Musicalizador 2 Completo
Musicalizador 2 Completo
Musicalizador 2 Completo
br/insmuspercan-
g01556-dez-2021-grad-ead/)
1. Introdução
Querido(a) aluno(a), seja bem-vindo ao estudo de Instrumento Musicalizador
– Percussão e Cantigas.
Antes de realizarmos essa re�exão, é importante dizer que nosso foco neste
material é a sala de aula. Assim, pensamos no coletivo e nas demandas curri-
culares a que se destina a educação básica.
Mas o que vem a ser musicalização? Ela destina-se somente ao público infan-
til? O que seria musicalizar? Por que musicalizar por meio de instrumentos de
percussão e cantigas?
2. Informações da Disciplina
Ementa
A disciplina aborda os principais instrumentos de percussão, suas caracterís-
ticas e principais técnicas. Descreve aspectos da cultura brasileira relativos a
danças e variados ritmos. Aborda, também, a diversidade de cantigas e brin-
cadeiras de roda no Brasil e sua aplicabilidade no contexto escolar.
Desenvolve conteúdos referentes à confecção de instrumentos de percussão a
partir de materiais recicláveis, trabalhando questões que envolvem educação
e sustentabilidade. Apresenta aspectos relativos à percussão corporal. Aponta
possibilidades de trabalho incluindo percussão e cantigas em sala de aula.
Apresenta princípios básicos de escrita para instrumentos de percussão.
Problematiza conteúdos interdisciplinares referentes à história e cultura afro-
brasileira e africana.
Objetivo Geral
Os alunos da disciplina Instrumento Musicalizador – Percussão e Cantigas,
na modalidade EaD do Claretiano, dado o Sistema Gerenciador de
Aprendizagem e suas ferramentas, serão capazes de compreender conteúdos
interdisciplinares referentes a instrumentos musicais percussivos, ritmos per-
cussivos brasileiros e cantigas brasileiras. Para isso, contarão não só com as
obras de referência, mas também com outras referências bibliográ�cas, eletrô-
nicas, links de navegação e vídeos.
Objetivos Especí�cos
• Apresentar os conteúdos interdisciplinares referentes a instrumentos
musicais percussivos, ritmos percussivos brasileiros e cantigas brasilei-
ras.
• Relacionar os conteúdos a temas interdisciplinares como cultura afro-
brasileira, africana e indígena, considerando a diversidade étnica e cultu-
ral presente na escola.
• Problematizar a educação musical brasileira nas escolas, sua função e
suas potencialidades.
(https://md.claretiano.edu.br/insmuspercan-
g01556-dez-2021-grad-ead/)
Objetivos
• Conhecer o conceito de instrumento musicalizador.
• Conhecer os principais instrumentos de percussão, suas características
e usos na cultura brasileira.
• Conhecer os principais ritmos percussivos e manifestações culturais
brasileiras.
• Compreender a importância da prática percussiva como instrumento
musicalizador na educação básica brasileira.
Conteúdos
• Conceito de instrumento musicalizador.
• Instrumentos musicais de percussão.
• Ritmos percussivos.
• Manifestações culturais brasileiras.
• Prática percussiva na educação básica.
Problematização
O que é instrumento musicalizador? Qual sua relação com a percussão?
Quais os principais instrumentos musicais percussivos, suas características,
classi�cações e principais técnicas para extrair sonoridades? Quais os prin-
cipais ritmos que podemos extrair desses instrumentos musicais e quais su-
as relações com as manifestações culturais brasileiras? Qual a importância
da prática percussiva como instrumento musicalizador na educação básica
brasileira?
Orientação para o estudo
Caro aluno, durante este ciclo, você vai se deparar com indicações de materi-
ais que vão auxiliar você na compreensão de termos-chaves e no re�namen-
to de seus conhecimentos. Por meio do estudo deste material, visamos cons-
truir uma base teórica sobre musicalização e percussão. No decorrer de sua
leitura, você encontrará materiais complementares, como recomendações de
artigos para aprofundamento dos temas de musicalização e indicações de ví-
deos para exempli�car os instrumentos musicais, suas sonoridades e usos.
Diante disso, se organize em um estudo constante, diário e focado.
1. Introdução
Musicalizar é um processo individual e coletivo ao mesmo tempo. Portanto,
exige interação entre professores e alunos, alunos e alunos, alunos e som.
Nesse último tipo é que percebemos possibilidades de ampliações, no sentido
de que o som vem de muitas fontes: do corpo, dos objetos, dos instrumentos.
Vamos começar?
2. Conceito de Instrumento Musicalizador
Antes de iniciarmos nossos estudos em Percussão e Cantigas, é importante
conhecermos o que vem a ser o instrumento musicalizador. Aqui, a palavra
instrumento não remete a instrumento musical, e sim a uma ferramenta, en-
tende? Nesse sentido, vamos substituir "instrumento" por "ferramenta", ou se-
ja, "ferramenta musicalizadora". Mas o que é musicalização?
Assista ao vídeo a seguir, feito pelo educador brasileiro Uirá Kuhlmann (2013).
Nele, seus alunos do sexto ano, da escola Germinare, trabalham com instru-
mentos percussivos a�nados a cantiga Suíte dos Pescadores, de Dorival
Caymmi.
Leitura complementar
Sugerimos, neste momento, que você aproveite para ler o artigo de Carlos
Kater que compõe o livro A música na escola (https://amusicanaesco-
la.com.br/), organizado e coordenado por Jordão et al. (2012) - um projeto
do Ministério da Cultura. Além desse capítulo de Kater, você encontrará
outros que promovem a compreensão por meio de justi�cativas embasa-
das da importância dos processos educativo-musicais no ambiente esco-
lar.
É nesse sentido que convidamos você a re�etir, a todo momento, durante seus
estudos na disciplina, sobre processos de musicalização por meio dos materi-
ais indicados.
Mas antes disso, é fundamental que você assista ao vídeo a seguir, para enten-
der melhor o termo instrumento musicalizador e suas possíveis relações com
os instrumentos de percussão.
3. Principais instrumentos de percussão: ca-
racterísticas, usos e manifestações culturais
Vamos iniciar este tema fazendo um exercício de escuta?
E aí? Você acha que acertou? De qualquer forma, a intenção é que você escute
as sonoridades e acesse todos os links para aprofundar seus conhecimentos.
Não entraremos em detalhes, porque o que importa, neste ciclo, é que você co-
nheça uma gama de instrumentos de percussão. Assim, saberá quantas sono-
ridades percussivas temos disponíveis para ampliar a riqueza de timbres de
nossas práticas musicais.
Atenção!
Os vídeos indicados vão possibilitar que você conheça sons, características e técnicas de cada um desses
instrumentos. Além disso, a apreciação musical também é um estudo necessário para que consigamos
conciliar o aprendizado visual e teórico com o som.
Mas, antes de conhecer instrumentos tradicionais, que tal pensar nos instru-
mentos musicais percussivos que carrega consigo: os quais podemos fazer
com o corpo? Vamos apreciar o vídeo a seguir!
E aí, o que achou? Quais partes do corpo foram utilizadas como instrumentos
musicais percussivos nesse vídeo? Você pode listá-las em um papel, em seu
celular ou em outro espaço que consiga visualizar. Pode, inclusive, desenhar
as partes do corpo para �car bem visível.
Podemos registrar como resposta: pés, mãos (palmas umas nas outras, na coxa, como veí-
culo de ar para sons com a boca, estalos, atritos umas nas outras), boca.
Você consegue perceber que uma parte do corpo pode ter in�nitas possibilida-
des sonoras, dependendo da técnica que utilizamos para executar o som? O
mesmo ocorre com instrumentos tradicionais.
Não há apenas uma forma de tocar esse ou aquele instrumento. Há uma con-
venção, e as inovações vão surgindo ao longo da história. Nesse sentido, um
tambor ou uma simples frigideira nunca �carão ultrapassados, pois podere-
mos desenvolver sempre um novo jeito de tocá-los.
O afoxé é uma espécie de caxixi que faz parte dos instrumentos do cortejo do maracatu. Ele
é tocado com a função de preencher e dar uma forma de cama rítmica aos demais instru-
mentos, como a alfaia e a caixa de maracatu - que veremos no tópico sobre tambores.
maraca-indigena/).
Vamos ouvir e tentar entender as diferenças entre os tipos de
maracas?
Assista ao vídeo "3 Tipos De Chocalho Indígena Que Você Precisa Saber
(https://www.youtube.com/watch?v=pcpbx67XmCU)" de Tukanape para
ver e ouvir as diferenças.
Paiá
O paiá é uma �eira composta por sementes secas presas em estreitas faixas de
pano ou couro, amarrada em volta dos pulsos ou tornozelos, em particular, na
dança folclórica de Moçambique; é semelhante aos conguinhos e chamado,
também, de matunga, ou pulseiras de guizos de metais, que são usadas aos pa-
res e ajudam na marcação feita pelo dançador no ritmo das danças.
Como você pôde ver no vídeo das maracas, indicado anteriormente, a última
maraca apresentada, também conhecida como "chocalho", é denominada
de paiá. Feito de sementes diversas, esse instrumento traz uma sonoridade
única por conta da fricção ou batida das sementes secas umas nas outras, de-
pendendo da intensidade do gesto e movimento.
Quer ver um exemplo de música com o uso de paiás?
[...] muito antes de serem usados no �amenco, as castanholas já tinham seu lugar
na música clássica. Santiago de Múrcia, um dos mais importantes violonistas e
compositores espanhóis do barroco, compôs interlúdios satíricos chamados "jáca-
ras" onde as castanholas tiveram um papel fundamental. A variação foi a técnica
composicional deste autor, onde um tema foi repetido ao longo do trabalho apre-
sentando várias mudanças. Então, ele conseguiu criar fandangos interessantes em
1730, onde a guitarra clássica e, claro, as castanholas se destacaram.
Ganzá, ou chocalho
O ganzá é oco e contém em seu vazio pedrinhas, chumbinhos, areia, arroz, se-
mentes, contas ou miçangas etc. De acordo com Rocca (2014), para executá-lo,
o músico segura em um cabo.
Blocos de madeira
Você verá que se parecem muito com o agogô, pois têm alturas diferentes e o
som é justamente a combinação e contraste de um bloco e outro.
Gonguê
Muito parecido com o agogô, o gonguê tem uma campânula. Segundo Rocca
(2014, p. 27),
Trata-se de uma grande campânula do tipo de um cencerro achatado, ele pode ser
simples (uma campânula) ou duplo (duas campânulas). É seguro por um cabo ou
um suporte e dele são tirados dois sons: um grave (tocando-se próximo à sua boca)
e outro agudo (tocando-se no meio). No caso do Gonguê Duplo tem o tipo de um
grande Agogô e, também pode ser pendurado ao corpo do executante. É tocado com
baquetas grossas de madeira ou vareta de ferro.
Cencerro
Muito semelhante a um sino com badalo, o cencerro (Figura 10) é utilizado co-
mo um instrumento de localização para criadores de gado, por exemplo, pois
produz um som quando o animal se movimenta. Assim, quando o animal se
perde do rebanho, pode ser encontrado com mais facilidade por conta do som
produzido.
Figura 10 Cencerro (https://pt.wikipedia.org/wiki/Campana_(instrumento_musical)).
Frigideira
Ainda com timbre metálico, temos outra variação do agogô e muito acessível
para a sala de aula. Originalmente, a frigideira era percutida com uma faca do-
méstica e, posteriormente, passou a ser utilizada uma vareta de metal.
Caso queira ver e ouvir o som emitido pela frigideira, clique aqui
(https://www.youtube.com/watch?v=yGawX400ehk) e assista ao vídeo
em que Robertinho Silva fala sobre este instrumento.
Talvez você acredite que colheres não são instrumentos percussivos tradicio-
nais, mas são sim! As famosas cucharas, na Espanha, estão cada vez mais
presentes no Brasil por conta da mistura de timbres que possuem. Elas unem
possibilidades percussivas de nossos instrumentos brasileiros, como tambo-
rim, agogô, reco-reco e pandeiro em um mesmo instrumento e, ainda, consti-
tuem um ótimo custo-benefício para musicalização em escolas de educação
básica, projetos sociais, escolas especializadas de música e outros lócus.
ritmos-do-brasil-1.220485).
Curiosidade...
Reco-reco
bambu-_JM).
Triângulo
Feito de metal como mencionamos, esse instrumento é tocado com uma ba-
queta, também do mesmo material, e produz som pela vibração do toque. De
acordo com a Escola Britannica da CAPES (Coordenadoria de
Aperfeiçoamento),
O som que ele emite é agudo e pode ser isolado ou encadeado, dependendo da ma-
neira como o músico o toca.
É um instrumento bastante típico dos estilos de música do Nordeste (https://esco-
la.britannica.com.br/artigo/regi%C3%A3o-Nordeste/483410) brasileiro, como baião,
xote e xaxado, mas é também encontrado na música portuguesa.
O triângulo é conhecido na Europa desde o século XIV, mas só começou a ser utili-
zado nas orquestras no século XVIII, pelo músico austríaco Wolfgang Amadeus
Mozart (https://escola.britannica.com.br/artigo/Wolfgang-Amadeus-Mozart
/481979) (ESCOLA BRITANNICA, 2020).
A mão esquerda, que o segura, faz movimentos discretos de meia torção, trazendo o
instrumento ao encontro do segundo toque da mão direita, feito com a ponta dos
dedos e, imediatamente, ao encontro do terceiro toque, feito com a parte da mão
próxima ao pulso. Na maioria dos ritmos do Pandeiro os toques do dedo polegar
(primeiros toques) se alternam entre um toque preso (abafado) e um toque solto
(aberto).
Tamborim
O executante segura com a mão e o percute com uma baqueta ou com a outra mão.
É um instrumento indispensável na batucada e no samba. Nas baterias das escolas
de samba e em outros conjuntos usa-se o tamborim industrializado com um peque-
no aro de metal ou acrílico recoberto por pele em uma das bordas, percutido com
vareta de bambu, madeira ou plástico, medindo, aproximadamente, 5 cm de altura
por 15 cm de diâmetro. Também é usado em orquestras de música erudita (BRASIL,
2020).
Feitos a partir de ligas de metal, como bronze, cobre, prata, entre outros, é a vi-
bração que se dá por meio do choque entre um prato e outro que produz o som
do instrumento.
Berimbau
Vamos lá?
Tambores
Até aqui, vimos os instrumentos mais conhecidos com peles. Agora, convida-
mos você a conhecer os instrumentos musicais percussivos mais utilizados
de teclas!
Sigamos!
Esses costumes fazem com que a cultura se mantenha viva, não apenas no
sentido de ser lembrada, mas também praticada e renovada, sofrendo modi�-
cações de acordo com essa prática.
Que tal, agora, fazer um passeio sonoro? Na imagem interativa a seguir, você
pode conhecer mais sobre os ritmos e danças brasileiros e assistir a vídeos so-
bre essas manifestações.
Observação!
Como são muitos itens, você pode acessar aqueles que deseja conhecer melhor agora e voltar aqui quando
quiser se inteirar mais sobre algum ritmo especí�co.
Como você pôde perceber, são vários os movimentos culturais que utilizam a
percussão em forma de instrumentos musicais e com o próprio corpo, por
meio das danças. Esperamos que você possa aprofundar seus estudos cada
vez mais e ampliar seu repertório para oferecer aos seus futuros alunos e alu-
nas uma educação musical abrangente e contextualizada.
5. Considerações
Neste ciclo de aprendizagem, você pôde conhecer e compreender o termo
Instrumento Musicalizador, bem como adentrar o universo de instrumentos
musicais percussivos, conhecendo aqueles mais utilizados no Brasil e alguns
de seus potenciais para uso em sala de aula, como os instrumentos denomina-
dos de "pequena percussão". Ainda pôde conhecer algumas das diversas ma-
nifestações culturais brasileiras, relacionando os instrumentos percussivos,
os dados contextuais e as práticas envolvidas em cada uma delas.
Porém, não pare por aqui, pesquise! Um(a) professor(a) deve ter a investigação
como sua aliada no sentido de compreender a in�nidade do saber e atualizar
seu conhecimento constantemente.
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Objetivos
• Conhecer e identi�car a importância das cirandas, cantigas e brincadei-
ras de roda.
• Compreender a aplicabilidade das cantigas na educação básica.
• Ampliar o repertório de cantigas e cantos por meio de danças e brinca-
deiras de roda que podem acompanhar algumas dessas cantigas.
• Compreender a importância da pesquisa, do planejamento e do ensino
de cantigas na educação musical.
Conteúdos
• Cirandas, cantos, cantigas e brincadeiras de roda.
• Repertório musical.
• Pesquisa, planejamento e ensino de cantigas.
Problematização
Qual a importância das cirandas, cantigas e brincadeiras de roda na educa-
ção básica? Como podemos aplicar esses conteúdos na escola? Qual o sentido
de ampliar o repertório de cirandas, cantos, cantigas e brincadeiras de roda?
Qual a importância de ser um(a) professor(a) pesquisador(a) planejando
ações de ensino musical por meio dessas cantigas e brincadeiras de roda?
Em que sentido encontramos os potenciais criativos nessas práticas?
1. Introdução
No Ciclo 1, compreendemos o termo instrumento musicalizador, trazendo o
processo de "sentir" como inerente ao ato de musicalizar-se, bem como co-
nhecemos alguns instrumentos de percussão, suas características, usos e ma-
nifestações culturais. Neste ciclo, adentraremos os potenciais criativos e me-
mórias culturais que as cirandas, cantos, cantigas e brincadeiras de roda nos
favorecem para o ensino e aprendizagem, com foco na educação básica.
Na tela Crianças Brincando de Roda (Figura 2), do pintor alemão Hans Thoma,
datada de 1872, é possível perceber crianças brincando em roda e essa roda
em movimento.
Figura 2 Der Kinderreigen. (Óleo sobre tela, 115x161 cm - 1872 - Hans Thoma) (https://volobuef.tripod.com/).
Podemos encontrar até mesmo uma certa espiritualidade nas danças para ri-
tuais e celebrações, como nos movimentos denominados Danças Circulares
Sagradas (DSC), pesquisadas pelo alemão Bernhard Wosien (1908-1986) e re-
gistradas, em sua maioria, em �tas ou CDs, e nas Danças da Paz Universal
(DPU), pesquisadas e difundidas por Samuel Lewis, que se baseou nas danças
ghost dos índios Arapaho, passadas de pessoa para pessoa, sem registros de
gravação.
Você percebeu, em sua pesquisa, que algumas cantigas possuem mais de uma
versão musical gravada? Isto é fruto da cultura oral, que permitiu que grupos
musicais �zessem suas versões, por vezes, completamente diferentes em esti-
los, mas respeitando a letra e seus sentidos.
Para mais, as cantigas de roda nos cedem a permanência com costumes e tra-
dições de nossa cultura local, regional, nacional e até mesmo global. A multi-
culturalidade que marca nosso país é visível nas cantigas de roda, nos cantos
de trabalho, nas cirandas, nas brincadeiras musicais, pois "receberam in�uên-
cias de várias culturas, especialmente da lusitana, africana, ameríndia, espa-
nhola e francesa" (BRASIL, 1998, p. 71).
Cirandas
Segundo Loureiro e Lima (2013, p. 396):
No Brasil, a ciranda encontra seus dois nichos. Nas praias e praças, mais co-
nhecidas como cirandas das praias, é praticada por adultos, mas também a re-
conhecemos nas brincadeiras infantis presentes nas famílias, nas brincadei-
ras de rua, nos espaços rurais, nas escolas.
completa/112290/).
Agora, responda:
Se você ainda não localizou a Ilha de Itamaracá (Figura 4), ela �ca no Estado
de Pernambuco, na região metropolitana de Recife (PE), Nordeste do Brasil.
Figura 4 Mapa da Ilha de Itamaracá (https://www.google.com/maps/vt
/data=Z5EfoLSNba8Hp3FcDBRlUf_q2uI5E7J3Onm8tZAZr7FKXwdmB2iz1Tgw-
oTA22D3J2IzUrlTg413BFgZgVV4_ISGGOSWZylLC1NXhq5ziPINf448FnEvB7p_ANB0SFYFB5V5MrcXv6-8KyWixe1kip5
S0vW1AFvW7bXF1wbG1sosdhYhGDKuvxZxrvdRJrHa5oIaQIgyRri7KowpmS07bBPbJ5FA0dmSpWwz7RoKgshYUfVfw
Gnpts_NGEHIfbvO9nw).
/1431202525_108239.html)
De acordo com o jornal Gazeta do Povo (2015), "As gravações foram divididas
em 'lado A' e 'lado B'; no primeiro, a cantoria. No segundo, os três falam ao lin-
guista sobre as músicas que haviam acabado de cantar. É possível, também,
ouvir as vozes do escritor Pedro Nava e do crítico Mário Pedrosa".
No caso do coral, muitos de seus cantos possuem uma estrutura que possibili-
ta a inserção de estrofes de determinada cantiga em outras, dando margem à
criação de novas possibilidades de letras. Por exemplo, o verso "Atirei água pra
cima, aparei com a caneca, menininha bonitinha, cinturinha de boneca" pode
ser encontrado em mais de uma melodia. Essa riqueza de transformação de
cantos, danças e versos, com o passar do tempo e com a tradição oral, é justa-
mente a riqueza viva da cultura.
O coral fala do que a comunidade vive, da realidade: sobre o rio, sobre os cano-
eiros, suas alegrias, tristezas, tradições.
Segundo Fiori (1991, p. 78), "a cultura é um processo vivo de permanente cria-
ção", e as pessoas que participam desse processo, de maneira autônoma, cri-
am e recriam "em novas formas de vida". Se apenas transmitíssemos o que já
foi feito, seria uma cultura morta, a�rma o autor.
É nesse contexto de processo vivo, de cantar, dançar e criar com o que aconte-
ce na comunidade que surgem os cantos de trabalho. Como o próprio termo
diz, esses cantos retratam o trabalho, muitas vezes, manuais, como lavar,
plantar, colher, tecer, cozinhar etc.
E aí, gostou? É claro que a pretensão não é que você ouça apenas. É importante
que você também investigue sobre os diversos contextos, grupos musicais e
arranjos das cirandas, cantigas e cantos de trabalho aqui apresentados. Temos
certeza de que, assim, poderá ampliar, de forma signi�cativa, seu repertório
musical.
Samba lelê
De acordo com Brito (2003), a música Samba lelê é um samba de roda encon-
trado em diversos lugares do Brasil, com variações de letra e refrão, porém,
com, praticamente, a mesma estrutura.
Por �m, é possível o trabalho na própria dança em roda, na qual o sentido pode
ser alterado de acordo com a mudança de frases e, no refrão, todos podem se
dirigir ao centro da roda, batendo palmas e pés. Brito (2003, p. 117) também su-
gere:
Roda do Valentino
Esta música é muito utilizada em danças circulares. Nosso contato com ela
será dado por meio do coral Trovadores do Vale, de Araçuaí-MG, mas, antes,
vamos fazer um exercício:
A cultura oral, como já estudamos, faz com que as pessoas que participam de-
la a transformem num processo criativo desse fazer. Nesse sentido, você po-
derá encontrar diversas variações de letra, melodia e maneiras de se dançar
uma cantiga, ou até mesmo uma ciranda ou canto de trabalho.
Vilão é mais uma das músicas que fazem parte do repertório do coral
Trovadores do Vale. Sua dança é contagiante, bem animada e divertida.
Para essa dança, conforme ocorre no vídeo indicado, é necessário que os par-
ticipantes �quem em pares, formando uma �la. O primeiro par da �la �cará vi-
rado de frente aos demais. Quando se iniciar a música, todos dançando, cada
par fará um movimento de ondas, passando primeiro por baixo dos braços do
par da frente e depois deixando o par seguinte passar por debaixo de seus bra-
ços, e assim, sucessivamente. Conforme a dança vai se desenvolvendo, o an-
damento da música pode ir aumentando até o momento em que os participan-
tes não mais conseguirem, no tempo proposto, realizar a dança.
Canção de Ghana
Esta música também foi retirada do livro Música na educação infantil: pro-
postas para a formação integral da criança, da Professora Teca Alencar de
Brito (2003). É um jogo musical proveniente de Ghana, na África,
assemelhando-se com a brincadeira Escravos de Jó.
Em círculo, sentadas no chão, cada criança segura uma pedra, que passa para o
companheiro à sua esquerda, sempre no tempo forte: passa a pedra, pega a outra,
passa a pedra, pega a outra... (BRITO, 2003, p. 126).
Como pudemos ver nos exemplos, nosso cancioneiro é muito rico em diversas
manifestações culturais musicais. Souza (2008) menciona as formas musicais
conhecidas de nosso folclore brasileiro:
• Brincadeiras de roda.
• Jogos.
• Parlendas.
• Acalantos.
• Folguedos.
A autora investiga o "brinquedo", o termo "brincar" e o sujeito "brincante" co-
mo partes do processo de aprendizagem, mostrando-nos o porquê de ele ser
pesquisado, planejado e ensinado nas escolas brasileiras. Segundo ela,
Dica!
6. Considerações
Neste ciclo, pudemos conhecer e identi�car a importância das cirandas, canti-
gas e brincadeiras de roda e compreender a sua aplicabilidade na educação
básica. Esse exercício de reconhecimento das potencialidades didáticas das
cantigas faz parte de nosso processo enquanto mediadores do conhecimento.
Dessa maneira, enquanto educadores, precisamos ampliar o repertório de can-
tigas e cantos e descobrir danças e brincadeiras de roda que possam acompa-
nhar algumas dessas cantigas. Isto só é possível por meio da pesquisa, do pla-
nejamento e do ensino de cantigas na educação musical.
Até mais!
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Objetivos
• Conhecer a importância de valorizar e praticar as potencialidades sono-
ras percussivas na sala de aula como relação interdisciplinar.
• Conhecer possibilidades de exploração de sonoridades dos materiais re-
cicláveis.
• Compreender estesia, acuidade auditiva e sustentabilidade no ensino de
música.
Conteúdos
• Timbre.
• Exploração sonora de materiais reutilizáveis e/ou recicláveis.
• Construção de instrumentos percussivos.
• Estesia.
• Acuidade Auditiva.
• Sustentabilidade no ensino de música.
Problematização
Quais potenciais sonoros podemos identi�car nos materiais reutilizáveis
e/ou recicláveis? Como podemos explorar esses materiais? Qual a importân-
cia do timbre nesse processo? Quais possibilidades e exemplos de construção
de instrumentos musicais percussivos podemos ter utilizando materiais reu-
tilizáveis, como sucata? Em que sentido os conceitos de estesia, acuidade au-
ditiva e sustentabilidade no ensino de música se conectam?
Orientação para o estudo
Caro aluno, durante este ciclo, além de consultar os hiperlinks dispostos no
decorrer do conteúdo, é importante que você faça uma breve pesquisa, em
sua casa, de materiais reutilizáveis e/ou recicláveis (se for possível, faça uma
lista desses materiais). Explore o som deles separadamente, por exemplo:
som de grãos, som de potes plásticos, tubos de papelão, papéis (lisos, amas-
sados, de várias texturas) etc. Além disso, sempre que possível, assista aos
exemplos de vídeos e descrições de instrumentos musicais percussivos ex-
postos neste ciclo! É importante, ainda, que você faça exercícios re�exivos
para compreender como eles se conectam com sua lista de materiais sono-
ros, como poderiam ser utilizados para o ensino de música. Por �m, construa
um instrumento musical percussivo com esses materiais – lembre-se de
selecioná-los de forma consciente (planeje, pense qual som deseja, quais
combinações de materiais precisa etc.).
Espero que com essas sugestões você tenha um ótimo aprendizado neste ci-
clo.
1. Introdução
Neste terceiro ciclo, você vai conhecer e re�etir sobre os potenciais sonoros
dos materiais reutilizáveis e/ou recicláveis. É importante expandir a mente no
sentido de não compará-los estritamente com os instrumentos musicais per-
cussivos tradicionais que estudamos no Ciclo 1. Eles serão, sim, um compara-
tivo em termos de timbre, mas não serão iguais, visto que os materiais são ou-
tros, não é mesmo?
Partindo dessa premissa, que tal fazer uma escuta, uma apreciação? Pedimos
para que se atente tanto ao som quanto aos materiais que emitem som.
E então, o que achou? Viu como é possível extrair som dos mais diversos obje-
tos? Faça, agora, o exercício a seguir (se for preciso, retorne ao vídeo para agu-
çar sua experiência audiovisual).
A esta altura, certamente você já notou que a intenção aqui trazer a re�exão
das potencialidades sonoras percussivas. O corpo, os materiais/objetos em sua
forma original e materiais/objetos adaptados/combinados/reconstruídos, os
materiais/objetos recicláveis e os materiais de recursos naturais são sim fon-
tes sonoras possíveis e legítimas para o ensino musical.
Seja qual for o material, você poderá explorá-lo batendo, esfregando, chacoa-
lhando, amassando, puxando etc. São muitas as possibilidades de manipula-
ção de um mesmo material para produzir sons diferentes.
A sonoridade dos copos se estende à combinação dos diversos timbres que po-
dem ser produzidos nas suas partes (boca, fundo, lado), em consonância com
o material em que percute (madeira, cimento, metal) e, é claro, o material do
próprio copo (plástico, acrílico, metal).
Então, vamos ver uma possibilidade com o grupo Palavra Cantada, com a
música "Fome Come (https://www.youtube.com/watch?v=DrcO1Ojpn4Q)".
Acompanhe essa delícia de brincadeira.
Outro material que une cantigas com jogos de mãos e copos é o "Lenga la
lenga: jogos de mãos e copos (https://www.youtube.com
/watch?v=ft6Kg7S-LBE)" (2006).
Dica!
Outro instrumento também utilizado são as lixas. As lixas formam um interessante adereço nessa ideia
de percussão caseira: basta colar as chamadas lixas d'água, lixa comum, em pequenas tábuas achatadas
que caibam nas mãos dos alunos.
Material reciclável
Quase todos os materiais dos instrumentos percussivos tratados neste ciclo
foram feitos a partir de materiais recicláveis. Porém, é muito importante que
saibamos identi�car a maior gama de materiais recicláveis que podemos utili-
zar para produzir som e/ou construir instrumentos musicais.
Material adaptado/combinado/reconstruído
Qualquer material pode ser adaptado como instrumento sonoro e percussivo.
Observe só as caixinhas de CD e como compuseram as cantigas "Roda Pião" e
"Samba lelê" (https://www.youtube.com/watch?v=6N7PNgkOrjI) que o grupo
Tiquequê arranjou.
Vamos lá!
Acuidade auditiva
No quesito da acuidade auditiva, ou seja, percepção do som, a manipulação de
materiais e seus possíveis sons auxiliam no aprendizado musical, de modo
que o planejamento pedagógico poderá objetivar a capacidade de os alunos re-
conhecerem timbres, alturas e as texturas sonoras.
Compreendemos, então, que acuidade auditiva é mais do que apenas levar vá-
rios instrumentos feitos de materiais recicláveis para a escola; é o processo de
promover consciência e aprendizagem musical.
5. Considerações
Neste ciclo, pudemos conhecer a importância de valorizar e praticar as poten-
cialidades sonoras percussivas na sala de aula como relação interdisciplinar,
conhecer possibilidades de exploração de sonoridades dos materiais reciclá-
veis e compreender estesia, acuidade auditiva e sustentabilidade no ensino de
música.
Até mais!
(https://md.claretiano.edu.br/insmuspercan-
g01556-dez-2021-grad-ead/)
Objetivos
• Conhecer a importância do movimento, ritmo e expressividade para o
ensino de música.
• Conhecer a percussão corporal e algumas de suas potencialidades na
criação e adaptação de materiais didáticos.
• Conhecer a escrita básica de alguns instrumentos de percussão.
• Escrever pequenos arranjos para instrumentos de percussão com base
nas cantigas.
Conteúdos
• Movimento, ritmo e expressão no ensino de música.
• Percussão corporal.
• Escrita e leitura musical para instrumentos de percussão.
• Exemplos de arranjos percussivos para cantigas.
Problematização
Qual a importância do movimento, do ritmo e da expressão no ensino de mú-
sica? Como podemos explorar esses materiais? O que o corpo tem a ver com
o processo de aprendizado rítmico? O que o corpo tem a ver com o processo
de aprendizado de cantigas? Como mediar o conhecimento musical sensí-
vel? Quais são as técnicas básicas para leitura e escrita musical para instru-
mentos de percussão?
Orientação para o estudo
Leia com atenção o conteúdo proposto, acesse os hiperlinks dispostos no
material e traga seu potencial criativo para este estudo. Algumas sugestões
para você desenvolver essa habilidade:
Esperamos que com essas sugestões você tenha um ótimo aprendizado neste
ciclo.
1. Introdução
Neste quarto ciclo, você poderá conhecer e re�etir sobre a importância do mo-
vimento, do ritmo e da expressividade para o ensino de música, bem como a
percussão corporal e algumas de suas potencialidades na criação e adaptação
de materiais didáticos.
Vamos lá?
O movimento, que faz pulsar a energia interna de cada pessoa, de cada aluno,
promove a expressividade, a intensão do som que nos propomos fazer, criar,
experimentar. É um tanto mágico, porque podemos sentir, e esse sentir vai
desde sensações físicas até sentimentos de alegria e tristeza. Por meio dessa
"magia" é que podemos promover a aprendizagem de conteúdos musicais, que
se tornam intrínsecos ao ser humano quando promovidos por meio da sensi-
bilidade.
Tocar um tambor, bater palma, marcar o pulso da música, ler uma partitura
rítmica podem ser ações expressivas, dependendo de como propomos que se-
jam realizadas enquanto professores.
Na pesquisa de Simão que citamos, você poderá ver o que cada um des-
ses itens representa. É um estudo muito importante, porque trata da po-
tencialidade, não somente sonora do corpo, mas dessa ligação pedagógi-
ca, de formação integral dos aprendizes e do aprendizado ativo, partici-
pativo, sensível da música. Leia o Capítulo 2, "O corpo do som (http://re-
positorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/250849
/1/Simao_JoaoPaulo_M.pdf)".
Vamos assistir?
3. Percussão corporal
A percussão corporal nos permite desenvolver um jogo do próprio corpo com a
mistura e combinação de timbres e ritmos que podemos criar individualmen-
te ou no coletivo. Para iniciar uma prática percussiva com o corpo, primeiro é
necessário explorar o instrumento (corpo), para construir um repertório de
sons e, então, criar ritmos com combinações desses sons diversos em textu-
ras, timbres, alturas.
Agora, imagine um quadrado. Um quadrado que você vai mover com seus pas-
sos. Nesse quadrado, você possui in�nitas possibilidades de percussão. Não
faz ideia do que acabou de ler? Swing é a palavra que de�ne as diversas possi-
bilidades dentro desse quadrado imaginário. Você entenderá melhor vendo e
ouvindo sobre o método "O passo", de Lucas Ciavatta, educador percussionista.
Agora, vamos nos atentar à riqueza de timbres que nosso corpo pode proporci-
onar? É como se cada percutida em um local, de uma maneira, fosse um ins-
trumento musical diferente. Portanto, temos uma in�nidade de possibilidades.
Para começar, assista ao vídeo Stomp Live - Part 3 - Just clap your hands e,
observe uma performance do grupo Stomp (2012), denominada de "Basta bater
palmas".
Assim, se re�etirmos sobre tudo o que aprendemos até o momento do que ve-
nha a ser "instrumento musicalizador", não elencaríamos como aspectos que
valorizam a sensibilidade a força corporal e a técnica musical perfeita, porque
estes não são aspectos que devem ser valorizados no sentir. Não é isso que nos
prende, e sim todos os outros elementos elencados. A técnica e a força são
consequências de treinos e repetições mecânicas.
É nesse sentido que a percussão corporal pode ser um recurso e�caz para a
prática musical na sala de aula. Pois existem muitos vídeos e materiais que
nos mostram como esse recurso vem se desenvolvendo a cada dia.
Cavalo Marinho
percussão corporal
Aprendizado musical!
Para escrever arranjos básicos, primeiro você precisa tomar contato com esse
tipo de escrita, que, por vezes, se assemelha à escrita para instrumentos meló-
dicos e harmônicos, mas têm suas diferenças.
Figuras de duração das notas: por mais que muitos instrumentos percussivos não tenham alturas de�ni-
das, é importante não confundir isso com a duração do som. Então, as �guras de notas precisam ser escri-
tas.
Alturas: sim, a altura do som deve ser grafada mesmo que não tenhamos altura de�nida. Isto ocorre com
auxílio de linhas, como as de pentagrama, porém, na maioria dos instrumentos de percussão, sem a ne-
cessidade das cinco linhas ou das claves.
Ser claro: se você quiser indicar um acompanhamento que vai se repetir na música inteira, por exemplo,
em seu arranjo, “Zezinho vai tocar a mesma célula rítmica no agogô, durante toda a música”. Então, você
deve escrever apenas a célula rítmica acompanhada de ritornelo :|)
Que tal, antes de prosseguir, você veri�car se entendeu bem o que foi apresen-
tado? Vamos lá! Boa sorte!
A escrita para instrumentos com altura inde�nida pode ser realizada tanto no
pentagrama quanto no monograma (uma única linha), sendo essa última a
forma de escrita mais utilizada para tais instrumentos.
Dica!
Até então, essas gra�as foram utilizadas para instrumentos de altura inde�ni-
da. Veja, agora, os de altura de�nida. Você poderá utilizar essa gra�a para ins-
trumentos como xilofones, metalofones, vibrafones ou glockenspiel, por
exemplo.
Em sua escrita, pode haver acordes de três e quatro partes; por isso, são usa-
das mais de duas baquetas. Ainda diferentemente do xilofone, o vibrafone não
é um instrumento, ou seja, soa o que realmente está escrito na partitura.
Fonte: acervo pessoal do autor.
Para um arranjo percussivo didático, você não precisará utilizar todos os ins-
trumentos apresentados e poderá pensar nas possibilidades mais simples
possíveis.
Reforçamos que o intuito aqui é oferecer a você ferramentas para que consiga
elaborar um arranjo percussivo para uma cantiga, um canto ou uma melodia
criada, e não lhe ensinar a fazer arranjos musicais.
Para qualquer ato educativo signi�cativo, é necessário que o(a) professor(a) tenha clareza
sobre o contexto de seus alunos, o seu espaço de atuação e sobre si mesmo.
Pensando no que foi apresentado até aqui, já é possível ter uma prévia do que
você precisa para planejar seu arranjo. Sim! Assim como temos plano de ensi-
no, plano de aula, plano de atividade, temos também o plano de arranjo.
Assim, tratamos da percussão corporal. Você pôde conhecer o método "O pas-
so", de Lucas Ciavatta e tomar contato com o estudo dos processos de ensino
de percussão corporal do grupo Barbatuques, por meio da pesquisa de mestra-
do de Simão (2017), que evidenciou a criatividade, a coletividade e a percussão
corporal como parte do ser humano.
Este ciclo de aprendizagem fará mais sentido quando puder colocá-lo em prá-
tica, testar movimentos e gestos sonoros, explorar ritmos e diferentes timbres
em seu próprio corpo, quando �zer um plano de arranjo percussivo para um
grupo de alunos. Desse modo, esses conhecimentos não se encerram aqui;
apenas se iniciam.
g01556-dez-2021-grad-ead/)
Objetivos
• Conhecer o que se espera da educação musical escolar brasileira.
• Conhecer a legislação que permeia a educação musical brasileira.
• Compreender a educação musical e as suas conjunções com as relações
étnicas.
• Re�etir sobre a ampliação do repertório e possibilidades musicais peda-
gógicas para o trabalho musical docente.
Conteúdos
• Identidade pro�ssional do educador musical.
• Legislação educacional brasileira.
• Relações étnicas e a música.
• Ampliação de repertório.
• Trabalho musical docente.
Problematização
O que é ser professor? Quais os saberes necessários à formação docente?
Qual a relação da didática e metodologia de ensino com a formação de um
professor re�exivo? Quais os documentos legais que nos regem? Quais leis
precisamos saber para direcionar nosso trabalho docente? O que educação
musical e relações étnicas têm em comum? Quais re�exões preciso fazer so-
bre ampliação de repertório de acordo com as possibilidades pedagógicas pa-
ra o trabalho musical docente?
Orientação para o estudo
Caro aluno, durante este quinto e último ciclo, discutiremos os diferentes te-
mas necessários ao devido uso da percussão e cantigas como instrumento
musicalizador. Pensando metaforicamente, de nada adianta termos os ingre-
dientes de um bolo e não os utilizarmos com as devidas proporções no mo-
mento de prepará-lo, não é mesmo? Mas o que isso tem a ver com percussão
e cantigas? Como mencionado no ciclo anterior, de nada adianta termos ins-
trumentos e uma gama de cantigas disponíveis (que são nossos ingredien-
tes), se não temos um �o condutor, não sabemos o que fazer com isso. É im-
portante, sim, adquirirmos o máximo de repertório, mas é necessário dar
sentido e objetivos reais para direcionar e mediar uma prática musical edu-
cativa sensível, realmente e�caz para os praticantes (alunos).
Então, �que atento aos conteúdos, leia os artigos propostos e re�ita sobre
eles. Se for necessário, retorne aos outros ciclos para criar conexões de
aprendizado entre os conteúdos.
Vamos lá?
1. Introdução
Neste quinto ciclo, você poderá conhecer o que se espera da educação musical
escolar brasileira, bem como a legislação que a permeia. Além disso, compre-
enderá a educação musical e as suas conjunções com as relações étnicas, re-
�etindo sobre a ampliação do repertório e as possibilidades musicais pedagó-
gicas para o trabalho musical docente.
Vamos começar?
Para que você tenha contato com as principais leis, acesse cada uma delas a
seguir e leia todas, com calma, na íntegra.
Agora, antes de prosseguir, responda à questão a seguir e veri�que se você as-
similou o conteúdo apresentado.
[...] a interpretação ampla que se deu aos conteúdos referentes aos povos de matri-
zes de africanas, evidente no §1º, transcendendo os aspectos culturais e artísticos
destes povos e reconhecendo a necessidade de estudos sobre sua trajetória e luta, o
que �ca evidente pela obrigatoriedade do ensino de história (BRITO; SILVA, 2013, p.
235).
Os autores trazem contribuições valiosas a despeito do cumprimento dessa lei,
no sentido de que devemos aprofundar nossos conhecimentos de como os po-
vos de matrizes africanas e indígenas se constituíram no Brasil e ao longo
desses anos para propor práticas pedagógico-musicais coerentes.
6. Considerações
Chegamos ao �nal do quinto e último ciclo de aprendizagem. Este foi um ciclo
que pôde oferecer aportes teóricos de estudo, a �m de convidar você a re�etir
sobre questões que emergem de sua própria escolha pela área de educação
musical, considerando percussão e cantigas como grandes propulsores de sua
futura atuação.
Para tanto, foi necessário conhecer o que se espera da educação musical esco-
lar brasileira e a legislação que a permeia. No universo legal que nos ampara
e, ao mesmo tempo, nos indica as obrigações enquanto educadores, compre-
endemos as relações da educação musical e as conjunções com as relações
étnicas. Assim, re�etimos sobre a ampliação do repertório e as possibilidades
musicais pedagógicas para o trabalho musical docente.