Sentença Tipo A
Sentença Tipo A
Sentença Tipo A
10/05/2022
Número: 1006436-58.2021.4.01.3200
Classe: AÇÃO CIVIL DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
Órgão julgador: 9ª Vara Federal Cível da SJAM
Última distribuição : 13/04/2021
Valor da causa: R$ 100.000,00
Assuntos: Violação aos Princípios Administrativos
Segredo de justiça? SIM
Justiça gratuita? NÃO
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? NÃO
Partes Procurador/Terceiro vinculado
Ministério Público Federal (Procuradoria) (AUTOR)
MAYRA ISABEL CORREIA PINHEIRO (REU)
LUIZ OTAVIO FRANCO DUARTE (REU)
HELIO ANGOTTI NETO (REU)
FRANCISCO F MAXIMO FILHO (REU) SULAMITA BRANDAO DA ROCHA (ADVOGADO)
LUCIANA TRUNKL FERNANDES DA COSTA (ADVOGADO)
EDUARDO PAZUELLO (REU)
MARCELLUS JOSE BARROSO CAMPELO (REU) JOSEMAR BERCOT RODRIGUES JUNIOR (ADVOGADO)
JOSEMAR BERCOT RODRIGUES (ADVOGADO)
HELENO DE LION COSTA DA ROCHA QUINTO
(ADVOGADO)
Ministério Público Federal (Procuradoria) (FISCAL DA LEI)
UNIÃO FEDERAL (TERCEIRO INTERESSADO)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
10671 09/05/2022 19:58 Sentença Tipo A Sentença Tipo A
44274
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA FEDERAL
Seção Judiciária do Amazonas
9ª Vara Federal
PROCESSO: 1006436-58.2021.4.01.3200
REU: MAYRA ISABEL CORREIA PINHEIRO, LUIZ OTAVIO FRANCO DUARTE, HELIO ANGOTTI NETO, FRANCISCO
F MAXIMO FILHO, EDUARDO PAZUELLO, MARCELLUS JOSE BARROSO CAMPELO
SENTENÇA
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vi) omitir apoio no cumprimento das regras de isolamento social durante a
pandemia.
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DECIDO.
Passo ao mérito.
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São Paulo rever a dosimetria da sanção, observando a legislação mais benéfica ao
Recorrente, mantendo-se indenes os demais atos processuais. (...) VI - Recurso em
Mandado de Segurança parcialmente provido. (STJ, RMS 37.031/SP, 1ª Turma, Rel.
Ministro Sérgio Kukina, Julgado em 8/2/2018).
Ninguém pode ser condenado por ações ou omissões que, no momento em que forem
cometidas, não sejam delituosas, de acordo com o direito aplicável. Tampouco se pode
impor pena mais grave que a aplicável no momento da perpetração do delito. Se depois da
perpetração do delito a lei dispuser a imposição de pena mais leve, o delinqüente será por
isso beneficiado.
Pois bem. Conforme o artigo 17, §11, da Lei n. 8429/92 (redação dada pela
Lei 14.230/2021), “em qualquer momento do processo, verificada a inexistência do ato de
improbidade, o juiz julgará a demanda improcedente”.
Com bem apontado pelo MPF na exordial (id. 502111458), as condutas dos
requeridos teriam atentado contra os princípios da Administração Pública, notadamente
os da legalidade, da moralidade, da imparcialidade e da lealdade às instituições,
configurando atos de improbidade administrativa previstos no art. 11, caput e inciso II da
Lei nº 8.429/92 (antiga redação).
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Todavia, a Lei 14.230/2021 trouxe nova roupagem ao artigo 11 da LIA, que
teve incisos revogados e modificados e, principalmente, estabeleceu um rol taxativo das
condutas violadoras dos princípios da Administração Pública, quando dispôs que
estas seriam caracterizadas por uma das hipóteses elencadas nos respectivos
incisos. Vejamos:
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da
administração pública a ação ou omissão dolosa que viole os deveres de honestidade, de
imparcialidade e de legalidade, caracterizada por uma das seguintes condutas:
(Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que deva
permanecer em segredo, propiciando beneficiamento por informação privilegiada ou
colocando em risco a segurança da sociedade e do Estado; (Redação dada pela Lei nº
14.230, de 2021)
IV - negar publicidade aos atos oficiais, exceto em razão de sua imprescindibilidade para a
segurança da sociedade e do Estado ou de outras hipóteses instituídas em lei;
(Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo, desde que disponha das
condições para isso, com vistas a ocultar irregularidades; (Redação dada pela Lei nº
14.230, de 2021)
XI - nomear cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o
terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica
investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em
comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e
indireta em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas; (Incluído pela
Lei nº 14.230, de 2021)
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programas, de obras, de serviços ou de campanhas dos órgãos públicos.
Destarte, não basta que o agente público pratique ação ou omissão dolosa
que viole os deveres de honestidade, de imparcialidade e de legalidade. Exige-se que a
conduta, também, seja subsumida a algum dos incisos do artigo 11 da LIA, apresente
finalidade de obter proveito ou benefício indevido para si ou para outra pessoa ou
entidade, bem como sejam indicadas as normas constitucionais, legais ou infralegais
violadas (§§ 1º e 3º do mesmo dispositivo).
Intimem-se.
Sentença não sujeita à reexame necessário, nos termos do art. 17, §19, IV da
Lei 8.429/92.
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oportunamente, encaminhem-se os autos para o 2º grau de jurisdição.
DIEGO OLIVEIRA
Juiz Federal
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