Um Mundo Fragmentado Grupo 4 12L

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Agrupamentos Escolas Camilo Castelo Branco

Escola Secundária Camilo Castelo Branco

Línguas e Humanidades

O Mundo Fragmentado
Os espaços motores de fluxos
mundiais

Beatriz Faria nº4 12ºL


Beatriz Silva nº8 12ºL
João Campos nº15 12º L
Maria Carolina Gonçalves nº19 12ºL
O Mundo Fragmentado
Os espaços motores de fluxos mundiais

Autores:
Beatriz Faria
Beatriz Silva
João Campos
Maria Carolina Gonçalves

Turma:
12ºL

Disciplina:
Geografia C

Professora:
Maria Augusta Santos

Curso:
Línguas e Humanidades

Escola:
Escola Secundária Camilo Castelo Branco

Ano Letivo:
2021/2022

Local:
Vila Nova de Famalicão

1
Índice

INTRODUÇÃO...............................................................................................…................3
O PROTAGONISMO DAS CIDADES................................................................................4
CRESCIMENTO DA POPULAÇÃO URBANA...................................................................4
OS IMPACTES E OS RISCOS RESULTANTES DA ELEVADA CONCENTRAÇÃO
ESPACIAL DA POPULAÇÃO..........................................................................................10
O DINAMISMO DAS ÁREAS FUNCIONAIS....................................................................12
A REDE MUNDIAL DE GRANDES CIDADES................................................................18
MACRORREGIÕES........................................................................................................19
Macrorregião do Sudoeste Europeu….......................................................................19
Megalópole.................................................................................................................20
Megalópole Boston Washington..........................................................................................21
Megalópole Rio de Janeiro-São Paulo.......................................................................23
Banana Azul...........................................................................................................................24
Banana Amarela........................................................................................................25
Banana Verde........................................................................................................................25
Hinterland da fachada da Europa Renaha.................................................................26
Megalópole Tokaido (Japão)…...................................................................................27
CONCLUSÃO..................................................................................................................28

BIBLIOGRAFIA|WEBGRAFIA.........................................................................................29

2
Introdução

Neste trabalho, temos como principal objetivo abordar o tema inicial “Um Mundo
Fragmentado”, relacionando com o subtema, os espaços motores de fluxos mundiais.

Mas antes de continuar, só o principal tema nos levantou uma enorme questão, como
um mundo policêntrico, um mundo com vários polos de poder, passa a um mundo
fragmentado, um mundo partido? Por isso, a nossa maior preocupação foi ao longo deste
trabalho conseguir esclarecer esta dúvida.

Neste trabalho não nos basearemos só a explicar o mundo fragmentado, e os


espaços motores de fluxos mundiais, mas também iremos também iremos explicar o
protagonismo crescente das cidades, apresentando o crescimento da população urbana e
alguns dos impactos dessas evoluções demográficas nos espaços urbanos. De seguida
vamos desenvolver o tópico do reforço das macrorregiões. Para isso vamos primeiramente
entender a importância das cidades, na organização das redes de fluxos, relacionar as
ligações entre as cidades e as suas áreas envolventes e por fim o reconhecimento da
emergência de novos territórios à escala mundial, mas mais exclusivamente as
macrorregiões.

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O PROTAGONISMO DAS CIDADES

A IMPORTÂNCIA DAS CIDADES


No século XXI, as cidades já não são simples pontos isolados no espaço, são
responsáveis pela organização dos territórios. As cidades encontram-se no centro das
redes de transportes e comunicações e da organização dos espaços industriais ou
turísticos.
As cidades constituem os nós das redes de fluxos de mercadorias, de pessoas, de
capitais, de serviços e de informação, que se tecem à escala mundial. A cidade favorece
as trocas, a circulação de bens e de dinheiro e a produção.
A concentração das atividades económicas (indústria, comércio, serviços) é, ao
mesmo tempo, causa e consequência da capacidade de atração das áreas urbanas. As
cidades fornecem mão de obra capital e mercados aos empresários e aos inovadores, a
todos os níveis da atividade económica.
As cidades também aceleram as transformações sociais. Os indicadores de saúde,
alfabetização e mobilidade social são mais elevados nas áreas urbanas.
Também nas cidades é maior o avanço em direção à igualdade e autonomia das
mulheres, como a diminuição das disparidades entre os sexos no que se refere à educação,
o acesso aos serviços de saúde reprodutiva, incluindo o planeamento familiar e a saúde
sexual, e o acesso a emprego remunerado de forma justa.
Com uma função mobilizadora desenvolvimento, as áreas urbanas tem uma grande
influência económica e social das regiões.

CRESCIMENTO DA POPULAÇÃO URBANA


A partir do século XIX, ocorreu nos países industrializados um processo de
urbanização crescente, acentuado pelos progressos do setor agrícola. Este processo
traduz-se no crescimento das cidades em comparação com o espaço rural num
determinado território, podendo manifestar-se tanto pelo aumento do espaço físico em si
quanto pela elevação e concentração da população. O espaço passa de um meio rural a
um meio urbanizado, apresentando atividades económicas e sociais justapostas entre si.
Este fenómeno tem ocorrido nos últimos 50 anos, de forma acelerada, em inúmeros países
em desenvolvimento.

4
No ano de 1950 era possível observar que o número de população rural no mundo
era superior ao número de população urbana, com uma diferença de aproximadamente
1000 milhões de habitantes. Ao longo dos anos foi-se verificando uma diminuição dessa
diferença, até que por volta do ano de 2007, os dois valores se igualaram a cerca de 3300
milhões de habitantes. A partir daí, verifica-se uma queda da população rural que está
prevista cair para os 3000 milhões em 2050, já a população urbana atingir é estimada subir
para os 6300 milhões de habitantes no mesmo ano. (DOC 1)

DOC 1: Evolução e previsão da população urbana e rural e no mundo, 1950-2050 (em


milhões)

Nas regiões desenvolvidas, 78% da população vive em cidades. Nas regiões em


desenvolvimento, apenas 48% dos 2899 milhões de habitantes residem em áreas urbanas.
Mas, tal como na evolução da população mundial, as maiores taxas de crescimento da
população urbana continuam a registar-se nos PED.
Na atualidade, cerca de metade da população urbana mundial reside em cidades
com mais de 500 mil habitantes, enquanto um em cada oito vive nas 28 cidades com mais
de 10 milhões habitantes. As maiores aglomerações urbanas localizavam-se nos países do
Sul.
Em 1950, havia 83 cidades com mais de um milhão de habitantes (apenas Nova
lorque ultrapassava os 10 milhões). Em 2014, existem 488 cidades com mais de um milhão
de habitantes, 28 das quais ultrapassam os 10 milhões – apenas 7 das 28 aglomerações
urbanas com mais de 10 milhões de habitantes pertencem a países desenvolvidos.

5
DOC 2: Evolução e previsão da população nas 15 maiores aglomerações urbanas em 2025
(em milhões de habitantes). O crescimento mais significativo foi em Tóquio, com um
crescimento de 25.1 milhões de habitantes. Destacam-se também a cidade de São Paulo,
com um crescimento de 19.1 milhões de habitantes, a Cidade do México, 18.1 milhões, e
Daca, com 21,7 milhões.

DOC 3: Percentagem da população residente em áreas urbanas, por região (1950-2030)

6
De acordo com o último relatório das Nações Unidas sobre as populações nas
cidades, até 2030, “projeta-se que as áreas urbanas abriguem 60% da população global e
uma em cada três pessoas viverá em cidades com pelo menos meio milhão de habitantes”.
Crescendo em tamanho e número, as cidades são centros de governo, comércio e
transporte e, em 2021, as 20 maiores cidades do mundo já totalizam meio bilhão de
pessoas. Com efeito, uma a cada cinco pessoas em todo o mundo vive em uma cidade
com mais de 1 milhão de habitantes. Em 2021, foi reunida uma lista das 20 maiores
megacidades do mundo em 2021, de acordo com o número de pessoas que vivem em sua
área metropolitana. Embora Tóquio seja a maior cidade em nível global, com um total de
mais de 37 milhões de habitantes, a maioria das maiores cidades do mundo está nos dois
países mais populosos, China e Índia. Entre elas, temos cinco metrópoles na China
– Xangai, Pequim, Chongqing, Tianjin e Guangzhou – e três na Índia – Delhi, Mumbai e
Calcutá. A maior cidade do continente americano é São Paulo, com 22 milhões de
habitantes, seguida pela Cidade do México e Buenos Aires, na Argentina. Istambul, na
Turquia, ocupa a 13ª posição com uma parte da cidade situada na Europa e outra parte na
Ásia.
Segundo o “Ranking Urbano”, em 2050, Tóquio irá manter-se na primeira posição,
tal como em 1990, 2014 e 2021, apesar de que houve um decréscimo de 2014 (37 833
milhões de habitantes) para 2021 (37.339.804 habitantes) e ser estimado o valor cair ainda
mais em 2050. Já Deli na Índia que nem se encontrava nas 10 megacidades em 1990,
sendo ela uma nova megacidade em 2014 ao lado de Xangai, Pequim, e Dacca, encontra-
se em segundo lugar em 2014, 2021 e em estimativa para 2050. Ao contrário de Tóquio,
esta cidade registou um crescimento ao longo dos anos tendo atualmente 31.181.376
habitantes, e está previsto chegar aos 36 060 milhões em 2050. Xangai, que não constava
também na tabela de 1990, registou uma grande evolução tendo no ano de 2014, 22 991
milhões de habitantes, e, atualmente, 27.795.702. É previsto que chegue aos 30 791
milhões de habitantes em 2050.
Foi prevista a chegada de novas megacidades à tabela de 2050 como Karachi, Cairo
e Lagos. Nos dados de 2021, Cairo encontra-se na sétima posição com 21.322.750
habitantes. Karachi está também presente na lista na décima primeira posição com
16.459.472 habitantes. Lagos registou também um crescimento, estando no décimo sétimo
lugar, com 14 862 111 habitantes.
Com estas tabelas percebemos o a evolução das cidades ao longo de sensivelmente
60 anos, as novas megacidades, e as previsões para estes mesmos dados em 2050.

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DOC 5 : As megacidades em 2014
DOC 4: As megacidades em 1990

DOC 6: As megacidades em 2050

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2021
Cidade País População

Tóquio Japão 37.339.804


Delhi Índia 31.181.376

Xangai China 27.795.702


São Paulo Brasil 22.237.472
Cidade do México 21.918.936
México
Dhaka Bangladesh 21.741.090
Cairo Egito 21.322.750
Pequim China 20.896.820
Mumbai Índia 20.667.656
Osaka Japão 19.110.616
Karachi Paquistão 16.459.472

Chongqing China 16.382.376


Istambul Turquia 15.415.197
Buenos Aires Argentina 15.257.673
Kolkata Índia 14.974.073
kinshasa Républica 14.970.460
Democrática
do Congo
Lagos Nigéria 14.862.111
Manila Filipinas 14.158.573
Tianjin China 13.794.450
Guangzhou China 13.635.397
DOC 7: As megacidades em 2021

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Na origem do elevado crescimento urbano no período de 1950-2014 estão presentes
diversos fatores, entre eles, os dois mais significativos são: o intenso êxodo rural ou
migratório internacional, ou seja, de população rural pobre na expetativa de arranjar
trabalho alternativo à agricultura, mais bem remunerado, e de ter acesso a numerosos
serviços considerados essenciais (serviços de saúde, escolas, água canalizada, estradas,
transportes coletivos, espaços culturais e de lazer, etc.), ou em fuga de zonas de
instabilidade e de conflitos armados. A par com este fator, temos o elevado crescimento
natural, sendo que as cidades atraem sobretudo a população jovem em idade de procriar,
à procura de melhores oportunidades de emprego, o que contribui para que a fecundidade
seja mais elevada nas áreas urbanas.
O crescimento urbano está a ter impactes significativos sobre o ordenamento do
território e a qualidade de vida das populações, sobretudo se tivermos em conta a
incapacidade financeira de muitos países em gerirem enormes concentrações de
população pobre.

OS IMPACTES E OS RISCOS RESULTANTES DA ELEVADA CONCENTRAÇÃO


ESPACIAL DA POPULAÇÃO
Apesar da capacidade de atração das cidades e das muitas oportunidades que
oferecem, o crescimento urbano acelerado e caótico, que se verificou nos últimos 50 anos
na maioria dos PED, contribuiu para fragilizar o ambiente físico, os recursos naturais e pôr
em causa a harmonia social e os direitos individuais das populações e sociedade que nelas
vivem.
Nos PED, as cidades têm crescido desrespeitando o ordenamento do território,
ocupando aos poucos os subúrbios. Nos subúrbios começam a haver cada vez mais favelas
ou bairros da lata superpovoados e de ambiente insalubre e miserável que representam
uma profunda pobreza e desigualdade social presente nas cidades.
Uma grande proporção de habitantes das cidades dos países em desenvolvimento
vive nestes bairros. A população residente dos mesmo é por vezes sujeita ao consumo de
águas contaminadas face à procura da água potável e exposta à poluição do ar e às
contingências da natureza.

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DOC 7 : Bairro da Bela Vista ( Setúbal)

As atividades económicas destes locais estão ligadas aos pequenos negócios


informais e ao artesanato, que garantem empregos precários, com baixos rendimentos,
sem estarem formalmente autorizadas.
São muitos os problemas que asfixiam o funcionamento das grandes aglomerações
urbanas dos PED e aprofundam as desigualdades sociais. A criação e expansão de forma
descontrolada dos bairros de lata, sem acesso a água potável e a sistemas de saneamento
básico é consequência da elevada concentração populacional nestas zonas. Ocorrem
constantes engarrafamentos resultantes do número de viaturas em circulação, e da
inexistência de vias circulares rodoviárias e de uma rede de transportes públicos
desenvolvida, assim, há uma grande população atmosférica, prejudicial à saúde humana.
Estas áreas são palco de vários conflitos sociais resultantes da diversidade étnica, das
taxas de desemprego altas e o aumento do número de famílias em situação de pobreza, e
da redução dos laços entre gerações e da coesão familiar. Assim, aumentam a
criminalidade, a violência e com elas os tráficos ilícitos e a prostituição.
Dado isto, a gestão de enormes concentrações de população pobre, de elevadas
taxas de desemprego e administradas por municipalidades sem meios financeiros é uma
das questões mais difíceis de resolver.

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DOC 8 : Classes Sociais de 31 países do mundo em 2019.
Este gráfico mostra que apenas 32% da população portuguesa se define como
fazendo parte da chamada "classe média". De acordo com o relatório da Organização para
a Cooperação e Desenvolvimento Económicos (OCDE), a classe média está em declínio.
Os portugueses são, de todos os países membros da OCDE, os que menos se sentem parte
daquele grupo de cidadãos. Portugal está muito atrás da média da organização, em que
68% dos cidadãos acreditam que faz parte da classe média.

O DINAMISMO DAS ÁREAS FUNCIONAIS


As primeiras verdadeiras cidades são por vezes consideradas grandes
assentamentos permanentes nos quais os seus habitantes não são mais simplesmente
fazendeiros da área que cerca o assentamento, mas passaram a trabalhar em ocupações
mais especializadas na cidade, onde o comércio, o estoque da produção agrícola e o poder
foram centralizados.
No entanto, com o passar dos anos a organização interna das grandes cidades dos
países desenvolvidos alterou-se com a evolução da indústria e a globalização. Para
acompanhar o desenvolvimento da indústria foi necessário criar serviços como os
transportes e o comércio, assim, a população destas cidades passa a trabalhar
maioritariamente no setor terciário.
O crescimento demográfico e funcional no interior das cidades dos países
desenvolvidos acabou por conduzir ao seu congestionamento. Como resultado deste
crescimento exagerado nos centros urbanos, deu-se um movimento divergente para as

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zonas periféricas, dando origem ao fenómeno da suburbanização, processo relacionado
com o desenvolvimento de subúrbios em torno das grandes cidades e áreas metropolitanas
Assim, a periferia foi progressivamente invadida pelas construções habitacionais, pela
indústria e por outras atividades económicas.
Verifica-se também a expansão do CBD (Central Business District), especialmente
com atividades terciárias de nível superior; e o nascimento de novas áreas vocacionadas
para atrair as atividades terciárias.
Corresponde ao centro de negócios, expressão do poder urbano, o coração vivo da
cidade. É o local onde se reúnem as atividades que dirigem e relacionam, as que visam dar
à população a possibilidade de satisfazer as suas mais elevadas exigências. Objeto de
intensa concorrência, onde o solo atinge os preços mais elevados que afastam a função
residencial e que só podem ser suportados por atividades muito lucrativas, com
necessidade de uma localização particularmente acessível e de grande procura. O CBD
tem um núcleo central, em volta deste hipocentro os fenómenos típicos do centro
decrescem progressivamente. Em geral a disposição das atividades no interior deste
espaço não é uniforme. Desenham-se frequentemente várias áreas, no núcleo, encontram-
se algumas grandes lojas, restaurantes e o comércio especializado. Nas cidades de média
dimensão, também se podem situar neste núcleo um edifício administrativo e um parque.
As algumas distâncias alojam-se, no rés do chão dos edifícios, os serviços e as
atividades financeiras. Sobrepõem-se a estes andares de escritórios. As sedes das grandes
firmas ocupam normalmente edifícios completos. Neste caso temos os bancos, companhias
de seguros e grandes hotéis. No CBD ou nas suas imediações existem normalmente
parques de estacionamento subterrâneos ou em altura, que permitem acolher um grande
número de viaturas. A repartição das ocupações no CBD está de acordo com a lógica das
condições de mercado.
As áreas vocacionadas para atrair as atividades terciárias surgem ao longo das vias
principais de acesso ao CBD ou dos eixos de crescimento da cidade ou em zonas com
acessibilidades melhoradas. As atividades cujas infraestruturas necessitam de muito
espaço, como as grandes superfícies, os centros comerciais, as universidades, os parques
de ciência e tecnologia e os espaços turísticos ou os aeroportos, localizam-se nos
arredores.

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Doc 9 : Mapa do CBD de Xangai
SETOR RESIDENCIAL
A par com a suburbanização dá-se o fenómeno da periurbanização, conduzido por
uma população que se afasta dos subúrbios para ocupar as áreas rurais para lá da cintura
suburbana das cidades, dando a esses espaços periurbanos funções residenciais,
deixando de haver uma distinção clara entre o campo e a cidade.
Visto isto, os centros das cidades foram gradualmente desocupados, e, por isso, o
setor residencial citadino sofreu alterações relevantes. Não só a população, mas também
algumas atividades económicas abandonaram progressivamente o interior das cidades
para se fixarem na sua periferia, num processo que levou ao crescimento das áreas
suburbanas, de novos núcleos urbanos e, consequentemente, ao aparecimento de novas
centralidades.
Devido ao progressivo despovoamento do centro das cidades, é necessário atribuir-
lhes novas funções. Várias cidades têm sido alvo da reabilitação ou da requalificação do
tecido urbano degradado, para que hajam boas condições vida para a população que ainda
lá vive, normalmente idosa e de baixa classe social, e para que a cidade tenha uma boa e
agradável paisagem citadina.
São notórias as diferenças entre classes económicas dado a sua área de residência.
As classes sociais com rendimentos mais elevados escolhem para residir, áreas mais
aprazíveis da cidade com qualidade ambiental e paisagística, espaços verdes e de lazer e
com boa acessibilidade. Estes podem ser bairros ou moradias unifamiliares ou edifícios de
vários andares, aspeto arquitetónico cuidado, materiais de construção de boa qualidade as
superfícies amplas rodeadas de comércio pouco concentrado e frequentemente, de luxo.

14
DOC 10 - Moradia unifamiliar na Avenida dos Combatentes da grande guerra (A) e
condomínio de luxo na Avenida da Boavista (B), ambos localizados na cidade do Porto

DOC 11 : Apartamento em Parque das Nações, Lisboa

A classe média ocupa a maior parte do espaço urbano e as áreas residenciais


apresentam aspetos muito diversificados. Estas podem ser blocos de habitação
plurifamiliares com uma certa uniformidade do ponto de vista arquitetónico, com materiais
de menor qualidade relativamente aos das habitações das classes de maiores rendimentos.
Normalmente localizam-se em áreas bem servidas de transportes públicos, com
equipamentos sociais diversificados (escolas e centros de saúde) e comércio de
proximidade. Regista-se uma crescente expansão das áreas residenciais para a periferia,
para áreas de boa acessibilidade, principalmente jovens.

15
DOC 12 - residências plurifamiliares da classe DOC 13- Área habitacional na
média, nas Olaias em Lisboa parte oriental da cidade de Lisboa

As residências da classe baixa, população mais carenciada, ocupam regra geral,


os espaços mais degradados e insalubres das cidades, não dispondo por vezes, de
infraestruturas (esgotos, água canalizada e eletricidade) nem de equipamentos sociais que
forneçam condições de habitualidade condignas.
Este tipo de alojamento pode encontrar-se nas áreas mais centrais da cidade, em
imoveis mais degradados que foram sendo abandonados, ou em áreas mais periféricas,
ocupando solos expectantes, como por exemplo os bairros de lata, que apresentam
construções precárias e ilegais. Constituem com frequência, áreas propícias ao
desenvolvimento de atividades marginais, marcadas por problemas de exclusão social.
A erradicação destas formas de habitação tem sido uma prioridade do poder político
autárquico, nomeadamente através de bairros sociais. Estes, de construção económica e
arquitetura simples, muito semelhantes entre si, pretendem oferecer uma habitação digna
e a baixo custo à população mais carenciada.

DOC 14 - Bairro social nos Olivais, em Lisboa

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SETOR INDÚSTRIAL
No que diz respeito ao setor industrial, o desenvolvimento das técnicas de produção
em série passou a exigir muito espaço, não só para as linhas de montagem, como também
para o armazenamento da produção e pela necessidade das indústrias exportadoras se
localizem junto dos grandes eixos de transportes: portos, aeroportos e ferroviárias. As
indústrias que necessitam de mais espaço optaram por se deslocar para os subúrbios e
periferias das cidades, com boas acessibilidades. Nestas áreas as rendas são também mais
baixas, o que beneficia também a indústria em questão.
Nos países em desenvolvimento, a metropolização do espaço realiza-se de forma e
contexto demográfico diferente do dos países desenvolvidos. O crescimento das cidades
é, por vezes, caótico, fazendo com que a sua população enfrente graves problemas
económicos e sociais como de alojamento, de transporte, de emprego e de abastecimento
de energia e água.
As metrópoles dos países em desenvolvimento são caracterizadas por um forte
contraste social entre as classes média e alta que participam da globalização e os mais
pobres, que representam a grande maioria de seus habitantes – refletido na segregação
socio espacial da população. No início do século XXI, grandes aglomerações urbanas de
países em desenvolvimento, especialmente aquelas localizadas nos chamados países
emergentes, tornaram-se portas de entrada de capitais e turistas, a última chance das
populações rurais antes de optarem por emigrar.

DOC 15: Via entre a zona industrial e o centro da cidade de Castelo Branco
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A REDE MUNDIAL DE GRANDES CIDADES
A uma metrópole com um grande número de características raras e superiores que
tem uma influência mundial, nós chamamos de cidade mundial ou cidade global. Estas
cidades têm uma presença muito grande noutras regiões e estão estrategicamente
localizadas, contribuindo para a globalização.
Existe uma hierarquização das metrópoles e dos espaços controlados por estas.
Na base, encontra-se a região, organizada em redor de uma metrópole regional; no nível
superior, situam-se os centros metropolitanos mais importantes, cuja área de influência é
nacional ou mesmo internacional; e por último, algumas metrópoles têm tal poderio e
capacidade de decisão que são qualificadas como cidades globais ou cidades mundiais.
As principais cidades globais são Londres, Nova York e Paris. A cidade mundial é
central na relação entre as nações e apresenta-se como um lugar privilegiado e participante
da globalização. Por constituírem centros de poder e de tomada de decisão, as cidades
mundiais são responsáveis por organizar as economias, a política e a cultura. Sedes de
importantes organizações e grandes empresas, bolsas de valores, universidades e museus
famosos, eventos internacionais, grandes aeroportos internacionais, e infraestrutura de
comunicação avançada estão localizados nessas cidades.
O número de cidades globais nos países em desenvolvimento tem aumentado
devido ao crescimento exponencial das megacidades nos países em desenvolvimento. No
entanto, apesar do tamanho dessas cidades, a maioria não são centros importantes para
serviços globais, como tecnologia, finanças, negócios e cultura. O que distingue as cidades
do mundo não é seu tamanho, mas sua eficiência. Uma coisa que impede os países em
desenvolvimento de aumentar a importância das cidades globais é que suas populações
não falam totalmente o inglês.
A maioria das cidades mais poderosas do mundo estão localizadas em países
desenvolvidos. É nessas cidades que os fluxos mais importantes de bens, serviços,
capitais, pessoas e informações estão relacionados ao tema: um mundo fragmentado.

DOC 16 : Rua Wall Street, New York - o


coração histórico do atual Distrito Financeiro
da cidade de Nova Iorque, onde se localiza
a bolsa de valores de Nova Iorque.

18
MACRORREGIÕES

Hoje em dia, a economia mundial está organizada por meio de metrópoles que
podem ser complementares e competitivas simultaneamente. Complementares, pois
podem ajudar-se mutuamente a encontrar soluções para problemas comuns, alcançando
assim o desenvolvimento económico e social. Por outro lado, também podem ser
concorrentes porque são lugares de enorme fluxo de mercadorias e informações nos
mercados mundiais, levando a que essas cidades se tornem mais competitivas para se
estabelecerem como grandes centros de influência internacional.
Macrorregiões são regiões que agrupam territórios pertencentes a dois ou mais
países e estabelecem relações entre si com um certo grau de interdependência. Estas
foram criadas com o objetivo de haver órgãos que discutem assuntos políticos e
orçamentais, não com fins de captar fundos que pudessem ser utilizados em emergências.
Como tal, estas regiões são altamente desenvolvidas tecnologicamente e
financeiramente e têm vindo a reforçar o seu papel como centros de potência mundial,
permitindo o crescimento económico devido ao seu dinamismo económico, cultural e
demográfico. Além disso, possuem sistemas de transporte e comunicação altamente
desenvolvidos que proporcionam maior acessibilidade entre as regiões e facilitam a troca
de informações entre os espaços.
Na União Europeia, as macrorregiões principais são a Macrorregião do Mar Báltico
e a Macrorregião de Danúbio, ambas compostas por numerosos países. Essas
macrorregiões permitem ampliar as relações dos países pertencentes a ambas as regiões
dadas ao facto do interesse comum da boa gestão do rio báltico e Danúbio de forma a
preservar o ecossistema. No entanto, a UE intenciona considerar o espaço atlântico como
uma macrorregião intitulada como Macrorregião do Sudoeste Europeu ou RESOE.

Macrorregião do Sudoeste Europeu


A Macrorregião do Sudoeste Europeu, ou RESOE, foi criada em 2010 e está
localizada na região noroeste da Península Ibérica, ocupando um terço da península.
Porém, tem sido alvo de algumas mudanças e agora inclui as partes do Norte e do Centro
de Portugal Continental e as regiões da Galiza, Castela e Leão localizadas em Espanha,
representando assim 12,5 milhões de habitantes e 18% do PIB da península.

19
Deste modo esta macrorregião tem como objetivos promover uma cooperação
transfronteiriça; criar novas oportunidade em relação ao setor automóvel, à investigação,
ao setor da indústria; resolver problemas ou desafios comuns e atrair novos turistas. Com
isto vão conseguir registar um crescimento económico; melhorar a qualidade de vida da
população; aumentar a competitividade com outras regiões e garantir uma maior
visibilidade na União Europeia.
A nível geográfico, esta macrorregião é muito beneficiada, visto que se situa perto
do oceano atlântico, facilitando assim as trocas de mercadorias, de informação ou
movimentação de pessoas para outras partes do mundo. Por outro lado, como algumas
das regiões que fazem parte desta macrorregião pertencem também ao corredor atlântico,
contribui assim para expandir o transporte terrestre principalmente na troca de mercadorias
que possibilita desenvolver economicamente toda a área de influência.

DOC 17: Macrorregião do Sudoeste Europeu

MEGALOPOLES

Uma megalópole é uma zona urbana vasta e com grande concentração populacional,
normalmente corresponde ao território que é ocupado por enumeras áreas metropolitanas
interligadas. Estas ocupam 18% da população mundial, pequena percentagem da terra,
mas são responsáveis por cerca de 66% da economia mundial e 85% das inovações
tecnológicas.

Três megalópole dominam o sistema urbano mundial sendo essas: a BosWash, norte-
americana, que liga as metrópoles de Boston a Washington; as bananas: banana azul,
banana amarela e banana verde, na Europa; e a Tokaido na Asia localizada no Sudeste do
Japão. Eles concentram a grande maioria dos poderes políticos, financeiros e económicos
do planeta. Outras megalópole em formação e com diversas potencialidades são: Seul a

20
Hong Kong e a do Rio de Janeiro a Buenos Aires, costa Ásia-Pacifico, Índia Oriental em
torno de Mumbai e da Costa oriental a América do Sul. Estas são megalópole que se
afirmam como centros de desenvolvimento dos territórios que dominam.

DOC 18: As 10 megalópole mais ricas do mundo, em 2012

CONTINENTE AMERICANO

Megalópoles Boston-Washington

Boston-Washington foi a primeira megalópole do mundo, sendo constituída por cinco


metrópoles: Boston, Nova Iorque, Filadélfia, Baltimore e Washington D.C. Tem cerca de 52
milhões de habitantes e é a maiores megalópoles do mundo. As suas atividades
económicas estão mais relacionadas com a biotecnologia, com as finanças, com os meios
de comunicação social e a sua atividade industrial que também desempenha um papel
muito importante na sua economia, tornando esta a megalópole mais importante dos EUA.
Para além destas atividades, também é praticada uma agricultura variada e especializada
para o mercado. Tem a vantagem de ter uma grande e extensa costa e a sua localização
geográfica que facilita e intensifica as suas relações económicas com a Europa, que traz
consequentemente um rápido desenvolvimento das suas cidades costeiras que permitiu a
evolução da atividade portuária.

21
Com a grande imigração para a América do Norte no início do século XX e devido
ao facto de haver dificuldades de desenvolvimento no interior do país americano fez com
que a população se instalasse nas regiões do litoral levando ao aparecimento das atuais
cidades americanas altamente urbanizadas. A dificuldade da expansão urbana no interior
deveu se ao solo montanhoso das Montanhas Apalaches.

DOC 19: Megalópole BosWash

Em 1720, estas áreas eram habitadas, perturbando as zonas costeiras, pelo que a
atividade portuária onde a atividade era vivida e exercida era impopular. Entre 1783 e 1815,
o processo de colonização continuou, o desenvolvimento do comércio marítimo e a
ascensão de Washington. Então, até 1860, uma série de canais e ferrovias foram
construídas para facilitar as conexões entre o interior do continente norte-americano e o
litoral. Desenvolvimento acelerado de assentamentos urbanos de 1860 a 1940. A partir de
1940, o processo de urbanização foi marcante, havendo grande migração da população
para as áreas urbanas.

Nova York é uma das megacidades que pertencem a esta megalópole e é o centro
industrial mais poderoso da América do Norte. Tem uma grande riqueza, consequente à
sua localização privilegiada, que permitiu à cidade gerar um grande comércio e ser
responsável por um grande número de empresas nos Estados Unidos.

Washington é a cidade mais meridional sendo assim uma das cidades mais
densamente povoadas. A cidade destaca se como destino turístico e desempenha um
papel político e administrativo como sede do Capitólio, Casa Branca, as sedes de
ministérios e as representações sociais.

22
Megalópole Rio de Janeiro-São Paulo

A megalópole Rio de Janeiro-São Paulo abrange metrópoles como Rio de Janeiro


(uma das maiores metrópoles do Brasil), São Paulo, Campinas e São José dos Campos e
tem um total de 43 milhões de habitantes. Está localizada no sudeste do Brasil e
corresponde a 60% de toda a produção industrial brasileira. Foi por causa dessa mesma
produção industrial que esta megalópole se formou. A expansão das indústrias de São
Paulo para além dos limites da sua área metropolitana levaram ao aparecimento da mesma.

DOC 20: Megalópole Rio de Janeiro-São Paulo e as suas indústrias

O desenvolvimento de novas técnicas de produção e das telecomunicações levou a


uma dispersão das atividades produtivas e consequentemente a uma maior ligação entre
estas metrópoles. Apesar destas metrópoles apresentarem uma grande produtividade, são
também regiões onde há altos níveis de pobreza, miséria e violência e por isso, diz-se que
são metrópoles fragmentadas, onde as desigualdades são maiores.

Nesta megalópole há um processo expansão territorial, que necessita de uma nova


estruturação e novos créditos seja económicos sejam sociais. Na região do litoral na mesma
há um maior número de atividades ligadas ao turismo e ao lazer, verificando- se uma
diminuição dos postos de trabalho ligados ao setor primário.

23
CONTINENTE EUROPEU

Banana Azul

Em 1989, Roger Brunet, um geógrafo francês sugeriu que a Europa devia ser
dividida, separando os países que tinham mais poderio económico dos que tinham menos,
daí nasceu a Banana Azul. Brunet acreditou que esta megalópole permitiria o
desenvolvimento das rotas comerciais, dado que estes países teriam melhor capacidade
de estabelecer relações e trocas comerciais com outros países desenvolvidos devido ao
seu poderio económico. Para além disso, os países já pertencentes a esta megalópole
podem se complementar, enquanto estão paralelamente a competir com outros países.

Visto isto, a Banana Azul é uma das megalópoles europeias, estendendo-se de


Liverpool (Inglaterra) até Milão (Itália) envolvendo territórios como Bruxelas, Londres,
Amesterdão, entre outros e, consequentemente, tem um total de 111 milhões de habitantes.
É conhecida como o “coração económico Europeu “, já que engloba as principais cidades
globais, estas que estão encaixadas nos países que apresentam uma grande capacidade
económica, um maior poder de compra; um maior número de indústrias, mais inovadoras e
desenvolvidas, direcionadas para a área tecnológica; onde há menores taxas de
desemprego e uma maior qualidade do trabalho, com maiores salários, devido à intensa
atividade económica e onde se situam as principais instituições europeias.

Embora as numerosas vantagens, o aparecimento da Banana Azul também trouxe


inconveniências, devido às características económicas e sociais desta megalópole, o que
cativa a chegada de muitos imigrantes e também de investidores, que por sua vez
prejudicam os países menos desenvolvidos, pois estes acabam por ser desvalorizados e
privados de oportunidades de se desenvolverem, assim salientando as desigualdades
entres estes países e os mais desenvolvidos.

DOC 21 : Banana Azul

24
Banana Amarela

A Banana Amarela é uma megalópole ainda em formação e estende-se de Milão a


Valência, incluindo metrópoles como Barcelona e Marselha.

Esta é caracterizada pela sua alta tecnologia e pelos serviços, apoiada pela sua mão-
de-obra muito qualificada e pelo seu clima agradável que facilita e potencia a exploração
dos recursos da região.

DOC 22: Banana Amarela

Banana Verde

Esta, tal como a Banana Amarela, ainda está em formação e foi resultante do
alargamento da União Europeia aos países de leste estende-se de Zadar, de Croácia a
Gdynia, de Polónia.

DOC 23: Banana Verde

25
Hinterland da fachada da Europa Renana

Esta macrorregião situa-se ao longo das margens do Reno, englobando espaços


com uma densidade populacional elevada, devido ao elevado emprego nas regiões ao
redor do rio principalmente no setor industrial, tendo assim numerosas trocas de
mercadorias. Isto possibilita às regiões ao seu redor uma maior cooperação entre si de
forma a criar novos planos económicos, ao transporte ou ao meio ambiente, o que
consequentemente vai impulsionar a economia europeia e mundial.
Constitui uma das artérias de maior tráfego da Europa; a cooperação transfronteiriça
ativa reúne e dinamiza as regiões ao longo do Reno; corredores foram formados e
impulsionados por eixos de transporte que conectam várias cidades e de diversas
dimensões.

DOC 24: Hinterland da fachada da Europa renana

26
CONTINENTE ASIÁTICO

Megalópole Tokaido (Japão)

Tokaido é a megalópole japonesa, localizada no sudeste do Japão e tem uma


população de 80 milhões e abrange metrópoles como Tóquio, Kyoto, Kobe, Osaka, entre
outras. Tokaido é um grande centro de desenvolvimento tecnológico, dedicado à inovação
e novos equipamentos, competindo contra outros países, como China e Estados Unidos. A
maior parte da sua produção é mais voltada para campo tecnológico, o que torna a
economia uma das mais desenvolvidas do mundo, com produtos de alta qualidade e alta
eficiência. A sua economia é caracterizada por um grande nível de exportações com
destaque para produtos eletrónicos e os automóveis que correspondem a mais de 15% do
PIB. Em 2020, foi o terceiro na tabela das maiores economias do mundo.

Como as suas áreas metropolitanas são muitas vezes altamente urbanizadas, isso
leva a uma maior mobilidade, especialmente em termos de transporte público. Devido à
alta velocidade e transporte conveniente, comboios e metros são os meios de transporte
mais usados em Tokaido. No entanto, as malhas ferroviárias dessas megacidades, para se
tornarem o que são hoje, tiveram que passar por um longo processo de privatização, ou
seja, foram geridas por empresas privadas e não pelo Estado.

Após a Segunda Guerra Mundial, a maior parte da indústria ferroviária era de


propriedade do Estado. Com o passar dos anos, porém, à medida que a urbanização se
acelerou, as ferrovias privadas se mostraram mais eficientes que as ferrovias do estado,
que sofreram perdas operacionais. Assim, em 1987, o governo japonês privatizou a rede
ferroviária e criou três empresas lucrativas: JR East, JR East e JR West, que ligam Tóquio,
Nagoya e Osaka. Elas cobrem os custos de construção e até mesmo melhoramento da
estrutura de rede. Mais tarde o metro de Tóquio acabou privatizado também, sendo a maior
rede de metro da cidade.

DOC 25: Tokaido, e as duas principais


linhas ferroviárias de alta velocidade.

27
CONCLUSÃO

Desde sempre o mundo em que vivemos foi marcado pela desigualdade. São
percetíveis as diferenças e os fragmentos em que o mundo está dividido. De um lado temos
as grandes cidades, que contam com um grande poderia económico e social, e de outro as
pequenas cidades, completamente dependentes da metrópole para garantir a sua
existência. Temos população que vive em áreas citadinas, com qualidade ambiental e
paisagística, espaços verdes e de lazer e com boa acessibilidade, e população que vive em
bairros sociais ou de lata, os espaços mais degradados e insalubres das cidades. Temos
hierarquias onde no topo estão as cidades mundiais importantíssimas, responsáveis por
organizar as economias, a política e a cultura e no fundo as regiões organizadas em redor
de uma metrópole regional.
As cidades cada vez ganham mais importância, e visto que nem todas as regiões
conseguem acompanhar o crescimento das áreas urbanas mais influentes, o mundo gira a
diferentes velocidades.
As macrorregiões tem um papel importante no crescimento económico do mundo.
Estas, para além de serem competitivas, são complementares, simultaneamente.
Cooperam entre si para resolveram problemas comuns, unidas pelo desenvolvimento
económico e social, tornando-se centros de potência mundial.
Esta união e cooperação faz com que o mundo apresente menos desigualdades.
Será que algum dia iremos conseguir viver num mundo igualitário? Unido em detrimento de
um fragmentado? Esta é uma pergunta que só pode ser respondida com o tempo. Por
enquanto, o nosso dever é apenas lutar contra as desigualdades acentuadas, e fazer os
possíveis para juntar os fragmentos presentes no mundo.

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WEBGRAFIA

Manual Geografia C 12º ano – Plátano Editora Manual Geografia A 11º ano – Areal Editores
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abrange-125-milhoes-de-habitantes_n736249
http://atlanticcities.eu/prueba1/wp-content/uploads/2011/06/dimurbanapt.pdf
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urbanos-principais-causas-e-efeitos/figura-1-evolucao-da-taxa-de-urbanizacao-no-mundo-
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