Manual de Redação CCS - Final

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CCS

Coordenadoria de
Comunicação Social

Manual de
Redação e Estilo
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

2019 – 1ª Edição
Apresentação

O Manual de Redação e Estilo da Coordenadoria de Comunicação Social (CCS) da


Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) visa auxiliar servidores e
colaboradores da área de comunicação da Universidade, bem como integrantes da
comunidade acadêmica nas mais diversas áreas de atuação da instituição, na
padronização de estilo e redação de textos institucionais para divulgação interna e
externa.

O propósito principal deste manual é servir como um guia para dúvidas comuns que
servidores, funcionários e colaboradores enfrentam em seu dia a dia ao redigir textos
institucionais de caráter meramente informativo, excluindo, portanto, textos de caráter
oficial como memorandos, comunicados, etc.

Não se pretende aqui a elaboração de um manual extensivo sobre o uso correto da


língua portuguesa, mas sim, um manual prático, de fácil consulta, para dirimir dúvidas
recorrentes de quem produz textos no contexto de uma instituição de educação
superior. Algumas das regras ortográficas, gramaticais e de estilo que o leitor
encontrará aqui podem ser objeto de discussão nos meios acadêmicos. No entanto,
para fins práticos, selecionamos as opções que nos pareceram mais adequadas e de
fácil adesão para nosso público-alvo.

Esperamos que, dessa forma, estejamos contribuindo para a qualidade dos serviços
prestados em todo o ambiente acadêmico e administrativo da Universidade Federal
Rural do Rio de Janeiro, em especial, daqueles voltados para a comunicação com o
público externo e interno.

Atenciosamente,

Equipe da Coordenadoria de Comunicação Social


Prefácio

Este Manual de Redação e Estilo reúne as principais dúvidas gramaticais, ortográficas e de


estilo que todos aqueles que trabalham com comunicação em ambiente universitário enfrentam
em seu cotidiano. No entanto, ele não esgota o assunto e, certamente, restarão muitas
questões que não abordaremos aqui, mas que merecem atenção considerando o enfoque do
texto a ser redigido, o público-alvo, o local de veiculação, o tema, o contexto, etc.

Para todas essas situações em que não haja uma resposta clara neste manual, fique à vontade
para entrar em contato com a CCS. Teremos muito prazer em atendê-lo e ajudá-lo a esclarecer
suas dúvidas. Também selecionamos alguns websites e documentos que nos serviram como
referência para a elaboração deste manual (veja abaixo). Grande parte dos exemplos que você
encontra neste manual foi retirado dessas obras.

Livro de referência sobre o Novo Acordo Ortográfico

O Que Muda Com O Novo Acordo Ortográfico


Autor: Evanildo Bechara
Editora: Nova Fronteira

Manual de referência sobre Redação e Estilo

Manual de Redação e Estilo do jornal O Estado de São Paulo


Website: https://www.estadao.com.br/manualredacao/

Gramáticas de referência

Nova Gramática do Português Contemporâneo – de acordo com a Nova Ortografia


Autor: Celso Cunha & Lindley Cintra
Editora: Lexikon

Moderna Gramática Portuguesa – atualizada pelo Novo Acordo Ortográfico


Autor: Evanildo Bechara
Editora: Nova Fronteira

Dicionários e Vocabulários

VOLP– Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, elaborado pela Academia Brasileira de


Letras (ABL)
http://www.academia.org.br/nossa -lingua/busca -no-vocabulario
A

ABREVIATURAS

1 — Nas abreviaturas, existe espaço entre o número e a abreviatura que exprime valor ou
grandeza: Comprou 3 kg de carne. / O carro rodou 243 km. / Chegou às 8 h.

2 — Os títulos dr. e dra. (só para médicos) ou sr. e sra. devem ser escritos de preferência na
forma abreviada e com inicial minúscula. Não utilizamos dr. e dra. quando nos referimos a
docentes com título de doutorado.

3 — Não abrevie outros títulos como: prof. Antônio (use professor Antônio), eng. José
(engenheiro José), gen. Mendes (general Mendes).

4 — Nenhuma das abreviaturas do sistema métrico decimal tem ponto ou plural: 6 km (e nunca
6 kms.), 5 h (e nunca 5 hs.), 6 kg, 18h16min14s (só neste caso, utilizamos sem espaço entre
os números e a abreviatura).

5 — Têm plural com “s” as abreviaturas constituídas pela redução de palavras e as que
representam títulos ou formas de tratamento: sécs. XV e XVI, págs. 54, 55 e 56 e segs., srs.,
sras., drs., dras.

6 — Também recebem “s” as abreviaturas que se identificam com siglas: dois PMs, cinco TVs,
8 HPs, etc.

7 — As indicações “a.C.” e “d.C.” (antes e depois de Cristo) devem ser empregadas


abreviadamente e com o “a” e o “d” em minúsculas.

8 — Os símbolos químicos podem ser representados por uma ou duas letras. Quando por uma,
ela é sempre maiúscula; quando por duas, a primeira é maiúscula, a segunda, minúscula e não
há ponto: P (fósforo), Ag (prata), Ca (cálcio), etc.

9 — Use “S.A.” como abreviatura de Sociedade Anônima, por ser a forma oficial, e não “S/A”.

10 — O acento existente na palavra original mantém-se na abreviatura: pág., págs.(páginas),


séc., sécs.(séculos).

ACENTUAÇÃO

Palavras oxítonas (aquelas cuja sílaba tônica é a última)

1 — As palavras oxítonas terminadas nas vogais tônicas abertas ou fechadas grafadas “a”, “e”
ou “o”, seguidas ou não de “s” são acentuadas: ás; está; pontapé; avó, cortês, quê e porquê
(ambos substantivos masculinos); por quê (final de interrogação); pôs (flexão de pôr).

2 — São acentuadas as vogais tônicas abertas ou fechadas grafadas “a”, “e” ou “o” das formas
verbais oxítonas que perdem as consoantes finais “r”, “s” ou “z” quando conjugadas com
pronomes “lo(s)”, “la(s)”, como em: adorá-lo(s); habitá-la(s); detê-lo(s); vê-la(s); pô-la(s).

3 — São acentuadas as palavras oxítonas com mais de uma sílaba terminadas no ditongo
nasal grafado “em” (as formas da 3ª pessoa do plural do presente do indicativo dos compostos
de “ter” e “vir” recebem acento circunflexo: eles retêm; elas advêm; eles provêm) ou “ens”:
acém; ele detém; ela entretém; também.

4 — São acentuadas as palavras oxítonas com os ditongos abertos grafados “éis”, “éu(s)” ou
“ói(s)”: anéis; papéis; herói(s); céu(s).

5 — Não se usa acento gráfico para distinguir as palavras oxítonas homógrafas (que possuem
a mesma grafia), mas heterofônicas (pronunciadas de formas diferentes), do tipo: cor
(pronunciando-se “côr”) e cor (pronunciando-se “cór”); colher (pronunciando-se “colhêr”) e
colher (pronunciando-se “colhér”). EXCEÇÃO: a forma verbal “pôr” continua a ser grafada com
acento circunflexo para se distinguir da preposição átona “por”.

Palavras paroxítonas (aquelas cuja sílaba tônica é a penúltima)

1 — São acentuadas as palavras paroxítonas que apresentam, na sílaba tônica, as vogais


abertas ou fechadas grafadas “a”, “e”, “o”, “i” ou “u” e que terminam em “l”, “n”, “r”, “x” e “ps”:
amável (amáveis); dócil (dóceis); fóssil (fósseis); cadáver (cadáveres); têxtil (têxteis).

2 — Não levam acento agudo os prefixos paroxítonos terminados em “r”: super-homem.

3 — São acentuadas as palavras paroxítonas que apresentam, na sílaba tônica, as vogais


abertas ou fechadas “a”, “e”, “o”, “i” ou “u” e que terminam em “ã(s)”; “ão(s)”; “ei(s)”; “i(s)”;
“on(s)”; “um”; “uns” ou “us”: órfã; sótão; amáveis; hóquei; elétron.

4 — Não levam acento agudo os prefixos paroxítonos terminados em “i”: anti-herói; semi-
internato, etc.

5 — São acentuadas as formas verbais “têm” e “vêm”, 3ª pessoa do plural do presente do


indicativo de “ter” e “vir”, para se distinguirem de “tem” e “vem”, 3ª pessoa do singular. O
mesmo para formas afins de mais de uma sílaba: ele mantém (eles mantêm); ele contém (eles
contêm); ele intervém (eles intervêm).

6 — A forma verbal “pôde” (3ª pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo) é


acentuada para se distinguir de “pode” (3ª pessoa do singular do presente do indicativo).

7 — Com o Novo Acordo Ortográfico, perdem o acento gráfico os ditongos representados por
“ei” e “oi” da sílaba tônica das palavras paroxítonas: assembleia; ideia; proteico; boia; heroico;
jiboia; paranoico. Receberá acento gráfico a palavra que, mesmo incluída neste caso, se
enquadrar em outra regra de acentuação, como ocorre com: blêizer; contêiner; destróier;
gêiser; Méier... por serem paroxítonas terminadas em “r”.

8 — Com o Novo Acordo Ortográfico, perdem o acento gráfico as formas verbais paroxítonas
que contêm um “e” tônico oral fechado em hiato com a terminação “em” da 3ª pessoa do plural
do presente do indicativo ou do subjuntivo: creem (indic.); deem (subj.); leem (indic.); preveem
(indic.); veem (indic.).

9 — Com o Novo Acordo Ortográfico, perde o acento gráfico a vogal tônica fechada do hiato
“oo” em palavras paroxítonas seguidas ou não de “s”, como: enjoo(s); voo(s).

10 — Com o Novo Acordo Ortográfico, perdem o acento gráfico as palavras paroxítonas que,
tendo respectivamente vogal tônica aberta ou fechada, são homógrafas, ou seja, têm a mesma
grafia, de artigos, contrações, preposições e conjunções átonas. Assim, deixam de se distinguir
pelo acento gráfico: para (á) [flexão de parar] e para [preposição]; pelo (é) [flexão de pelar] e
pelo(s) (ê) [substantivo]; pera (ê) [substantivo] e pera (é) [preposição antiga]; polo(s) (ó)
[substantivo] e polo(s) [combinação antiga e popular de por e lo(s)], etc.

11 — Seguindo a regra acima, também perde o acento a forma “para” (do verbo parar) quando
entra num composto separado por hífen: para-lamas; para-choque; para-brisa.

12 — Com o Novo Acordo Ortográfico, não se usa mais o acento gráfico para distinguir
palavras homógrafas (aquelas que possuem a mesma grafia, mas significados diferentes).
Com EXCEÇÃO do verbo “pôr”, que continua sendo acentuado para se distinguir da
preposição “por” e “pôde” (pretérito perfeito do indicativo) continuará acentuado para se
distinguir de “pode” (presente do indicativo).

13 — Acento opcional: pode ser ou não acentuada a palavra “fôrma” (substantivo), distinta de
“forma” (substantivo; 3ª pessoa do singular do presente do indicativo ou 2ª pessoa do singular
do imperativo do verbo formar).

Acentuação das vogais tônicas grafadas “i” e “u” das palavras oxítonas e paroxítonas

1 — Levam acento agudo as vogais tônicas “i” e “u” das palavras oxítonas e paroxítonas
quando antecedidas de vogal com a qual não formam ditongo, e desde que não constituam
sílaba com a eventual consoante seguinte, exceto no caso de esta consoante seguinte ser “s”:
aí; baú; atraíam; atraísse; cafeína; ciúme; graúdo, etc.

2 — Leva acento agudo a vogal tônica “i” das formas verbais oxítonas terminadas em “air” e
“uir”, quando seguidas de “lo(s)” e “la(s)”, caso em que perdem o “r” final, como em: atraí-lo;
possuí-la.

3 — Não levam acento agudo as vogais tônicas “i” e “u” das palavras oxítonas e paroxítonas
quando, antecedidas de vogal com que não formam ditongo, ou precedem “nh”, ou constituem
sílaba com a consoante seguinte, como é o caso de “l”, “m”, “n”, “r” e “z”: bainha; moinho;
rainha; Coimbra; ruim; ainda; juiz.

4 — Com o Novo Acordo Ortográfico, não são mais acentuadas as vogais tônicas “i” e “u” das
palavras paroxítonas, quando estas vogais estiverem precedidas de ditongo decrescente:
bocaiuva; feiura; feiinho (de “feio”); maoismo; taoismo.

5 — Porém, serão acentuadas as vogais tônicas “i” e “u” das palavras oxítonas quando, mesmo
precedidas de ditongo decrescente, estão em posição final, sozinhas na sílaba, ou seguidas de
“s”: Piauí; tuiuú.

6 — Não levam acento agudo os ditongos tônicos grafados “iu” e “ui” quando precedidos de
vogal: distraiu; instruiu.

Palavras proparoxítonas (aquelas cuja sílaba tônica é a antepenúltima)

1 — Todas as palavras proparoxítonas são acentuadas: míope; plástico.

ACERCA DE, CERCA DE, HÁ CERCA DE

Acerca de. Equivale a “sobre”, “a respeito de”: Falou acerca da nomeação. / Explique-me tudo
acerca do PIS. A cerca de ou cerca de. Corresponde a “perto de”, “aproximadamente”: Os
jogadores ficaram a cerca de 20 metros uns dos outros. / Cerca de 100 pessoas estavam ali.
Há cerca de. Usa-se no lugar de “faz aproximadamente”, “desde mais ou menos”: Há cerca de
dois anos o governo baixou essas medidas. / Partiu há cerca de 15 minutos.

ACIDENTE, INCIDENTE

Acidente é um acontecimento imprevisto ou infeliz, desastre: Houve um acidente de trânsito


aqui. Incidente designa circunstância casual, episódio, peripécia, atrito: O incidente causou o
rompimento da amizade.

ADJETIVO POR ADVÉRBIO

O adjetivo pode exercer a função de advérbio, quando então fica invariável (em geral, pode ser
substituído pela forma em “mente” ou pela expressão “de modo”): Falem baixo (de modo
baixo). / Respondam alto (de modo alto). / Eram pessoas demasiado (demasiadamente)
desconfiadas. / Ela falava áspero. / Precisamos pensar claro.

ADVÉRBIOS TERMINADOS EM “MENTE”

1 — Os advérbios terminados em “mente” formam-se pelo acréscimo do sufixo à flexão


feminina do adjetivo: espertamente, francamente, lindamente.

2 — Se o adjetivo terminar em “ês”, apenas se adiciona a terminação “mente”: burguesmente.


O acento original do adjetivo desaparece: logicamente (e não lógicamente), burguesmente (e
não burguêsmente), somente, etc.

3 — Quando houver mais de um advérbio na frase, use o sufixo apenas no último, deixando os
demais adjetivos na forma feminina: Ali estava ela, sóbria e elegantemente trajada. / Dura, mas
lealmente disputadas, eram eleições decisivas para o destino do país.

4 — Por uma questão de ênfase, a terminação “mente” pode ser repetida: Agia sempre
ponderadamente e calmamente.

AFIM, AFIM DE, A FIM DE

Afim, numa única palavra, corresponde a semelhante ou parente por afinidade: almas afins,
vocábulos afins. A fim de equivale a “para”: Chegou cedo a fim de terminar o serviço. Estar a
fim de, no sentido de “estar com vontade de”, só deve figurar em textos coloquiais ou
declarações: Está a fim de sair hoje. Não use afim de.

ALGUM (ALGUNS) DE (DENTRE)

1 — No singular, o verbo concorda com “algum”: Algum de nós estará presente. / Algum deles
concordará conosco.

2 — No plural, o verbo concorda com a palavra, expressão ou pronome que vier depois de
“alguns de” ou “alguns dentre”: Alguns de nós estaremos presentes. / Alguns deles
concordarão conosco.
3 — Modernamente, a tendência — já aceita pelos gramáticos — é levar o verbo para a
terceira pessoa: Alguns de nós estarão presentes. / Alguns de nós continuam vivos.

4 — Seguem a mesma regra: diversos de, muitos de, nenhum de, poucos de, qual(is) de,
qualquer (quaisquer) de, quantos de, um (uns) de e vários de.

ALTERNATIVA

Não use a forma “outra alternativa”, uma vez que a alternativa é sempre outra: Não havia
alternativa. / Eles não tinham alternativa. Evite, igualmente, “única alternativa”: se não há outra
possibilidade, não se pode falar em alternativa. Substitua a palavra, neste caso, por saída,
opção, recurso, procedimento, possibilidade, etc.

AMOSTRAGEM

Use a palavra somente para designar o processo de seleção de uma amostra com fins
estatísticos: A amostragem utilizada na pesquisa. Nos demais casos, o que se deve empregar
é amostra, simplesmente.

ANEXADO, ANEXO

1 — Para expressar uma ação, use anexado tanto com “ter” e “haver” como com “ser” e “estar”:
Tinha (havia) anexado, foi (estava) anexado aos autos. Prefira anexo como adjetivo: casa
anexa, documentos anexos.

2 — Anexo não tem função de advérbio. Dessa maneira, são incorretas as formas: “Anexo”
envio a carta. / “Em anexo” envio a carta. / “Anexo” a esta envio a carta.

3 — Como adjetivo, a forma anexo deve figurar em frases como: Envio a carta anexa. / Prédios
anexos ao central. / Anexas lhes encaminho as citações. / A certidão está anexa aos autos.

AONDE, ONDE

1 — Aonde usa-se com verbos de movimento: Aonde ele foi?/ Aonde essas medidas do
governo vão levar?/ Aonde nos conduzirão esses desmandos?

2 — Onde indica permanência: Onde ele está?/ Encontrou os livros onde lhe indiquei. / Onde
passaremos o dia?

3 — Em termos práticos, aonde pode ser substituído por “a que lugar”, “para que lugar”,
enquanto onde equivale a “em que lugar”.

APOSTO

1 — É a palavra ou expressão que explica ou resume outro termo da oração: A CBS, rede de
televisão dos EUA, denunciou o tráfico de influência no governo. / Veneza, a cidade dos
canais, atrai visitantes do mundo todo. Quando vem depois do fundamental (a palavra
modificada), o aposto fica entre vírgulas, como nos exemplos acima.

2 — Procure distinguir os casos em que o aposto vai entre vírgulas ou não.


a) Usa-se entre vírgulas o nome do detentor de um cargo ou a qualificação de uma
pessoa quando só uma pessoa pode ocupar o cargo ou ter determinada qualificação: O
jogador foi recebido no Rio pela mulher, Angélica. (Se a frase fosse feita sem vírgula,
isso indicaria que o jogador tem mais de uma mulher.)/ Veja outros exemplos: O reitor
da UFRRJ, Fulano da Silva, garantiu... (só há um reitor da UFRRJ). / O governador do
Rio de Janeiro, Cicrano Neto, requereu ontem... (só há um governador do Rio).
b) Não existe vírgula quando mais de uma pessoa pode ocupar o cargo ou ter
determinada qualificação: O professor de Física da UFRRJ João de Almeida enviou
ontem... (há mais de um professor de Física na UFRRJ). / O ex-reitor da UFRRJ
Beltrano Filho declarou... (há mais de um ex-reitor da UFRRJ).

ATRAVÉS DE

1 — A locução, no seu sentido correto, equivale a “por dentro de”, “de um lado a outro”, “ao
longo de”: Viajou através de todo o país. / Olhava através da janela. / Foi sempre o mesmo
homem honesto através de anos e anos.

2 — Por isso não use “através de” como “por meio de”, “por intermédio de” ou “por”, preferindo
uma dessas formas: Soube da notícia pelo (e não “através do”) rádio. / O assunto foi resolvido
por meio de memorando.

BAHIA

Com h quando designa o nome do Estado. O “h” cai, porém, nos termos derivados: baiano,
baianidade, coco-da-baía, laranja-da-baía, etc.

BARATO

1 — Barato já encerra ideia de preço. Dessa forma, “preço barato” é redundância. Escreva:
livro barato, produtos baratos. Para preço, use “baixo”, “mínimo”, “reduzido”, “insignificante”,
etc.

2 — Como adjetivo, a palavra varia: Comprou roupas baratas. / Pôs anúncio procurando uma
casa barata. / Só frequenta lugares baratos.

3 — Como advérbio, permanece invariável: Comprei barato estas frutas. / Até que saíram
barato tamanhos desaforos. / As frutas custam 10% mais barato (e não mais baratas) a partir
de amanhã.

BASTANTE

1 — É invariável (advérbio) no sentido de “muito”, “suficientemente”: Estavam bastante


preocupados. / Todos ficaram bastante satisfeitos.
2 — É variável (adjetivo) quando equivale a “suficiente”, “que basta”: Havia provas bastantes
do crime. / Somos bastantes (suficientes) para fazer o trabalho.

3 — Não use a palavra como sinônimo de “muitos”, “em grande quantidade”, em frases deste
gênero: Havia “bastantes” (muitas) pessoas na praça. / “Bastantes” (muitas) escolas
aumentaram as mensalidades.

BOA PARTE

Concordância no singular: Boa parte das sugestões será aproveitada. / Boa parte das pessoas
já passou.

CADA

1 — Acompanha um substantivo, outro pronome ou numeral e, no uso correto, indica


diversidade de ação: Usa cada dia (um dia um, outro dia outro) um terno diferente. / Cada
professor tem seu estilo. / Cada macaco no seu galho.

2 — Se a ação for a mesma, deve-se usar todo: Faz a barba todo dia (em vez de cada dia)./
Estuda inglês todo dia (e não cada dia).

3 — Não pode ser usado antes de plural (cada férias, cada óculos, cada núpcias), mas apenas
antes de numeral: cada 3 dúzias, cada seis pessoas, cada 30 dias. Concordância, neste caso:
Cada 3 dúzias custam... / Cada seis pessoas vão... / Cada 30 dias representam...

4 — Pode combinar-se com “qual” e “um”, quando falta o substantivo: Cada qual sabe o que
fazer. / Venha cada qual com seu par. / Cada um herdará duas casas.

5 — “Cada um” é também a forma correta nas referências a valores expressos anteriormente:
As blusas custam 40 reais cada uma (e não 40 reais cada)./ Vendia livros a 30 reais cada um
(e não a 30 reais cada).

6 — Não se usa “cada um”, porém, antes de substantivos que indicam valor ou medida: Cada
hora (e não cada uma hora), cada real (e não cada um real), cada quilômetro, cada quilo, cada
ano, etc. A razão: “cada” já encerra a ideia de unidade.

7 — “Cada um”: verbo na terceira pessoa do singular: Cada um deles tem seu quarto. / Cada
um de nós trabalha em empresas diferentes. A concordância é a mesma se cada um resume
uma enumeração: Pai, mãe, filho, cada um tinha seu quarto.

CÂMPUS

Aportuguesado: o câmpus, os câmpus.


CARGOS (COMO USAR)

1 — A instituição ou o departamento que alguém representa tem iniciais maiúsculas. Assim: a


Presidência da República, o Ministério da Educação, a Secretaria de Educação, a Pró-Reitoria
de Assuntos Estudantis, a Reitoria, o Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde, o Instituto
Multidisciplinar, o Hospital Veterinário.

2 — O ocupante do cargo, no entanto, é indicado com inicial minúscula: a presidente da


República, o ministro da Educação, o secretário da Educação, o pró-reitor de Assuntos
Estudantis, o reitor, o diretor do Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde, o professor do
Instituto Multidisciplinar.

3 — Adotamos governo e governo federal com inicial minúscula. Assim: O combate à


sonegação proposto pelo governo federal será uma tarefa difícil de ser cumprida. / É mais um
tributo imposto pelo governo.

4 — Use hífen na designação dos cargos que fazem parte da hierarquia normal das
instituições. Assim: pró-reitor, secretário-geral, diretor-responsável, diretor-financeiro,
secretário-executivo, sócio-gerente, diretor-administrativo, editor-chefe, gerente-administrativo,
diretor-adjunto. Porém, escreve-se “pró-reitor adjunto”, sem hífen entre a segunda e a última
palavras.

5 — Só não haverá hífen quando essas palavras forem ligadas pela preposição de: diretor de
redação, gerente de vendas, diretor de finanças, diretor do ITR, diretor do câmpus, etc.

3 — É importante não confundir o caso dos cargos de hierarquia interna com a simples
denominação da atividade de uma pessoa. Dessa forma, não existe hífen em: jornalista
econômico, diretor teatral, cientista político, cronista esportivo, assessor legislativo, etc.

CARO

1 — “Caro” significa de preço elevado. Dessa forma, “preço caro” constitui redundância.
Escreva: O pão está caro. / Artigos caros. O preço pode ser alto, elevado, exagerado, etc.

2 — Quando adjetivo, varia: Comprou roupas caras. / Só frequenta lugares caros. / Estas frutas
são caras.

3 — Como advérbio (equivale a de modo caro), permanece invariável: Comprei caro estas
frutas. / Vendeu caro as duas casas. / Pagou caro aqueles desaforos.

CHEGAR A / CHEGAR EM

1 — Verbos de movimento exigem “a” e não “em”: Delegação russa chega hoje a (e não “em”)
São Paulo. Igualmente: A chegada do jogador ao (e não “no”) Brasil está marcada para
amanhã.

2 — “Chegar em”, só na designação de tempo: Chegará em meia hora. / Chegamos em cima


da hora. ou com a palavra “casa” (Chegou tarde em casa).
COLOCAÇÃO PRONOMINAL

A norma da língua é a colocação do pronome átono (“me”, “te”, “se”, “lhe”, “o”, “a”, “nos”, “vos”,
“lhes”, “os”, “as”) depois do verbo: As reuniões do Congresso iniciaram-se ontem. / Os meninos
feriram-se no acidente. Determinadas palavras ou tipos de frase, porém, exigem que o
pronome fique antes do verbo: As reuniões do Congresso, que se iniciaram ontem, nada
prometem de novo este ano. / Os meninos não se feriram no acidente.

Pronome antes do verbo (próclise)

1 — Verbo precedido de palavras de sentido negativo (“não”, “nunca”, “jamais”, “nada”,


“nenhum”, “nem”, “ninguém”): O homem não se alterou. / Nada me revolta. / Jamais lhe
explicaram a razão.

2 — Verbo precedido de advérbio (“aqui”, “ali”, “cá”, “lá”, “muito”, “bem”, “mal”, “sempre”,
“somente”, “depois”, “após”, “já”, “ainda”, “antes”, “agora”, “talvez”, “acaso”, “porventura”): Aqui
se faz, aqui se paga. / Já nos convidaram. / Muito lhe agradeço o favor. / Sempre lhe dizia que
viesse. / Depois eu os procuro.

3 — Verbo precedido de “que”, em qualquer sentido (menos quando substantivo): É o que lhe
pedi. / O livro que você nos emprestou é ótimo. Quando substantivo: O quê da questão foi-lhe
mostrado. / O quê (letra) escreve-se com acento.

4 — Verbo precedido de conjunção subordinativa (“porque”, “embora”, “conforme”, “se”, “como”,


“quando”, “conquanto”, “caso”, “quanto”, “segundo”, “consoante”, “enquanto”, “quanto mais...
mais”): Não foi trabalhar porque se havia machucado. / Como nos prometeram, chegaram
cedo. / Se os homens se compenetrarem...

5 — Verbo precedido de pronome relativo (“o qual”, “quem”, “cujo”, “onde”): As mulheres às
quais nos referimos... / É o homem a quem se atribuiu a missão. / Em São Paulo, onde se
radicou... / O pedido cujo atendimento se recomenda...

6 — Verbo precedido de pronome indefinido (“algum”, “alguém”, “diversos”, “muito”, “pouco”,


“vários”, “tudo”, “outrem”, “algo”): Algum se salvará. / Alguém o traria de qualquer forma. / Muito
(ou pouco) se espera dele. / Nada se perde, tudo se transforma. / Algo me diz que ele virá hoje.

7 — Verbo precedido de pronome demonstrativo (“isto”, “isso”, “aquilo”): Isto me agrada. / Isso
te satisfaz?/ Aquilo lhe diz respeito.

8 — Em frases que exprimem desejo ou exclamação: Deus lhe pague! / Bons ventos o levem.

9 — Verbo no gerúndio precedido da preposição “em” ou de advérbio: Em se tratando de


esporte, prefere o futebol.

10 — Verbo precedido das conjunções coordenativas “não só... mas também”, “quer... quer”,
“já... já”, “ou... ou”, “ora... ora”: Não só me trouxe a encomenda, mas também me ofereceu um
presente. / Quer se retire, quer se acomode... / Ou se afasta ou se enquadra nas normas. / Ora
se irrita, ora se mostra alegre. OBSERVAÇÃO. As conjunções coordenativas “e”, “mas”,
“porém”, “todavia”, “contudo” e “portanto” não atraem o verbo.

11 — Com as formas verbais proparoxítonas: Nós lhe perdoaríamos a desfeita. / Nós o


teríamos feito. / Nós nos derramávamos em elogios.

12 — Nas orações iniciadas por pronome interrogativo: Quem te falou a respeito do caso?/
Como o puderam fazer?
Pronome depois do verbo (ênclise)

1 — Por ser a norma da língua, embora o português do Brasil tenha a tendência oposta: Os
carros chocaram-se de frente. / As crianças punham-se a chorar quando sentiam fome. Regra
prática: o pronome vem depois do verbo quando não há nenhuma palavra que o atraia.

2 — Quando o verbo inicia a frase: Deram-lhe o recado, afinal?/ Fala-se muito nesse problema
agora. / Vendem-se apartamentos. Não se inicia período com pronome oblíquo. Admite-se
essa forma apenas na linguagem coloquial ou nas declarações colocadas entre aspas: “Me dê
a mão”, dizia a moça. / “Me faça um favor”.

3 — Com o gerúndio (não precedido de em ou advérbio): Apagou a luz, deixando-nos no


escuro. / Não queira enganá-lo fazendo-se de coitado.

4 — No imperativo afirmativo: Vamos, amigos, cheguem-se aos bons. / Meu filho, prepara-te,
apressa-te.

Pronome intercalado (mesóclise)

1 — Para iniciar frase: Poder-se-á fazer a festa amanhã. / Dir-lhe-ia todos os desaforos que
pudesse. / Trá-lo-á a reboque.

2 — Quando não existe nada que atraia o verbo no futuro do presente ou no futuro do pretérito
(antigo condicional): O torneio iniciar-se-á no domingo. / A vida devolvê-lo-ia à realidade.

Observação. Por estarem hoje mais ligadas à linguagem erudita, convém, no entanto, sempre
que possível, evitar essas formas. Veja opções: A festa poderá ser realizada (ou feita) amanhã.
/ Pretendia, queria, ia dizer-lhe todos os desaforos que pudesse

Casos opcionais

1 — Com os pronomes pessoais: Ela disse-me assim, ela me disse assim. / Eu o procuro
amanhã, eu procuro-o amanhã. / Nós recompusemo-nos, nós nos recompusemos. A eufonia,
porém, recomenda o pronome antes do verbo, neste caso.

2 — Com o infinitivo que não faça parte de locução verbal: Sem os forçar a nada, sem forçá-los
a nada. / Até se chegar à solução, até chegar-se à solução. / Depois de se pôr à disposição,
depois de pôr-se à disposição. / Por lhes trazer a fita, por trazer-lhes a fita. EXCEÇÕES. Não
combine “por” com os pronomes “o”, “a”, “os”, “as” (use “por fazê-los”, apenas, em vez de “por
os fazer”) nem “a” com os pronomes “o”, “a”, “os” e “as” (use “preferia morrer a deixá-la”, “a
deixá-los”, etc., em vez de “a a deixar”, “a os deixar”).

Locuções verbais

1 — Verbo auxiliar mais infinitivo

a) Se não houver atração, o pronome fica depois do auxiliar ou do infinitivo: Quero-lhe


dizer a verdade, quero dizer-lhe a verdade.
b) Se houver atração, o pronome fica antes do auxiliar ou depois do infinitivo: Não lhe
quero dizer a verdade, não quero dizer-lhe a verdade.
2 — Verbo auxiliar mais preposição e infinitivo

a) Se não houver atração, o pronome fica depois da preposição ou do infinitivo: Deixou de


a procurar, deixou de procurá-la.
b) Se houver atração, o pronome fica antes do auxiliar ou depois do infinitivo: Não a
deixou de procurar, não deixou de procurá-la.

OBSERVAÇÃO Tanto no caso 1 como no 2, a colocação do pronome depois do infinitivo é a


preferível (dizer-lhe, procurá-la).

3 — Verbo auxiliar mais gerúndio

a) Não havendo atração, o pronome fica depois do auxiliar ou do gerúndio: Vinha-lhe


dizendo a verdade, vinha dizendo-lhe a verdade. / A festa estava-se realizando, a festa
estava realizando-se. / Ia-se desfazendo, ia desfazendo-se. Preferíveis: Vinha-lhe dizendo,
estava-se realizando, ia-se desfazendo.

b) Havendo atração, o pronome fica apenas antes do auxiliar: Não lhe vinha dizendo a
verdade. / Sabia que a festa se estava realizando ali. / Tudo se ia desfazendo.

4 — Verbo auxiliar mais particípio

a) Não havendo atração, o pronome fica depois ou antes do auxiliar: Os chefes haviam-no
recomendado, os chefes o haviam recomendado. / O amigo tinha-lhe feito um favor, o
amigo lhe tinha feito um favor. No início de frase, ocorre apenas a mesóclise: Ter-lhe-ia
dito algo desagradável?/ Dir-se-ia que não pretendia voltar.

b) Havendo atração, o pronome fica apenas antes do auxiliar: Quis saber por que o
haviam recomendado. / O amigo também lhe tinha feito um favor. / Quem lhe teria dito
algo desagradável? Para lembrar: Em nenhuma hipótese o pronome pode estar depois do
particípio, sendo, pois, absurdas formas como “dito-lhe”, “recomendado-o”, “feito-nos”,
“pedido-lhes”, etc.

COMPRIMENTO, CUMPRIMENTO

Comprimento significa extensão, distância: o comprimento da mesa, 6 quilômetros de


comprimento. Cumprimento equivale a saudação ou ato de cumprir: um cumprimento com a
cabeça, o cumprimento das leis.

COMUNICAR

1 — Comunica-se “alguma coisa a alguém”, mas não se comunica “alguém sobre (ou de)
alguma coisa”: O ministro comunicou as decisões aos assessores. / O ministro comunicou-lhes
as decisões. / O ministro comunicou as decisões a eles. Nunca, porém: O ministro “comunicou
os assessores sobre as ou das decisões”.

2 — Da mesma forma, ninguém pode “ser comunicado (mas informado, avisado ou


cientificado) de alguma coisa”: Foi informado (e não “comunicado”) sobre a decisão. / Foi
avisado (e não “comunicado”) de que não deveria voltar aqui. / Foram cientificados (e não
“comunicados”) sobre as novas normas da empresa. ATENÇÃO! Escrever que alguém “foi
comunicado de” alguma coisa é considerado pelos gramáticos um dos erros graves do idioma.
CONCORDÂNCIA

Adjetivo com substantivo

Para efeito de concordância, as normas válidas para o adjetivo aplicam-se também ao


pronome, artigo, numeral e particípio. O substantivo a que eles se referem pode, às vezes, dar
lugar a um pronome.

1 — Fundamentos

a) O adjetivo concorda com o substantivo em gênero (masculino e feminino) e número


(singular e plural): Prédio alto. / Casa branca. / Homens bons.
b) O adjetivo irá para o plural masculino quando pelo menos um dos substantivos for
masculino: Homens e mulher bons. / Médico e enfermeiras dedicados. / Aí
compreendidos estes e aquelas.
c) Mantém-se a concordância mesmo que haja preposição entre o adjetivo e o
substantivo: Desgraçados dos homens. / Coitadas das mulheres.

2 — Adjetivo com dois ou mais substantivos

Esteja o adjetivo antes ou depois dos substantivos, você acertará sempre se fizer a
concordância no plural: Terno e gravata escuros. / Ótimos texto e conhecimentos. / Atentos o
governo e as Forças Armadas. / Reajustados o salário mínimo e os aluguéis.

Observações:

a) O adjetivo colocado antes de dois ou mais substantivos pode concordar com o


substantivo mais próximo: Branca túnica e sandália. / Ótimo texto e conhecimentos. /
Seu pai e filhos. / Suas filhas e mulher.
b) O adjetivo, no entanto, vai obrigatoriamente para o plural se os substantivos forem
predicativos do objeto, nomes próprios, títulos ou formas de tratamento: Julgava
perdidas a fé e a esperança (predicativo do objeto)./ Trazia espertos o desejo e as
virtudes (pred. do obj.). / A Justiça declarou culpados o pai e a filha. / Os apóstolos
Pedro e Paulo.
c) Se o adjetivo vem depois de dois ou mais substantivos, pode também concordar com o
mais próximo: Um terno e uma gravata escura. / Ternos e gravata escura. / Terno e
gravatas escuras. / Elogiamos o seu esforço, empenho e dedicação extrema.
d) Quando os substantivos são sinônimos ou formam gradação (como no último exemplo
acima), há gramáticos que defendem a concordância — que, no entanto, não é
obrigatória — com o mais próximo.

3 — Verbo de ligação

Com verbo de ligação (“ser”, “estar”, “parecer”, “ficar”, etc.), o adjetivo vai para o plural, em
qualquer caso, e segue as normas gerais de concordância: O depoimento e o laudo pericial
eram conclusivos. / A loja e a residência estavam inundadas. / As casas e o prédio de
apartamentos pareciam velhos. / Eram justos o preço fixado e a comissão. Apenas se o verbo
de ligação estiver antes dos substantivos, admite-se também a concordância com o mais
próximo: Era justo o preço fixado e a comissão. / Estava liberada a testemunha e o réu.

4 — Um substantivo e dois ou mais adjetivos

a) Substantivo antes
Há três possibilidades: Os governos brasileiro e francês; o governo brasileiro e o francês; o
governo brasileiro e francês. / Os poderes temporal e espiritual; o poder temporal e o espiritual;
o poder temporal e espiritual.

b) Substantivo depois

Admitem-se quatro formas: A primeira e a segunda série; a primeira e segunda série; a primeira
e a segunda séries; a primeira e segunda séries. / O quarto e o sétimo andar; o quarto e sétimo
andar; o quarto e o sétimo andares; o quarto e sétimo andares.

As melhores: A primeira e a segunda série, a primeira e segunda séries. / O quarto e o sétimo


andar, o quarto e sétimo andares.

5 — Adjetivos compostos

Só o último elemento é flexionado: servidores técnico-administrativos, servidoras técnico-


administrativas, estudos histórico-filosóficos, tecidos azul-claros, partidos democrata-cristãos,
notícias extraoficiais. EXCEÇÃO. Flexionam-se os dois termos de surdo-mudo, seja a palavra
adjetivo composto ou substantivo: Homens surdos-mudos, moça surda-muda, mulheres
surdas-mudas, os surdos-mudos, a surda-muda, as surdas-mudas.

Verbo

1 — Regra básica

O verbo concorda com o sujeito em número e pessoa: O prédio ruiu. / Ele chegou ontem. / Nós
pedimos para sair. / Alugam-se apartamentos.

2 — Sujeito composto

Adote como norma: o sujeito composto leva o verbo para o plural, esteja o verbo antes ou
depois do sujeito. Exemplos: Partiram lotados o trem e o ônibus. / O homem e o filho feriram-se
no acidente. / Reportagem, crítica e comentário têm lugar num jornal ou revista.

OBSERVAÇÃO. O verbo pode ficar no singular nos seguintes casos:

a) Verbo antes do sujeito composto: Passará o céu e a terra. / Saiu João e os demais.
EXCEÇÃO. Se os sujeitos forem todos nomes próprios ou se indicarem reflexibilidade,
reciprocidade, o plural será obrigatório: Vieram Maria, Pedro e João. / Feriram-se o
agressor e a vítima. / De ambos os lados, cresceram o rancor e o ódio.
b) O sujeito composto indica uma gradação, crescente ou decrescente: “Uma palavra, um
gesto, um olhar bastava.”/ “O próprio interesse, a gratidão, o mais restrito dever fica
impotente...”
c) O sujeito é formado por palavras sinônimas ou tomadas como um todo: “A vida e o
tempo nunca para.”/ “Estes receios, este proceder meticuloso pode matar-nos.”
d) Se os dois sujeitos estiverem ligados pela preposição “com” ou por outras palavras e
locuções que indiquem companhia, o verbo ficará no singular se o primeiro elemento
prevalecer sobre o segundo. E, nesse caso, convém colocar o segundo entre vírgulas:
O rei, com a corte e toda a nobreza, participou da missa solene.
e) Proceda da mesma forma nas frases em que o “com” é substituído por locuções de
sentido equivalente ou aproximado: O presidente, ao lado dos ministros, deu início às
solenidades. / O general, acompanhado do ajudante de ordens, passou as tropas em
revista. O plural justifica-se apenas nos casos (mais raros) em que ambos os
elementos têm igual ênfase: A mãe com a filha foram salvas do incêndio.
3 — Pronomes pessoais

A primeira pessoa prevalece sobre a segunda e a terceira, a segunda prevalece sobre a


terceira e o verbo fica no plural: Eu e tu chegamos cedo (eu + tu = nós). / Eu, tu e a tua irmã
fomos aprovados (eu + tu + tua irmã, que equivale a ela, no caso). / Ele e a mãe eram bem-
vindos (ele + ela = eles). / Eu e as bicicletas nos chocamos (eu + elas = nós).

OBSERVAÇÕES

a) Modernamente, admite-se o verbo na terceira pessoa do plural quando “tu” e “vós” se


combinarem com “ele”, “eles” ou equivalentes (por causa da dificuldade no uso do tempo verbal
correspondente a “vós”): Tu e os carros já estavam à vista. / Eles e vós já têm lugares
marcados.

b) Se o verbo estiver antes dos pronomes, a concordância pode ser feita com o mais próximo:
Era ele e sua tia que chegavam.

4 — Sujeito constituído de orações ou infinitivos

O verbo fica no singular: Que ele entre e saia a toda hora não causa espanto. / Andar e nadar
faz bem à saúde. / Comer, dormir e vadiar era só o que queria. EXCEÇÃO. Verbo no plural se
houver contraste entre os sujeitos ou se estiverem substantivados: O comer e o dormir
engordam uma pessoa. / Nascer e morrer fazem parte da vida.

5 — Sujeitos resumidos por um pronome indefinido

O verbo fica no singular quando os sujeitos são resumidos pelos pronomes “tudo”, “nada”,
“nenhum”, “cada um”, “cada qual”, “outro”, “ninguém”, “alguém”, “isso”, “isto”, “aquilo”: Casas,
pontes, estradas, tudo se perdeu com a enchente. / Amigos, colegas, parentes, ninguém o
alertou sobre os riscos da viagem. / Pai, mãe, irmã, alguém deve chamá-lo à realidade.

6 — Coletivo ou palavras que deem essa ideia

a) Sem complemento — Concordância normal com o verbo: O povo saiu. / A gente chegou.
/ Os cardumes subiam o rio.

b) Com complemento — Faça a concordância do verbo com o sujeito, no singular, e não


com o complemento, no plural: A maioria dos empregados chegou atrasada no dia da
enchente. / A maior parte dos trabalhos figurava na exposição. / Grande número de pessoas
aderiu à iniciativa.

OBSERVAÇÃO. Aceita-se a concordância com a ideia de plural expressa pelo complemento


em casos como: A maioria das pessoas foram feridas. / Grande número de passageiros
deixaram de pagar a passagem.

7 — Palavras no plural, mas com ideia de singular

O verbo fica no singular: “Nós” é um pronome. / “Casas” está no plural. / “Frases” é o sujeito da
oração. / “Lágrimas” é coisa que ele não tem.

8 — Nomes próprios no plural

a) Sem artigo — Verbo no singular: Andradas fica em Minas. / Memórias Póstumas de


Brás Cubas consagrou Machado de Assis
b) Com artigo no plural — Verbo no plural, faça ou não o artigo parte do nome: As
Memórias Póstumas de Brás Cubas lhe causaram profunda impressão. / Os Estados
Unidos representam... / Os Andes constituem... EXCEÇÃO. Com o verbo ser e
predicativo no singular, o verbo pode ficar no singular: Os Lusíadas é a obra-prima de
Camões.

9 — Nas indicações de preço, medida, quantidade, porção ou equivalente

Verbo no singular: Três quilômetros é muito. / Dois capítulos é pouco. / Mil reais é demais por
esse artigo. / Cem dólares pode parecer exagerado.

EXCEÇÃO. Com dias e horas, a concordância é a normal: Eram 9 horas. / São 6 horas. / Hoje
é dia 15 de agosto. / Hoje são 15 de agosto.

10 — Sujeito no singular e predicativo no plural

Com o verbo “ser” (e mais raramente “parecer”), ocorre a concordância por atração, isto é, se o
sujeito estiver no singular e o predicativo no plural, o verbo concordará com o predicativo, e
não com o sujeito: O que lhe peço são fatos concretos. / Tudo são flores. / Nada são flores. /
Tudo parecem flores. / Isto são os ossos do ofício.

OBSERVAÇÕES:

a) Se o sujeito for pessoa ou nome de pessoa, a concordância se fará regularmente:


Joana é as delícias da mãe. / O homem é cinzas. / O filho era as venturas do casal.
b) Se o sujeito for nome de coisa, poderá, para muitos gramáticos, ficar no singular: A
comida era só verduras.

11 — Predicativo é substantivo abstrato

O predicativo não concorda com o sujeito quando é substantivo abstrato: As espinhas ou acnes
são um enigma para a medicina (e não são enigmas). / Para muitos, as cadernetas de
poupança eram a melhor garantia para o futuro (e não eram as melhores garantias). / Estas
providências foram a salvação das finanças da empresa.

12 — Pronome pessoal com predicativo

a) Se o pronome pessoal vem depois do verbo, o verbo concorda com ele: O autor do
livro sou eu, mas o editor sois vós. / O responsável pelo erro somos nós (preferível: Os
responsáveis...).

b) Havendo dois pronomes pessoais, a concordância se faz com o primeiro: Eu não sou
você. / Nós não somos você.

13 — Pronome interrogativo com predicativo

Nas orações que comecem com pronome interrogativo, o verbo concorda com o substantivo ou
pronome pessoal: Que são objetos diretos, Pedro?/ Que somos nós?

14 — Concordância com a ideia

Há casos em que a concordância se faz com a coisa subentendida e não com o nome que a
expressa: A Vozes foi premiada com o Jabuti (subentende-se a editora). / A Faria Lima vive
congestionada (avenida).

15 — Formas de tratamento

O verbo concorda com a pessoa que recebe o tratamento: Vossa Excelência está errado
(homem), Vossa Excelência está errada (mulher). / Sua Santidade chegou atrasado (o papa).
16 — “Nós” no lugar de “eu”

Quando o pronome “nós” substitui “eu” (plural de modéstia), o verbo fica no singular: Estamos
grato por tudo (eu estou). / Somos favorável à decisão (eu sou). É forma a evitar, porém.

17 — “Nós” subentendido

Quando a pessoa que fala se inclui num grupo, o verbo concorda com o pronome “nós”: Todos
aprovamos a decisão (eu + eles, nós + eles)./ Éramos seis na casa. / Os paulistas (nós, os
paulistas) somos descendentes dos bandeirantes. / A causa teria mais força do que supomos
os leigos.

18 — Verbos impessoais

Como não existe sujeito, o verbo fica na 3ª pessoa do singular: Choveu muito em São Paulo
este ano. / Ventava demais naquele morro. / Já houve ocasiões mais favoráveis que esta.

19 — Sujeito indeterminado

O verbo vai para a 3ª pessoa do plural: Pediram-me que a procurasse. / Estão guiando muito
mal nas estradas paulistas. Se a indeterminação do verbo for indicada pelo pronome “se”, usa-
se a 3ª pessoa do singular: Cantou-se e tocou-se muito ali. / Ainda se vive mal em muitas
regiões brasileiras.

20 — Sujeito que representa a mesma pessoa ou coisa

O verbo fica no singular: Deus, o Criador, o Onipotente, paira sobre todas as coisas. / O
presidente da República e membro da ABL convidou...

CUJO

1 — O uso correto de “cujo” (“cuja”, “cujos” e “cujas”) exige três condições:

a) haver antecedente (possuidor) e consequente (coisa possuída) diferentes;

b) existir equivalência com “do qual” (“da qual”, “dos quais” e “das quais”);

c) estar clara a ideia de posse. Exemplos: O país cuja população cresce sem parar
enfrenta problemas. / Os meninos cuja mãe estava sendo operada aguardavam no
corredor.

Regra prática

Inverter os termos e ligá-los pela preposição “de”, caso em que fica evidente a noção de posse:
a população do país, a mãe dos meninos.

2 — Se o verbo, palavra ou expressão que se segue a “cujo” exige preposição, ela terá de ser
usada com esse relativo: O repórter a cujo texto nos referimos (e não “cujo texto nos
referimos”)./ Os pensadores de cujos princípios discordamos. / A casa por cujos portões
passamos.

3 — O antecedente e o consequente de “cujo” podem ser uma expressão, desde que de


sentido completo (em outras palavras: como se fossem uma palavra composta): O jornal cuja
editoria de Política... / O hotel cujo chefe de portaria...
4 — É erro repetir o antecedente depois de “cujo” (a moça cujo livro da moça, os heróis cujos
feitos dos heróis, etc.) e também usar artigo após o pronome (a moça cujo “o” livro, os heróis
cujos “os” feitos, o médico cuja “uma” preocupação, etc.).

5 — Se não houver relação de posse, torna-se incorreto o uso de “cujo”, mesmo que o
pronome possa ser substituído por “dos quais”: Os clubes que fazem parte do grupo, “cujos
principais” são o São Paulo, o Palmeiras e o Santos. Como falta a coisa possuída, eis a frase
certa: Os clubes que fazem parte do grupo, dos quais os principais são...

6 — Outros exemplos de frases erradas com “cujo” (note: cujo não corresponde a “o qual”): O 9
de julho de 1932, em cuja data... (use data na qual). / Não sei de cujo livro você falou (falta
antecedente)./ Referiu-se a negócios cujos (que os) clientes da corretora não conseguiram
honrar.

DATAS

Vão sempre em algarismos: Chega dia 9. / O prazo vence em 1º de junho. / Avenida 9 de


Julho, Largo 7 de Setembro, Rua 2 de Outubro.

DE

Use “de”, e não “em”, para definir o material de que alguma coisa é feita: artesanato de (e não
“em”) madeira, cesta de (e não “em”) palha, peças de bronze, etc.

DE A / DE O / DE ELE / DE AQUELE

Não se faz a contração da preposição com o artigo quando este é parte do sujeito, nem da
preposição com o pronome se ele funciona como sujeito ou o determina: Apesar de o (e não
do) presidente ter dito a verdade, ninguém acreditou nele. / Depois de a (e não da) equipe ter
sido escalada, ele pediu para jogar.

“DE ATÉ”, “EM ATÉ”

Use somente “até”: Pagamento até cinco prestações mensais. / Carro financiado até 20 meses.

DE BAIXO, DEBAIXO

Separado em frases como “olhar de baixo a cima”, “roupa de baixo”. Nos demais casos,
“debaixo”: Subiu depressa, mas agora está debaixo. / Estava debaixo da árvore.

DECLARAÇÕES TEXTUAIS
1 — No caso de publicação em jornais institucionais, como o Rural Semanal, nunca deixe de
pôr entre aspas as palavras e expressões contundentes, redundantes ou óbvias que, pela
estrutura da frase, possam ser atribuídas pelo leitor ao jornal, quando na verdade são do
entrevistado: Para o reitor, o orçamento das Ifes é, simplesmente, “irresponsável”.

2 — Embora as declarações entre aspas devam transcrever com fidelidade as palavras do


entrevistado, adapte o texto às normas gramaticais, acerte as concordâncias, elimine as
repetições muito frequentes e contorne os vícios de linguagem. A menos, claro, que haja
alguma razão para manter literalmente o texto.

3 — Pode haver casos em que convenha ressaltar os erros ou as formas estranhas das
declarações textuais. Nesse caso, nunca deixe de acrescentar um sic, entre parênteses, logo
depois do erro ou da afirmação.

4 — Declarações textuais só devem abrir notícia ou reportagem quando forem realmente de


grande importância: “A UFRRJ voltará a honrar seus compromissos.” Com esta declaração, o
reitor pôs fim ontem aos receios dos fornecedores.

5 — Em nossas publicações institucionais, priorize o uso de aspas: Um dos pontos destacados


pela professora foi a possibilidade de estabelecer estudos comparados entre Brasil e Caribe: “A
região tem muito em comum com nosso país”, declarou a docente.

“DEFENDER QUE”

Ninguém “defende que”, mas “defende alguma coisa”: Deputado defende a fusão de bancos.

DEMAIS, DE MAIS

1 — Numa palavra só, tem o sentido de “em excesso”, “muito”, “demasiadamente”: Fala
demais. / Havia gente demais ali. Equivale ainda a “além disso”, “os restantes”: Chegou
cansado; demais, estava doente. / Os demais convidados...

2 — De mais equivale a “a mais” (e opõe-se a “de menos”): Recebeu dinheiro de mais. / Isso
não é nada de mais.

DESDE

1 — Sempre sem crase: Desde as duas horas (e não “desde às”). / Desde o dia anterior (e não
“desde ao”).

2 — Não pode ser usado em expressões como: A Rádio Tal, transmitindo desde Ribeirão Preto
(use transmitindo de Ribeirão Preto)... / O presidente, falando pelo telefone desde Amsterdã
(de Amsterdã)...

3 — O uso normal de “desde” é com “até” (e mais raramente com “a”): Navegou desde o
Atlântico até o Pacífico. / Desde o pai e a mãe aos filhos, genros e noras, todos estavam
presentes.

4 — Com expressões de tempo, pode ser usado isoladamente ou com “até”: Está doente
desde a semana passada. / Trabalhava desde a alvorada até o anoitecer.
5 — A locução “desde que” significa “a partir do momento em que”, “uma vez que”: Ficou
encantado desde que (a partir do momento em que) a conheceu./ Desde que (uma vez que) se
julga superior, deve fazer o serviço sozinho.

DESTAQUES

1 — Use negrito:

a) No nome do jornal institucional e de suas variantes: Rural Semanal, RS

b) Nas perguntas das entrevistas tipo pingue-pongue:

Por que o senhor renunciou ao cargo?

João de Almeida — Achei que não havia mais condições para trabalhar no setor.

Você trabalha nesta área há muito tempo?

J.A. — Sim, desde 1992.

2 — Use itálico:

a) No nome dos demais jornais e revistas: Veja, O Globo.

b) As palavras ou locuções estrangeiras. Evite-as ao máximo, mas, quando necessárias,


vão em itálico: best seller, in memoriam.

c) No nome de obras artísticas em geral (músicas, filmes, vídeos, peças de teatro, painéis,
quadros, esculturas, livros, programas de rádio e TV, etc.): Coração de Estudante, Let it
Be, a Sonata ao Luar, A Última Tentação de Cristo, Macunaíma, etc.

d) Não vai em itálico, porém, o nome de conferências, simpósios, cursos, congressos, etc.,
que, de qualquer forma, deverá ser escrito com iniciais maiúsculas: A América Latina e os
Países do Primeiro Mundo, A Influência da Televisão na Formação da Personalidade da
Criança, O Século XXI.

e) Nas palavras de gíria ainda não absorvidas pelo idioma ou nos termos empregados no
sentido figurado: A moça considerou o livro chocante. / Um puxador de automóveis, o
presunto, um berro (revólver). / Tirar um sarro. / Saca! Legal! Falou!

f) Nos apelidos (desde que não de domínio público): Fininho, Russo, Alemão, etc. Em
corpo normal, no entanto: Xuxa, Pelé, Gugu (apresentador), Vicentinho, Betinho.

g) Para destacar alguma palavra da frase: O orador pronunciou o corrupto com ênfase. /
No caso, ladrão é um termo muito forte.

h) Nos nomes científicos de animais e plantas: Aedes aegypti, Coffea arabica. Use
também itálico nos gêneros (inseto do gênero Glossina), mas não nas ordens ou famílias:
família das leguminosas, ordem das rosales.

3 — Não vão em negrito nem em itálico:


a) As palavras em destaque nos títulos, olhos, janelas e legendas, que deverão ser
escritas entre aspas: “Estado” ganha o Prêmio Esso. / “Os Íris” se torna o quadro mais
caro do mundo. / Foge o assaltante “Barão”.
b) Os nomes, modelos e tipos de navios, aviões, foguetes, naves espaciais, satélites,
sondas, armamentos, veículos em geral, etc.: Bateau Mouche, Costa Marina, Jaú, 14
Bis.
c) O nome de sociedades, escolas, associações e empresas estrangeiras ou brasileiras e
o de produtos comerciais: Harvard, Bombril, Coca-Cola.

DIMINUTIVOS

“Inho” e “zinho”

a) A forma depende da acentuação e da terminação da palavra. Com os monossílabos e


palavras oxítonas, por exemplo, usa-se “zinho”: pezinho, heroizinho, mãozinha,
bonzinho, benzinho, mulherzinha, etc.
b) Emprega-se ainda “zinho” com as proparoxítonas e com as paroxítonas terminadas em
“ã”, “ão”, ditongo e hiato: lampadazinha, camarazinha, gangsterzinho, sitiozinho,
indiozinho, Mariozinho, orfãozinho, ruazinha, etc.
c) Com as palavras paroxítonas, usa-se mais o prefixo “inho”, popular, subsistindo “zinho”
nos casos em que “inho” soaria pouco eufônico ou nas formas de origem erudita e
literária: branquinho, cavalinho, barquinho, gordinho, etc.
d) Existem dezenas de exceções às normas expostas, algumas já consagradas pelo uso:
chacrinha, prainha, radinho, Emilinha, Amelinha, xicrinha, ruinha, etc.
e) Quando a palavra termina em “z”, “s” ou “s + vogal”, acrescenta-se a ela o sufixo “inho”:
narizinho, rapazinho, Luisinho, rosinha, princesinha, inglesinha, paisinho (pequeno
país), etc.
f) Além dos substantivos e adjetivos, também os advérbios admitem os diminutivos, em
certos casos: agorinha, devagarinho (ou devagarzinho), adeusinho, rapidinho, cedinho,
pertinho, longinho, etc. São, no entanto, formas coloquiais, que devem ser evitadas.
g) Para formar o plural, flexiona-se a palavra, retira-se o “s” final e acrescenta-se a
terminação “zinhos” (exemplo: pés - s + zinhos): pezinhos, mãozinhas, pãezinhos,
anõezinhos, alemãezinhos, trenzinhos, heroizinhos. ATENÇÃO! No caso das palavras
do item “e”, acrescenta-se apenas um “s” à forma do singular: narizinhos, inglesinhos,
paisinhos, camisinhas, rosinhas, etc.
h) São irregulares alguns plurais populares: mulherzinhas, florzinhas, colherzinhas,
pastorinhas e outros.

DINHEIRO

1 — Use sempre algarismos: 2 reais, 5 dólares, 4 francos, 8 marcos, 10 libras.

2 — Abaixo de mil reais, evite o cifrão, a menos que se trate de títulos ou quantias não
redondas: A revista custa 5 reais. / O produto subiu ontem para 80 centavos. / O aparelho foi
comprado por 900 reais.

3 — Acima de mil reais, para números redondos, há duas formas possíveis: O carro esporte
custa R$ 120 mil. / O carro esporte custa 120 mil reais (ambas preferíveis a R$ 120.000,00).

4 — Caso se tenham quantias quebradas, adote a fórmula mista: R$ 1,23 milhão (equivalente a
1 milhão 230 mil), R$ 8,45 milhões. Se não for possível fazer o arredondamento, escreva,
então, o número completo: R$ 342.675.654,00.
5 — Escreva por extenso moedas estrangeiras: 54 milhões de dólares, 5 milhões de libras,
18,5 bilhões de liras, 143 mil francos.

6 — A abreviatura de real é R$, com espaço entre o cifrão (com um traço vertical) e o número:
R$ 5.670.845,00, R$ 2 milhões.

7 — O verbo ou adjetivo concorda expressamente com a quantia: Pagou R$ 150 mil ao


jogador, correspondentes (e não “correspondente”) a 15% do valor do passe. / Recebeu R$
350 mil, livres (e não “livre”) de despesas.

DISTÂNCIA

1 — Com números redondos, use sempre por extenso as medidas que exprimem distância ou
comprimento: 40 quilômetros, 12 metros, 50 centímetros. (Nos títulos e tabelas, pode-se usar a
abreviatura: 40 km, 12 m, 50 cm)

2 — Para indicar números não exatos, adote estas formas: 40,5 quilômetros, 12,3 metros, 55,4
centímetros. Como no caso acima, nos títulos e tabelas permite-se a abreviatura: 40,5 km, 12,3
m, 55,4 cm.

3 — Se a medida for inferior a 2, ficará no singular: 1,4 quilômetro, 0,6 metro, 1,9 centímetro,
0,3 decímetro.

4 — Repare que as abreviaturas não têm ponto nem plural e há espaço entre o número e elas:
4 m, 16 km, 50 cm.

DISTÂNCIA (CRASE)

1 — Não existe crase quando a locução “a distância” é indeterminada: Observou a cena a


distância. / A polícia ficou a distância.

2 — Existe crase quando a distância é determinada: Estava à distância de 15 metros do local. /


A polícia ficou à distância de 5 metros dos manifestantes.

DOENÇAS

Inicial maiúscula apenas no nome próprio: síndrome de Down, síndrome do pânico, mal de
Alzheimer, doença de Parkinson, sarcoma de Kaposi, tumor de Ewing, aids.

EMBAIXO / EM CIMA

Essas são as grafias corretas. Não escreva “em baixo ” ou “emcima ”, ou ainda “encima ”.
“EM” COM EXPRESSÕES DE TEMPO

1— Grande parte das expressões de tempo pode ser usada com a preposição “em” ou sem
ela. Alguns exemplos: na primeira vez (em) que, na última vez (em) que, no ano (em) que, no
dia (em) que. Prefira a norma da língua, isto é, o uso da preposição. Omita a preposição
apenas em casos especiais, e quando a eufonia o exigir: A primeira vez que vi Paris.

2 — Com semana, mês e ano, especialmente, prefira o uso de “no” e “na”, que tornam as
formas mais eufônicas: Na semana que vem (e não semana que vem), no ano que vem, no
mês que vem, no mês passado (e não mês passado), etc.

“EM” COM GERÚNDIO

Evite as formas “em se tratando de”, “em me vendo chegar”, “em sendo eleito”, “em
conquistando o governo”, etc. Proceda da maneira mais usual: tratando-se de, vendo-me
chegar, sendo eleito, conquistando o governo. E seja sempre comedido ao recorrer ao
gerúndio.

EMERGIR, IMERGIR

1 — Emergir equivale a “vir à tona”, “aparecer”: O submarino emergiu na entrada da barra. / A


Lua emergia no horizonte.

2 — Imergir significa “mergulhar”, “lançar”, “embrenhar-se”: O pé imergiu no lodo. / O animal


imergiu na floresta.

EMINENTE, IMINENTE

1 — Eminente significa “ilustre”, “sublime”, “elevado”: cientista eminente, morro eminente.

2 — Iminente quer dizer “prestes a acontecer”: perigo iminente, aprovação iminente.

3 — Da mesma forma, eminência (a eminência do parecer) e iminência (a iminência do perigo).

EM O / EM ELE / EM AQUELE / EM ESSE

Use essas formas quando o “o”, “ele”, “aquele”, “esse”, “este”, etc. forem sujeito ou objeto do
verbo: Não vejo problema em o menino ficar aqui (em esse menino, em este menino, em
aquele menino). A contração (no, nele, etc.) não cabe, no caso. De preferência, mude a frase
para evitar essas construções.

É MUITO, É POUCO

Estas e outras formas semelhantes (com verbo de ligação) não variam em frases como: Cem
reais é muito por essa blusa ou é pouco, é demais, é suficiente, é bastante, era demais, etc.
Igualmente: Dois metros de seda era pouco para o vestido. / Quinze dias é tempo suficiente
para a viagem.
ENCONTRO

Veja a diferença entre as locuções:

a) “Ao encontro de” emprega-se para designar uma situação favorável: O aumento veio ao
encontro das suas necessidades (satisfez as suas necessidades). / A política e a sociologia
vão ao encontro uma da outra (completam-se).

b) “De encontro a” indica oposição, choque: O governo não deve ir de encontro às aspirações
do povo (ir contra). / Foi de encontro aos desejos do pai (agiu contra).

ENTREGADO, ENTREGUE

Prefira entregado com “ter” e “haver” e entregue, com “ser” e “estar”: Tinha (havia) entregado,
foi (estava) entregue. Já se admite, porém, o uso de entregue com “ter” e “haver”: Havia
entregue.

EPIDEMIA, SURTO

1 — A diferença é de amplitude: a epidemia atinge um grande número de pessoas numa área


extensa e o surto, um número limitado de pessoas numa área mais ou menos restrita.

2 — O termo epidemia vale apenas para seres humanos: no caso de doença que atinja grande
número de animais, o certo é epizootia.

É PRECISO, É PROIBIDO, É NECESSÁRIO, É BOM

1 — Com sujeito indeterminado, as locuções “é preciso”, “é proibido”, “é necessário”, “é bom”,


“é feio” e outras semelhantes PODEM permanecer invariáveis: É preciso muita cautela. / É
necessário ajuda. / É proibido entrada.

2 — No entanto, sempre que se quiser deixar clara a determinação ou ela estiver evidente pelo
uso de artigo, pronome ou adjetivo ao lado do substantivo, a concordância deverá ser a
regular: Não foram necessários rodeios. / Toda vitamina é boa para a saúde. / É proibida a
entrada.

ESQUECER

Regência

1 — Esquecer alguma coisa: Ninguém esquece tais ofensas. / Ele esqueceu que tinha
compromisso à noite. / O escritor esqueceu os originais no táxi.

2 — Esquecer-se de alguma coisa: Eles se esqueceram do compromisso. / Queria que


ninguém se esquecesse dela.

3 — Pode também ser intransitivo (dispensar complemento): Bebe para esquecer.


ESTADO

Com inicial maiúscula, somente para designar o poder oficial. Usa-se inicial minúscula quando
indica as unidades que se divide um país: O Estado tem poder sobre os cidadãos. / A teoria do
Estado. / Os estados de Minas e Bahia, os estados e municípios, os governadores dos
estados, etc.

ESTADOS

l — É esta a relação dos estados brasileiros, suas capitais, as regiões em que se situam e as
siglas que os identificam:

Acre — Rio Branco, Norte, AC;

Alagoas — Maceió, Nordeste, AL;

Amapá — Macapá, Norte, AP;

Amazonas — Manaus, Norte, AM;

Bahia — Salvador, Nordeste, BA;

Ceará — Fortaleza, Nordeste, CE;

Distrito Federal — Centro-Oeste, DF;

Espírito Santo — Vitória, Sudeste, ES;

Goiás — Goiânia, Centro-Oeste, GO;

Maranhão — São Luís, Nordeste, MA;

Mato Grosso — Cuiabá, Centro-Oeste, MT;

Mato Grosso do Sul — Campo Grande, Centro-Oeste, MS;

Minas Gerais — Belo Horizonte, Sudeste, MG;

Pará — Belém, Norte, PA;

Paraíba — João Pessoa, Nordeste, PB;

Paraná — Curitiba, Sul, PR;

Pernambuco — Recife, Nordeste, PE;

Piauí — Teresina, Nordeste, PI;

Rio Grande do Norte — Natal, Nordeste, RN;

Rio Grande do Sul — Porto Alegre, Sul, RS;

Rio de Janeiro — Rio de Janeiro, Sudeste, RJ;

Rondônia — Porto Velho, Norte, RO;

Roraima — Boa Vista, Norte, RR;


Santa Catarina — Florianópolis, Sul, SC;

São Paulo — São Paulo, Sudeste, SP;

Sergipe — Aracaju, Nordeste, SE;

Tocantins — Palmas, Norte, TO.

ESTADUAL, ESTATAL

Estadual — relativo às unidades da Federação: o governo estadual, as dívidas estaduais.


Estatal — relativo ao Estado como nação ou poder político: empresa estatal, voracidade
estatal.

ESTE, ESSE, AQUELE

1 — Este

a) Designa pessoa ou coisa próxima de quem fala: Este livro é meu. / Esta mesa, este
jornal, esta página, esta matéria, esta crônica, esta crítica.

b) Refere-se igualmente ao lugar em que alguém está: Este apartamento, este local, este
país, esta casa, este hotel, esta piscina.

c) Indica um período de tempo presente, que ainda não terminou, um mandato, uma
gestão, etc.: este ano (o ano que vivemos), este mês (o mês atual), esta semana (a
semana em que se está), este século, esta tarde, esta manhã.

d) Identifica, numa oração, o termo mais próximo: Eram duas irmãs, Josefa e Maria; esta
(Maria, no caso), a loira, e aquela (Josefa), a morena.

2 — Esse

a) Indica pessoa ou coisa um pouco afastada de quem fala ou próxima de um interlocutor:


Por favor, traga-me esse livro. / Cuidado com essa cadeira. / Essa menina não toma
jeito. / Veja se esse relógio está funcionando.
b) Usa-se como segunda referência a pessoa ou coisa: Chegou a São Paulo em 1954;
nesse ano foi comemorado o 4º centenário da cidade. / Anos depois de ter lido o
Ulysses, percebeu a influência desse livro na sua vida.
c) Designa alguma coisa que já passou: Esse mês, o das enchentes em São Paulo,
marcou também a eleição do prefeito. / Esse tempo que não volta mais sempre deixa
saudades.

3 — Aquele

a) Refere-se a pessoa ou coisa afastada de quem fala e de quem ouve: Vá buscar aquele
livro. / Você está vendo aquela estrela?/ Eles devem aparecer naquela esquina.
b) Indica um tempo passado: Aquelas férias foram as melhores da sua vida. / Aquela
safra de café bateu o recorde do século.
c) Identifica, numa oração, o termo mais distante: Visitaram a Argentina e o Chile; neste,
viajaram pelos lagos andinos e, naquela, esquiaram em Bariloche.

4 — Isto (esta coisa), isso (essa coisa) e aquilo (aquela coisa) seguem a mesma norma, mas
só podem ser usados para coisas. Em relação a pessoas, têm sentido pejorativo.
“ESTÓRIA”

Em qualquer sentido, use apenas história.

ETC.

1 — Use vírgula antes de “etc.” Havia ali gatos, cães, galinhas, etc.

2 — Nunca use “e” antes de “etc.” Comprou camisas, calças, meias, etc. (e nunca: Comprou
camisas, calças, meias, “e etc.”)

3 — Se o etc. encerrar a oração, não duplique o ponto. O de etc. serve também como ponto
final.

EXERCÍCIO

Use sempre a locução “em exercício” para designar um vice ou outra pessoa que substitua o
detentor de um cargo: O presidente em exercício, José de Almeida, ... / O governador em
exercício, Carlos Sampaio...

EXISTIR

Concordância normal: Existem muitas pessoas ali. / Não existiam mais dúvidas a respeito. / As
irregularidades denunciadas sempre haviam existido.

FALAR

1 — Como sinônimo de “afirmar”, “declarar”, “enunciar”, deve-se usar “dizer”. O reitor disse (e
não “falou”) que a UFRRJ está no rumo certo.

2 — “Falar” pode ser usado mais adequadamente em frases como: Fale a linguagem do povo. /
Ele fala várias línguas. / Não fale com o motorista. Em nenhum destes casos, falar equivale a
“afirmar”, “declarar” ou “enunciar”.

3 — Regra prática. Com que, use sempre “dizer”, e nunca “falar”.

FALTAR

1 — Ao contrário de outros verbos que indicam tempo, “faltar” deve ir para o plural tanto
quando indica tempo como nos demais significados: Faltam duas horas para o início da prova. /
Não lhe faltaram oportunidades na carreira.

2 — “Faltar” combinado com outro verbo não varia: São trabalhos que ainda me falta fazer. /
Falta mandar nove volumes ainda.
FAZ CINCO MESES, FAZ DIAS BONITOS

1— Em orações com ideia de tempo ou fenômenos da natureza, “fazer” é impessoal (sem


sujeito). Faz cinco meses que cheguei aqui. / Em setembro faz dias muito bonitos.

2 — A regra mantém-se no caso de haver um auxiliar: Vai fazer seis meses que a pró-reitora
assumiu o cargo.

3 — Se a frase tiver sujeito, este concordará com o verbo, mesmo que esteja clara a noção de
tempo: Eles fizeram dez anos de casados.

FRENTE

1 — São corretas as locuções “em frente de”, “na frente de” e “em frente a”: O casal
conversava em frente da escola. / Não fumava na frente do pai.

2 — “Frente a”, inexistente em português, pode ser substituída por “em frente de”, “diante de”,
“ante”, “perante”, “defronte de”. São válidas, no entanto, as formas “fazer frente a” e “frente a
frente”.

3 — O correto é “para a frente”, e não “para frente”.

4 — Não há crase em “frente a frente”.

FRONTEIRA

Entre países — fronteira; entre Estados — divisa; entre municípios — limite.

GANHO

Use ganho tanto com “ser” e “estar” quanto com “ter” e “haver”: O jogo foi ganho no primeiro
tempo. / O time havia ganho a oitava partida seguida. Ganhado com os verbos “ter” e “haver”,
embora correto, já é de uso raro.

GASTADO, GASTO

Prefira gastado com “ter” e “haver” e gasto com “ser” e “estar”: Tinha (havia) gastado, foi
(estava) gasto.

GENTE

1 — Como forma de tratamento (a gente), use o termo apenas na linguagem coloquial.

2 — Concordância. Verbo na terceira pessoa: Ele disse que a gente estava proibido (para
homens) de entrar ali. / Ele disse que a gente estava proibida (para mulheres) de entrar ali.
GÍRIA E LINGUAGEM COLOQUIAL

Evite. Quando fizerem parte de uma declaração, use-as em itálico. Se forem muito específicas
(jargão policial, por exemplo), coloque em seguida, entre parênteses, o seu significado: Peguei
um bagulho (objeto qualquer), fumei um baseado (cigarro de maconha) e depois mandei
(roubei) o carro. A linguagem coloquial e os termos de gíria de uso comum dispensam as
aspas e itálicas, mas devem ser empregados apenas em casos especiais.

GOSTAR

Prefira a regência indireta, gostar de: As pessoas de quem gostamos. / Trouxe tudo de que
gostava (e não: “Trouxe tudo o que gostava”).

GRÁTIS, GRATUITO

1 — Gratuito é adjetivo e deve ser usado com o verbo “ser” ou substantivos: A entrada é
gratuita. / Ingressos gratuitos, ensino gratuito, acusações gratuitas.

2 — Grátis é advérbio e pode ser substituído por gratuitamente: Recebeu grátis (gratuitamente)
o ingresso. Por isso, não diga que o estacionamento “é grátis”, mas gratuito.

GRUPO DE...

1 — O verbo concorda com “grupo”: Um grupo de estudantes vinha (e não “vinham”) pela
estrada.

HÁ, A

1 — “Há” indica passado e pode ser substituído por “faz”: As eleições ocorreram há dois
meses./ Os homens chegaram há pouco.

2 — “A” exprime distância ou tempo futuro: As eleições ocorrerão daqui a dois meses.

HÁ, HAVIA

1 — Quando o verbo que acompanha “haver” está no imperfeito ou no mais-que-perfeito, deve-


se usar havia, e não “há”: Ele estava ali havia (e não “há”) muito tempo. / Ele estivera ali havia
(e não “há”) muito tempo. Regra prática. Substitua “haver” por “fazer”: Ele estava ali fazia muito
tempo (e não “faz muito tempo”).

2 — Admite-se há com imperfeito ou mais-que-perfeito: a) Se o tempo for considerado a partir


do momento em que se vive: Tivera uma discussão com Ivana há (faz) 15 dias (o tempo é
contado a partir do momento atual). b) Se o imperfeito estiver no lugar do perfeito: Há cem
anos nascia Villa-Lobos.
HAJA VISTA

E nunca “haja visto”. A locução também não varia no plural: Haja vista o documento da
Reitoria. / Haja vista as portarias da Prograd.

HÁ MENOS DE, A MENOS DE

Na locução “há menos de”, o há encerra ideia de passado e pode ser substituído por “faz”:
Partiu para a França há (faz) menos de dois meses. Em “a menos de”, o a indica distância,
quantidade ou tempo futuro e não pode ser substituído por “faz”: Estava a menos de três
metros do abismo. / Falou a menos de 50 pessoas. / Estava a menos de dois anos da
aposentadoria.

HORAS (CONCORDÂNCIA)

1 — Os verbos bater, dar, faltar, restar, ser e soar concordam com o número de horas: Chegou
assim que bateram 6 horas. / Já deram 8 horas no relógio da igreja. / Faltam quatro horas para
o início da aula.

HORAS (USO)

1 — Use sempre 14h, 17h, 22h, em vez de 2h ou 5h da tarde e 10 da noite.

2 — Nas horas quebradas, use h, min e s para as horas, minutos e segundos, sem dar espaço
entre os números: 5h15, 18h05 (o min só é necessário se a indicação especificar a hora até o
número de segundos: 20h15min13s). Em casos especiais, minutos, segundos e décimos
poderão ser expressos desta forma: 1’25”5 (especialmente em competições esportivas).

3 — Use artigo antes de horas: das 12h às 14h, às 8h.

IMPLICAR

1 — No sentido de “pressupor”, “envolver”, “acarretar”, adote a regência direta (sem a


preposição em): A promoção implicava maiores responsabilidades. / Jornalismo implica
dedicação.

2— Use preposição apenas quando o verbo pedir dois complementos (A polícia implicou o
acusado no crime de receptação) ou objeto indireto (Implicava sempre com os colegas).

IMPRESSO, IMPRIMIDO

Com “ser” e “estar”, use impresso (Foi impresso, estavam impressos); com “ter” e “haver”,
imprimido (Tem imprimido, haviam imprimido).
INCLUÍDO, INCLUSO

Para expressar uma ação, use incluído tanto com “ter” e “haver” como com “ser” e “estar”:
Tinha (havia) incluído, foi (estava) incluído. Prefira incluso como adjetivo: autos inclusos, cartas
inclusas.

INCLUSIVE

1 — Aceitável apenas como equivalente a “com inclusão de” e opondo-se a “exclusive”: Vieram
todos, ele inclusive.

2 — Não use como sinônimo de até, até mesmo, ainda, o próprio, além de, a ponto de, etc.,
como na frase: Ele o ameaçou “inclusive”(até) fisicamente.

INDEPENDENTEMENTE

É o advérbio independentemente, e não o adjetivo “independente”, que se deve usar sempre


que a palavra puder ser substituída por “sem levar em conta”, “sem contar com”, “à parte” ou
equivalente: O vice-reitor disse que o tempo, independentemente de ações mais diretas,
ajudará a universidade.

INFINITIVO

Como se trata de uma das questões mais polêmicas e controvertidas da língua portuguesa, é
impossível formular normas inflexíveis para a distinção entre o infinitivo pessoal (flexionado) e o
impessoal (não flexionado). As regras abaixo expressam, de forma geral, o consenso de boa
parte dos gramáticos com relação à flexão.

Flexionado:

1 — Regra básica. Flexiona-se o infinitivo quando o seu sujeito e o do verbo principal são
diferentes: Acreditamos todos (nós) serem os candidatos (eles) muito bons. / Peço-lhes (eu) o
favor de não chegarem (vocês) atrasados. Se o sujeito for o mesmo, o infinitivo não será
flexionado: Temos (nós) o prazer de lhe participar (nós)... / Declararam (eles) estar (eles)
prontos. EXCEÇÃO. Com os verbos deixar, fazer, mandar, ver, ouvir e sentir, o infinitivo fica no
singular, mesmo que haja mais de um sujeito na frase: Deixai vir a mim as criancinhas. /
Mandei-os começar o serviço.

2 — Regra complementar. Se você tiver dúvidas na aplicação da regra básica, apele para esta
outra (no fundamental, as duas coincidem): o infinitivo é flexionado quando pode ser
substituído por um tempo finito (indicativo ou subjuntivo, em geral): É preciso saírem logo
(saírem = que saiam). / O coronel intimou-os a se renderem (a que se rendessem).

3 — Outros casos de infinitivo flexionado: a) Quando o sujeito é indeterminado: Vi executarem


os criminosos. b) Quando o infinitivo é o sujeito: O morrerem pela pátria é sina de alguns
soldados.
INFORMAR

Regência

1 — Informar alguém: O jornal existe para informar os leitores.

2 — Informar de alguma coisa: Ele informou das mudanças na matrícula.

3 — Informar alguém de ou sobre alguma coisa: Informaram-no das (sobre as) novas normas.

4 — Informar alguma coisa a alguém: A Reitoria informou à comunidade acadêmica que a


Universidade promoveria debates sobre violência.

5 — Informar, apenas (intransitivo): Bem ou mal, todo jornal informa.

6 — Informar-se de ou sobre alguma coisa: Ele se informou dos (sobre os) acontecimentos no
Rural Semanal.

7 — O que não se pode é atribuir dois objetos diretos ao verbo: O documento informava os
alunos “que” (o certo: de que) suas bolsas deveriam ser canceladas.

INICIAIS

1 — Com espaço e ponto nos nomes próprios: T. S. Eliot.

INICIAR

1 — Nunca use as formas período letivo “inicia” hoje, torneio “inicia” hoje, matrícula “inicia”
hoje. Alguma coisa inicia-se (ou começa ou principia): Período letivo inicia-se hoje.

2 — Inicia exige sempre um agente: Prograd inicia matrícula dos aprovados.

3 — Iniciar pode ainda pedir dois complementos (Iniciar alguém em alguma coisa).

INTERVINDO

Forma comum ao gerúndio e particípio de intervir: O MEC estava intervindo (interferindo) no


orçamento das universidades. / O MEC tinha intervindo (interferido) no orçamento das
universidades (e nunca “intervido”).

INVÉS

1 — A locução ao invés de indica situação contrária, oposição: Ao invés de entrar, saiu.

2 — Em vez de é que significa “em lugar de”: A dona de casa, em vez de ovos, comprou carne.
Em vez de pode ser usada nos dois casos (oposição e substituição), enquanto ao invés de só
admite a ideia de ao contrário de.
IR (TEMPO)

Fica invariável nas expressões de tempo, quando seguido de para, por ou em: Vai para seis
anos que chegou a São Paulo. Nos demais casos, o verbo ir flexiona-se normalmente: Já vão
cinco dias que ele partiu.

IR A, IR PARA

“Ir a” indica curta permanência, enquanto “ir para” dá ideia de destinação, demora: Vai a Paris
(vai e volta logo) este mês”; vai para Paris no fim do ano (vai e fica, pelo menos algum tempo).

“IRÁ PARTICIPAR”

É a flexão vai, e não irá, que se usa com o infinitivo para formar o futuro: O assessor
internacional vai visitar (e não “irá visitar”) três países da Europa.

IR MELHOR, IR PIOR

Melhor e pior, no caso, ficam invariáveis: Os negócios agora vão melhor (ou pior) que antes. E
nunca “vão melhores” ou “vão piores”. Igualmente: Eles vão bem. / Eles vivem melhor.

JUNTO

A forma vai depender do sentido da frase:

a) Adjetivo. Concorda com o substantivo: As irmãs estavam juntas.

b) Advérbio. Fica invariável e modifica o verbo: Envio junto os dois relatórios.

c) Locução. Pode ser “junto a”, “junto de” ou “junto com”: Estava junto do pai. / Construiu o
edifício junto à estação. / Saiu junto com o tio (no entanto, este último exemplo é redundância.
Use apenas com: “Saiu com o tio”).

JUNTO A

1 — Atenção para o uso indevido da locução. Ninguém compra algo junto a, faz entendimentos
junto a, encaminha pedidos junto a, pede providências junto a ou mantém negociações junto a.
Use a preposição que o verbo exigir: Estava em negociações com o Banco do Estado (em vez
de “junto ao”). / Pediu o empréstimo ao BNDES (em vez de “junto ao”).

2 — “Junto a”, no entanto, pode equivaler a “adido a”: O embaixador brasileiro junto ao
Vaticano deixa o cargo amanhã.
K

“KILO...”

O certo é “quilo”: quilograma, quilohertz, quilômetro, quilowatt. A abreviatura é que é com “k”:
kg, kHz, km, kW.

LEGENDAS

1 — As legendas devem, sempre que possível, cumprir duas funções, simultaneamente:


descrever a foto, com verbo de preferência no presente, e dar uma informação ou opinião
sobre o acontecimento.

2 — Use sempre informações adicionais (esquerda, direita, centro; de bigode, de óculos,


curvado; etc.) para que o leitor saiba quem é cada um dos personagens da foto: Maria (de
óculos) pede providências a Joana (esquerda) e Ismênia (direita).

3 — Duas ou mais fotos publicadas lado a lado podem ter uma única legenda, com a descrição
dos fatos seguindo rigorosamente a ordem em que as fotos aparecem na página, da esquerda
para a direita.

LEI

Inicial maiúscula nas leis oficiais: Lei nº 243/12, Lei do Passe, Lei Áurea, Lei Orgânica dos
Municípios. Inicial minúscula nos demais casos: lei de Gerson, lei da oferta e da procura, lei
seca.

LEMBRAR (REGÊNCIA)

1 — “Lembrar alguma coisa”: Ele lembrava a mãe. / Todos o lembraram.

2 — “Lembrar alguma coisa a alguém” ou “lembrar alguém de alguma coisa”: Eles lhe
lembraram o compromisso. / Lembraram-no do compromisso.

3 — “Lembrar-se de alguma coisa”: Nunca se lembrava de nada. / Lembrou-se de que lhe


havia prometido um cargo. Modernamente, já se admite a forma “lembrar de”: Lembrou de
acordar cedo. / Lembrou do caso.

LHE, LHES

1 — São formas próprias do objeto indireto. Substituem “a ele”, “a eles”, “a você”, “a vocês”:
Pedi-lhe (a ele, a você) que saísse. / Nada lhes agrada (a eles, a vocês). / Tudo isso lhes (a
eles, a vocês) diz respeito.
2 — É errado o uso de “lhe” quando o verbo pede objeto direto em frases como: Não lhe
conheço (o certo: Não o conheço). / A namorada “lhe” deixou (A namorada o deixou)/ Nunca
“lhe” vi (Nunca o vi)./ Eu “lhes” abracei (Eu os abracei). Note que, no caso, “lhe” e “lhes” seriam
substituídos por “ele”, “eles”, “ela”, “elas”, “você” e “vocês”, e não por “a ele”, “a eles”, “a ela”, “a
elas”, “a você” e “a vocês”.

3 — É considerado bom recurso de estilo o uso de “lhe” ou “lhes” no lugar de “seu”, “sua”,
“seus”, “suas”: Cumpriu-lhe (a sua) a vontade. / Feri-lhe (a sua) a cabeça. / Um soluço
escapou-lhe (do seu) do peito.

MÁ-CRIAÇÃO, MALCRIADO

Essas são as formas corretas.

MAIOR, MAIS

Há diferença entre “mais” e “maior” quando colocados antes de substantivo. Use “mais” para
palavras ou expressões que indiquem quantidade e “maior”, para os casos em que a ideia seja
de intensificação: População pede mais escolas. / Municípios exigem mais recursos. / O
governo quer arrecadar mais dinheiro. / Ator espera obter maior (e não mais) êxito em São
Paulo. / Maior prazo para compras a crédito. / Receita promete maior rigor no combate à
sonegação.

MAIORIA

Veja como fazer a concordância de “a maioria de” e “a maior parte de”:

1 — Deixe o verbo no singular quando estas expressões antecederem uma palavra no plural.
Proceda da mesma forma com “grande número” ou “grande quantidade de”, “uma porção de”,
“(uma) parte de”, “um sem-número de”, etc. Exemplos: A maioria dos espectadores assistiu ao
show em silêncio. / Grande número de crianças cantou o Hino Nacional. / Parte deles chegou
atrasada. / Estava ali grande quantidade de pássaros. / Um sem-número de pessoas foi
prejudicado pelos estelionatários.

2 — Se considerar a construção estranha, em alguns casos (exemplo: A maioria dos soldados


foi ferida), pode ser intercalada a expressão “na maioria” ou “alguma das outras”: Os soldados,
na maioria, foram feridos. / Os trabalhadores, em grande quantidade, foram demitidos.

MAIOR, MENOR

1 — Não existem as expressões “a maior” e “a menor”, mas apenas “a mais” e “a menos”:


dinheiro a mais (e não “a maior”), quantia a menos (e não “a menor”).

2 — Uma pessoa é maior ou menor, e nunca “de maior” ou “de menor”.


MAIS BEM, MAIS MAL

1 — Antes de particípio, use “mais bem” e “mais mal” em vez de “melhor” e “pior”: Não há
crítica mais bem-feita que essa (e não melhor feita). / São os homens mais bem vestidos (e não
melhor vestidos) do escritório. / Nunca vi termo mais mal utilizado (e não pior utilizado) que
esse.

2 — Nos demais casos, use sempre “melhor” e “pior”: Para melhor (e não mais bem) atingir
seus objetivos, cercou-se de toda a cautela. / Mesmo que quisesse, não faria pior (e não mais
mal) o trabalho. / Foram os que se saíram melhor ou pior (e não mais bem ou mais mal, nem
foram os que se saíram melhores ou piores).

MAIS DE UM

1 — Verbo no singular se não houver ideia de reciprocidade: Mais de um preso eu garanto que
fugiu.

2 — Verbo no plural se a expressão estiver repetida: Mais de um homem, mais de uma criança
estavam ali.

3 — Verbo no plural se houver ideia de reciprocidade: Mais de um preso se feriram na briga.

MAIÚSCULAS E MINÚSCULAS

Use maiúsculas

1 — No início de citação: Deputado acusa: “O governo não governa.” Se depois dos dois
pontos vier um mero desdobramento da frase (e não citação textual) ou uma enumeração, a
palavra começará com minúscula: Comerciantes alertam: faltarão brinquedos no Natal. / A
Prefeitura definiu as prioridades do orçamento: metrô, pavimentação e obras na periferia.

2 — Nas datas oficiais e nomes de fatos históricos e importantes, de atos solenes e de grandes
empreendimentos públicos: Sete de Setembro, Quinze de Novembro, Inconfidência Mineira,
Proclamação da República, Guerra do Paraguai, Revolução dos Cravos, Renascimento,
Revolução Francesa, Dia das Mães, Dia da Criança, 2ª Guerra Mundial, Reforma Ortográfica.

3 — Nos conceitos políticos ou filosóficos relevantes: País (o Brasil), Estado (significando uma
nação), República, Império, Constituição (e seus sinônimos, como Carta Magna, Carta, Lei
Magna), Congresso, Parlamento.

4 — Nos títulos de livros, jornais, revistas, artigos e produções artísticas, literárias e científicas
em geral (filmes, peças, músicas, telas, teses, etc.), que vão em itálico: Grande Sertão:
Veredas, Histórias sem Data, Os Sertões, Jornal da Tarde. Escrevem-se com inicial minúscula,
no entanto, as partículas contidas nesses títulos, independentemente do número de sílabas
(considere partículas, no caso, os artigos, preposições e suas contrações, conjunções e
advérbios). Assim, além de “o”, “a”, “os”, “as”, “de”, “da”, “das”, “do”, “dos”, “em”, “na”, “nas”,
“no”, “nos”, “e”, “sem”, “com”, etc., veja outros exemplos de partículas em minúsculas: Com a
Pulga atrás da Orelha, Memórias de um Sargento de Milícias.

5 — Na designação de regiões: Baixada Santista, Baixada Fluminense, Alta Araraquarense,


Região Norte, Região Sul, Cone Sul, Recôncavo Baiano, Vale do Paraíba, Triângulo das
Bermudas, Triângulo Mineiro, Planalto Central. OBSERVAÇÃO. Use inicial minúscula, porém,
para designações como interior, exterior, litoral, litoral sul, zona leste, zona sul, etc.
6 — Nos pontos cardeais, quando indicam as grandes regiões do Brasil ou do mundo: Sul,
Nordeste, Sudeste, Oriente Médio, Leste Europeu, Ocidente, Sudeste Asiático, etc. A inicial é
minúscula, no entanto, se o ponto cardeal define direção ou limite geográfico: o nordeste de
Goiás, o sudeste da Europa, o norte do Irã, o sudoeste dos EUA, o leste da Espanha.
Igualmente: O metrô avança no rumo sul. / A cidade fica no leste da França. / O furacão
causou estragos no oeste das Antilhas.

7 — Nos nomes de eras históricas ou épocas notáveis: Antiguidade, Idade Média, Era Cristã.
Em minúsculas, porém, quando não se configurar uma era histórica: era espacial, era nuclear,
era industrial, idade das trevas.

8 — Nos ramos do conhecimento humano, quando tomados em sua dimensão mais ampla:
Ética, Filosofia, Medicina, Português, Arquitetura, Astronáutica, Arte, Cultura.

9 — Nas leis ou normas econômicas e políticas consagradas por sua importância: Lei de
Diretrizes e Bases, Imposto Predial e Territorial Urbano, Imposto de Renda, Lei Falcão, Lei
Afonso Arinos, Lei de Segurança Nacional, Decreto-Lei nº 56.

10 — Nos nomes das festas religiosas: Páscoa, Natal, Quaresma, Confraternização Universal,
Ressurreição, Reis, Finados, Semana Santa, Corpus Christi.

11 — Nos acidentes geográficos e sua denominação: Rio Tietê, Serra do Mar, Baía de (e não
da) Guanabara, Pico da Neblina, Ribeirão das Lajes, Golfo Pérsico, Mar do Norte, Mar
Vermelho, Ilha Solteira, Ilha de Marajó, Cabo da Boa Esperança, Lagoa dos Patos, Oceano
Atlântico, Atol das Rocas.

12 — Nos nomes de vias e lugares públicos: Avenida Paulista, Rua Augusta, Largo da Carioca,
Praça da República.

Use minúsculas

1 — Para designar as estações do ano, os meses e os dias da semana: primavera, verão,


janeiro, dezembro, segunda-feira, sábado. Quando os meses fazem parte de datas históricas
ou dos nomes de lugares públicos, escrevem-se com inicial maiúscula: Largo 7 de Setembro,
Avenida 9 de Julho, Rua 13 de Maio, o 7 de Setembro, o 15 de Novembro.

2 — Na designação das profissões e dos ocupantes de cargos, como professor, reitor, pró -
reitor, pró-reitor de Graduação, presidente, ministro, governador, secretário, prefeito, papa,
arcebispo, cardeal, o diretor da Receita Federal, o chefe do Gabinete Civil, o advogado João da
Silva. As instituições, entretanto, vão em maiúsculas: Presidência da República, Vice-
Presidência da República, Ministério da Justiça, Reitoria, Pró-Reitoria de Graduação, Inspetoria
de Ensino, Instituto Multidisciplinar. Note também que, ao referir-se ao pró-reitor, utilizamos
minúsculas. No entanto, ao nos referirmos à Pró-Reitoria onde ele trabalha, usamos
minúsculas em pró-reitor e maiúsculas no nome da Pró-Reitoria. Assim: pró-reitor de Assuntos
Estudantis, pró-reitor adjunto de Pesquisa e Pós-Graduação, etc.

MAL, MAU

Adote esta regra prática: “mal” opõe-se a “bem” e “mau”, a “bom”. Faça a substituição e ficará
clara a forma correta: mal-estar (bem-estar), mal-intencionado (bem-intencionado), mal-
humorado (bem-humorado), praticar o mal (praticar o bem).
MANDADO, MANDATO

Mandado é uma ordem judicial: mandado de prisão, mandado de segurança, mandado de


busca e apreensão. Mandato significa representação, delegação: mandato de deputado,
mandato de senador.

MAS

1 — Use vírgula antes de “mas”: Ia retirar o apoio ao deputado, mas na última hora
reconsiderou a decisão. / O advogado dispôs-se a defender o réu, mas considerava a causa
antecipadamente perdida.

2 — Não existe vírgula, no entanto, depois da conjunção: Queria sair. Mas ia esperar o tempo
melhorar (e não: “Mas,” ia esperar...). A única exceção ocorre com orações intercaladas:
Queria sair. Mas, para não tomar chuva, ia esperar o tempo melhorar.

MÉDIA

Concordância no singular: Uma média de dez telefonemas é recebida por dia pelo serviço.

MEDIDA

Veja a diferença entre as expressões:

1 — À medida que (e não “à medida em que”) equivale a “à proporção que”, “ao mesmo tempo
que”, conforme: As mortes iam aumentando à medida que a epidemia se alastrava. / À medida
que conquistava cargos, tornava-se mais autoritário.

2 — Na medida em que corresponde a “tendo em vista que”: Na medida em que não tenham
ficado claras as acusações, todos estão sob suspeita. / É preciso cumprir as leis, na medida
em que elas existem.

3 — Quando a locução na medida em que puder ser substituída por “se”, “uma vez que”,
“porque” ou “desde que”, use uma destas formas: O pacto só será possível se (e não “na
medida em que”) as partes interessadas mantiverem entendimentos de alto nível. / A mudança
de país é boa porque (e não “na medida em que”) abre perspectivas favoráveis para o jogador.

MEIO

1 — Invariável (por ser advérbio) quando equivalente a “mais ou menos”, “um pouco”: meio
adoentada (um pouco adoentada), meio abertos (mais ou menos abertos), meio escondidas
(um pouco escondidas).

2 — Variável (por ser adjetivo) quando acompanha um substantivo: meia dúzia, duas meias
porções, meias garrafas, meios-termos, meias-palavras, meio-irmão, meias-irmãs.

MEIO-DIA E MEIA

É a forma correta: meio-dia e meia (hora).


MELHOR

1 — Antes de particípio, use “mais bem”, e não “melhor”: mais bem classificados (e não “melhor
classificados” ou, menos ainda, “melhores classificados”), mais bem editado, mais bem situada,
mais bem-feito.

2 — Quando adjetivo, varia (equivale a “mais bom”): Eles eram melhores (mais bons) que
todos. / Muito melhores (mais bons) que seus conselhos eram seus atos.

3 — Quando advérbio, permanece invariável (equivale a “mais bem”): Eles estavam melhor
(mais bem) de vida. / Jogaram melhor (mais bem) que antes.

MENOS

Palavra invariável (usar “menas” constitui erro grosseiro).

MENOS DE

Concorda com o complemento: Menos de dez atletas chegaram ao fim da corrida. / Menos de
duas pessoas saíram da sala. / Menos de uma dezena de pessoas estava presente.

MESMO, MESMA

1 — “Mesmo” varia normalmente quando colocado depois de substantivo ou pronome pessoal.


Pode ser substituído, para maior compreensão, por “próprio”, “própria”: A professora mesma (a
própria professora) preparou a sala de aula. / Eles mesmos (próprios) fizeram a viagem. /
Joana e Maria mesmas (próprias) prepararam a festa. / Pensaram consigo mesmos (próprios). /
Conseguiu o emprego por si mesma (própria).

2 — Quando equivale a “de fato” ou “realmente”, mesmo não varia: Elas trouxeram mesmo os
livros. / A moça veio mesmo. / Os governos recorrerão mesmo ao FMI.

METADE DE

Concordância. Deixe o verbo no singular: Metade das terras me pertence. / Metade das
pessoas já devia ter chegado. / Metade dos alunos foi aprovada. / Metade de nós havia saído.

MIL

Por se tratar de numeral, “mil” concorda com a quantidade expressa: duas mil pessoas, dois mil
homens, trezentas mil cabeças, quinhentos mil habitantes, etc.

MILHÃO, MILHAR

1— São substantivos masculinos e, por isso, a concordância dos números segue estes
exemplos: dois milhões de crianças (e não duas), os milhões de fitas (e não as), os cinco
milhões de pessoas.
2 — A concordância verbal de “milhão” pode ser com o número, no singular, ou com a coisa
expressa, no plural. Prefira a segunda forma: Um milhão de crianças estavam presentes. / Um
milhão de casas foram construídas.

3 — Se o verbo estiver antes de milhão ou milhões, porém, a concordância será com estas
palavras: Foi construído 1 milhão de casas. / Foram prejudicados (e não “prejudicadas”) 5
milhões de pessoas. / Existe mais de 1,5 milhão de desempregados.

MINISTÉRIO

Inicial maiúscula: o Ministério (conjunto dos ministérios), o Ministério do Exército, os Ministérios


da Agricultura, Saúde e Educação.

MORAL

1 — Palavra feminina quando exprime ética, norma de conduta, moralidade, lição: a moral
cristã, moral ilibada, a moral da história.

2 — No masculino indica estado de espírito, disposição de ânimo: o moral da tropa, o moral


dos jogadores.

MUITO

1 — Varia quando precede substantivo: muitos homens, muita água, muitas pessoas. A norma
é a mesma caso “muito” anteceda adjetivo que forme, com o substantivo seguinte, uma
unidade, como se constituísse uma só palavra: Ele tem muita boa vontade. / Tratou-a com
muita má vontade. / Trouxe muitas boas novas.

2 — Não varia quando modifica adjetivo, verbo ou outro advérbio: Eram muito bons. / Restaram
muito poucos ali. / A população estava muito satisfeita com o presidente. / Nem todos os
alunos estudam muito. / Falavam muito baixo.

3 — Atente para a diferença: Havia muitos bons homens ali (muitos homens bons). / Eram
muito bons homens aqueles (não se pode fazer a inversão, neste caso).

NADA

1 — Antes do verbo, dispensa outra negativa: Nada lhe perguntaram. / A polícia nada apurou
sobre o crime. / Ele de nada foi informado.

2 — Se vem depois do verbo, exige outra negativa: Não lhe perguntaram nada. / O ministro
não sabia nada sobre o plano. / Ninguém aprendeu nada.

3 — São erradas, dessa forma, frases como: As linhas telefônicas custam praticamente nada
(o certo: não custam ...)/ Reservou as sextas-feiras para fazer absolutamente nada (para não
fazer...).
NADA A VER

E nunca “nada haver”.

NEGATIVA MAIS NEGATIVA

O português admite o uso de duas negativas na mesma frase sem que daí resulte um sentido
positivo. Veja os exemplos seguintes, todos corretos: Não viu nada. / Não conheceram nunca
alguém tão feio. / Sem as reclamações de ninguém além dele.

NEM... NEM

1 — Verbo no plural se os dois ou mais sujeitos podem praticar o fato expresso pelo verbo:
Nem o repórter nem o redator perceberam o erro. / Nem o deputado, nem o senador, nem o
vereador quiseram comentar a declaração.

2 — Verbo no singular apenas se o fato expresso pelo verbo excluir um dos sujeitos: Nem o
deputado nem o senador será eleito presidente (só um pode ser eleito).

3 — Se os sujeitos não forem da mesma pessoa, a 1ª predomina sobre a 2ª e a 3ª, e a 2ª,


sobre a 3ª: Nem eu nem tu nem ele sairemos daqui. / Nem tu nem eles deveis ficar
preocupados.

NEM UM NEM OUTRO

1 — Prefira o verbo no plural: Nem um nem outro apareceram. / Nem um nem outro são meus
irmãos.

2 — Caso haja exclusão de um dos sujeitos, o verbo fica no singular: Nem um nem outro será
eleito presidente (só um pode ser eleito).

3 — Se houver substantivo depois, este fica obrigatoriamente no singular: Nem um nem outro
caso (e não casos) foram esclarecidos (ou foi esclarecido). / Nem uma nem outra coisa
aconteceu.

NENHUM

1 — Vem normalmente antes do substantivo e é precedido de negativa: Não existe nenhum


homem na cidade. / Fugiu de madrugada, sem que nenhum guarda o tivesse visto.

2 — Colocado depois do substantivo, dá ênfase à negativa: Não existe homem nenhum na


cidade. / Fugiu de madrugada, sem que guarda nenhum o tivesse visto. / Não queria esmolas,
nem favor nenhum.

3 — Pode ter valor afirmativo em frases como: Mais que nenhum outro jogador, tudo ele fez
pelo time.

4 — Quando houver uma negativa antes, usa-se “nenhum” e não “qualquer”: Não viu nenhuma
(e não qualquer) irregularidade no caso.

5 — Nenhum atrai o pronome situado na mesma oração: Nenhuma pessoa se machucou na


queda. / Nenhum amigo lhe abriu os olhos.
NENHUM (CONCORDÂNCIA)

O verbo fica sempre no singular: Nenhum dos homens ali presentes negou o fato. / Nenhum
deles se dispôs a comparecer. / Nenhum de nós foi convidado para a festa.

NENHUM, NEM UM

1 — “Nenhum” é antônimo de “algum”: Nenhum jornalista escreve melhor que ele (em oposição
a: Algum jornalista escreve...). / Não tem nenhum direito de reclamar. / Não havia nenhuma
divergência entre eles.

2 — “Nem um” equivale a “nem um sequer”, “nem um único”: Não quis ficar nem um instante
mais. / Não ficaram encabulados nem um pouco. / Nem uma única folha se mexia.

NÍVEL

1 — A locução “a nível de”, modismo desnecessário e condenável. Veja alguns casos em que a
locução aparece e como evitá-la: Decisão “a nível” de diretoria (decisão de diretoria). / Decisão
“a nível” de governo (decisão governamental).

2 — Em determinados casos podem ser usadas as locuções “no plano (de)” e “em termos de”.
Ou, em última instância, “no nível de” e “em nível de” (uma vez que nível rejeita o “a” sozinho):
Os candidatos teriam hoje, “a nível” nacional (no plano nacional, em termos nacionais), 24%
das intenções de voto. / O grupo elevou a entidade “a nível” primeiro-mundista (ao nível
primeiro-mundista).

3 — Existe ainda “ao nível de”, mas apenas com o significado de “à mesma altura”: ao nível do
mar.

NOMES CIENTÍFICOS

A primeira palavra tem inicial maiúscula e o nome científico vai sempre em itálico: Aedes
aegypti, Aedes albopictus, Rhea americana, Vulpes vulpes, Citrus aurantium sinensis, etc.

NOMES DE COR

1 — Palavra simples

a) A cor é um adjetivo — varia: olhos azuis, cortinas verdes, madeira castanha, sapatos
marrons, nuvens brancas, manchas roxas, riscos vermelhos. EXCEÇÃO: roupas marinho.

b) A cor é um substantivo — não varia: paredes creme, laços rosa, ternos cinza, carros
gelo, tons pastel, gravatas abóbora, blusas vinho, cortinas limão, olhos turquesa, papéis
marfim.

Regra prática: Sempre que a locução “cor de” estiver subentendida ou expressa, o nome de cor
fica invariável. Exemplo: paredes (cor de) creme, laços (cor de) rosa, blusas (cor de) vinho,
papéis (cor de) marfim, ternos (cor de) cinza, estojos cor de carmim, folhas cor-de-rosa.

2 — Adjetivos compostos
a) Adjetivo + adjetivo — só o segundo varia: olho verde-claro, olhos verde-claros;
bandeira verde-amarela, bandeiras verde-amarelas; garrafa azul-escura, garrafas azul-
escuras; cortina castanho-clara, cortinas castanho-claras.
b) Adjetivo + substantivo ou substantivo + adjetivo — composto invariável: blusas
amarelo-canário, camisas rosa-claro, uniformes verde-oliva, carros vermelho-sangue,
vestidos castor-claro, carros verde-abacate, olhos azul-turquesa.

3 — Casos especiais

a) “Azul-marinho” e “azul-celeste” são invariáveis: ternos azul-marinho, tons azul-celeste.


b) “Ultravioleta” não varia, enquanto “infravermelho” admite feminino e plural: raios
ultravioleta, radiações infravermelhas.

NOMES DE PUBLICAÇÕES E OBRAS LITERÁRIAS

1 — Como norma, não se altera o nome de publicações ou obras literárias, que vão em
destaque (itálico): A notícia divulgada por O Globo. / A nota publicada em A Tribuna. / A frase
inicial de Os Sertões.

2 — Para manter a fluência da frase, no entanto, e evitar formas como “em Os”, “de As”, “por
O” e outras semelhantes, pode-se fazer a contração quando essa prática contribuir para que o
texto ganhe melhor ritmo: A notícia publicada pelo Globo. / A nota publicada na Tribuna. / A
frase inicial dos Sertões. / Assistiu ontem novamente aos Sete Samurais.

3 — Obras de nome muito extenso poderão ser citadas pela forma reduzida depois que já se
tiver feito menção completa ao seu título: Nas Memórias Póstumas, Machado de Assis
descreve... / Quincas Berro d’Água (A Morte e a Morte de Quincas Berro d’Água) é um dos
melhores momentos de Jorge Amado.

NOMES DE RUAS E LOCAIS ESTRANGEIROS

Os nomes de ruas, praças, parques e outros do exterior deverão ser escritos na forma original,
mantendo-se, quando for essa a prática corrente, o nome e o local que ele indica: Wall Street,
Central Park, Times Square, Long Island, Hyde Park. Em alguns casos, pode-se adaptar o
nome ao português: Praça de Maio (Buenos Aires), 5ª Avenida, Praça Vermelha, etc.

NOMES GEOGRÁFICOS

Não há normas definidas para a grafia dos nomes geográficos. Muitos já estão adaptados ao
português (Filadélfia, Londres, Moscou, Bruxelas) e outros deverão ser escritos na grafia
original (El Paso, San José, Sydney, New Hampshire).

NÚMEROS

Instruções gerais

1 — De “um” a “dez”, escreva os números por extenso; a partir de 11, inclusive, em algarismos:
dois amigos, seis operadores, 11 jogadores, 18 pessoas. EXCEÇÃO: cem e mil.

2 — Proceda da mesma forma com os ordinais: primeira hora, terceiro aniversário, 15ª vez, 23º
ano consecutivo.
3—

a) Nas enumerações, se houver valores abaixo e acima de 11, use apenas algarismos:
Incêndio em Paris mata 7 e fere 17 pessoas. / Havia na praça 3 adultos e 12 crianças. / A
decisão sairá em 10 ou 15 dias.

b) Se os números não fizerem parte de uma enumeração, siga a regra: Em três meses,
concordatas batem recorde de 12 anos. / Os oito carros custaram R$ 100 mil. / As cinco
máquinas chegaram em 1995.

4 — Não inicie orações com algarismos, mas escreva o número por extenso: Dezoito pessoas
feriram-se no acidente. Sempre que possível, porém, mude a redação para não ter de escrever
o número por extenso.

5 — Escreva os algarismos, de 1.000 em diante, com ponto: 1.237, 14.562, 124.985,


1.507.432, 12.345.678.543, etc.

6 — Com “mil”, “milhão”, “bilhão” e “trilhão”, use a forma mista se os números forem redondos
ou aproximados: 2 mil pessoas, 3 milhões de unidades, 5,4 milhões de toneladas, 1,4 bilhão (e
não 1,4 bilhões) de reais, 2 bilhões de habitantes, 15,5 trilhões de micróbios, etc.

Repare: 2 (em algarismos) mil pessoas e não duas (por extenso) mil pessoas. Use apenas mil,
e nunca “1 mil”: mil homens (em vez de1 mil homens).

7 — Especifique sempre as ordens de grandeza dos números, mesmo que para tanto seja
preciso repetir palavras: Estavam ali de 40 mil a 50 mil pessoas. / A cidade tem entre 3 milhões
e 4 milhões de habitantes. / De 20 reais a 50 mil, qualquer quantia era aceita. / Falava tanto
para 50 pessoas como para 50 mil, sem se perturbar. / A inflação deste mês ficará entre 1% e
2%.

8 — Com números quebrados, use algarismos: O senador obteve 3.127.809 votos. / A cidade
tem 3.456 bancas de jornais.

9 — Nunca use 0 antes de número inteiro, a não ser para indicar dezenas de loteria, números
de referência, prefixos telefônicos e dígitos de computador. Para datas, número de páginas,
horas, etc., adote sempre o número simples: 2/1/96 (e nunca 02/01/96); às 8 horas (e nunca às
08 horas); às 9h16 (e nunca às 09h16); chegará dia 9 (e nunca dia 09); na página 5 (e nunca
na página 05).

10 — Prefira usar por extenso os números fracionários: um terço, dois quintos, sete quartos,
etc. Em títulos, olhos, legendas e chamadas, admite-se, porém, a forma numérica: 1/3 das
pessoas, 3/5 da população, etc.

a) Por extenso

1 — Use o número por extenso nos nomes de cidades, em palavras compostas, nas
expressões populares ou quando o número estiver substantivado: Três Lagoas, Santa Rita do
Passa Quatro, quatro olhos, segundo-tenente.

2 — Para definir períodos históricos: o Setecentos (século XVIII), o Oitocentos (século XIX).
b) Em algarismos

Como critério genérico, deverão ser empregados algarismos sempre que um número expressar
valor, grandeza ou medida (e não apenas mera soma, como dois amigos, três pessoas, cinco
emendas). De maneira mais específica, use algarismos em:

1 — Tabelas, relatórios econômicos, princípios matemáticos, quadros estatísticos, tabelas de


horários, etc.

2 — Horas, minutos e segundos: Ele partirá às 4h / A reunião irá das 7h às 9h / O foguete foi
lançado às 8h5min15s. EXCEÇÃO: quando horas designa período de tempo. Exemplos: A
reunião demorou oito horas. / A comitiva esperou três horas pelo deputado. / Faltam dois
minutos.

3 — Dias, meses (em algarismos), décadas, séculos: O presidente chega dia 3. / A Câmara
votará a emenda dia 9. EXCEÇÃO: quando se quer exprimir um período de tempo. Exemplos:
O cantor se apresentará durante cinco dias em São Paulo. / Sua pesquisa abrange quatro
décadas. / Passaram-se três séculos.

4 — Datas em geral, incluindo-se as que se tornaram nomes de locais públicos: São Paulo,
3/3/1993. / Rio de Janeiro, 2 de abril de 1995. / Avenida 9 de Julho (e não Nove de Julho). /
Rua 7 de Abril. / Rua 15 de Novembro. EXCEÇÃO: quando se quer dar ênfase a uma data
histórica. Exemplos: O Sete de Setembro. / O Nove de Julho.

5 — Idades: Ele tem 3 anos. / Uma criança de 2 anos, 8 meses e 5 dias. EXCEÇÃO: quando
anos designa período de tempo. Exemplos: Ele esperou quatro anos. / Ela parece ter
envelhecido dez anos.

6 — Dinheiro: 8 reais, 5 centavos, 2 dólares, 3 libras, 8 marcos, R$ 3 milhões, US$ 5 milhões.

7 — Porcentagem: Os preços subiram 5%. / A taxa de desemprego caiu 2% em maio.

8 — Pesos, dimensões, grandezas, medidas e proporções em geral: 5 quilos, 3 litros, 8 metros,


6 hectares, 2 arrobas, 9 acres, 6 alqueires, 2 polegadas, 2 partes, etc. Exemplos: A criança
nasceu com 5 quilos. / A cidade consumia 6 toneladas de batatas por dia. EXCEÇÃO:
distâncias e diferenças. Exemplos: O carro deslizou oito metros. / Perdeu três quilos no regime.
/ A miss tinha duas polegadas a mais. / Faltavam dois alqueires na medição do terreno. /
Coloque duas partes de café para cinco partes de água.

9 — Graus de temperatura: O termômetro marcava 3 graus. Temperatura cai para 1˚(só em


títulos). Diferenças de temperatura, porém, vão por extenso: A temperatura caiu três graus.

10 — Números decimais: A densidade do Estado é de 1,88 habitante por quilômetro quadrado.


/ A temperatura subiu 4,5 graus.

11 — Endereços: Rua Direita, 7, 3º andar. / Alameda dos Caetés, 8. Casa 3.

12 — Indicação de zonas, distritos ou regiões: Zona 6, 4º Distrito Policial, 9ª Região Militar.

13 — Todo número que indique ordem ou sequência (especialmente em nomes de navios,


aviões, naves espaciais, veículos, atos de peças teatrais, capítulos, canais, modelos, estradas,
tamanhos, páginas, folhas, quartos, etc.): Número 2, lápis nº 1, nota 5, V8, F-1, DC-10, Apollo
7,etc.
14 — Resultados esportivos: O São Paulo venceu o Corinthians por 3 a 1. / O Brasil ganhou da
Itália por 3 sets a 2. / Steffi Graf venceu por 7/6 e 6/4. (Mas: O São Paulo marcou dois gols de
falta.)

15 — Resultados de votações e julgamentos: A emenda foi aprovada por 5 votos a 4 (Mas: A


emenda precisava de quatro votos favoráveis.)/ O réu foi condenado por 4 votos a 2.

16 — Contexto financeiro: A ação caiu 3 pontos.

17 — Latitude e longitude: O Estado do Amazonas está situado a 2 graus de latitude norte e a


9 graus de latitude sul.

18 — Seriação de festas, simpósios, congressos, feiras, conferências, corridas, competições,


etc.: 2ª Festa da Uva, 3º Simpósio de Transportes, 5º Congresso de Cancerologia, 8ª Feira
Nacional do Móvel.

19 — Matemática: Multiplique por 8. / Divida por 4. / Some 5. / Subtraia 9. / Eleve à 3ª potência.

20 — Conflitos e governos: 1ª Guerra Mundial, 5ª República, 3º Reich.

c) Concordância

1 — Números abaixo de 2 fazem a concordância sempre no singular: 0 hora, 0,9 metro, 1,9
milhão, 1,7 bilhão. Prefira o verbo, porém, no plural com milhão, bilhão, etc: 1,9 milhão de
pessoas estavam presentes. / 1,7 milhão de habitantes já abandonaram o país.

2 — Os números “um” e “dois” e as centenas, a partir de duzentos, variam em gênero: um,


uma, dois, duas, duzentas, trezentas, seiscentas, novecentas, seis mil duzentas e uma
pessoas, oito mil setecentas e quarenta e duas espécies, etc.

OBRIGADO

1 — Como fórmula de cortesia, concorda em gênero e número com quem faz o agradecimento
(homem ou mulher, homens ou mulheres): obrigado pelo favor (homem), obrigada pela atenção
(mulher). Igualmente: muito obrigado, muito obrigada.

2 — Caso o adjetivo seja substantivado, fica apenas no masculino e no singular: o meu


obrigado, o nosso obrigado, o meu muito obrigado, o nosso muito obrigado (homem ou mulher,
homens ou mulheres).

“ONDE” = EM QUE

1 — “Onde” equivale a “em que” apenas quando a referência é a lugar físico: A casa onde (em
que) nasceu. / A estrada onde (em que) ocorreu o acidente. / A lanterna onde a mosca pousou.
2 — Em exemplos como os que se seguem, use sempre “em que”, “na qual” ou “no qual” e não
“onde”: O conjunto definiu uma formação em que (e não onde) todos cantavam. / Na oração em
que (em vez de onde)... / Eram dois discos radicais em que a fluência melódica...

PAGAR

1 — (tr. dir.) Pagar alguma coisa: Pagou a consulta. / Pagou as compras.

2 — (tr. ind.) Pagar a alguém ou a uma entidade: Deputado não paga a assessor. / Ministérios
não pagam à Petrobrás.

3 — (tr. dir. e ind.) — Pagar alguma coisa a alguém: A empresa pagou o salário aos
funcionários.

4 — (intr.) Sem complemento: Cometeu o crime, e pagou.

PAGO

Use pago tanto com “ser” e “estar” como com “ter” e “haver”: Foi ou estava pago, tinha ou havia
pago. Tinha pagado, embora correto, está caindo em desuso.

PALAVRAS ESTRANGEIRAS

1 — A palavra estrangeira, na sua forma original, só deverá ser usada quando for
absolutamente indispensável. O excesso de termos de outra língua torna o texto pretensioso e
pedante. E não se esqueça de explicar sempre, entre parênteses, o significado dos
estrangeirismos menos conhecidos.

2 — Se a palavra ou expressão não tiver correspondente em português, porém, ou se este for


pouco usado, recorra então ao termo estrangeiro, que vai no mesmo corpo do texto e não em
destaque: stand by, hardware, apartheid, smoking, zoom, slide, holding, shopping center,
marketing, joint venture, outdoor, funk.

PALESTRA

Alguém “faz”, “pronuncia” ou “profere”, mas não “dá” uma palestra, que é jargão acadêmico.
PARÁGRAFOS (USO)

Para que a leitura se torne mais agradável, procure quebrar o texto regularmente, de acordo
com estas instruções:

1 — Abra parágrafo a cada 4 ou 5 linhas de texto.

2 — Organize o texto para que essa mudança de parágrafo não se torne absolutamente
aleatória. Por isso, evite fragmentar uma informação no meio, mas a desdobre de maneira que
o parágrafo seguinte represente a sua continuidade.

3 — Sempre que possível, procure apresentar uma ou no máximo duas informações por
parágrafo.

“PARECER” + INFINITIVO

Pode-se flexionar o verbo parecer ou o infinitivo: “Os homens pareciam sorrir (prefira esta
forma)” ou “Os homens parecia sorrirem”.

PARÊNTESES (USO)

Usam-se os parênteses para:

1 — Intercalar num texto qualquer palavra, expressão ou oração acessória, representada em


geral por uma explicação, uma circunstância incidental, uma reflexão, um comentário ou uma
observação: “Em 1995 a empresa investiu 80 milhões (e deve aplicar mais 50 milhões este
ano) no seu Centro de Processamento de Dados”./ “A tese sobre os ciclos históricos (cuja
duração o autor fixa em 30 anos) foi aprovada pelos examinadores”.

2 — Isolar do texto uma palavra ou expressão que se queira destacar: “O livro de Gorbachev
critica (mas justifica) Stalin”. / “A recriação (medíocre) da Belle Époque”.

3 — Transcrever as siglas que se seguem à explicação do nome de um órgão ou entidade: “A


Associação Brasileira de Imprensa (ABI) condenou ontem...”. Lembre-se de sempre descrever
a sigla com seu nome completo e só depois inserir a sigla entre parênteses na primeira
aparição da palavra no texto. A partir desta primeira citação, podemos utilizar somente a sigla.

4 — Levar ao leitor as referências bibliográficas: “Eu sempre tento dar a interpretação mais
benévola a todos os meus pecados.” (Edmund Wilson, Os Anos Vinte, Companhia das Letras,
369 páginas, 1987, tradução de Paulo Henriques Britto.)

5 — Indicar uma data: “O início da guerra (1939) coincidiu com a época da sua formatura”.
OBSERVAÇÃO: O ponto vai fora do parêntese quando a expressão que ele encerra é apenas
parte da oração e vai dentro quando toda a oração é por ele englobada: Merece menção
especial o esforço dos tradutores (Carlos de Almeida e João dos Santos). / Todos concordaram
com o ditador. (Ninguém seria insensato a ponto de contrariá-lo.) / Sacos de dinheiro nas
costas. (É a população trocando a velha moeda.)

PARTICÍPIO + PRONOME

Em nenhuma hipótese o pronome oblíquo pode aparecer depois do particípio, em frases como:
Tinha “feito-lhe”, havia “partido-se”, tinha “formado-se”, haviam “comido-o”. O certo é: Tinha lhe
feito, havia-se partido, tinha-se formado, haviam-no comido.

PARTICÍPIOS DUPLOS

1 — Use “ter” e “haver” com os particípios regulares e “ser” e “estar”, com os irregulares: O
Presidente havia (tinha) suspendido as negociações. / O acordo foi (estava) suspenso.

2 — Nos títulos, empregue habitualmente o particípio irregular: Suspensas as aulas. / Aceitas


as condições dos metalúrgicos. / Mortos os assaltantes.

3 — É essa também a forma correta em expressões como: Impresso o livro, a edição esgotou-
se rapidamente. / Suspensos os alunos, as aulas prosseguiram.

PARTIR

1 — Cuidado com a locução a partir de, que significa apenas a começar de (existe uma ideia
de continuidade): As inscrições estarão abertas a partir de segunda-feira.

2 — Se a ação for definida no tempo, não se poderá usar “a partir de”. Assim: As inscrições
começarão na próxima semana (e não “a partir da”).

3 — Como marca o início de alguma coisa no tempo e no espaço, é errado também usar a
partir de em casos como: Livro conta a história recente do País “a partir de” (melhor: com base
em) pesquisas do Ibope.

PEGADO, PEGO

Use “pegado” com “ter” e “haver” e “pego”, com “ser” e “estar”: Tinha (havia) pegado, foi
(estava) pego.
PESO

1 — Com números redondos, use sempre por extenso o nome das medidas de peso: 200
toneladas, 40 quilos, 50 gramas. Nos títulos e tabelas, pode-se usar a abreviatura: 200 t, 40 kg,
50 g.

2 — Para indicar números quebrados, adote estas formas: 200,5 toneladas, 40,8 quilos, 50,4
gramas. Como no caso acima, nos títulos e tabelas permite-se a abreviatura: 200,5 t, 40,8 kg,
50,4 g.

3 — Se a medida for inferior a 2, ficará no singular: 1,5 tonelada, 1,9 quilo, 0,7 grama.

4 — Repare que as abreviaturas não têm ponto nem plural e há espaço entre o número e elas:
87 t, 65 kg, 32 g.

Ph.D.

Plural: Ph.Ds.

PIOR

1 — Antes de particípio, use sempre “mais mal” e nunca “pior”: mais mal classificados (e não
“pior classificados” ou, menos ainda, “piores classificados”).

2 — Quando adjetivo, varia (equivale a mais mau): Eles eram piores (mais maus) que todos.

3 — Quando advérbio, permanece invariável (equivale a mais mal): Eles estavam pior (mais
mal) de vida.

PODERES

Desta forma: Poder Executivo, Poder Legislativo e Poder Judiciário. Ou simplesmente o


Executivo, o Legislativo e o Judiciário. No plural: os Poderes Executivo e Judiciário.

PONTO

1 — Indica normalmente o término de uma oração: O ministro disse que, para sair da crise, o
país precisava confiar mais nas instituições.

2 — Usa-se ainda o ponto nas abreviaturas (à exceção daquelas que fazem parte do sistema
métrico decimal), mas não nas siglas: dr., d., sécs., m, min, g, kg, PM, HC, ICMS, INSS.
3 — Se a abreviatura vier no fim do período, coloca-se apenas um ponto (e não o ponto da
abreviatura mais o final): Havia ali cães, galinhas, gatos, etc. / A empresa era a Irmãos Almeida
Ltda.

4 — Use ponto (sem espaço) nas iniciais colocadas nos pés de matérias: J.M., P.L.C.

PONTO E VÍRGULA

É um sinal intermediário entre o ponto e a vírgula. Seus principais usos são:

1 — Separa partes de um período em que já exista vírgula: Formou-se engenheiro; o irmão,


advogado.

2 — Separa orações iniciadas por conjunções ou advérbios que indiquem restrição ou


conclusão quando se quer ressaltar este sentido: Até agora, só hipóteses; mas as pesquisas
avançam.

3 — Separa os diferentes itens de documentos, leis, enumerações, portarias, regulamentos,


decretos, etc.: Consideram-se sujeitos à taxação: a) perfumes, cosméticos e produtos de
toucador; b)bebidas fermentadas ou destiladas; c) artigos eletroeletrônicos; d) joias e casacos
de pele.

PORCENTAGEM

1 — Uso

a) Use porcentagem, e não “percentagem”, e porcentual, em vez de “percentual”.

b) Adote sempre o número e o sinal equivalente, 5%, 10%, 45%, 280% — e não a forma por
extenso, cinco por cento (a não ser em início de frase), ou a mista, 45 por cento.

c) Se houver mais de um número na frase, coloque o sinal de porcentagem em todos eles: A


gasolina deve subir de 2% a 3% quinta-feira.

2 — Concordância

a) O verbo concorda com o que for expresso pela porcentagem: Só 10% da produção de trigo
foi salva. / Oitenta por cento da imprensa brasileira noticiou o fato. / Segundo a Fiesp, 50% das
indústrias brasileiras estão obsoletas. OBSERVAÇÃO: Com 1%, faça a concordância no
singular: Apenas 1% dos alunos faltou ao exame.

b) Se ocorrer a particularização da porcentagem, a concordância mudará: Esses 20% da


população morreram (e não “morreu”). / Os restantes 30% de aumento serão pagos dois
meses depois (e não “será pago”).
c) Se o verbo vier antes do número da porcentagem, a concordância se fará com o número:
Está perdido 1% da colheita. / Estão perdidos 10% da colheita.

d) Se o nome vier antes do número que exprime a porcentagem, a concordância se fará com o
número: Dos alunos, 10% faltaram às aulas. / Da safra de soja, 30% estão perdidos. / Dos
livros enviados, apenas 1% se perdeu.

PORÉM

Não inicia oração e, por isso, deve aparecer no interior dela: A empresa participou da
concorrência. Sua idoneidade, porém, foi posta em dúvida (e não: A empresa participou da
concorrência. Porém, sua idoneidade foi posta em dúvida).

PRA

Sem acento, tanto para designar “para” como “para a”. Na reprodução de frases populares, use
“pra” e não “para”: Pra chuchu. / Pra burro. / Pernas, pra que te quero. Nos demais casos, para:
Para a frente. / Para trás. / Chegou para ficar.

“PRECISA FAZER, SAIR”

É errado dizer: “Precisa” fazer a limpeza, “precisa” sair logo, “precisa” comprar o disco,
“precisa” ser muito homem para fazer isso. Use, em vez de “precisa”, é preciso, é necessário,
deve-se, precisa-se ou equivalente.

PRECISA-SE DE

Na passiva pessoal, use a forma correta: Precisa-se de repórteres. Nunca, “precisam-se” de


repórteres (quando uma preposição se segue ao verbo, na passiva pessoal, este permanece
invariável).

PRENDIDO, PRESO

Use prendido com “ter” e “haver” e preso, com “ser” e “estar”: Tinha (havia) prendido, foi
(estava) preso.
PRESIDÊNCIA

Com inicial maiúscula apenas quando se tratar do cargo máximo do país: Era candidato à
Presidência da República. Inicial minúscula para outros cargos: Era candidato à presidência do
DCE, à presidência da comissão, à presidência do sindicato.

PREVENIR

1 — Pode-se prevenir alguém ou alguma coisa: Quis preveni-la. / O exército queria prevenir
desordens.

2 — Pode-se também prevenir alguém de ou contra: Preveniu o povo dos riscos da decisão. /
Preveniu os amigos contra o cão.

3 — Alguém pode ainda prevenir-se contra: Preveniu-se contra os falsos amigos.

4 — Sem complemento: Mais vale prevenir que remediar.

PRINCÍPIO

Diferença entre as locuções:

1 — A princípio significa no começo: A princípio, pensava em sair, mas arrependeu-se e


decidiu ficar em casa.

2 — Em princípio equivale a em tese, de modo geral: Todos, em princípio, são iguais perante a
lei.

3 — Por princípio quer dizer por convicção: Por princípio, não tolero pessoas fascistas.

PROBLEMA

Liga-se com hífen a outro substantivo: preso-problema, mulheres-problema.

PROPOSITADAMENTE

Propositado e propositadamente são preferíveis a “proposital” e “propositalmente”.

PRÓXIMO (DE OU A)

A forma vai depender do sentido da frase:

1 — Adjetivo. Concorda com o substantivo ou pronome: Os primos estavam próximos. / Elas


ficaram mais próximas de nós.

2 — Em locução: Ela estava próximo do pai (perto do). / Morávamos muito próximo da sua
casa. / Próximo ao rio havia uma árvore muito alta.
Q

QUANDO + PRONOME

O quando atrai o pronome localizado na mesma oração: O assalto ocorreu quando Marcos se
dirigia (e não “dirigia-se”) para o trabalho.

QUANTO

1 — Prefira não usar o antes de quanto: Viaje quanto antes. (e não “o quanto”).

2 — Quão segue a mesma norma: Veja quão desastrado ele é.

QUANTOS SÃO

O certo: Quantos são dois mais dois? (e não quanto “é” dois mais dois).

QUÊ

O quê tônico é acentuado. Veja os casos em que ele ocorre:

a) Quando é substantivo, com o significado de alguma coisa, qualquer coisa: Tinha um quê de
mistério.

b) Quando é o nome da letra q: Um quê maiúsculo.

c) Quando, como interjeição, designa espanto: Quê! Não é o que você pensa.

d) Quando encerra a oração: Para quê?

e) Na expressão sem quê nem pra quê: Ele, sem quê nem pra quê, se irritou com todos.

QUE + PRONOME

O que atrai o pronome situado na mesma oração: Foi então que se deu (e não “que deu-se”) o
inusitado.

QUEM (CONCORDÂNCIA)

1 — O verbo fica normalmente na terceira pessoa do singular: Fui eu quem fez o trabalho.
Fostes vós quem nos iludiu. (Há gramáticos que admitem a concordância com o antecedente:
Sou eu quem pago).

2 — Quando quem equivale a “que pessoas”, existem duas possibilidades: a) Com o verbo ser,
usa-se o plural: Quem serão os responsáveis pelo crime? b) Com os demais verbos, usa-se o
singular: Diga quem apoia e quem condena a ideia.
3 — Quando usado com valor absoluto, fica no masculino e no singular: Quem com ferro fere
com ferro será ferido.

4 — Pode concordar com uma palavra feminina, quando a referência for expressa e clara:
Quem for a mais esperta ganhará o prêmio.

QUEM (VÍRGULA)

Não use vírgula entre o quem e o segundo verbo que concorda com ele: Quem avisa amigo é. /
Quem viver verá. (e não: “Quem avisa, amigo é”. / “Quem viver, verá”.)

RATIFICAR, RETIFICAR

Ratificar significa homologar, confirmar. Retificar quer dizer corrigir.

RECORRER

Recorre-se a alguém, mas recorre-se de uma decisão: O presidente recorreu aos assessores
para recorrer da decisão do Supremo.

REGIÕES DO BRASIL

1 — Use inicial maiúscula no nome das regiões brasileiras: Região Sul, Região Norte, Região
Leste, Região Centro-Oeste, Região Oeste, Região Sudeste, Região Nordeste (ou, de
preferência, apenas Norte, Sul, Leste, Centro-Oeste, Oeste, Sudeste e Nordeste). Também: as
Regiões Norte e Nordeste.

REITOR

Feminino: reitora. Forma de tratamento: Magnífico Reitor, Magnífica Reitora.

RESTRINGIDO, RESTRITO

Restringido pode ser usado tanto com ser e estar quanto com ter e haver: O uso de carros
oficiais foi restringido. / O governo tinha restringido o uso de carros oficiais. Com ser e estar,
admite-se também o emprego de restrito: O uso de carros oficiais estava restrito.

RETICÊNCIAS

Indicam uma hesitação na frase ou a falta de conclusão de uma ideia. Têm valor
essencialmente literário e devem ser evitadas nas notícias, para não lhes dar o caráter de
indefinição. Jornalisticamente, as reticências são admitidas nestes dois casos:
1 — Nas legendas em sequência: O touro enfurecido investe contra os populares ... / ... e é
contido por um toureiro improvisado.

2 — Entre parênteses, para indicar que uma citação foi interrompida e retomada mais adiante:
“A população brasileira é comedida e repele os extremos. Teme os partidos de direita ou de
esquerda. (...) Está sujeita, porém, à sedução dos líderes carismáticos que, ao longo dos anos,
tem elegido com certa constância.”

SEÇÃO, SECÇÃO, SESSÃO, CESSÃO

1 — Seção. Equivale a divisão, repartição, segmento, parte de uma publicação ou de um todo,


setor, etc.: Seção Eleitoral, Seção de Tráfego, Seção de Esportes, etc.

2 — Secção. Empregue a palavra apenas no caso em que corresponde a corte, amputação. E


em derivados como vivissecção.

3 — Sessão. É o tempo que dura uma reunião, espetáculo ou trabalho, e também esse próprio
ato: sessão de cinema, sessão de teatro, sessão de pancadas, etc.

4 — Cessão. Ato de ceder: cessão de bens, cessão de direitos.

SEDIAR

1 — Palavra vetada. O verbo não existe formalmente no idioma e pode ser substituído por ser
a sede de, organizar, promover, etc.: Sydney será a sede da Olimpíada de 2000. / Cidade quer
promover (organizar) campeonato de veteranos.

2 — Em vez de “sediado”, use com sede em: Empresa com sede na capital.

SIGLAS

1 — Escreva as siglas no mesmo corpo do texto. Por motivo de simplificação, este verbete
inclui como siglas os acrônimos, palavras formadas por sílabas ou partes das iniciais do nome
de um órgão ou entidade: Empresa Brasileira de Turismo (Embratur), Conselho Nacional de
Trânsito (Contran), etc.

2 — Não use pontos intermediários ou pontos finais nas siglas: ONU (e não O.N.U.).

3 — Na primeira citação, explique sempre o que a sigla significa e a coloque entre parênteses,
a seguir (e nunca antes): O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou ontem...

4 — Dispense da explicação apenas a representação do nome dos partidos políticos e das


empresas comerciais (mas não públicas ou estatais) nas quais a sigla se tornou sinônimo do
próprio nome: PSOL, PSDB, Bradesco.

5 — Escreva em maiúsculas todas as siglas até três letras: TC, BC, AM, ONU, USP.
6 — As siglas e acrônimos com quatro letras ou mais têm apenas a inicial maiúscula quando
são pronunciáveis: Proaes, Proaf, Propladi. Mas devemos escrever: PROPPG, pois não pode
ser lida como se fosse uma palavra.

7 — As siglas com quatro letras ou mais vão em maiúsculas quando se pronuncia


separadamente cada uma de suas letras ou parte delas: CNBB, BNDES, PROPPG.

8 — Algumas siglas podem ter letras maiúsculas e minúsculas na sua estrutura (na origem, foi
uma forma de diferenciá-las de outras idênticas): CNPq (antigo Conselho Nacional de
Pesquisas, hoje, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, para evitar,
na época, confusão com o CNP, Conselho Nacional do Petróleo ), UnB (Universidade de
Brasília).

9 — Use apenas as siglas já existentes ou consagradas, evitando criá-las apenas porque os


títulos exigem palavras curtas.

10 — Evite, da mesma forma, a profusão de siglas no mesmo título: “CMN debate IPI, ICM e
ITR”. Ou o uso de siglas menos conhecidas: “RDPO pode substituir DUT em viagens”.

11— As siglas dos órgãos estrangeiros que tiverem nome traduzido em português deverão
seguir essa designação, e não a original: Organização das Nações Unidas (ONU), Fundo
Monetário Internacional (FMI). Outros casos: EUA, OCDE, OEA, OIT, Opep.

12 — Em outros casos, mantém-se a sigla estrangeira, mesmo que o seu nome em português
não corresponda perfeitamente à sigla: Organização das Nações Unidas para Alimentação e
Agricultura (FAO). Outros casos: Unesco, Unicef.

TANTO COMO, TANTO QUANTO

1 — Existem as duas formas: Tanto o pai como (ou quanto) o filho...

2 — Concordância. Verbo no plural: Tanto o governo quanto (ou como) o Congresso


aprovaram a decisão.

3 — Diante de adjetivo, tanto assume a forma tão: É tão inteligente quanto (ou como) o pai.

TELEFONE

1— Informações são dadas pelo telefone tal, e não “para” o telefone tal. Pode-se, isto sim, ligar
para o telefone tal.

2 — Uma pessoa fala ao e não “no” telefone.

3 — Use hífen para separar o prefixo e parênteses nos interurbanos: 0800-342311, (021) 2462-
5476.
TER DE

Use ter de em vez de ter que, quando o sentido for de necessidade, obrigação, desejo ou
interesse: O Brasil terá de importar arroz. / O trabalho tem de ser iniciado hoje.

TERMINAR + INFINITIVO

Com infinitivo, use acabar e não terminar: Acabou de fazer, acabou de sair, acabou de
escrever.

TÍTULOS

Instruções gerais

1 — O título deve, em poucas palavras, anunciar a informação principal do texto ou descrever


com precisão um fato: Governo desiste de aumentar impostos / Assaltantes roubam 500 mil e
prendem 12 reféns.

2 — Procure sempre usar verbo nos títulos: eles ganham em impacto e expressividade.

3 — Para dar maior força ao título, recorra normalmente ao presente do indicativo, e não ao
pretérito: Israelenses e palestinos assinam (e não assinaram) acordo de paz / Reitor chama (e
não chamou) polícia para poder trabalhar.

4 — Use inicial maiúscula apenas na primeira palavra do título e nos nomes próprios: Ministro
pode ser indiciado / Pacifistas fazem protesto diante da Casa Branca.

5 — Não usar títulos com ponto. Assim, estão vetados exemplos como estes: O Metrô
reconhece que errou. E pune seus funcionários / O Brasil joga. Para buscar a classificação.

TODO, TODO O

1 — Siga a norma de que todo, sem artigo, significa um, cada, qualquer, enquanto todo o
equivale a inteiro: Trabalho todo dia (cada dia, qualquer dia). / Trabalho todo o dia (o dia
inteiro).

TOTAL

Concordância no singular: Um total de 1.500 delegados vai (e não “vão”) participar da


convenção.

TRATAMENTO (FORMAS)

1 — Abrevie sempre as formas de tratamento, sejam elas simples, como sr., dr. ou d. (dom e
dona), ou cerimoniosas, como S. Exa., V. Sa., etc.

2 — Ao se dirigir ao leitor, chame-o de você.


3 — Em entrevistas de perguntas e respostas, use você para artistas, esportistas, crianças,
etc., e o sr. para pessoas de idade, autoridades, políticos, empresários e membros da
administração pública.

TRAVESSÃO

1 — É usado para intercalar uma expressão explicativa ou complementar no período,


equivalendo, conforme o caso, a vírgulas ou parênteses.

2 — Substitui os dois-pontos: Eram assim seus dias — muito trabalho, pouco descanso.

3 — Introduz uma pausa mais forte no período ou destaca a parte final de um enunciado: Uma
noite com Chico — e Caetano.

4 — Liga palavras ou grupos distintos de palavras que não formam um terceiro significado. Isto
é, não existe um conjunto semântico, como nas palavras compostas, mas apenas
encadeamentos do tipo dos que se seguem (neste caso não se emprega o hífen, mas o
travessão): A ponte Rio—Niterói.

5 — Separa as datas de nascimento e morte de uma pessoa: São Paulo, 1905 — Rio de
Janeiro, 1960.

6 — Jamais coloque mais de dois travessões no mesmo período.

VERBOS + QUE

1 — Há verbos que, por questão de significado, não podem ser acompanhados de que. Em
geral, eles equivalem aos diversos sentidos de dizer. Veja um exemplo: alguém defende uma
ideia, uma posição, mas nunca “defende que alguma coisa se realize”. Assim, são erradas ou
no mínimo impróprias as formas: acusar que, alertar que, antecipar que, apontar que, aprovar
que, assumir que, citar que, comentar que, continuar que, defender que, definir que, denunciar
que, desmentir que, difundir que, divulgar que, enfatizar que, indicar que, justificar que,
mencionar que, narrar que, proferir que, prosseguir que, referir que, registrar que e relatar que.

2 — Podem, porém, ser normalmente usadas as formas: acrescentar que, adiantar que, admitir
que, advertir que, afiançar que, afirmar que, aguardar que, assegurar que, asseverar que,
atestar que, certificar que, comprovar que, concordar que, confirmar que, constatar que,
declarar que, determinar que, dizer que, esperar que, garantir que, jurar que, negar que,
ordenar que, prever que, prometer que, reiterar que, repetir que, ressaltar que, ressalvar que,
revelar que e verificar que.

VIAGEM A, VIAJAR PARA

Use a com viagem e para com viajar: O presidente iniciou a viagem à China. / O presidente
deverá viajar para a China.
VICE

1 — Exige hífen sempre: vice-reitor, vice-campeão, vice-governador, vice-líder, vice-presidente.

2 — Quando substantivado, tem plural: os vices (governadores, prefeitos, etc.).

VIMOS, VIEMOS

Vimos indica o presente do verbo vir e viemos, o passado: Vimos agora trazer-lhe nossa
solidariedade. / Vimos todo dia de ônibus para o trabalho. / Viemos ontem trazer-lhe nosso
apoio. / Viemos de carro para o trabalho durante toda a semana passada.

VINDO

É tanto gerúndio (Estava vindo) como particípio (Tinha vindo) de vir.

VISANDO

Nunca use visando ou objetivando no lugar de para: Uma greve para conseguir novo aumento
(em vez de: Uma greve “visando” conseguir...).

VISTA

A locução correta é à vista de e não “às vistas de”: Colocou-se à vista de todos.

“ZERO ANO”

Não use a forma “as crianças de zero a quatro anos”. O certo: as crianças até 4 anos.

ZERO DOIS, ZERO TRÊS

A não ser em listagens de computador, números específicos de referência ou dezenas da


loteria, jamais use as formas 02, 03, etc., para designar datas ou números em geral. O dia é 2
ou 3, o mês é 8 ou 9, o número de alguém é 4 ou 5 (e nunca dia “02”, mês “03”, número “04”).

ZONA

Escreva com inicial minúscula as indicações zona norte, zona sul, zona leste e zona oeste do
Rio ou de qualquer outra cidade.
Uso da CRASE

A crase indica a fusão da preposição “a” com o artigo “a”: João voltou à (“a” preposição + “a”
artigo) cidade natal. / Os documentos foram apresentados às (“a” prep. + “as” art.) autoridades.
Dessa forma, não existe crase antes de palavra masculina: Vou a pé. / Andou a cavalo. Existe
uma única exceção, explicada mais adiante.

Regras práticas

1 — Substitua a palavra antes da qual aparece o “a” ou “as” por um termo masculino. Se o “a”
ou “as” se transformar em “ao” ou “aos”, existe crase; do contrário, não. Nos exemplos já
citados: João voltou ao país natal. / Os documentos foram apresentados aos juízes. Outros
exemplos: Atentas às modificações, as moças... (Atentos aos processos, os moços...)/ Junto à
parede (junto ao muro).

No caso de nome geográfico ou de lugar, substitua o “a” ou “as” por “para”. Se o certo for “para
a”, use a crase: Foi à França (foi para a França). / Irão à Colômbia (irão para a Colômbia). /
Voltou a Curitiba (voltou para Curitiba, sem crase). Pode-se igualmente usar a forma “voltar
de”: se o “de” se transformar em “da”, há crase, inexistente se o “de” não se alterar: Retornou à
Argentina (voltou da Argentina). / Foi a Roma (voltou de Roma).

2 — A combinação de outras preposições com “a” (“para a”, “na”, “da”, “pela” e “com a”,
principalmente) indica se o “a” ou “as” deve levar crase. Não é necessário que a frase
alternativa tenha o mesmo sentido da original nem que a regência seja correta. Exemplos:
Emprestou o livro à amiga (para a amiga)./ Chegou à Espanha (da Espanha). / As visitas virão
às 6 horas (pelas 6 horas).

Usa-se a crase

1 — Nas formas “àquela”, “àquele”, “àquelas”, “àqueles”, “àquilo”: Cheguei àquele (a + aquele)
lugar. / Vou àquelas cidades. / Referiu-se àqueles livros. / Não deu importância àquilo.

2 — Nas indicações de horas, desde que determinadas: Chegou às 8 h, às 10 h, à 1 h. Zero e


meia incluem-se na regra: O aumento entra em vigor à zero hora. / Veio à meia-noite em ponto.
A indeterminação afasta a crase: Irá a uma hora qualquer.

3 — Nas locuções adverbiais, prepositivas e conjuntivas como “às pressas”, “às vezes”, “à
risca”, “à noite”, “à direita”, “à moda”, “à custa”: Saiu às pressas. / Vive à custa do pai. / Estava
à espera do irmão. / Serviu o filé à moda da casa.

4 — Nas locuções que indicam meio ou instrumento e em outras nas quais a tradição
linguística o exija, como “à bala”, “à faca”, “à máquina”, “à chave”, “à vista”, “à venda”, “à toa”,
“à tinta”, “à mão”, “à navalha”, “à queima-roupa”: Morto à bala, à faca, à navalha. / Escrito à
tinta, à mão, à máquina. / Pagamento à vista. / Produto à venda. / Andava à toa.
OBSERVAÇÃO: Neste caso não se pode usar a regra prática de substituir “a” por “ao”.

5 — Antes dos relativos “que”, “qual” e “quais”, quando o “a” ou “as” puderem ser substituídos
por “ao” ou “aos”: Eis a moça à qual você se referiu (equivalente: eis o rapaz ao qual você se
referiu). / Fez alusão às pesquisas às quais nos dedicamos (fez alusão aos trabalhos aos
quais...)./ É uma situação semelhante à que enfrentamos ontem (é um problema semelhante
ao que...).

Não se usa a crase antes de

1 — Palavra masculina: andar a pé, pagamento a prazo, caminhadas a esmo, cheirar a suor,
viajar a cavalo, vestir-se a caráter. EXCEÇÃO. Existe a crase quando se pode subentender
uma palavra feminina, especialmente “moda” e “maneira”, ou qualquer outra que determine um
nome de empresa ou coisa: Salto à Luís XV (à moda de Luís XV)./ Estilo à Machado de Assis
(à maneira de)./ Referiu-se à Apollo (à nave Apollo)./ Vou à (editora) Melhoramentos.

2 — Nome de cidade: Chegou a Brasília. / Irão a Roma este ano. EXCEÇÃO. Há crase quando
se atribui uma qualidade à cidade: Iremos à Roma dos Césares. / Referiu-se à bela Lisboa, à
Brasília das mordomias, à Londres do século 19.

3 — Verbo: Passou a ver. / Começou a fazer. / Pôs-se a falar.

4 — Substantivos repetidos: Cara a cara, frente a frente, gota a gota, de ponta a ponta.

5 — “Ela”, “esta” e “essa”: Pediram a ela que saísse. / Cheguei a esta conclusão. / Dedicou o
livro a essa moça.

6 — Outros pronomes que não admitem artigo, como “ninguém”, “alguém”, “toda”, “cada”,
“tudo”, “você”, “alguma”, “qual”, etc.

7 — Formas de tratamento: Escreverei a Vossa Excelência. / Recomendamos a Vossa


Senhoria... / Pediram a Vossa Majestade...

8 — “Uma”: Foi a uma festa. EXCEÇÕES. No caso em que uma designa hora (Sairá à uma
hora).

9 — Palavra feminina tomada em sentido genérico: Não damos ouvidos a reclamações. / Em


respeito a morte em família, faltou ao serviço. Repare: Em respeito a falecimento, e não ao
falecimento. / Não me refiro a mulheres, mas a meninas.

Alguns casos são fáceis de identificar: se couber o indefinido “uma” antes da palavra feminina,
não existirá crase. Assim: A pena pode ir de (uma) advertência a (uma) multa. / Igreja reage a
(uma) ofensa de candidato em Guarulhos. / As reportagens não estão necessariamente ligadas
a (uma) agenda. / Fraude leva a (uma) sonegação recorde. / Partido se rende a (uma) política
de alianças.

Havendo determinação, porém, a crase é indispensável: Morte de bebês leva à punição (ao
castigo) de médico. / Superintendente admite ter cedido à pressão (ao desejo) dos superiores.

10 — Substantivos no plural que fazem parte de locuções de modo: Pegaram-se a dentadas. /


Agrediram-se a bofetadas. / Progrediram a duras penas.

11 — Nomes de mulheres célebres: Ele a comparou a Ana Néri. / Preferia Ingrid Bergman a
Greta Garbo.

12 — Numerais considerados de forma indeterminada: O número de mortos chegou a dez. /


Nasceu a 8 de janeiro. / Fez uma visita a cinco empresas.
13 — “Distância”, desde que não determinada: A polícia ficou a distância. / Estudo a distância. /
O navio estava a distância. Quando se define a distância, existe crase: O navio estava à
distância de 500 metros do cais. / A polícia ficou à distância de seis metros dos manifestantes.

14 — “Terra”, quando a palavra significa terra firme: O navio estava chegando a terra. / O
marinheiro foi a terra. (Não há artigo com outras preposições: Viajou por terra. / Esteve em
terra.) Nos demais significados da palavra, usa-se a crase: Voltou à terra natal. / Os
astronautas regressaram à Terra.

15 — “Casa”, considerada como o lugar onde se mora: Voltou a casa. / Chegou cedo a casa.
(Veio de casa, voltou para casa, sem artigo.) Se a palavra estiver determinada, existe crase:
Voltou à casa dos pais. / Iremos à Casa da Moeda. / Fez uma visita à Casa Branca.

Uso facultativo

1 — Antes do possessivo: Levou a encomenda a sua (ou à sua) tia. / Não fez menção a nossa
empresa (ou à nossa empresa). Na maior parte dos casos, a crase dá clareza a este tipo de
oração.

2 — Antes de nomes de mulheres: Declarou-se a Joana (ou à Joana). Em geral, se a pessoa


for íntima de quem fala, usa-se a crase; caso contrário, não.

3 — Com até: Foi até a porta (ou até à)./ Até a volta (ou até à).

Uso do HÍFEN

Ligam-se por hífen os elementos das palavras compostas que mantêm a própria acentuação
ou, segundo as regras oficiais, "sua independência fonética", formando o conjunto perfeita
unidade de sentido. Dessa forma, o hífen justifica-se nos seguintes casos:

1 — Nas palavras compostas em que o conjunto constitui "uma unidade semântica", mesmo
que seus elementos percam a identificação, desde que considerados isoladamente: água-
marinha, arco-íris, couve-flor, guarda-pó, pé-de-meia, para-choque, porta-chapéus.

a) Incluem-se nesta norma os compostos em que figuram elementos foneticamente


reduzidos: bel-prazer.
b) O sinal se impõe quando o composto resultante tem caráter figurado e sentido muito
diferente das palavras que o constituem: pé-de-moleque, papo-de-anjo, saia-justa,
caixa-preta, mão-boba, cara-de-pau, roleta-russa.
c) Quando se perde a noção do composto, normalmente por um dos elementos não ter
vida própria na língua, não cabe o hífen: abrolhos, bancarrota, fidalgo, vinagre.
d) No caso das locuções, as normas oficiais dispõem que, como "não têm unidade de
sentido", não devem ser unidas por hífen: a fim de, contanto que.
e) As formas verbais às quais se intercalam ou agregam pronomes e os vocábulos
compostos cujos elementos são ligados por hífen conservam os acentos gráficos: amá-
lo-á, possuí-las, provêm-lhes, retêm-nas, água-de-colônia, para-quedas.

2 — Nas formas verbais a que se intercalam ou acrescentam pronomes: amá-lo (amar e lo),
dê-se-lhe, traz-me. Observação. As formas “lo”, “la”, “los” e “las” também se unem por hífen aos
pronomes “nos” e “vos” e ao advérbio: no-lo, no-las, vo-la, vo-los, ei-lo.

3 — Segue uma lista de elementos de composição que se ligam sem hífen ao elemento
seguinte, devendo-se, porém, duplicar o “r” e o “s”: aceto, acro, adeno, alo, alvi, amino, andro,
anemo, anfi, angio, aniso, arqueo, arterio, artro, auri, bacterio, bradi, braqui, caco, cefalo, ciclo,
cine, cino, cisto, cito, cloro, cripto, cromo, crono, de, des, di, dis, dorso, eco, ecto, endo, epi,
equi, esfero, espleno, estafilo, estereo, estilo, etno, faringo, fibro, glosso, grafo, hagio, halo,
hemo, hipo, homeo, homo, ideo, laringo, leuco, linfo, lito, megalo, meso, meta, mio, morfo,
narco, naso, necro, nitro, noso, octo, odonto, oftalmo, oligo, omo, oni, organo, ornito, orto,
osteo, oto, oxi, penta, peri, pilo, piro, plano, plati, pleuro, pneumo, quadri, retro, rino, sacro,
sarco, sidero, tecno, tetra, tri, uro, vaso, xanto, xilo, zoo.

4 — Nas palavras derivadas de um nome próprio constituído por dois ou mais termos ou de
uma expressão: Mato Grosso - mato-grossense; Terceiro Mundo - terceiro-mundista; São Paulo
- são-paulino; bom moço - bom-mocismo; bossa nova - bossa-novista.

5 — Travessão e não hífen. Para ligar palavras ou grupos distintos de palavras, que não
formam um terceiro significado, usa-se o travessão e não o hífen. São casos em que não existe
um conjunto semântico, como nas palavras compostas, mas apenas encadeamentos do tipo
dos que se seguem (o hífen formaria uma palavra composta, quando o que se tem, nos casos
citados, é uma cadeia vocabular): A ligação São Paulo—Santos. / A viagem Brasil—EUA. /
Foguete terra—ar. / Entendimentos governo—sindicatos. / O acordo Clinton—Chirac. / O
antagonismo capital—trabalho.

Os ERROS mais comuns

1 — “Mal cheiro”, “mau-humorado”. “Mal” opõe-se a “bem” e “mau”, a “bom”. Assim: mau
cheiro (bom cheiro), mal-humorado (bem-humorado). Igualmente: mau humor, mal-
intencionado, mau jeito, mal-estar.

2 — “Fazem” cinco anos. Fazer, quando exprime tempo, é impessoal: Faz cinco anos. / Fazia
dois séculos. / Fez 15 dias.
3 — “Houveram” muitos acidentes. “Haver”, no sentido de “existir”, também é invariável:
Houve muitos acidentes. / Havia muitas pessoas. / Deve haver muitos casos iguais.

4 — “Existe” muitas esperanças. “Existir”, “bastar”, “faltar”, “restar” e “sobrar” admitem


normalmente o plural: Existem muitas esperanças. / Bastariam dois dias. / Faltavam poucas
peças. / Restaram alguns objetos. / Sobravam ideias.

5 — Para “mim” fazer. “Mim” não faz, porque não pode ser sujeito. Assim: Para eu fazer, para
eu dizer, para eu trazer.

6 — Entre “eu” e você. Depois de preposição, usa-se “mim” ou “ti”: Entre mim e você. / Entre
eles e ti.

7 — “Há” dez anos “atrás”. “Há” e “atrás” indicam passado na frase. Use apenas há dez anos
ou dez anos atrás.

8 — “Entrar dentro”. O certo: entrar em. Veja outras redundâncias: Sair fora ou para fora, elo
de ligação, monopólio exclusivo, já não há mais, ganhar grátis, viúva do falecido.

9 — “Venda à prazo”. Não existe crase antes de palavra masculina, a menos que esteja
subentendida a palavra moda: Salto à (moda de) Luís XV. Nos demais casos: A salvo, a bordo,
a pé, a esmo, a cavalo, a caráter.

10 — “Porque” você foi? Sempre que estiver clara ou implícita a palavra razão, use “por que”
separado: Por que (razão) você foi?/ Não sei por que (razão) ele faltou. / Explique por que
razão você se atrasou. “Porque” é usado nas respostas: Ele se atrasou porque o trânsito
estava congestionado.

11 — Vai assistir “o” jogo hoje. Assistir como presenciar exige “a”: Vai assistir ao jogo, à
missa, à sessão. Outros verbos com a: A medida não agradou (desagradou) à população. /
Eles obedeceram (desobedeceram) aos avisos. / Aspirava ao cargo de diretor. / Pagou ao
amigo. / Respondeu à carta. / Sucedeu ao pai. / Visava aos estudantes.

12 — Preferia ir “do que” ficar. Prefere-se sempre uma coisa a outra: Preferia ir a ficar. “É
preferível” segue a mesma norma: É preferível lutar a morrer sem glória.

13 — O resultado do jogo, não o abateu. Não se separa com vírgula o sujeito do predicado.
Assim: O resultado do jogo não o abateu. Outro erro: O prefeito prometeu, novas denúncias.
Não existe o sinal entre o predicado e o complemento: O prefeito prometeu novas denúncias.
14 — Não há regra sem “excessão”. O certo é exceção. Veja outras grafias erradas e, entre
parênteses, a forma correta: “paralizar” (paralisar), “beneficiente” (beneficente), “expectadores”
(espectadores), “previlégio” (privilégio), “vultuoso” (vultoso), “frustado” (frustrado), “advinhar”
(adivinhar), “benvindo” (bem-vindo), “ascenção” (ascensão), “pixar” (pichar), “impecilho”
(empecilho), “envólucro” (invólucro).

15 — Quebrou “o” óculos. Concordância no plural: os óculos, meus óculos. Da mesma forma:
Meus parabéns, meus pêsames, seus ciúmes, nossas férias, felizes núpcias.

16 — Comprei “ele” para você. Eu, tu, ele, nós, vós e eles não podem ser objeto direto.
Assim: Comprei-o para você. Também: Deixe-os sair, mandou-nos entrar, viu-a, mandou-me.

17 — Nunca “lhe” vi. “Lhe” substitui “a ele”, “a eles”, “a você” e “a vocês” e por isso não pode
ser usado com objeto direto: Nunca o vi. / Não o convidei. / A mulher o deixou. / Ela o ama.

18 — “Aluga-se” casas. O verbo concorda com o sujeito: Alugam-se casas. / Fazem-se


consertos. / É assim que se evitam acidentes. / Compram-se terrenos. / Procuram-se
empregados.

19 — “Tratam-se” de. O verbo seguido de preposição não varia nesses casos: Trata-se dos
melhores profissionais. / Precisa-se de empregados. / Apela-se para todos. / Conta-se com os
amigos.

20 — Chegou “em” São Paulo. Verbos de movimento exigem “a”, e não “em”: Chegou a São
Paulo. / Vai amanhã ao cinema. / Levou os filhos ao circo.

21 — Atraso implicará “em” punição. “Implicar” é direto no sentido de acarretar, pressupor:


Atraso implicará punição. / Promoção implica responsabilidade.

22 — Vive “às custas” do pai. O certo: Vive à custa do pai. Use também em via de, e não “em
vias de”: Espécie em via de extinção. / Trabalho em via de conclusão.

23 — Todos somos “cidadões”. O plural de cidadão é cidadãos. Veja outros: caracteres (de
caráter), juniores, seniores, escrivães, tabeliães, gângsteres.

24 — A última “seção” de cinema. “Seção” significa divisão, repartição, e “sessão” equivale a


tempo de uma reunião, função: Seção Eleitoral, Seção de Esportes, seção de brinquedos;
sessão de cinema, sessão de pancadas, sessão do Congresso.

25 — Vendeu “uma” grama de ouro. Grama, peso, é palavra masculina: um grama de ouro,
vitamina C de dois gramas. Femininas, por exemplo, são a agravante, a atenuante, a alface, a
cal, etc.
26 — “Porisso”. Duas palavras, “por isso”, como “de repente” e “a partir de”.

27 — Não viu “qualquer” risco. É “nenhum”, e não “qualquer”, que se emprega depois de
negativas: Não viu nenhum risco. / Ninguém lhe fez nenhum reparo. / Nunca promoveu
nenhuma confusão.

28 — A feira “inicia” amanhã. Alguma coisa se inicia, se inaugura: A feira inicia-se (inaugura-
se) amanhã.

29 — Soube que os homens “feriram-se”. O “que” atrai o pronome: Soube que os homens
se feriram. / A festa que se realizou... O mesmo ocorre com as negativas, as conjunções
subordinativas e os advérbios: Não lhe diga nada. / Nenhum dos presentes se pronunciou. /
Quando se falava no assunto... / Como as pessoas lhe haviam dito... / Aqui se faz, aqui se
paga. / Depois o procuro.

30 — Não sabiam “aonde” ele estava. O certo: Não sabiam onde ele estava. “Aonde” se usa
com verbos de movimento, apenas: Não sei aonde ele quer chegar. / Aonde vamos?

31 — “Obrigado”, disse a moça. “Obrigado” concorda com a pessoa: “Obrigada”, disse a


moça. / Obrigado pela atenção. / Muito obrigados por tudo.

32 — O governo “interviu”. “Intervir” conjuga-se como “vir”. Assim: O governo interveio. Da


mesma forma: intervinha, intervim, interviemos, intervieram. Outros verbos derivados:
entretinha, mantivesse, reteve, pressupusesse, predisse, conviesse, perfizera, entrevimos,
condisser, etc.

33 — Ela era “meia” louca. Meio, advérbio, não varia: meio louca, meio esperta, meio amiga.

34 — “Fica” você comigo. “Fica” é imperativo do pronome tu. Para a 3ª pessoa, o certo é
“fique”: Fique você comigo. / Venha pra Caixa você também. / Chegue aqui.

35 — A questão não tem nada “haver” com você. A questão, na verdade, não tem “nada a
ver” ou “nada que ver”. Da mesma forma: Tem tudo a ver com você.

36 — Foi “taxado” de ladrão. “Tachar” é que significa “acusar de”: Foi tachado de ladrão. / Foi
tachado de leviano.

37 — Ele foi um dos que “chegou” antes. “Um dos que” faz a concordância no plural: Ele foi
um dos que chegaram antes (dos que chegaram antes, ele foi um). / Era um dos que sempre
vibravam com a vitória.
38 — Ministro nega que “é” negligente. “Negar que” introduz subjuntivo, assim como
“embora” e “talvez”: Ministro nega que seja negligente. / O jogador negou que tivesse cometido
a falta. / Ele talvez o convide para a festa. / Embora tente negar, vai deixar a empresa.

39 — Tinha “chego” atrasado. “Chego” não existe. O certo: Tinha chegado atrasado.

40 — Tons “pastéis” predominam. Nome de cor, quando expresso por substantivo, não
varia: Tons pastel, blusas rosa, gravatas cinza, camisas creme. No caso de adjetivo, o plural é
o normal: Ternos azuis, canetas pretas, fitas amarelas.

41 — Estávamos “em” quatro à mesa. O “em” não existe: Estávamos quatro à mesa. /
Éramos seis. / Ficamos cinco na sala.

42 — Sentou “na” mesa para comer. “Sentar-se (ou sentar) em” é sentar-se em cima de.
Veja o certo: Sentou-se à mesa para comer. / Sentou ao piano, à máquina, ao computador.

43 — Ficou contente “por causa que” ninguém se feriu. Embora popular, a locução não
existe. Use porque: Ficou contente porque ninguém se feriu.

44 — O time empatou “em” 2 a 2. A preposição é “por”: O time empatou por 2 a 2.Repare que
ele ganha por e perde por. Da mesma forma: empate por.

45 — À medida “em” que a epidemia se espalhava... O certo é: À medida que a epidemia se


espalhava... Existe ainda “na medida em que” (tendo em vista que): É preciso cumprir as leis,
na medida em que elas existem.

46 — Eles “tem” razão. No plural, “têm” é assim, com acento. “Tem” é a forma do singular. O
mesmo ocorre com “vem” e “vêm” e “põe” e “põem”: Ele tem, eles têm; ele vem, eles vêm; ele
põe, eles põem.

47 — A moça estava ali “há” muito tempo. Haver concorda com estava. Portanto: A moça
estava ali havia (fazia) muito tempo. / Ele doara sangue ao filho havia (fazia) poucos meses. /
Estava sem dormir havia (fazia) três meses. (O havia se impõe quando o verbo está no
imperfeito e no mais-que-perfeito do indicativo.)

48 — Acordos “políticos-partidários”. Nos adjetivos compostos, só o último elemento varia:


acordos político-partidários. Outros exemplos: Bandeiras verde-amarelas, medidas econômico-
financeiras, servidores técnico-administrativos.
49 — Andou por “todo” país. “Todo o (ou a)” é que significa inteiro: Andou por todo o país
(pelo país inteiro). / Toda a tripulação (a tripulação inteira) foi demitida. Sem “o”, “todo” quer
dizer “cada”, “qualquer”: Todo homem (cada homem) é mortal. / Toda nação (qualquer nação)
tem inimigos.

50 — Ela “mesmo” arrumou a sala. “Mesmo”, quanto equivale a “próprio”, é variável: Ela
mesma (própria) arrumou a sala. / As vítimas mesmas recorreram à polícia.

51 — Vou sair “essa” noite. É “este” que designa o tempo no qual se está ou objeto próximo:
Esta noite, esta semana (a semana em que se está), este dia, este jornal (o jornal que estou
lendo), este século (o século 21).

52 — A promoção veio “de encontro aos” seus desejos. “Ao encontro de” é que expressa
uma situação favorável: A promoção veio ao encontro dos seus desejos. “De encontro a”
significa condição contrária: A queda do nível dos salários foi de encontro às (foi contra)
expectativas da categoria.

53 — Comeu frango “ao invés de” peixe. “Em vez de” indica substituição: Comeu frango em
vez de peixe. “Ao invés de” significa apenas “ao contrário”: Ao invés de entrar, saiu.

54 — Se eu “ver” você por aí... O certo é: Se eu vir, revir, previr. Da mesma forma: Se eu vier
(de vir), convier; se eu tiver (de ter), mantiver; se ele puser (de pôr), impuser; se ele fizer (de
fazer), desfizer; se nós dissermos (de dizer), predissermos.

55 — Ele “intermedia” a negociação. “Mediar” e “intermediar” conjugam-se como “odiar”: Ele


intermedeia (ou medeia) a negociação. Remediar, ansiar e incendiar também seguem essa
norma: Remedeiam, que eles anseiem, incendeio.

56 — A tese “onde”... “Onde” só pode ser usado para lugar: A casa onde ele mora. / Veja o
jardim onde as crianças brincam. Nos demais casos, use em que: A tese em que ele defende
essa ideia. / O livro em que... / A faixa em que ele canta... / Na entrevista em que...

57 — Já “foi comunicado” da decisão. Uma decisão é comunicada, mas ninguém “é


comunicado” de alguma coisa. Assim: Já foi informado (cientificado, avisado) da decisão. Outra
forma errada: A diretoria “comunicou” os empregados da decisão. Opções corretas: A diretoria
comunicou a decisão aos empregados. / A decisão foi comunicada aos empregados.

58 — Venha “por” a roupa. Pôr, verbo, tem acento diferencial: Venha pôr a roupa. O mesmo
ocorre com pôde (passado): Não pôde vir. Veja outros casos: fôrma (opcional). Perderam o
acento diferencial: para (á) [flexão de parar] e para [preposição]; pelo (é) [flexão de pelar] e
pelo(s) (ê) [substantivo]; pera (ê) [substantivo] e pera (é) [preposição antiga]; polo(s) (ó)
[substantivo] e polo(s) [combinação antiga e popular de por e lo(s)], etc.
59 — “Inflingiu” o regulamento. “Infringir” é que significa “transgredir”: Infringiu o
regulamento. “Infligir” (e não “inflingir”) significa “impor”: Infligiu séria punição ao réu.

60 — Não confunda “iminente” (prestes a acontecer) com “eminente” (ilustre). Nem


“tráfico” (contrabando) com “tráfego” (trânsito).

61 — Espero que “viagem” hoje. “Viagem”, com “g”, é o substantivo: Minha viagem. A forma
verbal é “viajem” (de viajar): Espero que viajem hoje. Evite também “comprimentar” alguém: de
cumprimento (saudação), só pode resultar cumprimentar. “Comprimento” é extensão.
Igualmente: Comprido (extenso) e cumprido (concretizado).

62 — O fato passou “desapercebido”. Na verdade, o fato passou despercebido, não foi


notado. “Desapercebido” significa desprevenido.

63 — A moça “que ele gosta”. Como “se gosta de”, o certo é: A moça de que ele gosta.
Igualmente: O dinheiro de que dispõe, o filme a que assistiu (e não que assistiu), a prova de
que participou, o amigo a que se referiu, etc.

64 — É hora “dele” chegar. Não se deve fazer a contração da preposição com artigo ou
pronome, nos casos seguidos de infinitivo: É hora de ele chegar./ Apesar de o amigo tê-lo
convidado... / Depois de esses fatos terem ocorrido...

65 — Já “é” 8 horas. Horas e as demais palavras que definem tempo variam: Já são 8 horas. /
Já é (e não “são”) 1 hora, já é meio-dia, já é meia-noite.

66 — A festa começa às 8 “hrs.”. As abreviaturas do sistema métrico decimal não têm plural
nem ponto. Assim: 8 h, 2 km (e não “kms.”), 5 m, 10 kg.

67 — “Dado” os índices das pesquisas... A concordância é normal: Dados os índices das


pesquisas... / Dado o resultado... / Dadas as suas ideias...

68 — Ficou “sobre” a mira do assaltante. “Sob” é que significa “debaixo de”: Ficou sob a
mira do assaltante. / Escondeu-se sob a cama. “Sobre” equivale a “em cima de” ou “a respeito
de”: Estava sobre o telhado. / Falou sobre a inflação. E lembre-se: O animal ou o piano têm
cauda e o doce, calda. Da mesma forma, alguém traz alguma coisa e alguém vai para trás.

69 — “Ao meu ver”. Não existe artigo nessas expressões: A meu ver, a seu ver, a nosso ver.
70 — Que “seje” feliz. O subjuntivo de “ser” e “estar” é “seja” e “esteja”: Que seja feliz. / Que
esteja (e nunca “esteje”) alerta.

71 — Ele é “de menor”. O “de” não existe: Ele é menor.

72 — Fiquei fora de “si”. Os pronomes combinam entre si: Fiquei fora de mim. / Ele ficou fora
de si. / Ficamos fora de nós. / Ficaram fora de si.

73 — Ela veio, “mais” você, não. É “mas”, conjunção, que indica ressalva, restrição: Ela veio,
mas você, não.

74 — Fale sem “exitar”. Escreva certo: hesitar. Veja outros erros de grafia e entre parênteses
a forma correta: “areoporto” (aeroporto), “metereologia” (meteorologia), “deiche” (deixe),
“enchergar” (enxergar), “exiga” (exija). E nunca troque menos por “menos”.
Lista de palavras

belle époque
A bem-estar
a fim de (para) bem-humorado
a posteriori bem-sucedido
a priori bem-vindo
à vontade (locução) beneficência
a.C. (antes de Cristo) beneficente
abaixo assinado (signatário) Benvindo (nome próprio)
abaixo-assinado / abaixo-assinados bicampeão
acerca de (sobre) bilíngue
acórdão binacional
ad hoc biópsia
Aedes aegypti boas-vindas
afim (semelhante) / a fim de (com o propósito de) bom humor
afro-asiático bom senso
afro-brasileiro
afrodescendente
agroindústria
C
algoritmo câmera (fotografia)
alínea câmpus (singular e plural)
almoxarife cana-de-açúcar
analisar catorze
análise CD-ROM
anglo-americano censo (recenseamento)
anglo-brasileiro cessão (de ceder)
ano bissexto check-in
ano letivo check-up
ano-base chip
anteontem ciberespaço
anteprojeto cineclube
apud cineteatro
ar-condicionado coadministrar
ar-refrigerado coautor
arte-final codireção
assessor coedição
assessoria cogestão
asterisco colmeia
atividade-fim conselho (aviso)
atividade-meio consequência
audiovisual consertar (reparar)
autoanálise conserto (reparo)
autogestão contêm (plural)
autossuficiente contém (singular)
auxílio-maternidade contenção
axioma Coordenadoria de Comunicação Social
(iniciais maiúsculas)
Coordenadoria de Relações Internacionais
B e Interinstitucionais (iniciais maiúsculas)
Bahia (Estado) corresponsável
baiano cossignatário
bandejão cota
behaviorismo cotista
belas-artes
excepcional
D exceto
d.C. (depois de Cristo) excursão
data-base exequível
decreto-lei expectativa
deem expensas
deferir (conceder) expert
déficit expertise
descreem extensão
design extirpar
designer extracurricular
destroem extrajudicial
destrói extraoficial
detêm (plural) extraordinário
detém (singular)
diferir (divergir)
diretor(a) do Instituto Multidisciplinar (o cargo
F
vai em minúscula e a última palavra, referente ao fascículo
departamento ou instituto, em maiúscula) fascínio
diretor-adjunto fascismo
diretor-executivo fazenda-modelo
discente feedback
discricionário feira livre
discriminar (especificar) fenótipo
disenteria filantropo
dispêndio fim de semana
dispensa (licença) físico-química
dispensar flagrante (evidente)
distorcer fluido
doutor honoris causa fluorescente
dr. (doutor) folder
dra. (doutora) fonoaudiólogo
força-tarefa
E fortuito
fotoelétrico
eletricidade franco-brasileiro
em cima franquia
embaixo (de) freelance
emergir (para fora) frequência
emigração (saída) frequente
emigrante (o que sai) frisar
eminência (altura)
eminente (elevado)
empecilho G
enquete Gabinete da Reitoria (iniciais maiúsculas)
entressafra garagem
epistemologia genótipo
equestre geopolítica
equino germe
equitativo governo
errôneo governo estadual
escola-modelo governo federal
espectador governo municipal
esquistossomose gramínea
estender granjeiro
estereótipo gratuito
estressado guarda-civil (policial)
estresse guarda-noturno
exceção guarda-volumes
excedente
Instituto Multidisciplinar (iniciais maiúsculas para
H todos os institutos)
intercessão (intervenção)
habeas corpus
interestadual
habitat
interface
hacker
ínterim
handebol
inter-racial
hardware
inter-relação
herói
interseção (cruzamento)
hesitar
interstício
high tech
interveio
hispano-americano
intervieram
hobby
intervim
holding
intrínseco
holerite
intuito
homepage
ioga
homogeneidade
ipsis litteris
homogêneo
ítalo-brasileiro
honoris causa
item
hora extra
horas extras
hors concours
hortifrutigranjeiro
J
Hospital Veterinário (iniciais maiúsculas) jiboia
hotel-fazenda jurisdição
húmus jus (direito)
justapor
justaposição
I
ibero-americano
ibidem
K
imbricado ketchup
imbróglio kit
imergir (mergulhar) kitsch
imigrar (entrar) know-how
iminência (proximidade)
iminente (prestes a)
imprescindível
L
in loco laissez-faire
in memoriam laptop
in natura laser (raio)
in vitro latino-americano
índex lato sensu
inexequível layout
infanto-juvenil lazer (descanso)
infectocontagioso leem
infligir (aplicar) licença-maternidade
influenza licença-prêmio
infográfico linguista
infração (violação) linguística
infraestrutura liquidez
infringir (violar) lisonjear
inidôneo livre comércio
iniquidade livre iniciativa
inócuo livre-arbítrio
inóspito livre-docência
insight livre-docente
insipiente livro-texto
Instituto de Biologia (iniciais maiúsculas para logaritmo
todos os institutos) longa-metragem
lugar-comum
luminescência meritíssimo
luso-africano mesa-redonda
luso-brasileiro mestre de cerimônias
lusófono mestre de obras
metalinguagem
meteorologia
M meteorológico
má conservação microcirurgia
má vontade microeconomia
má-criação microeletrônica
macroeconomia microempresa
macrorregião microfilme
macrossistema micro-onda
madeireira micro-ônibus
má-educação microrganismo
má-fé microrregião
mainframe microssegundo
mainstream míni
mal-acostumado minissérie
mala-direta Ministério da Educação (iniciais maiúsculas)
mal-educado ministro da Educação (primeira palavra em
mal-estar minúscula e última em maiúscula)
malfeito miscelânea
malformação miscigenação
malformado misto
mal-humorado mnemônico
mal-intencionado móbile
malsucedido modem
maltratado modus vivendi
mandado (ordem) monge
mandato (delegação) monocultura
manuseio multirracial
mão de obra multissecular
mapa-múndi
marca-passo
marrom
N
matéria-prima não agressão (a palavra “não” dispensa o uso de
hífen quando vem como prefixo)
mau gosto
mau humor não assistência
maus-tratos não autorizado
mea-culpa não cumprimento
mediar não execução
médico-hospitalar não existência
médico-legal não governamental
médico-legista não identificado
mega-hertz não linear
megalópole não violência
megaprojeto norte-americano
megawatt norte-africano
meia dúzia newsletter
meia-entrada nietzschiano
meia-idade nipo-brasileiro
meia-luz norte-coreano
meia-noite notebook
meio a meio nouvelle vague
meio ambiente Nova York (EUA)
meio-dia nucleico
memorando
menu
merchandising
persuasão
O persuasivo
obcecar pesar (tristeza)
oblíquo pesquisa
obra de arte Ph.D.
obra-prima Ph.Ds.
obséquio pichação
obsessão piscicultor
obsessivo piscicultura
odisseia plano piloto
office boy plurianual
off-line pluripartidário
offset pôde (passado)
oficial de gabinete pode (presente)
onisciência põe(s)
on-line põem (plural)
operação-padrão pole position
opinião pública pólen
óptico polo (extremidade)
ótica polo (jogo)
otorrinolaringologia pontiagudo
outdoor ponto de encontro
ponto de vista
ponto facultativo
P ponto final
pôr (colocar)
país-membro
por (preposição)
país-símbolo
por isso
palavra-chave
porta-voz
pan-americano
portfólio
papel almaço
pôs (verbo)
papel celofane
pós-datado
papel crepom
pós-graduação
papel cuchê
pós-guerra
papel de embrulho
pós-operatório
papel de parede
pôster
papel de seda
posto-chave
papel higiênico
post-scriptum
papel jornal
pot-pourri
papel machê
praxe (rotina)
papel ofício
práxis (prática)
papel timbrado
prazerosamente
papel vegetal
pré-clássico
papel-alumínio
pré-colombiano
papel-arroz
pré-datado
papel-carbono
predeterminado
papel-filtro
pré-eleitoral
papel-moeda
preeminente (superior)
para (verbo)
pré-escolar
paraestatal
preestabelecido
paralisar
pré-estreia
paraquedas
pré-fabricado
para-raios
prefixado
parasita
pré-história
passatempo
pré-industrial
pau-brasil
prejulgar
pelo (cabelo)
pré-lançamento
per capita
premier
pera (fruta)
pré-operatório
performance
prescindir
perspicaz
Presidência da República (iniciais maiúsculas) Pró-Reitoria de Extensão (iniciais maiúsculas)
presidente da República (primeira palavra em Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas (iniciais
minúscula e última em maiúscula) maiúsculas)
pretensão Pró-Reitoria de Graduação (iniciais maiúsculas)
pretensioso Pró-Reitoria de Planejamento, Avaliação e
prevalecer Desenvolvimento Institucional (iniciais
preveem (verbo) maiúsculas)
pré-venda Pró-Reitoria de Pós-Graduação (iniciais
maiúsculas)
prevenir
primazia prospecção
primeiro-ministro prospecto
primeiros socorros protótipo
privilegiado público-alvo
privilégio puro-sangue
pro forma pus (verbo, secreção)
pro rata
procrastinar
procurador-geral
Q
Procuradoria-Geral quadriênio
proeminente (saliente) quadro-negro
professor Antônio Candido (“professor” sempre quaisquer
com inicial minúscula) quanta (plural)
professor do Instituto de Biologia (primeira quantum
palavra, referente ao cargo, vai em minúscula e a queda-d’água
última palavra, referente ao departamento ou instituto, queijo de minas
em maiúscula)
projéteis quero-quero
projétil quilo
quilograma
projeto de lei
quilohertz
pró-labore
pronta-entrega quilowatt
pronto-socorro quilowatt-hora
propensão quingentésimo
pró-reitor(a) quinquagenário
quinquênio
pró-reitor(a) adjunto(a)
pró-reitor(a) de Assuntos Estudantis (primeira quiosque
palavra, referente ao cargo, vai em minúscula e as quis (verbo)
últimas palavras, referentes ao departamento, em quisesse (verbo)
maiúscula) quite (singular)
pró-reitor(a) de Assuntos Financeiros quites (plural)
(primeira palavra, referente ao cargo, vai em quitinete
minúscula e as últimas palavras, referentes ao
departamento, em maiúscula) quórum
pró-reitor(a) de Extensão (primeira palavra, quóruns
referente ao cargo, vai em minúscula e a última
palavra, referente ao departamento, em maiúscula)
pró-reitor(a) de Gestão de Pessoas (primeira R
palavra, referente ao cargo, vai em minúscula e a
última palavra, referente ao departamento, em ranking
maiúscula) recém-aberto
pró-reitor(a) de Graduação (primeira palavra, recém-admitido
referente ao cargo, vai em minúscula e a última recém-fabricado
palavra, referente ao departamento, em maiúscula) recém-formado
pró-reitor(a) de Planejamento, Avaliação e recém-publicado
Desenvolvimento Institucional (primeira recenseamento
palavra, referente ao cargo, vai em minúscula e as
últimas palavras, referentes ao departamento, em rechaçar
maiúscula) recipiente
pró-reitor(a) de Pesquisa e Pós-Graduação recorde
(primeira palavra, referente ao cargo, vai em recriar (criar de novo)
minúscula e a última palavra, referente ao recrudescimento
departamento, em maiúscula)
reescalonamento
Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (iniciais
maiúsculas) referendo
Pró-Reitoria de Assuntos Financeiros reidratar
(iniciais maiúsculas) reimpressão
reitor(a) da Universidade (primeira palavra em sem-terra
minúscula e última em maiúscula) sem-teto
Reitoria (inicial maiúscula) senão
reivindicação sênior
reivindicar seniores
relações públicas sensoriamento
releem sensório (sensível)
remanescente séptico
remissão (envio) sequela
remissivo sequência
renascença sericicultura
renascer servidor técnico-administrativo
renascimento servidora técnico-administrativa
repercussão servidoras técnico-administrativas
requisito servidores técnico-administrativos
rescindir sessão (reunião)
rescisão shopping center
rescisório showroom
retalhação (corte) silvícola
retaliação (revide) silvicultura
retorcer simultaneidade
reúna sine qua non
reúne(s) sírio-libanês
reveem slogan
revés sobrancelha
revezamento sobreaviso
ritmo sobre-humano
robustez sobreloja
rodízio sobrescrito
rubrica sobressair
sobretaxa
S sobrevoo
socialdemocracia
salário-mínimo socialite
salário-família sociocultural
salvo-conduto socioeconômico
sanção (pena) sócio-gerente
sanguíneo sociolinguístico
sazonal sociopolítico
scanner software
script souvenir
seção (parte) spray
secção (corte) sr. (senhor)
secessão sra. (senhora)
Secretaria de Educação (iniciais maiúsculas) stand by
Secretaria de Órgãos Colegiados (iniciais standard
maiúsculas) status
secretário-geral status quo
sediar stricto sensu
seguro-desemprego subchefe
seguro-saúde subconsciente
self-service subdelegado
semiaberto subemprego
semianalfabeto subentendido
semiárido subestação
semiautomático subgrupo
semiconsciência subprefeitura
semifinal sub-região
semifinalista subscrever
semi-internato subscrição
semirracional
subscrito training
subsecretário transeunte
subsequente transistor
subtítulo transitoriedade
subumano trás (atrás)
sucateamento traz (conduz)
sucatear tríplex
sucção tupi-guarani
sucinto turnê
sui generis
sul-africano
sul-americano U
sul-coreano ultimato
sul-mato-grossense ultra-aquecido
sul-rio-grandense ultrarrealista
sul-vietnamita ultrassecreto
superaquecimento ultrassom
superávit ultravioleta
supercampeão umbilical
superdotado umedecer
superestimar umidade
super-homem úmido
superintendente underground
superpotência unissex
supersecreto uníssono
superstição ureter
supersticioso
supracitado
suprapartidário V
suprarrenal vade-mécum
surdez vale-compra
surdo-mudo valer a pena
surtir (produzir) vale-refeição
suscetibilidade vale-transporte
suscetível van (tipo de carro)
suscitar vasodilatador
vazar
T vazio
veem (verbo ver)
tacha (prego) vêm (verbo vir)
tachar (acusar) verde-água
tampouco verde-claro
taxa (tributo) verde-escuro
taxar (tributar) veredicto
taxativo verossímil
telemarketing verossimilhança
telespectador versus
têm (plural) viagem (percurso)
tem (singular) viajem (percorram)
tenente-coronel via-sacra
tensão (retesamento) vice-campeão
termoelétrica vice-governador
termonuclear vice-líder
tesoureiro-geral vice-prefeito
têxtil vice-presidente
tíquete vice-versa
tíquete-refeição viés
tíquete-restaurante virtuose
tiracolo viva voz
torácico vivaz
vívido (ardente)
voo Y
voucher yang
vultoso (volumoso) yin
yin-yang
W yuppie

watt
workaholic Z
workshop zangão
zen
X zero-quilômetro
ziguezague
xadrez ziguezaguear
xampu zoo
xeque-mate zoom
xerocar
xerox

Medidas
ÁREA
Multiplique o nº de Por Para obter o equivalente em
Acres 0,4046856224 Hectares
Acres 4046,8564224 Metros quadrados
Ares 0,0247105 Acres
Hectares 2,47105 Acres
Metros quadrados 1,19599 Jardas quadradas
Hectares 10.000 Metros quadrados
Alqueires mineiros 48.400 Metros quadrados
Alqueires do Norte 27.225 Metros quadrados
Alqueires paulistas 24.200 Metros quadrados
Braças quadradas 3,052 Metros quadrados
Braças de sesmaria 14.520 Metros quadrados
Quadras quadradas 17.424 Metros quadrados

PESO
Multiplique o nº de Por Para obter o equivalente em
Arrobas 15 Quilos
Bushels (trigo) 25,401168 Quilos
Bushels (milho) 25,401168 Quilos
Bushels (aveia) 14,51495 Quilos
Bushels (soja) 27,21553 Quilos
Bushels (farelo de soja) 27,21553 Quilos
Libras 0,4535923 Quilos
Onças 28,349 Gramas
Onças troy 31,10347 Gramas
Quilogramas 2.204,622 Libras
Toneladas 1.000 Quilos
Toneladas curtas (1) 907,19 Quilos
Toneladas longas (2) 1.016 Quilos
(1)Também conhecidas como toneladas americanas. (2) Também conhecidas como toneladas britânicas.
COMPRIMENTO
Multiplique o nº de Por Para obter o equivalente em
Braças 1,8288 Metros
Jardas 0,9144 Metros
Metros 1,09361 Jardas
Metros 39,3701 Polegadas
Milhas náuticas 1.852 Metros
Pés 30,48 Centímetros
Polegadas 2,54 Centímetros
Quilômetros 0,621371 Milhas estatutárias
Milhas terrestres 1,609344 Quilômetros
Quilômetros 0,539957 Milhas náuticas
Palmos 22 Centímetros

VOLUME E CAPACIDADE
Multiplique o nº de Por Para obter o equivalente em
Barris (de petróleo) 0,1589872 Metros cúbicos
Barris (de petróleo) 158,98 Litros
Galões (1) 3,785 Litros
(1)Essa medida refere-se à capacidade, em litros, de um galão norte-americano. Há uma diferença entre
este e o galão inglês em termos de volume: o galão norte-americano possui 3.785 centímetros cúbicos,
enquanto o galão inglês possui 4.546 centímetros cúbicos (também chamado de galão imperial).

VELOCIDADE
Multiplique o nº de Por Para obter o equivalente em
Milhas por hora 1,609344 Quilômetros por hora
Nós 0,514444 Metros por segundo
Quilômetros por hora 0,5396 Nós
Pés por minuto 0,5080 Centímetros por segundo

Obs.: Caso seja necessário transformar qualquer medida da coluna da direita em


unidade da coluna da esquerda, em qualquer uma das tabelas acima, basta pegar o
dado escolhido e dividi-lo pelo fator da coluna do meio. Ex.: para transformar 100
quilômetros por hora em milhas, basta dividir 100 por 1,609344.

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