O Que É Autismo
O Que É Autismo
O Que É Autismo
CAUSAS DO AUTISMO
As causas do autismo são majoritariamente genéticas.
Confirmando estudos recentes anteriores, um trabalho científico de
2019 demonstrou que fatores genéticos são os mais importantes na
determinação das causas (estimados entre 97% e
99%,sendo 81% hereditário), além de
fatores ambientais (de 1% a 3%) ainda controversos, que também podem
estar associados como, por exemplo, a idade paterna avançada ou o uso
de ácido valpróico na gravidez. Existem atualmente 1.031
genes (atualizado em março/2022) já mapeados e sendo estudados como
possíveis fatores de risco para o transtorno.
TRATAMENTO E SINAIS
Alguns sinais de autismo já podem aparecer a partir de um ano e meio de
idade, até mesmo antes em casos mais graves. Há uma grande
importância de se iniciar o tratamento o quanto antes — mesmo que
ainda seja apenas uma ssuspeita clínica, ainda sem diagnóstico fechado —,
pois quanto antes comecem as intervenções, maiores são as possibilidade
de melhorar a qualidade de vida da pessoa. O tratamento psicológico com
mais evidência de eficácia, segundo a Associação Americana de Psiquiatria,
é a terapia de intervenção comportamental — aplicada por psicólogos. A
mais usada delas é o ABA (sigla em inglês para Applied Behavior
Analysis — em português, análise aplicada do comportamento). O
tratamento para autismo é personalizado e interdisciplinar, ou seja, além
da psicologia, pacientes podem se beneficiar com intervenções de
fonoaudiologia, terapia ocupacional, entre outros profissionais, conforme
a necessidade de cada autista. Na escola, um mediador pode trazer
grandes benefícios, no aprendizado e na interação social.
Alguns sintomas como irritabilidade, agitação, autoagressividade,
hiperatividade, impulsividade, desatenção, insônia e outros podem ser
tratados com medicamentos, que devem ser prescritos por um médico.
Dentre os medicamentos indicados a risperidona, que é da classe dos
antipsicóticos atípicos, é o mais comum deles.
CONSULTA MÉDICA
A seguir, relacionamos alguns sinais de autismo. Apenas três deles
presentes numa criança de um ano e meio já justificam uma suspeita para
se consultar um médico neuropediatra ou um psiquiatra da infância e da
juventude. Testes como o M-CHAT (inclusive a versão em português) estão
disponíveis na internet para serem aplicados por profissionais. Aliás, essa
avaliação é obrigatória para crianças com 18 messes de vida em consultas
pediátricas de acompanhamento realizadas pelo Sistema Único de Saúde
(SUS), segundo a lei 13.438/17.
NO BRASIL E NO MUNDO
O termo “Transtorno do Espectro do Autismo” passou a ser usado a
partir de 2013, na nova versão do Manual de Diagnóstico e Estatística
dos Transtornos Mentais, publicação oficial da Associação Americana de
Psiquiatria, o DSM-5, quando foram fundidos quatro diagnósticos sob o
código 299.00 para TEA: Autismo, Transtorno Desintegrativo da
Infância, Transtorno Global do Desenvolvimento Sem Outra
Especificação e Síndrome de Asperger. Na atual Classificação
Internacional de Doenças, a CID-11, o autismo recebe o código
a 6A02 (antigo F84, na CID-10), atualizada em junho de 2018, também
sob o nome de TEA.
Aproximadamente um terço das pessoas com autismo permanecem
não-verbais (não desenvolvem a fala) — conforme estudos
de 2005 e 2012.
Estima-se que um terço das pessoas com autismo tem algum nível de
deficiência intelectual.
Há algumas condições clínicas associadas ao autismo com mais
frequência, como: distúrbios gastrointestinais, convulsões, distúrbios do
sono, Transtorno de Déficit da Atenção com Hiperatividade (TDAH),
ansiedade e fobias — segundo estudos de 2012, 2017 e 2018.
Em 2007, a ONU decretou todo 2 de abril como o Dia Mundial de
Conscientização do Autismo ( em inglês, World Autism Awareness Day),
quando vários cartões-postais do mundo iluminam-se de azul em prol
da causa para chamar a atenção da sociedade ao tema, como o Cristo
Redentor, no Brasil, o Empire State, nos EUA, a CN Tower, no Canadá, a
Torre Eiffel, na França, as pirâmides do Egito, entre outros.
No Brasil, a “Lei Berenice Piana” — Lei 12.764, de 2012, que criou a
Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do
Espectro do Autismo, regulamentada pelo Decreto 8.368, de 2014 —
garante os direitos dos autistas e os equipara às pessoas com
deficiência.
Nos Estados Unidos, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças
do governo (CDC, na sigla em inglês: Centers for Disease Control and
Prevention) estima a prevalência de autismo em 1 a cada 44
crianças naquele país — números divulgados em 2.dez.2021, referentes
a pesquisa feita em 2018. O número de meninos é quatro vezes maior
que o de meninas.
Estudos na Ásia, Europa e América do Norte dão conta de números
entre 1% (1 para cada 100) e 2% (1 para cada 50) com autismo.
A ONU, através da Organização Mundial da Saúde (OMS), considera a
estimativa de que aproximadamente 1% da população mundial esteja
dentro do espectro do autismo, a maioria sem diagnóstico ainda.
No Brasil, temos apenas um estudo de prevalência de TEA até hoje,
um estudo-piloto, de 2011, em Atibaia (SP), de 1 autista para cada
367 habitantes (ou 27,2 por 10.000) — a pesquisa foi feita apenas em
um bairro de 20 mil habitantes da cidade. Segundo a estimativa da
OMS, o Brasil pode ter mais de 2 milhões de autistas.
Um mapa online, do site Spectrum News, traz todos os estudos
científicos de prevalência de autismo publicados em todo o planeta.
Os Estados Unidos ainda não têm nenhuma estimativa confiável da
prevalência de autismo entre adultos, destacando que esta é uma
condição vitalícia para a maioria das pessoas. A cada ano, cerca de 50
mil jovens com TEA cruzam a maioridade dos 18 anos nos EUA. No
Brasil não há números a esse respeito.
Um estudo da Autism Speaks, em 2012, aferiu o custo anual do
autismo para os EUA, de US$ 126 bilhões, e para o Reino Unido, £34
bilhões (US$ 54 bilhões).
A idade média de diagnóstico nos EUA é de 4 anos de idade,
segundo estudo de 2018 em 11 estados. No Brasil, um estudo-
piloto somente na cidade de São Paulo (SP), também em 2018, chegou
ao número de 4 anos e 11 meses e meio (4,97) como idade média de
diagnóstico de autismo, mas com uma variação bem grande — mais
estudos devem ser feitos.
Há síndromes e outros transtornos neurológicos de origem genética
ligados ao autismo como: Síndrome de Rett, CDKL5, Síndrome de
Timothy, Síndrome do X Frágil, Síndrome de Angelman, Síndrome de
Prader-Willi, Síndrome de Phelan-McDermid, entre outras.
Segundo pesquisa global de 2019, com mais de 2 milhões de pessoas,
de 5 diferentes países, de 97% a 99% dos casos de autismo podem ter
causa genética, sendo 81% hereditário; e de 1% a 3% apenas podem
ter causas ambientais, ainda controversas, como, a idade paterna
avançada ou o uso de ácido valpróico na gravidez. Existem
atualmente mais de mil genes já mapeados e implicados como fatores
de risco para o transtorno.
2 DE ABRIL
Em 2007, a ONU declarou todo 2 de abril como o Dia Mundial de
Conscientização do Autismo, quando cartões-postais do mundo todo se
iluminam de azul (cor escolhida por haver, em média, 4 homens para cada
mulher com TEA).
A partir de 2020, a Revista Autismo passou a lançar uma campanha
nacional com um tema único para todo o Brasil para celebrar o 2 de abril.
O primeiro tema foi “Respeito para todo o espectro — #RESPECTRO”. O
tema de 2022 é “Lugar de autista é em todo lugar!”, com a hashtag
#AutismoEmTodoLugar.
O símbolo do autismo é o quebra-cabeça, que denota sua diversidade e
complexidade — criado em 1963 pela National Autistic Society, no Reino
Unido.
EM RESUMO
Autismo
Nome técnico oficial do autismo: Transtorno do Espectro do
Autismo (TEA), segundo o DSM-5 (2013).
Definição de autismo: condição de saúde caracterizada por déficit na
comunicação social (socialização e comunicação verbal e não verbal) e
comportamento (interesse restrito e movimentos repetitivos).
Causas do autismo: genéticas majoritariamente.
Risco genético de autismo: 97% a 99%
Genes envolvidos: mais de 1.000 genes — sendo 102 os principais.
Subtipos de autismo: não há só um, mas muitos subtipos do
transtorno.
Espectro do autismo: a diversidade de níveis de suporte necessários
e coocorrências é tão abrangente que se usa o termo “espectro”.
Dia Mundial de Conscientização do Autismo: 2 de abril
Dia do Orgulho Autista: 18 de junho
Prevalência de autismo nos EUA: 1 para 44, segundo o CDC (2021).
Prevalência de autismo no Brasil: não temos esse número — há
apenas um estudo-piloto, de 2011, em Atibaia (SP); segundo
a estimativa da OMS, o Brasil pode ter mais de 2 milhões de autistas.
Prevalência de autismo no mundo: e 1% da população mundial pode
ter autismo, considera a ONU, através da OMS; um mapa online da
Spectrum News traz todos os estudos de prevalência no planeta.
Tratamento para autismo: terapia de intervenção comportamental,
indicada pela Associação Americana de Psiquiatria; entre outros
tratamentos individualizados.
Lei no Brasil: “Lei Berenice Piana”, Lei 12.764 de 2012, criou a
Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do
Espectro do Autismo, regulamentada pelo Decreto 8.368, de 2014.
Sinais de autismo:
Não manter contato visual por mais de 2 segundos;
Não atender quando chamado pelo nome;
Isolar-se ou não se interessar por outras crianças;
Alinhar objetos;
Ser muito preso a rotinas a ponto de entrar em crise;
Não brincar com brinquedos de forma convencional;
Fazer movimentos repetitivos sem função aparente;
Não falar ou não fazer gestos para mostrar algo;
Repetir frases ou palavras em momentos inadequados, sem a
devida função (ecolalia);
Não compartilhar seus interesses e atenção, apontando para
algo ou não olhar quando apontamos algo;
Girar objetos sem uma função aparente;
Interesse restrito ou hiperfoco;
Não imitar;
Não brincar de faz-de-conta;
Hipersensibilidade ou hiper-reatividade sensorial.