Linguagem e Língua Portuguesa

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c) expressão fisionôm ica

II. COM eUlM ÇlH

Linguagem
P a ra se com unicar e se expressar, o hom em dispõe de vários recursos:

a) palavras
" NAD VA FICAR O F E N D ID A /A L Z IR A /
f li
m s nc5s É r a m o s a m í q o s / p a r e n t e s /
E s P c e c G /O Q o ê .? ^

[ ___ __ spanto d i ator Paulo Expressão ú@alepia do ator Expressão de dor da a tril Regina
Autran na peça Arsénico e élfaisma, Juca de Oliveira na peça Corpo a Duarte na pe p ú Santo
em 1951. corpa, em 1 971. Inquérito, em 1977.
PONTE; LiMA, Mariángeia, org. im a g e n s do FONJE: id., ibid. p. 87. FONTE: Id., ibid. p. 98.
teatro paulista. São Pauío, ímprensa Oficial dp
Estado/Centro Cuíturai São Pauto, 1985. p. 56,

d ) sinaís visuais
Desenho de
humor de Ouino.
FONTE: QUINO.
H o m b re s de Bolsillo.
Barcelona, Lumen, 1977.

b) gestos

Signo ¡cónico representando Placa de tránsito sipificando S ita indicando a direção a


o futebol nas Olimpíadas de "Pista escorregadia". seguir.
Munique.

e) sím bolos

cartaz americano da I
m m i í u iv iy iio iai, m m
íM
ii -^K os dizeres: "Eu quero
¥ocê no exército
Braços tevaníados em assembléia de americano". Urna _ . j myltWáo aceña na
FONTE: CALLO, Max. 'íhe
ineíalúrgícos do ABC, em Sao Paula p o s ta r in h is to ry . Middíesex
visita do Papa ao Brasil, em 1980.
FONTE; AGÊNCIA F4. D o c u m e n ta — A g re v e (U.K.), Hamíym, 1974. FONJE: M o s tr a d e fo to g ra fia — V isita d o P apa
do A B C , 1 9 8 0 . São Paulo, Caraguatá, s.d. p. S. p, 132. , ao B rasil. Rio de Janeiro, Fuñarte, 1980.

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Todos esses recursos de com unicação utilizam sinais de diferente n a tu ­ O português, 0 alem ão e o inglês são línguas diferentes. C ada povo uti­
reza. Tais sinais podem ser classificados em: liza determ inada língua.

a) verbais b) não-.v€rbais
Língua
Q uando esses sinais se organizam form ando um sistem a, eles passam a
constituir um a linguagem . Observe: é a linguagem verbal utilizada por um grupo
de indivíduos.

Fala
Leia os textos seguintes:

Trecho de entrevista: Hino ao sono


Antes de mais nada, é preciso lem­ sem a pequena morte
brar que 0 sono faz parte do ciclo de 24 ho­ de toda noite
ras do ser humano. Ao dormir, uma pessoa como sobreviver à vida
está armazenando e recuperando energia de cada dia? (José Paulo Paes)
para o resto do tempo do ciclo vital. (Veja)
Placa de trânsito fiiiguapm não-verbalK Placa de advertência (linguagem verbal).
O assunto dos dois textos é o m esm o: a necessidade do sono. Os dois es­
critores utilizaram o m esm o código: a língua portuguesa. M as as sem elhan­
P a ra a m esm a m ensagem , foram utilizadas duas linguagens diferentes:
ças term inam aí. C ada escritor em pregou a língua portuguesa à sua m aneira,
a) linguagem não-verbal: qualquer código que não utiliza palavras; em bora am bos tenham obedecido às regras de funcionam ento do português.
b) linguagem verbal: código que utiliza a palavra falada ou escrita. A essa utilização particular e individual da língua dá-se o nom e de fala.
Q uando utilizam os o term o fala, n ão nos referim os apenas à língua oral, m as
tam bém à língua escrita. P o rta n to , qualquer m ensagem que utiliza palavras é
um ato de fala.
Linguagem
é todo sistema organizado de sinais que
serve como meio de comunicação entre os
Fala
indivíduos.
é a utilização individual da língua.

Língua Cultura
Observe os três fragm entos de um conto de G uim arães R osa, que foi es­
0 desenvolvimento humano e o avanço das civilizações dependeram principalmente da
crito em português e traduzido p a ra o alem ão e p a ra o inglês:
evolução dos meios de receber, comunicar e de registrar o conhecimento e, particularmente, do
desenvolvimento da escrita. 0 homem é essencialmente um animal comunicativo; a comunicação
Esta é a história. Ia um menino, Das ist die Geschichte. Es sollte This is the story; A little boy went constitui uma de suas atividades essenciais. Enquanto os seres mais rudimentares enfrentam o
com os tios, passar uns dias no ein kleiner Junge mit Onkel und with his aunt and uncle to spend seu meio ambiente numa base de momento a momento, o homem poSsui a faculdade de apren­
lugar onde se construía a grande Xante tage sinem. Ort veerbrin- a few days in the place where the der, em graus variáveis. Conseqüentemente, suas ações são influenciadas por experiências passa­
cidade. gen, wo die grope Stadt gebaut great dty was being built. das. A experiência humana n|o é uma questão momentânea: apresenta continuidade; o homem
wurde. tem um contato com seus antepassados e descendentes, e um sentido de história e tradição. Tudo
isso é possível graças à linguagem. Essa capacidade de comunicação possibilitou a organização
português alem ão inglês do homem em sociedades complexas além de o manter em contínuo estado de mudança.
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Exercícios
1. As questões seguintes referem-se ao texto lido na página 13.
a) De acordo com a definição de cultura, a linguagem é um fato natural ou cultural?
Justifique sua resposta.
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b) Transcreva do texto a frase que expressa a seguinte ideia: sem linguagem não há
comunicação.
-___________________________________________________________________

c) “ Sem a língua, cada geração receberia da precedente coisas, mas não ideias, e se
encontraria na condição penosa de ter sempre de recomeçar do princípio.” (A.
Pagliaro) Copie o trecho do texto que apresente ideia semelhante à do parágrafo
transcrito acima. “

2. Relacione as duas séries:

a) fenômeno individual 1) linguagem


b) fenômeno universal 2) língua
c) fenômeno limitado a grupos sociais 3) fala

3.“ — Joãozinho! Sua redação sobre o cachorro está exatamente igual à do seu
irmão! — É que o cachorro é o mesmo, professora!” (Ziraldo) Se considerássemos
como aceitável a resposta do Joãozinho, estaríamos contrariando o conceito de
linguagem, língua ou fala? Justifique sua resposta.
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_______________________________________________________
A linguagem humana está em perene mudança. A linguagem e as outras atividades sociais
se correlacionam; os interesses e necessidades de cada época impõem mudanças à linguagem. III» m m ã J ic K
A comunicação implica essencialmente uma linguagem, quer seja esta um dialeto falado,
uma inscrição em pedra, um sinal de código Morse. A linguagem tem sido chamada “o espelho
da sociedade” . Conceito
Observe:
CHERRY, Colin. A comunicação humana. Trad. de José
Paulo Paes. São Paulo, Cultrix, 1972. p. 64-5. Adap­
tado.

A leitura do texto perm ite concluir que: MUITO DE


G O S T O F IL M E
Cultura A V EN TU R A PE.
é todo fazer humano que pode ser
transmitido de geração a geração. A cultura
é a soma de todas as realizações
do homem.
C ertam ente, você estranhou esta frase. P o r quê? P orque ela não obede­
ce às norm as da língua portuguesa. A língua, com o to d a a nossa vida em so­
A linguagem é um elem ento da cultura de um povo. É, ao m esm o tem ­ ciedade, obedece a determ inadas leis e princípios. Pode-se dizer que essa fra ­
po, condição essencial para que h a ja cultura. se não segue as norm as estabelecidas pela gram ática e, po r isso, não constitui
um a frase gram atical. A frase gram atical seria: G osto m uito de filme de
aventura.
A palavra gram ática vem do grego, gram m a, que significa letra. T rad i­
cionalm ente, a gram ática preocupava-se com as leis que regiam o funciona­
m ento da língua escrita. H oje, existem basicam ente dois tipos de gram ática:
& r e r € ic iü ^ a gram ática norm ativa, que constitui o conjunto de regras a serem seguidas
p or todos aqueles que querem “ falar e escrever corretam ente” , e a gram ática
descritiva, que tem com o objetivo descrever e analisar a língua utilizada po r
1. As questões seguintes referem-se ao texto lido na página 13. um determ inado grupo de pessoas num dado m om ento histórico, sem a preo­
a) De acordo com a definição de cultura, a linguagem é um fato natural ou cul­ cupação de d itar norm as e regras.
tural? Justifique sua resposta. C ultural, pois é um a criação hum ana. Q uem faz a língua: os falantes ou os gram áticos? Os falantes, evidente­
b) Transcreva do texto a frase que expressa a seguinte idéia: sem linguagem não m ente. Os gram áticos recolhem e analisam o m aterial que lhes é fornecido
há comunicação. “ A com unicação implica essencialmente um a linguagem (...)” pelos falantes. A língua, p o rta n to , é viva e dinâm ica, não está sujeita a regras
c) “ Sem a língua, cada geração receberia da precedente coisas, mas não idéias, e eternas e imutáveis.
se encontraria na condição penosa de ter sempre de recomeçar do princípio.”
(A. Pagliaro) A esse respeito, leia o texto de F ernando Sabino:
Copie o trecho do texto que apresente idéia semelhante à do parágrafo trans­
crito acima. “ A experiência hum ana não é um a questão m om entânea: apresenta continuidade (...)”
— FALAR português não é Não é somente pela gíria que a Os que falariam ainda em ci­
2. Relacione as duas séries: difícil — me diz um francês resi­ gente é apanhado. (AUás, já não nematógrafo, auto-ônibus, aero­
a) fenômeno individual dente no Brasil —, o diabo é que, se usa mais a primeira pessoa, plano, estes também já morreram
1) linguagem b
mal consigo aprender, a língua tanto do singular como do plural: e não sabem. Mas uma amiga mi­
b) fenômeno universal 2) língua c portuguesa já ficou diferente. Está tudo é “a gente” .) A própria lin­ nha, que vive preocupada com es­
c) fenômeno limitado a grupos sociais 3) fala a sempre mudando. guagem corrente vai-se renovan­ te assunto, me chama a atenção
E como! No Brasil as palavras do, e a cada dia uma parte do lé­ para os que falam assim:
3. “ — Joãozinho! Sua redação sobre o cachorro está exatamente igual à do seu ir­ xico cai em desuso. É preciso ficar
envelhecem e caem como folhas
mão!
secas. Ainda bem a gente não atento, para não continuar usan­ — Assisti a uma fita de cine­
— É que o cachorro é o mesmo, professora!” (Ziraldo)
conseguiu aprender uma nova do palavras que já morreram, vo­ ma com um artista que representa
Se considerássemos como aceitável a resposta do Joãozinho, estaríamos contra­ expressão, já vem o pessoal com cabulário de velho que só velho muito bem.
riando o conceito de linguagem, língua ou fala? Justifique sua resposta. outra. entende.
De fala. Dois emissores podem descrever o mesmo ser, mas suas mensagens serâo diferentes, um a vez que cada um
j ^ utiliza a língua de m aneira particular, individual.
Exercícios

1.Nos trechos que seguem, o autor não obedeceu aos preceitos da gramática normativa.
Transcreva três exemplos de “ transgressão” às normas gramaticais.

a) Como é que eu vou viver sem a minha discoteca? Como pude ter essa ideia?
Me prenda, por favor, me esconda num subterrâneo, não deixe eu consumar
uma besteira dessas! (Carlos Drummond de Andrade).
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b) Se eu pego aqueles safados, mato eles. (Carlos Drummond de Andrade).


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2. Nos quadrinhos abaixo, a personagem também emprega expressões que são típicas
da linguagem falada, não seguindo, portanto, o padrão previsto pela gramática
normativa. Transcreva essas expressões.

O comentário acima baseia-se na gramática normativa ou na gramática descritiva?


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