sua renda a partir do sector agrícola, enquanto os
restantes 20% têm uma ligação forte com a economia local (TIA, 2002).

Pelo facto do clima influenciar na decisão de cada agricultor em relação ao tipo de


culturas e as respectivas quantidades a cultivar (MICOA, 2006).

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1 Cite a importância de estudar evapotranspiração de referência na produção
irrigada.

R: Refere-se evapotranspiração de referência a evapotranspiração de uma superfície de


referência sem falta de água e é representada por ETo. A superfície de referência é
definida como sendo uma grama hipotética com uma altura assumida de 0.12 m, uma
resistência de superfície de 70 s/m e um albedo de 0.23, é similar a uma extensa superfície
de grama verde, bem regada, de altura uniforme, crescendo activamente e cobrindo o solo
completamente. (ALLEN et al.1998).

É importante o estudo da evapotranspiração de referência na produção irrigada porque


representa o consumo hídrico de referência para a região, sendo utilizado para o cálculo
da necessidade de água de todas as culturas, isto é, o conhecimento sobre o consumo
hídrico das culturas, obtido com base na estimava da evapotranspiração, constitui uma
informação preciosa no manejo da água em qualquer região do planeta.

2 Evapotranspiração de referência diferisse em regiões agro-climática de


Moçambique.

R: Sim! porque Moçambique é Vulnerável às mudanças climáticas devido à sua


localização geográfica na zona de convergência intertropical e a jusante das bacias
Hidrográficas partilhadas, à sua longa costa e à existência de extensas áreas com altitude
abaixo do actual nível das águas do mar. com a subida da temperatura global, aumentara
a frequência e severidade de secas no interior do País e de cheias nas regiões costeiras
(MICOA, 2007).

a) Explique detalhadamente (Ilustrando por números e, a época do ano).


Causas das mudanças climáticas

O aquecimento global é um processo que resulta no aumento da temperatura média da


atmosfera e dos oceanos e que segundo observações vem ocorrendo desde meados do
século XIX, provocado essencialmente pelas emissões de gases de efeito estufa, sendo
um dos principais o CO2 (dióxido de carbono), o CH4 (metano) e o N2O (óxido nitroso)
(IPCC, 2007).

Existe um grande embate quanto às causas das mudanças climáticas no planeta, não se
sabe se são por causas naturais decorrentes das mudanças cíclicas do clima, que resfria e

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aquece em diversas localidades, ou se são provocadas pelos homens, as chamadas causas
antropogénicas (IPCC, 2007).

Muitos cientistas e meteorologistas, portanto, têm afirmado com veemência que a maior
influência do aumento das temperaturas no planeta é decorrente das ações dos homens,
aponta-se como principais responsáveis pelas emissões de CO a queima de combustíveis
fósseis e a desflorestação, que provocam a libertação de forma quase instantânea para a
atmosfera de enormes quantidades deste gás (IPCC, 2007).

Situação passada e futura sobre mudanças climáticas em Moçambique

Estudos feitos pela INGC mostram tendência crescente de alterações climáticas


principalmente nos padrões descritos abaixo, a saber:

i. Tendências observadas na temperatura

No período de 45 anos (1960-2005), verificaram-se tendências positivas significativas na


temperatura na maior parte do país e em todas as estações. A tendência de aquecimento
não tem sido uniforme ao longo do país; aumentos de até 1.6°C (entre 1960 e 2005) são
aparentes no Centro de Moçambique durante o Inverno, enquanto as temperaturas
máximas aumentaram em aproximadamente 1.1°C no Norte durante os meses de Março
a Maio e Setembro a Novembro. A temperatura média anual máxima no Norte esteve
muitas vezes abaixo dos 30°C antes de 1990, e consistentemente acima dos 30°C depois
disso. O Centro de Moçambique registou temperaturas máximas médias de cerca de 31°C
antes de 1990, e aumentos significativos posteriormente (QUEFACE, 2009).

Registou-se um aumento em aproximadamente 9 dias na duração da onda de calor mais


longa entre 1960 e 2005. O número de noites e dias frios diminuiu no mesmo período,
enquanto o número de noites e dias quentes aumentou em todo o país. Esta situação é
mais visível no Norte onde o número de noites quentes cresceu em 25% na estação
Dezembro a Fevereiro e o número de dias quentes cresceu em 17% na estação Setembro
a Novembro. As secas serão crescentemente marcadas por temperaturas máximas médias
mais altas, que por sua vez aumentarão a evaporação (TADROSS, 2009).

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ii. Tendências observadas na precipitação

De uma forma imediato não são perceptíveis tendências significativas passadas na


pluviosidade, devido à variabilidade inter-anual das chuvas em diferentes estações
comparadas com o período de registo. Contudo, há indicações de um início tardio da
estação de chuvas, bem como um aumento da persistência de dias secos e da duração do
período seco no Nordeste do país nas estações Março a Maio e Setembro a Novembro.
No Norte a duração média do período seco durante Junho a Agosto foi 7 dias mais longa
em 2005 do que em 1960, subindo até 20 dias em locais específicos durante Setembro a
Novembro (provavelmente reflectindo um atraso no fim da estação seca). Durante o
mesmo período, o começo da estação das chuvas atrasou-se até 45 dias em certos locais
(TADROSS, 2009).

iii. Alterações futuras na temperatura

As subidas de temperatura são projectadas por Modelos de Circulação Geral ou GCMs,


que indicam maiores subidas no interior e no período Setembro a Novembro. As
temperaturas máximas aumentarão entre 2.5°C e 3.0°C (estimativa média de todos os
GCMs). Aumentos similares na temperatura mínima estão projectados para os vales do
Limpopo e Zambeze durante Setembro a Novembro. A variabilidade sazonal na
temperatura máxima diminuirá no Norte durante Setembro a Novembro mas aumentará
na maior parte do país em Março a Maio e Junho a Agosto (TADROSS, 2009).

A variabilidade nas temperaturas mínimas aumentará no Norte durante Março a Maio e


Junho a Agosto, e no Sul durante Setembro a Novembro. Por volta de 2081-2100 projecta-
se que as temperaturas subam até +5 a +6°C sobre as regiões centrais durante a estação
Setembro a Novembro. Sobre todas as regiões haverá uma subida da probabilidade de
temperaturas máximas extremas diárias acima dos 35°C, alcançando 25-33% por volta de
2080-2100 (TADROSS, 2009).

iv. Alterações futuras na precipitação

Espera-se que a pluviosidade aumente na maior parte de Moçambique durante as estações


Dezembro a Fevereiro e Março a Maio, embora estes aumentos sejam frequentemente
inferiores aos aumentos aproximados na evapotranspiração (0.1 mm dia-1) durante as
estações Janeiro a Agosto e Setembro a Novembro. São encontrados maiores aumentos
na pluviosidade em direcção à costa. Nas regiões costeiras há frequentemente um

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aumento da variabilidade sazonal durante todas as quatro estações; em todo o país a
maioria das estações de meteorologia também sugere um aumento na variabilidade em
Junho a Agosto. A média anual de todo o país mostra uma ligeira subida da pluviosidade
(10-25%) comparada com a média anual dos últimos 40 anos. A variação entre os
modelos é grande indicando, contudo, que as alterações na pluviosidade não são tão claras
como as da temperatura (TADROSS, 2009).

Figura 1: Evapotranspiração de referência.


Fonte: (ALLEN et al.1998).

3 Como que varia a necessidade de água de rega (mm/dia) na época de estiagem


em Moçambique.

Períodos de seca definem-se como períodos contínuos de pluviosidade inferior a 2mm.


Quantidades inferiores a 2mm são consideradas como não conferindo benefício à
vegetação ou às culturas agrícolas. [Ref. De Groen and Savenije (2006)].

A análise debruça-se sobre o período de seca mais longo do período sazonal principal de
Dezembro a Março. Daí obtém-se um valor por estação, que é, então, analisado da forma
normal.

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4 Fígura-1‫׃‬

a) R: A figura abaixo mostra os diferentes tipos de ET, na área seca tem-se ETR, limitada
pelas condições de umidade do solo. Na área irrigada (bordadura ou área tampão) tem-se
ETO, a qual é condicionada pelos balanços vertical (Rn) e horizontal (H´) de energia. No
centro da área húmida tem-se ETP, a qual depende única e exclusivamente do balanço
vertical de energia.

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5 Referências Bibliográficas

[1] ALLEN, R. G.; PEREIRA, L. S; RAES, D.; SMITH, M. Crop evapotranspiration -guidelines
for computing crop water requirements. (IrrigationandDrainagePaper, 56). Rome: FAO,
1998. Disponível em:< http://www.fao.org/docrep/X0490E/X0490E00.htm> Acesso em
1811-2010.

[2] MICOA (2007), “Programa de Acção nacional para a adaptação as mudanças climáticas”.

[3] Biblioteca Digital: Internet

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