1 - O Livro Da Castidade - Reduzido-1

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Curso de Férias – Julho de 2019


O Reino de Maria
Primeiro dia – Rainha da Castidade
SKETCH 1: O LIVRO DA CASTIDADE
Jean (J): Sr. Mário Luís Bom 3 (B3): Sr. Roger do Nascimento
Anjo (A): Sr. Gabriel Pedroso Mau 1 (M1): Sr. Ênio Tschá
Primo 1 – mais velho (P1): Sr. Breno Mau 2 (M2): Sr. Gustavo Araújo
Fonseca Mau 3 (M3): Sr. Gabriel Medeiros
Luís XVII: Sr. Gabriel Benvenutti
Primo 2 (P2): Sr. Pedro Camilo
Nobre (N): Sr. Juan Otatti
Capelão (C): Sr. André Luiz Soares
Revolucionário (R): Sr. Rodrigo Otatti
Godofredo de Bouillon (GB): Sr. Jaison São Columbano (SC): Sr. Rodrigo Vilela
Küster São Luís Gonzaga (LG): Sr. Lucas de
Cruzados (5): Sr. Victor Prado; Sr. Eduardo Oliveira
Brandão; Sr. José Andrés; Sr. João P. Serafim; São Tarcísio: Sr. Andrés Sierra
Sr. Iván Insaurralde São Domingos: Sr. Enzo Bizinoto
Muçulmanos (7): Sr. Renan Eduardo, Sr. Santo Afonso: Sr. Eduardo José
Breno Soares, Sr. Cristóvão José, Sr. Marcos São Bento: Sr. Guilherme Maia
Luna, Sr. Diego Rafael, Sr. Andrés Rojas, Sr. Anjos: Sr. Guilherme Bittencourt; Sr. Matheus
Gabriel Santos Masaaki; Sr. José González; Sr. Victor Bareiro
São Domingos Sávio (SD): Sr. Marcos Demônio 1 (D1): Sr. Pedro Luiz Nates
Antônio L. Demônio 2 (D2): Sr. Kayan Carriço
Bom 1 (B1): Sr. Felipe Salvi Demônio 3 (D3): Sr. Luís Javier
Bom 2 (B2): Sr. Gustavo Ivo Demônio 4 (D4): Sr. Jairo Leonardo
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Cena 1: Entrega do Livro

Abrem-se as cortinas. Estão J, P1 e P2 conversando animadamente.


P1: Eu lhes garanto: vocês irão se divertir muito nestas férias. Nápoles é um lugar
espetacular!
J: E o que mais tem lá, Thierry?
P2: É! O que é o melhor?
P1: Ah! Quanta coisa…! Mas, acho que o que tem de melhor mesmo, são as festas! Boa
comida, músicas e danças, boas companhias… Preparem-se mesmo, ouviu? Vai ser uma
viagem inesquecível! Enfim, é bom nós irmos andando para descansar cedo, porque
amanhã partimos logo de manhã.
J: (começa a andar e se lembra de pegar algo) Eu vou só pegar um livro, vocês me
esperam?
P1: Um livro? Para que um livro, Jean?
N (com timidez): Ah… eu ia levar para a viagem…
P1 (com certo desprezo): Levar para a viagem…? Que bobo! Bem, pode pegar… Acho
que você nem vai querer pensar em livro nas Férias, mas… já que você quer.
J: É rápido, eu já alcanço vocês.

P1 e P2 saem, enquanto J busca indeciso algum livro em um móvel. Aparece o


Capelão.
C: Jean, você já não devia estar indo dormir?
J: Sim, senhor, Pe. Pierre. Já estou indo. Eu só estava procurando um livro para levar
para a viagem, mas… acho que não vou levar mais.
C: Por que não, Jean? Não vai me dizer que não encontrou um livro bom! Venha, vou
mostrar-te alguns.
J: Não, não é por isto; Thierry me disse que não vou precisar de um livro para a viagem,
porque as Férias em Nápoles serão tão divertidas, que nem vou pensar em ler alguma
coisa.
C (com ar de preocupação): Ah, Thierry disse isto, é? Bem… eu não diria o mesmo…
J (olhando para a estante): Bom, mas então… que livro levar? Tem que ser bem curto,
porque…
C (com decisão): Jean, permita que eu lhe dê um conselho?
J: Claro, Padre, por favor.
C: Leve qualquer livro, mas por favor, não descuide de sua alma.
J: Como assim, padre?!
C: Sim, Jean. Temo muito por esta viagem. Nápoles é, antes de tudo, uma cidade
perigosa.
J: Mesmo?! Há muitos ladrões?
C: Sim, muitos! Mas, são ladrões de almas! Por isso, tenho medo de que eles roubem de
você o estado de Graça, e quando você retorne, não seja mais o mesmo… como já
aconteceu com tantos outros. Você está em uma idade em que facilmente o demônio
arrasta as pessoas para a perdição, sob o pretexto de divertir-se. Por isso, cuidado!
J: Padre… agora… agora eu fiquei com medo. Não quero perder minha alma…
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C: É bom que tenha medo de cair em pecado, Jean. Mas não digo isto para que você
fique aflito durante a viagem; digo para que você esteja vigilante, como se estivesse em
uma guerra. Está claro?
J: Sim, senhor.
C: Agora, acho que já está na hora de você ir descansar, não é?
J: Sim, senhor. (Ajoelha-se e o padre dá a bênção) Reze por mim, Pe. Pierre, por favor.
C: Claro que sim. E você também reze muito aos santos da Castidade, e sobretudo ao
seu Anjo, para que o defenda nesta luta, está bem? Bom, vamos indo.
J: Sim… eu só vou pegar o livro e já vou; prometo.

C sai. J procura um pouco mais na estante, e por fim, volta-se para a imagem de Nossa
Senhora, ajoelha-se e diz:
J: Minha Mãe, a quantos perigos eu vou estar exposto nesta viagem! Tenho muito medo
de não perseverar… de vos ofender… Por favor, minha Mãe, protegei-me! Mandai que
todos os patronos da castidade venham em meu auxílio. Meu Santo Anjo da Guarda,
vinde em meu auxílio!

Música grandiosa. Entra o Anjo com o Livro.


J: Quem… quem sois vós…?
A: Jean, você não rezou a mim? Aqui estou para lhe ajudar. Na verdade, sempre estou a
seu lado, mas hoje a Virgem Puríssima quis que eu lhe ajudasse especialmente,
preparando sua alma para a luta que se aproxima. (Estende o livro) Você procurava um
livro para a viagem? Trago este livro do Céu; mais do que um livro, ele será um escudo
e uma espada para as batalhas que vem.
J: (pega o livro e lê o título na capa) “O Livro da Castidade”! O Livro da
Castidade…?!?!(Breve silêncio).
A: Sim. Pode abrir.
J: (Abre o livro no meio, e lê) “Godofredo de Bouillon: A castidade nos faz guerreiros
invencíveis”.

Música. Abrem-se as portas de um dos lados do auditório, e aparecem Godofredo e os


cruzados, mas ficam nas escadas; J demonstra muita estupefação, e volta-se para o
Anjo.
J: Nossa! Mas o que é isso?! O que estou vendo?! Quem são eles?!
A: Este não é um livro comum, Jean. É preciso lê-lo com os olhos do coração.

Logo em seguida aparecem os muçulmanos correndo e, ao verem Godofredo e os


cruzados, gritam.
M1: Aaahh!!! Ele apareceu de novo!!
M2: Estamos perdidos!!! Aaahh!!!
GB (apontando a espada): Dai-nos, ó Virgem Pura!
Todos: Fé, Pureza e Bravura!
GB: Tu és, ó Rainha de Glória!
Todos: A certeza da Vitória!
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4 cruzados vão atrás dos muçulmanos e saem do auditório, enquanto G e outros


cruzado param na escada, como que vigiando. J deve demonstrar muito entusiasmo
com os cavaleiros.
A: Este cavaleiro se chama Godofredo de Bouillon. Foi o primeiro dos cruzados a
conquistar a Terra Santa. Certa vez, numa batalha, aconteceu dele partir num só golpe o
cavalo e o cavaleiro juntos.
J: O que?! Impossível! Como ele conseguiu fazer isso?
A: Venha. Pergunte a ele.
J: Com ele… eu posso fa…

O Anjo faz um gesto com a mão, dizendo que J se dirija a GB. Este se aproxima de GB,
com muita insegurança, às vezes olhando para A.
J: É… Senhor… senhor Cavaleiro… Senhor…(lê de novo o livro) “Godofredo de
Bouillon”, posso fazer uma pergunta?
GB: (faz uma vênia de assentimento, e diz) Claro que sim, jovem cavaleiro. O que
queres?
J: É… o que o senhor faz por aqui?
GB: O que faço? Ora! Expulso os inimigos da fé destas terras sagradas! Não sabes que
eles avançam em massa contra nós? Há pouco que tivemos de desbaratar 50.000
muçulmanos, com apenas 12.000 homens.
J: Meu Deus! Disseram que, uma vez, o senhor partiu com um só golpe, o cavalo e o
cavaleiro. De onde vem tanta força?
GB: (levantando as mãos, diz com solenidade) Estas forças me foram dadas por Deus,
porque as mãos que empunham esta espada NUNCA pecaram contra a castidade!
J: Nossa…! Então para ser forte é preciso ser puro?
GB: Sim, os músculos valem muito pouco, ou nada, se a alma do homem não reluz
como os Anjos de Deus. A nossa força verdadeira se chama CASTIDADE. E tenha
certeza, jovem: as lutas da vida espiritual são muito mais árduas do que as de corpo-a-
corpo. Aquele que se sabe fraco, confia em Nossa Senhora e ama a Castidade, será forte
contra tudo. Nunca se esqueça disso. (Aos cavaleiros) Homens, vamos! Não podemos
abandonar nossos irmãos de armas. (Saem)

 Intervenção do expositor e/ou homilia de MJC.


Cena 2: Radicalidade contra a tentação
A: Entenda isso, Jean: a força de um guerreiro deve ter sua raiz na força de sua própria
alma!
J: Gostaria de ser um cavaleiro como Godofredo de Bouillon, mas… ainda não posso…
A: Não pode? Por que não? Você já é um cavaleiro! A luta para conservar-se fiel à lei
de Deus e ser santo, fez com que muitos jovens de sua idade brilhassem nos céus como
os guerreiros da Castidade. (A aponta para o livro, e ao abrir, J lê)
J: “Radicalidade contra a impureza: São Domingos Sávio”

Imediatamente abrem-se as portas laterais e aparecem os três bons brincando (com


uma bola?). Vão jogando entre si, falando, etc. Jogam para J que fica um instante sem
saber o que fazer e por fim, entra no jogo também. Aparecem os maus pela outra porta.
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B1: Olha só quem chegou! Francesco!


M1: Tudo bem? (Dá um tapa no braço de B2) Como passou as Férias? Conta aí: o que
você fez?
B2: Ah… eu fui para casa de meus pais e… segui o conselho de Dom Bosco, não deixar
de rezar…
M3: (dá as costas, mostrando tédio) Ah, sim… não deixar de rezar, né?
B3: E suas férias, Francesco? Como foram?
M1: Ah! Foram muito boas… me diverti à vontade! Quase não deu vontade de voltar
para o Orat… Enfim, fizemos muitas coisas interessantes.
M2: Aliás, Francesco, você disse no caminho que tinha uma surpresa para nos mostrar.
M1: Ah, é mesmo! Como pude me esquecer? (Fala consigo mesmo) Só não sei se estes
pirralhos… bem, eles precisam conhecer as coisas como são! Olhe, tenho uma revista
aqui, muito divertida, garanto que vocês vão gostar.
M1: (Tira a revista de uma mala) Mas escutem, isto aqui… é para amigos, não é? Não
é para sair comentando com os padres…
M2: E mesmo entre os da nossa idade, vejam lá com quem vocês vão conversar…
M3: Nem sempre eles nos entendem, sabe?
M1: (Diz interrompendo, com ódio) É… Sobretudo o…

Aparece São Domingos


B1, B2 e B3: Domingos!
M1: (em tom baixo) Domingos Sávio…!

Cumprimentam-se (“Como tem passado?”; “como foram as Férias”, e outras frases a


serem treinadas). Os maus viram-se de costas para SD. Estes dois devem desde o início
demonstrar desconfiança com relação aos maus.
SD: E você, Francesco? Como tem passado?
M1: (Cínico) Muito bem, Domingos… muito bem.
B2: Nós estávamos contando o que fizemos nas Férias…
B1: (Interrompe B2, um tanto eufórico) Pois é, Francesco tinha até trazido alguma coisa
para nos mostrar…
M2: (Interrompe B1 com brutalidade) Giovanni! Fique quieto.
SD: (Já desmascarando o jogo) Ah é, Francesco? E o que é? Mostre-nos!
M3: Não, não é nada demais… (volta-se para SD) e não queira me importunar, senão…
(Avança na direção de SD e o ameaça com a mão)
SD: Senão o quê?!! (M1 recua com o brado) Vamos, diga logo o que é isto aqui
M1: Não te interessa!
SD: Ah! Não me interessa… e a Dom Bosco, será que interessa?
M1: Não! Não invente de levar isto a Dom Bosco!
SD: Se interessa a você e não interessa a Dom Bosco… alguma coisa está errada,
Francesco!

SD avança, toma a revista virando o rosto, rasga-a e joga-a no chão, pisando.


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SD: O que é isto?!! Vocês não têm vergonha de uma coisa destas? Nosso Senhor nos
deu os olhos para ver as belezas que Ele criou, e vocês usam deles para ver estas
imundícies que os homens fazem para perderem as almas?
M2: Nós estávamos vendo aquilo para rir!
SD: Sim, sim. Para rir! Caminham para o inferno rindo… será que também vão rir
quando estiverem condenados por toda a Eternidade?
M3: Mas nós não vemos tanta maldade nestas figuras…
SD: Tanto pior! Isto é sinal de que seus olhos já estão acostumados a ver este lixo! Mas
fique sabendo que isto não é desculpa para este pecado; muito pelo contrário!
M1: (Breve silêncio) Ah! Chega, Domingos! Eu não aguento mais estas suas lições de
moral!

M1 sai correndo, M2 e M3 vão atrás.


B2: Domingos, vou jogar este lixo no lugar onde deve estar.
B3: E eu vou avisar a Dom Bosco!

B2 pega a revista demonstrando muito asco e sai de cena com B1 e B3. SD começa a
sair. O Anjo faz sinal a J, que vai atrás de SD)
J: Domingos! (SD se volta, J se aproxima, e diz com muito enlevo) Ou melhor, São
Domingos… muito obrigado!
SD: Ora! Por quê?
J: Pelo bom exemplo que nos destes.
SD: Eu não fiz mais do que minha obrigação. Lembre-se sempre disto: quem brinca
com a tentação, brinca com a salvação eterna. Por isto, com ocasião de pecado devemos
ser inteiramente radicais.

 Intervenção do expositor e/ou homilias de MJC sobre ocasião de pecado.


Cena 3: Contrastes entre a pureza e a impureza

J: Nossa! Nunca imaginei que poderia conversar com um santo da minha idade! São
Domingos Sávio… falando comigo… com tanta bondade!
Anjo: É próprio das almas puras tratar bem aos outros, Jean, pois nada enobrece tanto a
alma como a castidade. (A aponta para o livro e J lê)
J: “Luís XVII – O Lírio e o lodo”...
Tocam clarins e há a entrada gloriosa de Luís XVII com Anjos. Ao chegar ao palco
fazem uma vênia ao santo. Jean, estupefato, tenta repetir o gesto e é respondido pelo
príncipe.
J: (relendo o nome no livro) Luís XVII… é… Desculpe-me… quer dizer… Desculpai-
me, mas… quem sois?
L: Eu fui um príncipe real da França, e morri vítima do ódio da Revolução.
J: Oh… sim, me contaram essa história! E… ah, perdão, Majestade… (faz uma vênia
atrapalhada). É… perdoai-me pois não sou habituado aos costumes da corte.
L: Não te preocupes, meu amigo, pois é justamente sobre isso que venho conversar.
J: Sabia... as minhas vênias não estão boas…!
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L: Muito pelo contrário, tua reverência estava perfeita. A verdadeira nobreza nasce de
um coração puro. As maneiras e o modo de falar de quem pratica a pureza podem ser
notados de longe e... de quem não a pratica também...
Entram N e R e se sentam – a seu modo – nas cadeiras da sala
J: Como? Duas pessoas iguais, e ao mesmo tempo tão diferentes?
L: Não, não, meu caro… Eles são a mesma pessoa. No entanto, num, vemos os frutos
da castidade; noutro os efeitos da impureza.
R: Ô! (olhando para o auditório) Que roupa estranha essa aí! Todo firinfinfim…
colorido… que negócio besta! Não é não?
N: (olhando para o auditório) Nossa, mas que homem sujo! E se veste com panos de
chão, todo maltrapilho! Não tem sapatos… não lava o rosto… Pelo modo de falar, e de
se portar… com certeza pertence a alguma tribo bem primitiva
L: A pureza da alma é sempre acompanhada da limpeza do corpo! Se quiseres manter o
brilho e a limpeza de tua veste, começa por deixar muito bem ordenada a tua alma.
Muita vigilância, meu caro, muita vigilância, pois tudo começa com o primeiro passo.
R: (Anda mais um pouco, olha os personagens e, olhando para N, diz) Que bicho raro,
olha aí, andando de fantasia!? Ei… (chamando o N) não tô gostando muito da sua
roupa, viu?
N: Bem… lamento por ti, mas… vestido como estás, tuas apreciações não inspiram
muita confiança.
R: “Aprecia…” quê? Ce fala tudo certinho… pronunciando todas as palavra…
N: Meu Deus! E ainda te orgulhas de teus grunhidos?
R: Quê? Não dá para te entender, ô… Tá se achando o quê? Fica esperto, hein… Tô de
olho nesse ouro aí. (olhando para o público) Hehe… Vai ser mais fácil que pegar esses
tênis aqui… o tonto deixou encostado ali… quem mandou? Todo mundo é dono de
tudo, né...
L: O direito de propriedade e o respeito aos outros estão muito relacionados à prática da
pureza. Para o impuro, não existe propriedade, e tomar algo de outro é tão natural como
tomar um copo de água.
N: Além de sujo, és ladrão?!
R: Escuta aqui, ô cidadão! Você está pensando o quê? Você não é mais do que eu, não!
Somos todos iguais!
N: Ah, não! Posso garantir que é difícil encontrar alguém como tu…
R: Ah! Chega! Você é insuportável! Eu vou embora daqui!
N: Creio que será a primeira vez que farás um favor aos outros… (R sai infestado) Sujo,
bruto e bandido. Eis aí todas as insígnias da impureza.
 Intervenção do expositor e/ou homilias de MJC.
Cena 4: A Vigilância e guarda do coração

Começa a música, e estão A e J no palco.


J: Nossa! Nunca havia me dado conta de como as pessoas puras são superiores àquelas
que não praticam a castidade.
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A: Tenha certeza: as almas puras têm esta superioridade porque são habituadas à luta.
Assim como as famílias nobres são aquelas que descendem dos mais valorosos
guerreiros de antigamente, assim também as almas mais distintas são as que vivem em
constante luta contra o demônio.
J: Oh! A Castidade é então uma guerra…! E com que armas nós lutamos? (O anjo
aponta o livro; J abre-o no meio e lê) São Co-lum-ba-no… Columbano…

Tomba repentinamente uma árvore dentro do palco. Aparece São Columbano com o
machado na mão e dirige-se até a árvore, sem olhar os personagens. Ao deparar-se
com J, SC diz:
SC: Oh, me perdoe! Foste ferido? Lamento, pensei que eu estivesse só.
J: Não… (encantado com a bondade do santo) quer dizer, não se preocupe, senhor, não
foi nada, apenas me assustei um pouco... Mas, quem é o senhor? Por acaso, um
lenhador?
SC: Não exatamente. (Todos personagens vão para frente, enquanto fecham-se as
cortinas) Chamo-me Columbano, e sou um monge. Aprendi da minha regra que o
pecado encontra terreno nas almas que não ocupam o tempo, e por isto, além de muita
oração, procuro me ocupar ao máximo, aproveitando-me dos trabalhos para fugir das
ocasiões de pecado. Assim, nunca dou tempo ao demônio para me sugerir outras coisas.
J: Columbano… (olha o livro) Oh! “São Columbano: ocupar o tempo, uma arma contra
o demônio”.
SC: É bem isto que disseste! Um homem que trabalha é tentado por um demônio, mas
ao desocupado mais de cem demônios fazem companhia.

 Homilia de MJC ou Intervenção do Expositor sobre o ócio.


Depois aparecem A e J por uma porta lateral.
A: Jean, para sermos inteiramente puros devemos estar totalmente blindados contra o
demônio. Não podemos emprestar para o pecado nem o nosso tempo, nem os nossos
olhos, (breve silêncio, aponta para o livro) e nem o nosso coração.
J: “São Luís Gonzaga e a guarda do coração”.

Abrem-se as cortinas. São Luís está no centro; cenário de “Coração”.


J: (volta-se ao Anjo e pergunta) O que é isso?! Onde estamos?!!
LG: Bem-vindo, meu caro! Este é o teu coração.
J: Meu coração?! Desde quando meu coração é uma sala?!
LG: Eu não diria somente uma sala, mas uma torre. Já observaste como é defendido um
castelo?
J: Bem, ele tem muralhas, fosso, ponte levadiça…
LG: Exatamente. Mas todo castelo tem uma torre principal, que é a parte mais
resistente, e a mais nobre. No homem, essa torre é o coração. Estás na tua torre
principal, na tua sala mais nobre. Vês aquela caixa? (J pega uma caixinha com pedras
preciosas) Estas são as graças que recebeste, e que fazem teu coração mais unido a
Deus.
J: E o que são estes objetos?
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LG: Não reconheces? É a vela de tua primeira comunhão, teu rosário… Vês aquela
espada?
J: É a espada de meu pai!
LG: Sim! Tiveste um encanto com o heroísmo a primeira vez que a viste, e por isto, ela
também adorna o teu coração.
J: E aquela igreja?
LG: É o local onde foste batizado, e a partir do qual passaste a amar a Santa Igreja.
J: Oh! Mas que lugar maravilhoso. Não sabia que meu coração era tão bonito!
LG: Sim, e por isso, é nosso dever jamais permitir que o inimigo tome conta dele.
J: Como?! Mas se ele é tão resistente, como o inimigo pode tomar conta dele? Acho
que isto não acontece com ninguém.
A: Pode ser difícil acreditar, Jean, mas acontece, e com muitas pessoas. E mais incrível
ainda é o modo como os inimigos conseguem penetrar nos corações.

Deve haver uma alabarda fechando uma entrada lateral do palco. LG retira-a e diz:
LG: A pessoa deixa de lado a vigilância, e abre as portas para que os inimigos entrem.

Aparecem demônios (talvez sem asas, apenas vestidos de preto) e começam a mexer em
tudo.
J: Meu Deus, o que eles estão fazendo?
LG: Isto é o que acontece com o coração de quem não é vigilante. Os nossos sentidos,
sobretudo os nossos olhos, são as janelas de nosso coração: por estas janelas nós
podemos deixar entrar os Anjos, ou os demônios…
A: Tudo o que o demônio quer para nos perder é que nós demos atenção a ele. Por isto
ele reserva para o futuro uma arma que será poderosíssima para ele, e que levará muitas
almas para o pecado:

Entram os demônios pela porta lateral e a cena se desenrola nas escadas, sem tampar
o palco.
D4: Aaahhh! Maldita castidade!!!!
D3: Eu não aguento mais! Godofredo… Domingos… Luís Gonzaga… Luís Mari…
D1: (Interrompendo) Silêncio! Não nos reunimos aqui para falar do passado. Viemos
falar do futuro. Nosso tempo está acabando! Em breve… Ela… quererá implantar seu
Reino na Terra, aaahhh!!! Temos percebido por que estes malditos não pecam… porque
não dão atenção a nós!
D2: Mas nós já demos um jeito! (Tira um celular) Você já pensou se com esta caixinha,
todo o mundo pudesse: controlar seu dinheiro; divertir-se em um mundo de ficção; falar
com pessoas à distância… o que aconteceria? Ninguém largaria isto um minuto!
D1: Isto aqui é o nosso passe de entrada para qualquer lugar, qualquer casa… qualquer
alma. E sobretudo, para perdermos (com muito ódio) aqueles… que Ela… chamou para
implantar o Reino… (todos gritam)
D2: Com isto aqui, nós os atrairemos para a impureza em tudo! Impureza nos jogos, nos
filmes, nas conversas… Aah!! O dia inteiro vai ser impureza, e ninguém vai conseguir
soltá-la! Hahahaha!!! (Todos riem) Há quanto tempo estamos esperando esta maravilha!
E ela chegou na hora exata!
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D1: Ah! Internet! Era o que nós precisávamos para perder os… eleitos… Eles vão se
esquecer da vocação que eles têm! Ninguém vai se lembrar de … rezar!!! Hahaha!!
D2: Aahh! A falta de vigilância! Sempre disse que esta é a nossa melhor arma! Quantas
vocações se perdem na impureza, por falta de vigilância! Hahahaha!!!
D3: Vamos!!! Precisamos lançar isto já! Quero ver que “santinho” vai resistir desta vez
à tentação.
D2: Espere! (Silêncio) Ainda não podemos… Ele… não nos deixa. O mundo precisa
estar pior quando esta porcaria saia nas lojas. E por isto… precisamos fazer… que o
mundo peque!!!! (Todos riem, gritam, etc.)
D1: Os pecados dos homens nos darão permissões para ter mais contato com eles. E
assim, quando … Ela… quiser implantar seu Reino na Terra, não conseguirá, porque
todo o mundo será impuro! Ela não terá discípulos! Hahaha! Não haverá mais…
Castidade!!! Hahahaha!!!!

Riem e saem.
 Intervenção e homilia sobre a internet
Cena 5: A devoção a Nossa Senhora e a Castidade do Reino de Maria

J: O que é isto? Internet…? Que coisa horrorosa!


LG: É melhor que não saiba, Jean. Quero apenas que perceba como isto é uma
armadilha nas mãos do demônio, e que como tudo que dele provém, deve ser combatida
com as duas armas da castidade.
J: Duas armas da castidade? Isto eu não aprendi ainda…
A: Já conheces uma: a vigilância, mas há ainda outra tão poderosa como a anterior. (A
indica a página e J lê)
J: “Grande arma em defesa da castidade: a Oração”.
Entra um cortejo com 2 anjos turiferários, S. Tarcísio, São Domingos, Santo Afonso,
São Bento, personagens bons anteriores (GB, cruzados, SD, Luís XVII, SC) e um anjo
espadeiro. Mais luz na imagem de Nossa Senhora.
 Intervenção sobre os santos que entraram em cena (relação oração-castidade)
e/ou homilia de MJC
SB: A oração é o nosso maior refúgio nos momentos da prova. E posso garantir-lhe que
nenhum de nós teria chegado à Glória dos Céus, se não tivéssemos recorrido a ela em
nossa vida. Sobretudo, quando a oração é feita por intermédio daquela Mãe que vela
constantemente por nós.
LG: Vê quem se encontra no trono de seu coração? Maria Santíssima é a Rainha dos
corações castos! Todos os santos que estão aqui só puderam ser puros, porque tiveram
devoção a Nossa Senhora!
A: E a História contemplará santos ainda mais castos, quando conhecer o exército que
levará ao auge a devoção a Nossa Senhora, no Reino de Maria.
J: (Vira a página do livro e lê) Oh! “O Reino de Maria” (vira mais uma página, e não
encontra nada, vira mais algumas) Mas… está em branco…!
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A: Estas são as páginas mais belas da nossa História, Jean, mas ainda não estão escritas.
(Apontando para o público) As pessoas que as escreverão são almas muito amadas por
Nossa Senhora, mas que deverão ser especialmente fiéis numa época em que os
demônios concentrarão todos seus esforços para fazer da Terra o reino da impureza! Por
isto, seus soldados serão verdadeiros heróis da castidade!
SDG: Mais fortes que Godofredo de Bouillon, mais radicais que São Domingos Sávio,
mais vigilantes que São Columbano, mais piedosos que São Tarcísio, Santo Afonso ou
São Bento! E sobretudo, devotos de Nossa Senhora, mais do que qualquer outro santo.
J: E quem os congregará? Quem vai ser o General deste exército? Como eles farão para
se unir?
A: Ah, o General deste exército…! O General deste exército será um outro São Miguel
que, do meio da podridão imunda do pecado e da impureza, bradará: Quis ut Virgo!?
SD: Ele será como um lírio nascido do lodo, na noite e sob a tempestade; Ele será uma
lança em riste contra os inimigos da Virgem;
GB: Ele será o calcanhar bendito que esmagará para todo o sempre a cabeça orgulhosa
da serpente e Aquele que alistará todos os bons soldados sob o glorioso estandarte da
Castidade.
J: Oh! Eu quero ser um destes soldados? Onde estão esses soldados? Onde está este
General…?
LG: Jean, a Deus cabem os tempos e os momentos. Deverás ser herói durante sua vida,
e desde o céu lutarás com eles. Por enquanto, reze pelos heróis da Castidade do Reino
de Maria, que deverão enfrentar estes ataques do demônio.
A: Agora… já é hora de ires repousar, Jean; amanhã novas lutas te aguardam. Quero
que leves este livro para a guerra que vem pela frente (J estende a mão) Não quero que
o leves nas mãos, mas em outro lugar, que bem conheces: no teu coração. Lembra de
tudo o que aprendeste, e tem coragem, pois aos devotos de Nossa Senhora jamais
faltarão as forças para lutar!
J: Sim, meu Santo Anjo, muito obrigado! Vou levar tudo isto no meu coração. E vou
pedir a nossa Mãe Puríssima, que me faça casto como todos os santos que eu vi…
(breve silêncio) ou melhor, me faça casto como as almas do Reino de Maria, o Reino da
Castidade!

Música. Fecham-se as cortinas.

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