Geografia Da Populacao e Povoamento

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Índice

i. Introdução........................................................................................................................2

ii. Objectivos........................................................................................................................2

iii. Metodologias................................................................................................................2

1. Analise de factores que influenciam na distribuição da população no distrito de


Quelimane entre 2018 a 2021.................................................................................................3

1.1. Factores da Distribuição da População........................................................................3

1.1.1. Factores Físico-Naturais...........................................................................................3

1.1.2. Factores Humanos....................................................................................................4

1.2. Características da urbanização da cidade de quelimane..............................................5

1.3. Factores que influenciam maior povoação nos bairros da Cidade de Quelimane.......7

iv. Conclusão.....................................................................................................................9

v. Bibliografia....................................................................................................................10
i. Introdução

O presente trabalho aborda sobre os factores da distribuição da população no distrito de


Quelimane, onde O estudo da Distribuição da População insere-se no ramo da demografia e
podemos afirmar a existência de dois tipos de distribuição nos territórios (os grandes vazios
humanos e as grandes concentrações humanas). A distribuição da população é influenciada
por fatores físicos (clima, relevo, vegetação, solo, rede hidrográfica) e fatores humanos
(económicos, sociais, históricos, culturais).

Os grandes vazios humanos localizam-se nas regiões montanhosas, nos desertos quentes,
nas florestas das regiões equatoriais e nas regiões polares.

ii. Objectivos

Geral:

 Analisar os factores que determinam a distribuição da população na cidade de


Quelimane.

Específicos:

 Identificar os factores que determinam a distribuição da população na cidade de


Quelimane;
 Caracterizar os facteres identificados.
iii. Metodologias

Para a elaboração deste trabalho, a autora aplicou o método de pesquisa bibliográfica para a
obtenção dos conteúdos.
1. Analise de factores que influenciam na distribuição da população no distrito de
Quelimane entre 2018 a 2021
1.1. Factores da Distribuição da População

O homem é o animal que dentre vários, melhor e com facilidades consegue adaptar-se a
diversos ambientes. Mesmo assim, nem sempre tem sido uma tarefa fácil essa mesma
adaptação, devido às variações climáticas, geomorfológicas. Eis que existem meios
geográficos com muita densidade/concentração populacional e outros com fracos
aglomerados populacionais. Ou seja, à escala planetária, a distribuição da população é
desigual, o que é motivado por diferentes factores que se combinam, criando condições
atraentes ou repulsivas.

Dos principais factores que determinam a distribuição territorial da população, destacam-


se: os físico-naturais e humanos.

 Os factores físico-naturais estão relacionados com o meio natural, como: o clima, a


vegetação, o relevo, os solos, os rios, etc.

 Os factores humanos dependem do passado histórico de uma país ou região, das


cidades, das actividades económicas (agricultura, indústria, comércio, serviços e
turismo) e das vias de comunicação.

1.1.1. Factores Físico-Naturais


 Clima

É o principal factor que condiciona a distribuição espacial da população, através dos seus
elementos: temperatura, humidade e precipitação.

Por exemplo, a temperatura ambiente ideal para o ser humano varia entre os 22º C e os 25º
C, sendo que os climas frios e os climas áridos são dificilmente suportados. As regiões
desérticas apresentam temperaturas extremamente baixas ou elevadas, para além da
escassez de água, características estas que repelem o povoamento destas regiões.
 Relevo

As regiões montanhosas são pouco povoadas pois, a altitude afecta para funcionamento
normal do organismo humano em virtude da diminuição da pressão atmosférica, da
temperatura e da proporção do oxigénio no ar. Nestas mesmas áreas montanhosas torna-se
difícil a prática de agricultura.

Como principais exemplos de autênticos desertos humanos encontramos: A cordilheira dos


Himalaias (Ásia), o Monte Quilimanjaro (África), os Montes Alpes e Pirinéus (Europa), as
montanhas Rochosas e os Apalaches (América do Norte) e a cordilheira dos Andes
(América do Sul).

 Vegetação

As densas florestas tropicais constituem, em regra, um quadro ambiental repulsivo, pelo


que a população nestas áreas é escassa. Por exemplo, o calor e humidade são condições
favoráveis para o desenvolvimento de microrganismos causadores de doenças, tornando as
florestas espaços desfavoráveis para a fixação populacional.

1.1.2. Factores Humanos

Tal como os físico-naturais, os factores humanos também podem ser sedutores ou


repulsivos. Por exemplo:

Agricultura – as regiões de solos férteis atraem (seduzem), regra geral, a população, pois
apresentam condições favoráveis para a prática da mesma, sobretudo para as comunidades
agrícolas.

Indústria e serviços – a instalação de uma unidade industrial numa região, atrai a população
dum determinado meio geográfico, bem como outras actividades, a exemplo: comércio,
finanças, seguros, banca, serviços de educação e saúde, etc.

Vias de comunicação – a população (regra geral), tende a fixar-se junto às principais vias
de acesso, nas margens dos rios e lagos navegáveis, ao longo da faixa costeira e à volta das
grandes cidades, pois são locais com facilidade fluidez de informação, bens, etc. Eis que a
maior parte das cidades no mundo e em Moçambique, localiza-se numa zona litoral ou
planície atractiva.

1.2. Características da urbanização da cidade de quelimane

Seguindo os critérios do INE, são consideradas urbanas, todas as capitais provinciais, as


cidades com mais de 20000 habitantes e as restantes áreas urbanas de províncias definidas
no critério anterior. Assim, foram classificadas como urbanas, 23 cidades e 68 vilas
segundo este critério.

Quelimane antiga sede da Capitania-mor fazia parte dos governos dos rios Cuama e depois
dos Rios dos Sena, dependente da Capitania de Moçambique. Apesar de se relatar que
Vasco da Gama tenha passado por Quelimane na sua primeira viagem as Índias, a presença
continuada dos portugueses foi registada desde 1544 (RODRIGUES, s/d).

Tendo o porto como o motor para a sua urbanização, Quelimane ascende à categoria de
cidade a 21 de Agosto de 1942 sendo observado atualmente que este desenvolvimento se
deu a partir do porto localizado no atual rio Qua Qua.

Diferentemente das restantes regiões do mundo ocidental em que a rápida urbanização


esteve acompanhada pela industrialização e consequente desenvolvimento económico, em
Moçambique, tal como na maior parte dos países subdesenvolvidos e na África subsaariana
em particular, a urbanização se caracteriza pelo componente demográfico ou seja, o
crescimento da população.

Como consequência desta característica da sua urbanização, observa-se um fraco acesso aos
serviços básicos e elevados índices de pobreza urbana.

No caso específico da área em estudo, a cidade de Quelimane, os resultados do IIIRGPH


2007 indicam que do total de 48804 agregados familiares enumerados, 50.2% não possuía
nenhum tipo de instalação sanitária e apenas 8.9%, possuíam retrete ligada a fossa séptica.

A cidade de Quelimane possui vários problemas ambientais dentre os quais se destacam:


i) ocupação desordenada do espaço. A maior parte dos bairros surgiram de uma
forma espontânea carecendo de equipamentos básicos tais como a rede de
drenagem e de abastecimento de água bem como os serviços de recolha de
resíduos sólidos. Maior parte dos bairros da periferia, não beneficia da coleta de
resíduos sólidos. Há uma tendência deste serviço ser feito apenas nas principais
vias da urbe, particularmente, do centro ou próximas ao este.
ii) o deficiente saneamento nos mercados tanto formais como informais o que cria
territórios propícios para a disseminação de doenças de veiculação hídrica nos
quais os vendedores ficam permanentemente expostos e no caso da malária se
tornando vulneráveis pois se expõem ao mosquito nos momentos de sua maior
atividade particularmente nos mercados Central e Aquima.
iii) deflorestação do mangal que traz como consequências a erosão e a redução da
sua função ecológica;
iv) extração de material mineral nos mangais para a construção de habitação e para
o aterro dos lotes habitacionais como forma de elevar a sua cota. Esta ação
contribui também para acentuação do processo de erosão.

O material mineral aqui extraído é utilizado para a construção das paredes de uma parte
considerável das habitações. Vale ressaltar neste aspecto que os resultados do censo
populacional de 2007 evidenciaram que 63.1% do material utilizado para a construção das
paredes das habitações na cidade de Quelimane, era constituído por paus-maticados (INE,
2012).

v) o depósito de resíduos sólidos em locais inapropriados dentre os quais a


marginal, uma área assente sobre o ecossistema de mangal o que gera conflitos
de uso não só com este importantíssimo ecossistema mas também com as
atividades de recreação/lazer que é o uso típico daquela área;
vi) o fecalismo a céu aberto em algumas artérias da cidade resultante
principalmente da inexistência de instalações sanitárias em algumas áreas
residenciais suburbanas tais como Icídua e Saguar. A situação destes bairros
torna-se mais notável e preocupante por se situarem próximo a mangais, fazendo
com que seus moradores e não só, utilizem-se destes como instalações
sanitárias, degradando o ambiente que se manifesta através do cheiro.

1.3. Factores que influenciam maior povoação nos bairros da Cidade de


Quelimane

É evidente a maior aglomeração em torno do centro e um crescimento acentuado no sentido


nordeste. Ao sul existe um rio, o Qua Qua que limita a cidade e a partir da qual se
constituiu o situ não permitindo um crescimento neste sentido. Os bairros centrais de
Quelimane são os de 1° de Maio, 24 de Julho, Filipe Samuel Magaia e Liberdade, os mais
providos de serviços e designados também por bairros de cimento. Todos os bairros
centrais se localizam no posto administrativo nº1. A distribuição populacional na cidade de
Quelimane é muito heterogénea como demonstram os dados estatísticos calculados na base
da população enumerada em 2018.

A amplitude de variação populacional é de 12354 habitantes em função do máximo de


12712 correspondente aos residentes do bairro de Coalane II e o mínimo de 358 no bairro
Ivagalane. Os valores da variabilidade relativa e do coeficiente de variação indicam
também o quão é heterogénea a distribuição populacional em Quelimane. Os bairros de
Coalane II, Manhaua A, Aeroporto, Saguar, Santagua B, Icídua e Santágua A são os mais
densamente povoados e maioritariamente de ocupação informal.

O bairro de Icídua é extremamente pobre e apresenta graves problemas ambientais em


decorrência da quase inexistência da cobertura de água, instalações sanitárias e outros
serviços básicos, tornando-o consequentemente extremamente vulnerável no tocante às
doenças de veiculação hídrica. Parte significativa dos moradores deste bairro ocuparam o
ecossistema de mangais atualmente degradado. As características deste local não oferecem
condições adequadas para o atual uso habitacional a que lhe foi atribuído. Umas outras
características da urbanização moçambicana é a exclusão e segregação espacial. Os bairros
suburbanos também designados bairros de caniço constituem uma evidente exclusão da
população mais pobre nas áreas urbanas moçambicanas, acentuando a sua vulnerabilidade
social.
Uma das facetas mais evidentes destes fenómeno é o cada vez maior afastamento dessa
população para áreas mais distantes do centro da cidade criando a atualmente designada
dispersão urbana. Como resultado do crescimento demográfico urbano, as pessoas com
mais posse vão adquirindo as propriedades da população mais pobre, repelindo-os para
lugares mais vulneráveis dentro dos centros urbanos. A política habitacional em
Moçambique ainda é fraca sendo que as pessoas vão construindo as suas áreas habitações a
custo próprio e sem existirem as condições básicas nos bairros de expansão.

Nos estágios iniciais da ocupação, pela mudança do uso da terra, haverá o favorecimento
das condições para o desenvolvimento dos mosquitos. Por outro lado, como há tendência
das pessoas estarem mais próximas do centro, estas vão habitando em lugares inapropriados
mas que na sua óptica oferecem facilidades tais como a proximidade às infraestruturas
sociais o que difere da realidade do mundo rural visto que a maior característica da
urbanização em Moçambique é o aumento da população nas áreas urbanas.
iv. Conclusão

Contudo, cheguei as conclusões que "O processo de formação das cidades ocorre desde os
tempos do período neolítico. No entanto, sob o ponto de vista estrutural, elas sempre
estiveram vinculadas ao campo, pois dependiam deste para sobreviver.

O que muda no atual processo de urbanização capitalista, que se intensificou a partir do


século XVIII, é que agora é o campo quem passa a ser dependente da cidade, pois é nela
que as lógicas econômico-sociais que estruturam o meio rural são definidas.

O processo de urbanização no contexto do período industrial estrutura-se com base em dois


tipos de causas: os fatores atrativos e os fatores repulsivos.

Fatores atrativos: Como o próprio nome sugere, são aqueles em que a urbanização ocorre
devido às condições estruturais oferecidas pelo espaço das cidades, o maior deles é a
industrialização.

Esse processo é característico dos países desenvolvidos, onde o processo de urbanização


ocorreu primeiramente. Cidades como Londres e Nova York tornaram-se
predominantemente urbanas a partir da década de 1900, início do século XX, em razão da
quantidade de empregos e das condições de moradias oferecidas (embora, em um primeiro
momento, a maior parte dessas moradias fosse precária em comparação aos padrões de
desenvolvimento atual dessas cidades)."
v. Bibliografia

Damiani, A. (1998) População e Geografia, São Paulo: Contexto.

Medeiros, C.A. (coord.) (2005), Geografia de Portugal. Vol II (Sociedade, Paisagens e


Cidades), Vol. III (Actividades Económicas), Círculo de Leitores, Lisboa.

Singer, P. (1988). Dinâmica populacional e desenvolvimento, 4.ed, São Paulo: HUCITEC.

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