O Pé Esquerdo
O Pé Esquerdo
O Pé Esquerdo
I) INTRODUÇÃO:
Em Maçonaria, a prática ritualística varia de rito para rito, mas sua representação é quase
sempre idêntica.
Na Maçonaria Simbólica, os três graus têm marchas diferentes. No REAA, a posição dos pés –
em esquadria – sempre respeita o ângulo de 90º, com o pé esquerdo à frente e o direito apontado
para a direita. E a circulação dentro dos templos sempre se dá da esquerda para a direita (*há
exceção da retrogradação em determinada viagem de determinado grau).
O pé esquerdo avança antes do direito para mostrar que o Aprendiz ainda tem as influências
emocionais e da imaginação (lado esquerdo do cérebro), preponderando sobre a razão e a
inteligência (lado direito).
Antes de continuar com o tema principal, é importante ressaltar uma grande dúvida: se os
rituais são enfáticos em afirmar que não se marcha (ou caminha-se) com o “sinal de ordem”, por que
é exigido – em muitas Lojas – que o neófito marche com o “sinal de ordem”? (*aqui cabe ressaltar a
exceção, já conhecida – o Rito Adonhiramita – em que se caminha com o “sinal de ordem”).
Observem que o “sinal de ordem” é feito com os pés em esquadria, portanto parados.
Oswald Wirth, entretanto, diz não haver nenhum motivo – bom ou mau – em favor do início da
marcha ser com o pé esquerdo. Para ele, a marcha iniciando com o pé direito se justificaria pelo fato
de que a direita representa a atividade, a iniciativa, o raciocínio, enquanto que a passividade, a
obediência e o sentimento relacionam-se com a esquerda.
Não há dúvida alguma de que essa alteração dos ensinamentos tradicionais propaga um erro
flagrante: a ‘marcha escocesa’ prescreve a partida com o pé esquerdo, lado da afetividade passiva e
sentimental”.
O Irmão, advogado, jornalista e escritor Maurício Cardoso, lançou recentemente, pela Editora
“A Trolha Ltda”, o livro intitulado “Sua Majestade: O PÉ ESQUERDO”, que é quase um tratado
cabalístico e espiritualístico – em sua visão, também, maçônica sobre o tema -, do qual extraímos –
além de outros tópicos avulsos - o seguinte: “Sem nenhuma conotação de tola índole supersticiosa
explico que, ao contrário do mito que preconiza trazer azar, romper a marcha com o pé esquerdo,
com Deus no coração, trata-se de ritual diário e salutar”.
Afirma ainda que: “... o pé esquerdo está do lado esquerdo, do lado do coração, do
agradecimento a Deus pela vida, e ele é o ponto inicial da cerimônia ritualística. Ele é o escudo, a
majestade – representada por Aarão, irmão de Moisés. Só Aarão podia acender as velas da Menorá
no Templo; só o pé esquerdo pode iniciar a caminhada daquele que confia em Deus e nos seus
sonhos. O pé esquerdo é sinceridade, o direito é a segurança. Pois o pé direito vem atrás do pé
esquerdo”.
III) Conclusão:
Nesta linha de raciocínio, é aceitável crer que o lado direito do Homem é o positivo, enquanto
que o esquerdo é o negativo. Mas não devemos ver essas qualificações de positivo e negativo como
bom ou ruim, mas sim, como polaridades que se completam, pois uma sem a outra não se realiza. O
lado esquerdo é a matéria e o lado direito, o espírito.
Conhecer toda essas e, no entanto, só faz enriquecer nosso intelecto e ajuda-nos a decidir
quais idéias melhor “simbolizam” o assunto em tela.
IV) Bibliografia:
2. Cardoso, Maurício – “Sua Majestade: O PE´ESQUERDO”, Ed. “A Trolha Ltda, Londrina, 2008;