Atenção Farmaceutica e Osteoporose

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

CENTRO DE EDUCAÇÃO E SAÚDE

UNIDADE ACADÊMICA DE SAÚDE

CURSO DE BACHARELADO EM FARMÁCIA

ILLANA JANIK SANTOS DA COSTA

ACOMPANHAMENTO FARMACOTERAPÊUTICO PARA PACIENTES EM


TRATAMENTO DE OSTEOPOROSE NA ATENÇÃO BÁSICA

CUITÉ - PB

2017
1

ILLANA JANIK SANTOS DA COSTA

ACOMPANHAMENTO FARMACOTERAPÊUTICO PARA PACIENTES EM


TRATAMENTO DE OSTEOPOROSE NA ATENÇÃO BÁSICA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


coordenação do curso de Bacharelado em
Farmácia da Universidade Federal de Campina
Grande – UFCG/CES como requisito obrigatório
para obtenção do título de Bacharel em
Farmácia.

Orientadora: Profª. Me. Andrezza Duarte Farias

CUITÉ – PB
2017
2

ILLANA JANIK SANTOS DA COSTA

ACOMPANHAMENTO FARMACOTERAPÊUTICO PARA PACIENTES EM


TRATAMENTO DE OSTEOPOROSE NA ATENÇÃO BÁSICA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


coordenação do curso de Bacharelado em
Farmácia da Universidade Federal de Campina
Grande – UFCG/CES como requisito obrigatório
para obtenção do título de Bacharel em
Farmácia.

APROVADO EM: 16/03/2017

BANCA EXAMINADORA

Profª. Me. Andrezza Duarte Farias


Orientadora
(UAS/CES/UFCG)

Profª Me. Adriana Amorim de Farias Leal


Examinadora
(UAS/CES/UFCG)

___________________________________________________________________
Me. Maria da Glória Batista de Azevedo
Examinador
(UAS/CES/UFCG)
3

Dedico esse trabalho primeiramente, ao nosso


pai glorioso Deus, por ter me agraciada pelo
dom da vida e me permitir com muito esforço e
dedicação realizar esse sonho. Ainda mais as
duas razões da minha vida, meus pais Maria e
Milton, que sempre estiveram ao meu lado
apoiando, incentivando e me erguendo a cada
momento difícil que vivenciei, onde a cada
conquista alcançada na minha vida, é a eles
que eternamente dedicarei e serei grata por
tudo. E também, ao meu companheiro, amigo,
confidente e eterno Amor Jó Magdiel, que fez
dos meus últimos dias de graduação os mais
felizes, sendo meu incentivador, parceiro e
melhor presente que a vida pôde me
proporcionar! Sem eles em minha vida, não
teria conseguido concretizar esse Sonho.
4

AGRADECIMENTOS

Agradeço ao nosso grande mestre de luz Jesus e seus servos, que sempre
guiaram-me pelos melhores caminhos de ensinamentos e aprendizagem, protegendo-
me de todo mal.

Agradeço mais uma vez a minha Mãe, Maria da Paz, e ao meu Pai, Milton
Pereira, que por mais difícil que a vida lhes foi,ensinaram-me com todo seu amor
incondicional a ser uma pessoa humilde, batalhadora, honesta e ir sempre em busca
dos meus sonhos sem passar por cima de ninguém, formando a mulher que hoje eu
sou. Quem sempre me incentivou e esteve ao meu lado em momentos de sorrisos e
choros vivenciados não só na graduação, mas em todos os momento da minha vida.

Aos meus familiares, que direta ou indiretamente, sempre me incetivaram a


almejar essa conquista. Como também minha segunda família, meus sogros Mônica
e João, cunhadas Jane e Charllena, Tia e sobrinhas postiças Célia, Cecília, Clarinha
e Valentina que desde a minha entrada na vida deles me incentivaram a ir sempre em
busca do meu melhor.

As minhas amigas Laíse e Ingrid que mesmo antes de entrar no curso, me


incentivaram e apoiaram-me na decisão, que estiveram presentes nos meus melhores
e piores momentos dessa fase.

As amigas que levarei da faculdade para a vida Hyngryd, vulgo Isareth,


Roseana, Laíla e Karine. Com quem compartilhei todos momentos vividos durante
todos esses anos, meus choros, alegrias e desabafos. Deixo-vos meu muito obrigada,
em especial a Vocês Isareth e Rose que além de amigas foram e sempre será minhas
irmãs que a vida me presenteou!

A Andrezza Duarte que, além de uma disseminadora de conhecimentos, você


foi uma grande amiga que me amparou e ajudou quando mais precisei, mesmo antes
de ser minha orientadora dedicou-se na minha capacitação, apesar dos trabalhos e
aperreios que lhe dei teve muita paciência comigo e no final deu tudo certo. Melhor
orientadora não poderia ter, obrigada por todos ensinamentos e oportunidades.
5

Á todos que me acompanharam e estiveram presentes durante meus estágios


supervisionados , em especial as companheiras de estágio Amanda e Aiany e aos
Preceptores Jarlene, Heloísa, Arthur e Priscilla e aos companheiros de estágio Luiz e
Fagner que passaram da melhor forma tudo que sabiam, tendo uma grande parcela
de contribuição na minha formação, além do seu Elisio que me indicou e proporcionou
a oportunidade de estágio industrial e a Samara e professor Schubert que me deram
oportunidade de realizar trabalhos dentro da sua indústria.

Agradeço a banca examinadora Glória e Adriana por aceitarem o convite de


estarem presentes nesse momento único de minha vida e que contribuírão na
formatação desse trabalho e me capacitará pela apresentação do mesmo.

E por fim, agredeço ao corpo docente do CES que contribuiu ao longo dessa
jornada na minha formação acadêmica.
6

RESUMO

As doenças crônicas e múltiplas são frequentes na população idosa, sendo a


osteoporose considerada uma das principais causas de mortes e morbidades
suceptivéis a essa faixa etária, apresentam uma tendência ao uso contínuo de vários
medicamentos, situação que pode levar à problemas realacionados a farmacoterapia.
Desse modo, o objetivo do estudo foi realizar um acompanhamento
farmacoterapêutico de usuários portadores de osteoporose na Atenção Básica no
município de Cuité-PB. Tratou-se de um estudo longitudinal e descritivo com
abordagem qualitativa realizado com pacientes diagnosticadas com osteoporose,
segundo os critérios do PCDT (2014). Foram coletados dados socioeconômicos,
bioquímicos e níveis de pressão arterial e glicêmicos, com o auxilio do
acompanhamento farmacoterapêutico pelo método Pharmacotherapy Workup Drug
Therapy (PWDT). Foram acompanhadas 04 pacientes com média de idade de 68 anos
do sexo feminino, com até dois (02) salários mínimos de renda e três (03) delas não
concluíram o ensino fundamental. Na presença de um cuidador, apenas uma possuía
adesão adequada ao tratamento. Durante o acompanhamento farmacoterapêutico,
foram identicados PRM de adesão inapropriada (PRM7) e de segurança no tratamento
(PRM6). Como intervenção, foi criado um depósito organizador para os medicamentos
em uso, tendo como resultado uma redução nesses problemas. Observou-se que por
meio do acompanhamento farmacoterapêutico, é possível contribuir para resolução
de problemas relacionados a medicamentos e a conscientização quanto ao uso
adequado de medicamentos.

Palavras-chaves: Serviços comunitários de farmácia. Acompanhamento


Farmacoterapêutico. Osteoporose.
7

ABSTRACT

Chronic and multiple diseases are frequent in the elderly population, with osteoporosis
being considered a major cause of deaths and morbidities that are susceptible to this
age group. There is a trend towards the continuous use of several drugs, a situation
that can lead to problems related to pharmacotherapy. Thus, the objective of the study
was to conduct a pharmacotherapeutic follow-up of users with osteoporosis in Primary
Care in the city of Cuité-PB. Socioeconomic, biochemical and blood pressure and
glycemic levels were collected, with the aid of pharmacotherapeutic monitoring by the
Pharmacotherapy Workup (PW) method. Four patients with a mean age of 68 years
old were followed, all of them female, earning up to 02 minimum wages and 03 of them
did not complete elementary school. Only 01 had adequate treatment adherence,
because they had a caregiver. During the pharmacotherapeutic follow-up, PRM of
inappropriate adherence (PRM 7) and safety in treatment (PRM6) were identified. As
an intervention, an organizing deposit was created for the drugs in use, resulting in a
reduction in these problems. It was observed that, through pharmacotherapeutic
follow-up, it is possible to contribute to the resolution of drug-related problems and
awareness of proper use.

Keywords: Community pharmacy services. Pharmacotherapeutic follow-up.


Osteoporosis.
8

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

AF- Assistência Farmacêutica

DEXA- Avaliação da Composição Corporal pela Densitometria

DMO- Densidade Mineral Óssea

FDA- Food and Drug Administration-EUA

IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IMC- Índice de Massa Corporal

OMS- Organização Mundial de Saúde

OPAS- Organização Pan-Americana da Saúde

PA- Pressão Arterial

PCDT- Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas

PRM- Problema Relacionado com Medicamentos

PW- Pharmacotherapy Workup (Tratamento de Terapia)

PWDT- Pharmacists Workupof Drug Therapy (Análise da Farmacoterapia pelo


Farmacêutico)

RAM- Reações adversar à Medicamentos

RNM- Resultados Negativos associados à Medicação

SBGG- Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia

SFT- Seguimento Farmacoterapêutico

SUS- Sistema Único de Saúde

TOM- Therapeutic Outcomes Monitoring (Monitorização de Resultados Terapêuticos)


9

LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Características sócio demográficas e econômicas das pacientes em AF em


tratamento de osteoporose na Atenção Básica.........................................................34

Tabela 2- Problemas Relacionados à Medicamentos encontrados para cada paciente


abril-dezembro 2016...................................................................................................37
10

LISTA DE QUADROS

Quadro 1- Dose diária recomendada de ingestão de cálcio pelo NIH.......................18

Quadro 2- Classificação dos Problemas Relacionados com Medicamentos


(PRMs).......................................................................................................................22
Quadro 3- Atividades e responsabilidades do farmacêutico na fase de avaliação da
farmacoterapia...........................................................................................................27

Quadro 4- Possíveis causas para o surgimento de PRMs........................................29

Quadro 5- Classificação dos Problemas Farmacoterapêuticos de acordo com o grupo


Minnesoto...................................................................................................................31

Quadro 6 Medicamentos em uso pelas pacientes acompanhadas e suas respectivas


indicações, abril-dezembro, 2016...............................................................................35

Quadro 7- Resultados dos exames laboratoriais das pacientes em acompanhamento,


abril-dezembro, 2016..................................................................................................36

Quadro 8- Parâmetros da pressão arterial das pacientes por visitas, abril-dezembro,


2016...........................................................................................................................39
11

LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Atributos da atenção farmacêutica segundo as condições do


paciente......................................................................................................................23

Figura 2- Atributos gerais de atenção farmacêitica do paciente................................23

Figura 3- Fases do método Dáder de seguimento farmacoterapêutico (SFT)..........25

Figura 4- Dados a serem coletados na Avaliação Inicial do acompanhamento


farmacoterapêutico.....................................................................................................28

Figura 5- Intervenção farmacêutica 1 - Depósito organizador dos


medicamentos............................................................................................................38

Figura 6- Intervenção farmacêutica 2 - organização dos medicamentos por


cores...........................................................................................................................39
12

LISTA DE ESQUEMAS

Esquema 1- Descrição dos critérios para identificação dos PRMs.............................26


13

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 15

2. OBJETIVOS ......................................................................................................... 16

2.1 Objetivo Geral .............................................................................................. 16


2.2 Objetivos Específicos .................................................................................. 16

3. REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................... 17

3.1 Osteoporose ................................................................................................ 17


3.1.1 Descrição da Doença ............................................................................... 17
3.1.2 Prevenção da Doença .............................................................................. 18
3.1.3 Tratamento da doença .............................................................................. 18
3.1.3.1 Alendronato de Sódio ............................................................................ 19
3.2 Atenção Farmacêutica ................................................................................. 20
3.2.1 Métodos Clínicos de Cuidado Farmacêutico ........................................... 23
3.2.1.1 Método Dáder ........................................................................................ 24
3.2.1.2 Método PW ............................................................................................ 27
3.2.2 Etapas para aplicação do método ............................................................ 27
3.2.2.1 Conceitos e Classificação de PRM usado pelo método PW .................. 30

4. METODOLOGIA ................................................................................................... 31

4.1 Tipo de Estudo ............................................................................................. 31


4.2 Local ............................................................................................................. 31
4.3 População e Amostra .................................................................................. 32
4.4 Procedimentos de Coleta de Dados ............................................................. 32
4.5 Análise de Dados ......................................................................................... 32
4.6 Considerações Éticas .................................................................................. 33

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................ 34

6. CONCLUSÕES ................................................................................................... 43

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 44

ANEXOS ................................................................................................................... 50

ANEXO A ............................................................................................................ 50
ANEXO B ............................................................................................................ 54
14

ANEXO C ........................................................................................................... 55

APÊNDICES ............................................................................................................. 65

APÊNDICE A ...................................................................................................... 65
APÊNDICE B ...................................................................................................... 66
15

1. INTRODUÇÃO

A osteoporose é uma doença osteometabólica definida pela perda da massa


óssea e deterioração da microarquitetura do tecido ósseo com um resultante do
aumento da debilitação óssea e da sensibilidade a fraturas. Acomete ambos os sexos
com idade igual ou superior 50 anos, sendo que 50% das mulheres e 20% dos homens
sofrerão alguma fratura osteoporótica ao longo da vida (BRASIL, 2014).
É uma doença irreversível até o momento, porém na maior parte dos pacientes,
as intervenções clínicas precoces podem prevenir a doença (OLIVEIRA;
GUARNIEIRO, 2004). Estudos direcionam evidências da eficácia na prevenção de
fraturas vertebrais e não vertebrais, com o uso de medicamentos como o alendronato
de sódio e risedronato de sódio (CAMARGO; MINOSGO, 2007).
O crescente número de idosos com problemas relacionados â saúde vem
aumentando nos últimos anos. Como o organismo já não reage como antes,
desenvolvem-se patologias crônicas e consequentemente, a polimedicação surge
com esse problema, prática cada vez mais frequente em idosos, evoluindo a
probabilidades de interações medicamentosas, reações adversas, diminuição na
adesão ao tratamento, entre outros fatores. Uma forma de minimizar esses problemas
foi à implantação de serviços farmacêuticos, realizando cuidados e ações educativas
aos idosos usuários de medicamentos SOCIEDADE BRASILEIRA DE (GERIATRIA E
GERONTOLOGIA, 2010; ROSA; CAMARGO, 2014).
Dentre esses serviços, o acompanhamento farmacoterapêutico tem como
objetivo diminuir a vulnerabilidade do uso de vários medicamentos, reduzindo os
riscos de Problemas Relacionados à Medicamentos (PRM), além da redução de custo
para o paciente. O acompanhamento farmacoterapêutico utiliza o raciocínio clínico, o
qual inclui coletas de dados objetivos e subjetivos, identificação de problemas,
implantação de plano de cuidado e avaliação de intervenções realizadas (OTUKI;
CORRER, 2011).
Nesse sentido, o presente estudo buscou realizar o seguimento
farmacoterapêutico de usuários portadores de osteoporose na Atenção Básica no
município de Cuité – PB.
16

2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral

Realizar o acompanhamento farmacoterapêutico de usuários portadores de


osteoporose na Atenção Básica no município de Cuité – PB.

2.2 Objetivos específicos

 Identificar as características sócio econômicas dos usuários;


 Identificar os Problemas Relacionados a Medicamentos;
 Descrever as intervenções farmacêuticas realizadas;
17

3. REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 Osteoporose

3.1.1 Descrição da Doença

A osteoporose é uma doença osteometabólica, sendo caracterizada pela


desordem do metabolismo ósseo, pormenorizado por diminuição da massa óssea e
pela degeneração da microarquitetura do tecido ósseo com consecutivo aumento da
fragilidade óssea e suscetibilidades a fraturas, evidenciadas por meio de densitometria
óssea (DMO). É uma doença que pode ocorrer em todas as idades, porém 50% dos
portadores da doença, são mulheres com idade superior de 60 anos, particularmente
depois da menopausa, pois a deficiência do estrógeno e endógeno constitui um
crédito importante para cooperação fisiopatológica para sua ocorrência (BRASIL,
2014).

A DMO utiliza técnica de Absorciometria de raios-X de dupla energia (DEXA).


Fatores ambientais como sedentarismo e tabagismo podem também está associado
à perda da massa óssea (PAIVA et al., 2003).

A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera osteoporose numa


condição em que a densidade óssea é igual ou inferior 2,5 desvio abaixo do pico de
massa óssea encontrada no adulto jovem, designada através do ESCORE T, o qual
é a diferença entre a massa óssea atual do indivíduo e a massa óssea da população
de adultos jovens (LOPES, et al., 2007; WHO, 2004).

A osteoporose é uma das principais causas de morte e morbidade de idosos, e


atualmente é definida como doença do esqueleto designado pelo comprometimento
da resistência e da qualidade óssea, aumentando o de risco a fraturas. Nesse contexto
há duas maneiras de classificação da doença, a saber: ser idiopática primária do tipo
I(Pós-menopausa) ou tipo II (Osteoporose Senil). Podendo também ser uma
osteoporose secundária proveniente de anormalidades endócrinas e neoplasias
(OLIVEIRA; GUARNIERO, 2004).

Todavia, limitando-se a realização de DMO a população pode apresentar


fatores de riscos para o desenvolvimento da osteoporose, entre os quais fatores à
idade, sexo, índice de massa corporal, estilo de vida e história familiar (BRASIL, 2014).
18

3.1.2 Prevenção da Doença

O propósito inicial do tratamento da osteoporose primária é a prevenção,


devendo-se observar o pico de massa óssea que ocorre entre os 20 e 30 anos de
idade. Essa prevenção inicia-se entre crianças, adolescentes e jovens adultos a partir
de uma boa nutrição, prática de exercícios físicos e o incentivo de ingestão de cálcio
e vitamina D, adotando uma vida saudável (OLIVEIRA; GUARNIERO, 2004).

A dose diária recomendada de ingestão de cálcio pelo Instituto Nacional de


Saúde dos Estados Unidos está representada no Quadro 3, a seguir:

Quadro 1: Dose diária recomendada de ingestão de cálcio pelo NIH.

Recomendações para uso diário de cálcio


Crianças até os seis meses de idade.....................................................................400mg

Criança dos seis meses a um ano de idade...........................................................600mg

Crianças entre um ano e cinco anos de idade........................................................600mg

Adolescente/adulto jovem.............................................................................800-1.200mg

Homem idade 25 e 65 anos.......................................................................1.200-1.500mg

Mulher na pré-menopausa 25-50 anos................................................................1.000mg

Gravidez e amamentação......................................................................... 1.200-1.500mg

Mulher em pós-menopausa (acima de 60 anos em TRH....................................1.000mg

Mulher em pós-menopausa (acima de 60 anos sem TRH.....................................150mg

Mulheres acima de 65 anos de idade..................................................................1.500mg

Fonte: Instituto Nacional de Saúde, 2001.

Para Oliveira; Guarnieiro (2004), a terapia com a reposição do hormônio


feminino estrógeno na pós- menopausa é uma das formas de prevenção de fraturas
do quadril, sendo considerada a causa de 90% das fraturas vertebrais.

3.1.3 Tratamento da doença

Estabelecido o diagnóstico da osteoporose deve-se definir pelo tratamento


profilático e/ou curativo. O objetivo do tratamento deve ser aquele que diminua a
ocorrência de fraturas e recupere a geometria do osso e sua microarquitetura, o efeito
terapêutico rápido e duradouro, além de seguro eficaz (SOUZA, 2010).
19

Pode ser realizado através do tratamento medicamentoso ou não


medicamentoso. Entre os medicamentos de primeira linha que restringem as fraturas
osteoporóticas estão os Bifosfatos (Risedronato de sódio, Pamidronta do dissódico e
Alendronato de sódio). Na segunda linha para os pacientes com disfunção de deglutir,
com inflexibilidade ou falha terapêutica dos tratamentos de primeira linha, está a
utilização de Raloxino, Estrógenos conjugados ou Calcitronina (BRASIL, 2014).

3.1.3.1 Alendronato de Sódio

Por ser um potente inibidor específico da reabsorção óssea mediada por


osteoclastos é indicado como primeira linha para prevenção de fraturas em pacientes
portadores de osteoporose, há indícios de efetividade terapêutica como a adesão ao
tratamento, reduzindo fraturas vertebrais e não vertebrais e de quadril, sendo esta
última a razão de primeira opção de tratamento. O seu uso é contraindicado para a
hipersensibilidade ao alendronato ou a qualquer componente da fórmula, gravidez e
lactação, hipocalcemia e insuficiência renal grave, como também para paciente que
tem dificuldades de ficar em pé ou sentado pelo menos 30 minutos, pois ao fazer o
uso, o paciente tem que ficar no mínimo 30 minutos em pé, fazendo uma caminhada
para um efeito terapêutico satisfatório (BRASIL, 2014; BELCHIOR et al.,2009).

A dose liberada pelo FDA (Food and Drug Administration - EUA) do alendronato
de sódio foi 70 mg semanal, sendo a escolha terapêutica mais aceita pelos pacientes
(OLIVEIRA; GUARNIERO, 2004).

Com relação aos seus efeitos adversos, em uma incidência acima de 10% dos
casos, pode ocorrer hipocalcemia (transitória, leve) e hipofosfatemia (transitória, leve);
Incidência entre 1% e 10%, cefaleia, dor abdominal, dispepsia, náusea, problemas
gastrointestinais, flatulência, diarreia, obstipação, vômito, disfagia, além de dor
musculoesquelética e cãibra muscular; Incidência abaixo de 1%, reações de
hipersensibilidade, erosão esofágica com sangramento, febre, hipocalcemia
(sintomática) e dor óssea e muscular (BRASIL, 2010)
20

3.2 Atenção Farmacêutica

Ao longo dos últimos 50 anos, todas as profissões vêm passando por várias
transformações, em particular, a profissão farmacêutica, que vem vivenciando um
avanço significativo nessas mudanças. Essas transformações foram estimuladas pelo
desenvolvimento e expansão da mecanização farmacêutica e a padronização de
formulações de medicamentos para descobertas de novos fármacos, o que quase
levou a uma redução gradativa dos laboratórios magistrais das farmácias, até então
atividade básica do farmacêutico, definida pela sociedade e profissional. Diante disso,
o farmacêutico na farmácia era apenas um vendedor. Essa insatisfação levou
estudantes e professores da Universidade de São Francisco (EUA), na década de
1960, a uma vasta reflexão que sucedeu ao movimento intitulado de “Farmácia
Clínica”. Iniciando assim, a aproximação do farmacêutico ao paciente e aos outros
profissionais da saúde, permitindo o desenvolvimento de habilidades relacionadas à
farmacoterapia (FREITAS et al.,2008).

Após o início do movimento da Farmácia Clínica, Mikeal et al. (1975) deram


início a construção inconsciente do conceito de Atenção Farmacêutica, que só viria
receber posteriormente. Em 1980, Brodie descrevia Cuidados Farmacêuticos como a
prática profissional que “inclui a determinação da necessidade dos medicamentos
necessários para uma situação individual e o fornecimento não só do medicamento,
mas também dos serviços necessários (antes, durante e depois do tratamento) de
modo a proporcionar uma segurança ótima e a efetividade da terapêutica”.

Foi em 1990 que Hepller e Strand ao publicarem o artigo “Opportunities and


responsibilities in pharmaceutical care” patenteou que o envolvimento dos
farmacêuticos na avaliação dos resultados clínicos produzidos pelos medicamentos
colaborando para a redução da morbi-mortalidade relacionada com os mesmos. Surge
assim, o conceito de que os Cuidados farmacêuticos tinham como objetivo principal
auxiliar os doentes ao máximo benefício da sua medicação. No mesmo artigo,
preconizam que na Atenção Farmacêutica, o farmacêutico participa ativamente da
terapia farmacológica, implicando resultados positivos e uma melhor qualidade de vida
para o paciente (SANTOS et al., 2006).
21

Posteriormente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu o


farmacêutico como dispensador de atenção à saúde, podendo junto com outros
profissionais de saúde promover a prevenção de enfermidades e a promoção da
saúde (OMS, 1993).

Contudo, no Consenso Brasileiro de Atenção Farmacêutica (BRASIL, 2002),


buscando uma nomenclatura permanente, um dos grandes desafios à uniformização
da termilogia da Atenção Farmacêutica no Brasil, apresenta como proposta de
conceito:

“É um modelo de prática farmacêutica, desenvolvida no contexto da


Assistência Farmacêutica. Compreende atitudes, valores éticos,
comportamentos, habilidades, compromissos e corresponsabilidades
na prevenção de doenças, promoção e recuperação da saúde, de
forma integrada à equipe de saúde. É a interação direta do
farmacêutico com o usuário, visando uma farmacoterapia racional e a
obtenção de resultados definidos e mensuráveis, voltados para a
melhoria da qualidade de vida. Esta interação também deve envolver
as concepções dos seus sujeitos, respeitadas as suas especificidades
bio-psico-sociais, sob a ótica da integralidade das ações de saúde”
(BRASIL, 2002, P.16).

A partir da Proposta de conceito do Consenso Brasileiro de Atenção


Farmacêutica, foram citadas outras termologias por vários autores, como sendo a
atividade clínica para o farmacêutico que se baseia principalmente no
acompanhamento farmacoterapêutico dos pacientes, buscando a obtenção de
resultados terapêuticos desejados por meio da resolução dos problemas
farmacoterapêuticos, tendo o paciente como ponto de partida para a solução dos seus
problemas com os medicamentos (PEREIRA; FREITAS, 2008).

Para o Consenso Brasileiro de Atenção Farmacêutica (2002), todo processo de


atenção Farmacêutica deve cercar as atitudes a respeito dos princípios de
comunicação, conhecimentos técnico-científicos, habilidades e bioética. Buscando
elementos constitutivos da prática da Atenção Farmacêutica, considerando como
macrocomponentes: a) Educação em saúde (incluindo promoção do uso racional de
medicamentos), b) Orientação farmacêutica, c) Dispensação, d) Atendimento
farmacêutico, e) Acompanhamento/Seguimento Farmacoterapêutico, f) Registro
sistemático das atividades, mensuração e avalição dos resultados (BRASIL, 2002).

Segundo a OPAS (2002), a Atenção Farmacêutica é uma referência da prática


farmacêutica elaborada para o encadeamento da Assistência Farmacêutica.
22

Considerado componente básico da Atenção Farmacêutica, o


Acompanhamento Farmacoterapêutico (AF) é a prática profissional em que o
farmacêutico responsabiliza-se pelas necessidades do paciente relacionadas com o
medicamento, o qual se realiza mediante a detecção de problemas relacionados à
medicamentos(PRMs) para a prevenção e resolução de resultados negativos
associados aos medicamento (RNMs) (BLATT et al., 2008).

Para Cipolle, Strand e Morley (2006), um PRM trata-se de qualquer evento


indesejável apresentado pelo paciente que envolve ou suspeita-se que tenha sido
causado pelo medicamento e que realmente ou possivelmente interfere em uma
evolução desejada do mesmo. Para os autores, a interpretação das necessidades
relacionadas com medicamento em problemas relacionados com a terapêutica
farmacológica (PRMs) está descrita no quadro1 a seguir:

Quadro 2 – Classificação dos Problemas Relacionados com Medicamentos (PRM).

1. Necessidade de farmacoterapia adicional


Indicação
2. Farmacoterapia desnecessária

3. Medicamento incorreto
Efetividade
4. Dosagem muito baixa

5. Reação adversa ao medicamento


Segurança
6. Dosagem muito alta

Adesão 7. Adesão inapropriada

Fonte: Cipolle, Strand e Morley, 2006.

Uma vez identificado, cada PRM pode ser priorizado em função da sua
urgência. O estabelecimento de prioridades depende da extensão do dano potencial
que cada problema pode infligir sobre o paciente, percepção do paciente do dano
potencial e rapidez com que este dano pode ser produzido. Tomadas estas decisões,
o farmacêutico pode determinar os recursos que são necessários para resolver ou
prevenir nos PRMs (CIPOLLE; STRAND; MORLEY, 2006).
Os farmacêuticos estão em uma boa posição para monitorar o andamento do
tratamento farmacológico, estando os PRMs presentes entre as consultas médicas e
23

a farmacoterapia, (ANDRADE et al., 2008), de modo que, o AF se torna ferramenta


importante para reduzir erros de medicações, o que implica na eficácia do tratamento
e na melhora da qualidade de vida. A utilização do AF como estratégia para a adesão
do paciente ao tratamento é muito empregada no seguimento de pacientes com
qualquer doença ou problema de saúde (STURARO, 2009).

Na realização do AF, inicialmente, o profissional traça o perfil do paciente e


procura conhecer os medicamentos utilizados, as dificuldades que acompanham a
farmacoterapia, as interações medicamentosas e os problemas relacionados a
medicamentos presentes (ANDRADE et al., 2008). O acompanhamento
farmacoterapêutico preconiza um atendimento mais humanizado, incluindo maior
tempo de atenção ao paciente a fim de investigar a posologia, aspectos relacionados
ao acesso, à adesão, à administração e ao armazenamento de medicamentos;
identificar reações adversas e dificuldades que o paciente apresente para seguir a
prescrição médica. Além disso, ajuda no monitoramento de parâmetros bioquímicos e
fisiológicos como pressão arterial, glicemia e controle do peso (SÁ; FORTES, 2014).

O AF, como qualquer outra atividade de saúde, necessita de procedimentos de


trabalho normatizados e validados através da experiência para ser realizado com a
maior eficiência de modo a permitir avaliar o processo, mas, sobretudo os resultados
(CUNHA et al., 2007).

3.2.1 Métodos Clínicos de Cuidado Farmacêutico

O sistema de atenção farmacêutica segue uma série de passos conhecida


como método clínico, por sua vez inclui coletas de dados, identificação de problemas,
implantação de plano de cuidado e seguimento do paciente. A classe farmacêutica
tem domínio em medicamentos, portanto, é hábil a resolver problemas relacionados à
farmacoterapia, com o objetivo de promover seu uso racional de medicamentos
garantindo sua melhor efetividade e segurança (OTUKI; CORRER, 2011).

O método clínico da atenção farmacêutica é ímpar, o que muda são os


procedimentos, problemas do paciente, a estratégia de cuidado seguido de etapas
detalhadas de acordo, consequentemente, com as figuras 1 e 2:

Figura 1. Atributos da atenção farmacêutica segundo as condições do paciente


24

Fonte: OTUKI; CORRER, 2011.

Figura 2. Atributos gerais de atenção farmacêutica do paciente

Fonte: OTUKI; CORRER, 2011.

Dentre os métodos adotados para a realização do acompanhamento


farmacoterapêutico, destaca-se o método com dados Subjetivos (S), Objetivos (O),
Avaliação (A), Plano de Cuidado(P) (SOAP), Pharmacists Workup of Drug Therapy
zazaa(PWDT); Therapeutic Outcomes Monitoring (TOM) e o Método Dáder. O
Pharmacoterapy Workup (PW) e o Método Dáder são os mais utilizados pela literatura
(PINHEIRO, 2010).

3.2.1.1 Método Dáder

O método Dáder de Seguimento Farmacoterapêutico (SFT) foi desenvolvido


pelo grupo de investigação em Atenção Farmacêutica da Universidade de Granada
25

(Espanha), em 1999 e, atualmente, centenas de farmacêuticos em diversos países


vêm utilizando esse método com seus usuários de medicamento. Esse método
baseia-se na obtenção da história farmacoterapêutica do doente, isto é, nos
problemas de saúde que se apresentam com os medicamentos que utiliza e na
avaliação do seu estado numa determinada data, de forma a identificar e resolver os
possíveis PRMs que o doente apresenta (Grupo de Investigação em Atenção
Farmacêutica da Universidade de Granada, 1999).

Após essa identificação, realizam-se as intervenções farmacêuticas


necessárias para resolver os PRMs e, posteriormente, avaliam-se os resultados
obtidos. Para Meneses e Sá (2010) o método Dáder seria recomendado por ser um
método mais abrangente na análise, no plano de seguimento, na adequada avaliação
e por dar ênfase às preocupações do usuário e aos PRMs. Na figura 3 podem ser
visualizadas as fases de seguimento farmacoterapêutico do método dáder.

Figura 3. Fases do método Dáder de seguimento farmacoterapêutico (SFT)

Fonte: Meneses; Sá, 2010.

Segundo a metodologia Dáder, a farmacoterapia atende alguns critérios que


podem identificar os PRMs, como mostram o esquema a seguir:
26

Esquema 1: Descrição dos Critérios para identificação dos PRMs.


PRM1- indicação não tratada
(o paciente não recebe o
O medicamento deve medicamento que necessita)
ser realmente
necessário com
finalidade terapêutica,
Necessidade caso contrários pode PRM2- medicamento
ocasionar: desnecessário (o paciente
recebe o medicamento sem
indicação)

PRM3- medicamento não é


efetivo (o paciente
recebe/toma um
Se o medicamento é medicamento que não é
necessário deve ser efetivo, independentemente
efetivo para atender o da dose)
Efetividade objetivo proposto,
caso contrário pode
ocasionar:
PRM4-doses
subterapêuticas (o paciente
recebe/ toma um
medicamento que não é
efetivo por baixa dose,
subdose

PRM5- superdosagem (o
paciente recebe/ toma um
medicamento que não é
Se o medicamento é seguro por excesso de dose)
necessário e está
sendo efetivo, deve
também estar sendo PRM6- - reações
seguro ao paciente, adversas/efeitos
Segurança caso contrário pode secundários/interações
ocasionar: medicamentosas (o paciente
recebe/toma um
medicamento que não é
seguro independentemente
da dose, por provocar
reações adversas, efeitos
Fonte: (SANTOS et al., 2007). secundários, interações
medicamentosas ou alergias)
27

Outra particularidade do método Dáder reside na valorização da etapa de


avaliação das informações em conjunto com a fase de estudo, viabilizando uma
análise mais sensata da literatura, ao passo que no Pharmacotherapy Workup (PW)
é mais elaborado a fase de planejamento dos cuidados que serão ofertados ao
paciente (CASTRO, 2004).

3.2.1.2 Método PW

Em 1988, Cipolle e colaboradores trabalhando na Universidade de Minnesota


desenvolveram a partir do modelo por Weed, modelo este que desenvolve um
raciocínio clínico e sistema de documentação adaptada à prática farmacêutica, o
primeiro método clinico específico para prática farmacêutica, Pharmacists Workup of
Drug Therapy (Estudo Farmacêutico da Terapia Medicamentosa), buscando artifícios
que colaborassem para prática de um novo modelo. Após algumas transformações,
atualmente o método é nomeado Pharmacotherapy Workup (PW), sendo também
conhecido como modelo de Minnesota (CIPOLLE et al.; 2000).

O PW foi empregado para farmácias comunitárias, sendo cabível para qualquer


usuário. Sua aplicação dá-se através de três etapas cíclicas e contínuas: avaliação,
desenvolvimento de um plano de cuidado e o acompanhamento da evolução do
paciente (HURLEY, 1998).

3.2.2 Etapas para aplicação do método

(a) Avaliação

Nesta etapa são recolhidas informações que permitam apurar a necessidade,


efetividade e segurança da farmacoterapia em uso e se há existência de PRM, além
de perceber e verificar se há adesão do paciente ao tratamento (Tabela 1 e figura 4).

Quadro 3: Atividades e responsabilidades do farmacêutico na fase de avaliação da farmacoterapia.

ATIVIDADES RESPONSABILIDADES

Conhecer o paciente Construir uma relação terapêutica


Determinar quem é o paciente, sua queixa
Tomar decisões racionais sobre a
principal, suas preocupações e
farmacoterapia
expectativas
Solicitar informações relevantes sobre o Tomar decisões racionais sobre a
paciente farmacoterapia
Fonte: CIPOLLE et al., 2004.
28

Figura 4. Dados a serem coletados na Avaliação Inicial do acompanhamento farmacoterapêutico

Dados Informações Informação


Demográficos sobre Clínica
Medicamento

Idade, gênero, Crenças, Razão para o


peso, altura; entendimentos e encontro ou
comportamentos; queixa;
Ocupação,
condições de História História clínica
moradia; medicamentosa; relevante;

Data de Alergia e RAM; História de


nascimento; doença atual e
Uso de drogas história familiar;
Escolaridade; ilícitas;
Revisão de
Profissão. Medicamentos de sistemas.
uso atual.

Fonte: (CIPOLLE et al., 2004)

Essa fase é a mais demorada e consome mais tempo, pois todo registro é feito
em um formulário de três páginas (Anexo A).

Nessa mesma fase é que se faz o raciocínio clínico para determinar os PRM,
por do qual se faz as interrogativas:

 O paciente tem indicação para cada umas das suas terapias medicamentosas
e cada uma das suas indicações estão sendo tratadas com a terapia
medicamentosa?
 Essas terapias medicamentosas são eficazes para sua condição sua médica?
 As terapias medicamentosas são seguras quanto possíveis?
 O paciente é capaz e desejoso de estar em conformidade com as terapias
medicamentosas como foram indicadas?

Avalia-se também quanto ao medicamento desejável ou não, dose, adesão e


reação adversa como mostra o quadro 2 seguinte (STRAND et al., 2004).
29

Quadro 4: Possíveis causas para o surgimento de PRMs.


Medicamento desnecessário

Não há indicação Clínica; Uso Produto inapropriado;


recreacional; Presença de contraindicação;

Medicamento Inefetivo
Terapia não farmacológica mais Medicamento não indicado
apropriada; para condição;

Condição refratária ao
Terapia dupla;
medicamento;

Tratamento de reação adversa Medicamento mais efetivo


evitável. disponível.

Dose Inefetiva; Dose alta;


Dose Baixa

Dose Alta
Frequência e duração inapropriada; Frequência muito curta;
Administração; Duração longa;
Armazenamento incorreto;
Interação medicamentosa;
Efeito Indesejável.

Paciente esquece-se de tomar;


Medicamento não seguro para o
paciente; Produto não acessível ao
paciente;
Reação Adversa

falta de acesso ao
Não Adesão

Reação alérgica; Administração medicamento;


incorreta; Impossibilidade de tomar,
administrar o produto;
paciente prefere não tomar;
Interação medicamentosa; não compreensão das
instruções;
Efeito indesejável. Paciente não pode pagar;

Necessidade de Medicamento Adicional

Condição não tratada;


Terapia sinergética;
Terapia preventiva.
Fonte: STRAND et al., 2004.
30

(b) Plano de Cuidado

Nessa etapa, será elaborado um plano de cuidado, para resolver os PRMs


encontrados na avaliação dos pacientes, impor metas terapêuticas a serem
almejadas, e prevenir o aparecimento de novos PRM, sendo todas essas ações de
acordo com o paciente. E é no plano de cuidado que se dá início e se decide o
processo do acompanhamento da evolução. Cada plano é registrado em um
formulário de uma página (CIPOLLE, et al., 2004).

(c) Acompanhamento da evolução do paciente

Do mesmo modo que há registro para o plano de cuidado deve ser procedido
o acompanhamento da evolução do paciente. Esta é terceira e última etapa, onde vai
avaliar os resultados obtidos através da implantação do plano de cuidado, surgimento
de novos PRM ou novos problemas associados à saúde, além de perceber os
sucessos ou fracassos alcançados ou os que ficaram a desejar. Nessa etapa são
realizadas as interferências farmacoterapêuticas com usos de indicação ou sugestão
de uma nova terapia por meio de um encaminhamento ao médico responsável pela
terapia passada, se preciso.

O Encaminhamento deve ser de modo orientado e compreensivo para o


paciente e que possam seguir suas orientações, além de garantir a compreensão para
outo profissional (Anexo B) (BRASIL, 2013).

3.2.2.1 Conceitos e Classificação de PRM usado pelo método PW

Em 1990, os autores do método PWDT foram os primeiros a definir e classificar


os PRM (MONTE; MOREIRA, 2005). O grupo Minnesota, define os PRM como
qualquer evento indesejável que o paciente apresente, que envolta ou que suspeita,
que interfere de forma real em uma evolução desejada do paciente (CIPOLLE, 2004).

Os PRM foram classificados em sete classes de acordo com os parâmetros de


necessidade, efetividade, segurança e adesão como mostra a Tabela 2 (STRAND,
2004).
31

Quadro 5: Classificação dos Problemas Farmacoterapêuticos de acordo com o grupo Minnesota

CLASSIFICAÇÃO PROBLEMA FARMACOTERAPÊUTICO

Necessidade PF 1: Necessita de tratamento farmacológico


adicional
PF 2: Tratamento farmacológico
desnecessário

Efetividade PF 3: Medicamento inadequado


PF 4: Dose do medicamento inferior à
necessidade

Segurança PF 5: Dose do medicamento superior à


necessidade
PF 6: Reação Adversa aos medicamentos

Adesão PF 7: Adesão inapropriada ao tratamento


farmacológico
Fonte: STRAND et al., 2004.

4. METODOLOGIA

4.1 Tipo de estudo


Trata-se de um estudo longitudinal, sendo um método de pesquisa que visa
analisar as variações nas caraterísticas dos mesmos elementos amostrais ao longo
de um longo período de tempo; descritivo, de abordagem qualitativa de forma a
compreender os objetos “em profundidade”, sendo-lhe atribuída a análise qualitativa
das informações. O estudo qualitativo é realizado a partir de entrevistas individuais ou
de discussões de grupos e, sua análise, é verticalizada em relação ao objeto de
estudo.

4.2 Local do estudo


O estudo foi desenvolvido no período de abril a dezembro de 2016 na Farmácia
Básica do município de Cuité-PB, localizado no Curimataú paraibano, com uma
população de 20.337 habitantes (IBGE, 2016). O município possui dez (10)
estabelecimentos de saúde com atendimento ambulatorial e atendimento médico em
várias especialidades, incluindo reumatologista (IBGE, 2009).
32

4.3 População e amostra

A população do estudo foi composta por usuários cadastrados na Farmácia


Básica do munício de Cuité – PB. Estavam cadastradas cento e setenta e nove
pessoas (179) em uso de alendronato de sódio. Dessas, cento e cinco (105) eram
residentes na área rural e 74 na área urbana.
Foram incluídas mulheres acima de 18 anos e que receberam o alendronato de
sódio na farmácia básica e que aceitaram participar do acompanhamento
farmacoterapêutico. Foram excluídos do estudo as mulheres que não atenderem aos
critérios de inclusão, sendo a amostra composta por 04 usuárias.

4.4 Procedimento de coleta de dados


O estudo aconteceu a partir da dispensação de alendronato de sódio na
Farmácia Básica, quando foi oferecido o serviço de acompanhamento
farmacoterapêutico às usuárias. Em seguida, foram marcados até 5 (CINCO)
encontros com as usuárias, a fim de realizar o seguimento. Utilizando o
Pharmacoterapy Workup of Drug Therapy (PWDT) foram identificadas as variáveis
sócio econômicas das usuárias, os PRMs e as intervenções farmacêuticas. Também
foi realizada uma entrevista com as usuárias a fim de obter a percepção das mesmas
acerca do serviço de acompanhamento farmacoterapêutico.
A coleta de dados foi realizada através de visita domiciliar às participantes do
estudo. Foi utilizado o método Pharmacotherapy Workup of Drug Therapy (PWDT)
(Anexo C). As entrevistas foram realizadas a partir de um roteiro de entrevista
(Apêndice A).

Durante as visitas domiciliares, as usuárias foram orientadas sobre o uso do


medicamento, uso da suplementação de vitamina D, realização dos métodos não
medicamentosos como a prática de exercícios físicos, bem como o acompanhamento
clínico e sua evolução.

4.5 Análise dos Dados

Os dados quantitativos foram apresentados em números absolutos. As


entrevistas das acompanhadas foram gravadas e transcritas na íntegra,
33

permanecendo a peculiaridade de cada uma, indagando no tema e questões


específicas de interesse na entrevista, além da própria realidade do estudo.

4.6 Considerações Éticas.

O presente estudo segue a Resolução 466/2012 e foi aprovado pelo Comitê de


Ética e Pesquisa do Hospital Universitário Alcides Carneiro (CEP/HUAC), sob o
autorização do CAAE com parecer de número 347.900. E o sigilo e o termo de
consentimento livre e esclarecido estão em Apêndice B.
34

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

O trabalho foi realizado com quatro (04) pacientes do sexo feminino, cuja média
de idade foi de 68 anos. Das quatro usuárias, três delas possuíam ensino fundamental
incompleto e a outra era não alfabetizada. As usuárias declararam possuir uma renda
média de dois (02) salários mínimos (Tabela 3).

Tabela 1. Características sócio demográficas e econômicas das pacientes em AF em tratamento de


osteoporose na Atenção Básica

Sexo
Feminino 4

Idade
m= 68 anos 3

Escolaridade
Ensino Fundamental Incompleto 3
Não alfabetizada 1

Renda
Até 1 salário mínimo 1
2 salários mínimos 2
Mais de 2 salários mínimos 1

Fonte: Dados da Pesquisa, 2016.

De acordo com o Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e


Estatística (2010), em Cuité, 1050 (um mil e cinquenta) mulheres correspondiam a
esse perfil socioeconômico, representando 5,16% da população aposentada no
munícipio.

Apenas três (03) usuárias completaram o acompanhamento


farmacoterapêutico, havendo uma (01) desistência durante a orientação.
35

Durante o trabalho foram realizadas até cinco (05) visitas por pacientes com
uma frequência de até 2 meses de intervalo uma da outra. O conflito de horário foi a
maior dificuldade para os encontros nos domicílios.

Vários medicamentos eram usados de forma contínua pelas pacientes para


várias morbidades autorreferidas, dentre essas: reumatismo, dislipidemia, hipertensão
arterial sistêmica, alergias, insônias, problemas cardíacos e osteoporose. Para cada
paciente havia uma média de 06 medicamentos em uso, totalizando 14 tipos de
medicamentos (Quadro 4).

Quadro 6- Medicamentos em uso pelas pacientes acompanhadas e suas respectivas indicações, abril
a dezembro, 2016.

INDICAÇÃO N Usuárias MEDICAMENTOS

Alendronato de sódio 70mg


Osteoporose 4 Colecalciferol + polivitamínico + carbonato de
cálcio (Calcitran D3 600mg)

Prednisona 5mg
Reumatismo 1
Sulfato de Hidroxicloroquina 400mg
Dislipidemia 2 Sinvastatina 10mg
Alergias 1 Dexclorfeniramina 2mg/5ml
Atenolol 25mg
Furosemida 20mg
HAS 4
Hidroclorotiazida 25 mg
Losartana Potássica 25mg
Diazepam 10mg
Insônia 2
Fenobarbital 100mg
Ácido acetilsalicílico 100mg
Problemas Cardíacos 2
Pregabalina 75mg
Fonte: Dados da pesquisa, 2016.

Estudo realizado por Galato e colaboradores (2010) relata que a polimedicação


em idosos é um fato que leva a um aumento nos perigos relacionados à PRMs,
proporcionando assim, interferências no resultado de saúde esperado do paciente em
terapia. Com o passar dos anos alguns fatores fisiológicos, como perda da massa
muscular, mecanismos homeostáticos e a capacidade de filtração e de excreção
podem ficar comprometidos, passando a dificultar a excreção, eliminação e
metabolização de drogas, acarretando acúmulos de substâncias tóxicas no organismo
36

e tendo como consequências o surgimento de efeitos adversos, além disso, o uso de


vários medicamentos simultâneos pode levar o idoso ao uso inadequado dos mesmos.

Durante o acompanhamento, duas (02) das quatro (04) pacientes realizaram


exames laboratoriais solicitados pelos médicos que as acompanhavam. Nestes
exames foram obtidos os seguintes resultados (Quadro 5):

Quadro 7- Resultados dos exames laboratoriais das pacientes acompanhadas, abril à dezembro, 2016.

EXAMES PACIENTES EM ACOMPANHAMENTO


J.F M.C H.D
Triglicerídeos 212mg/dL 141mg/dL X
Colesterol total 390mg/dL 234mg/dL X
Colesterol HDL 98mg/dL 58mg/dL X
DMO (coluna lombar l1-l4) X X -1,5 desvio padrão
Fêmur proximal direito X X - 1,4 desvio padrão
Fonte: Dados da pesquisa, 2016.

Mesmo já estando com os resultados, as pacientes tiveram dificuldades de


apresentar aos médicos que as acompanhavam, como relata a paciente M.C (69
anos) “para encontrar o médico é difícil e pra pegar uma ficha pra consulta também é
difícil”, o que evidencia a existência de barreiras que enfrentam para o acesso de
serviço de saúde no munícipio, o que gera uma insatisfação e espera no atendimento
(J.F, 66 anos).

Viegas e colaboradores (2015) mostram que desde a implantação do Sistema


Único de Saúde (SUS) os usuários estão insatisfeitos com a oferta de serviços
prestados, constituindo assim, dificuldade para o acesso de serviços de saúde dos
usuários que necessitam desse atendimento, tornando, sobretudo ainda um desafio
para quem necessite desses serviços.

A partir dos resultados dos exames laboratoriais, os médicos prescreveram o


tratamento farmacológico com estatinas (sinvastatina 20mg) para ajudar na redução
dos lipídeos e recomendaram uma dieta balanceada para eficácia no tratamento. A
dieta prescrita para as pacientes com informação incompreensível, informação
descrita pelas pacientes durante o AF, fez as mesmas alimentar-se de forma
indisciplinar, dessa forma, não havendo uma efetividade esperada no tratamento das
dislipidemias (XAVIER et al., 2013).
37

Consequência da dificuldade de acesso de serviços de saúde foi representada


pela ausência dos exames que diagnostica a osteoporose como confirmação da
patologia, insatisfação dessa que foi relatada por três (03) pacientes no
acompanhamento:

“Não possuo exame que comprovam o diagnóstico de osteoporose


porque é difícil conseguir uma ficha pra ser atendida pelo médico, e
quando somos atendidas, eles não passam exames, temos que
sempre pedir, e mesmo pedindo eles não passam, falam que os
sintomas já comprovam a doença. Por isso que não tenho nenhum”
(M.C, 69 anos).

“Não possuo exames que comprovam o diagnóstico da osteoporose


porquê quando o médico passou pra mim fazer, onde só é feito em
Campina Grande, eu fui tentar uma vaga no hospital lá, sendo que ia
demorar muito devido a quantidade de gente que já estava na minha
frente, voltei outras vezes e nunca conseguia, então acabei não indo
mais, já que o médico tinha já passado o tratamento, não ia mais ficar
insistindo nessa dificuldade” (J.F, 66 anos).

“Não tenho os exames que comprovam a osteoporose porque aqui no


município de Cuité não faz esses exames, e em Campina Grande é
muito difícil conseguir uma ficha no hospital para realizar esse tipo de
exame, e quando conseguimos a demora é grande pra conseguir fazer”
(E.D, 64 anos).

A dificuldade e o elevado custo do tratamento para o sistema de saúde tornam-


se impertinentes para a construção de medidas preventivas de fraturas osteoporóticas
capazes de amparar as pacientes durante o tratamento da osteoporose (BRASIL,
2014).

Em relação ao acompanhamento farmacoterapêutico, foram identificados os


PRM7 (adesão inapropriada ao tratamento) e PRM 6 (reação adversa ao tratamento)
(Tabela 3).

Tabela 2. Problemas Relacionados a Medicamentos identificados para cada paciente, abril-dezembro,


2016.

PACIENTE PRM ENCONTRADOS

Adesão inapropriada ao tratamento


E.D
Segurança (apenas no início do tratamento)
H.R
Adesão inapropriada ao tratamento e Segurança
J.F
Adesão inapropriada ao tratamento e Segurança
M.C
Fonte: Dados da pesquisa, 2016.
38

O principal PRM identificado foi o PRM7, tendo em vista que a maioria possuía
dificuldades de adesão ao tratamento. De forma a minimizar o PRM7 (adesão
inapropriada ao tratamento) foram feitas intervenções de acordo com as necessidades
de cada uma delas. O esquecimento era uma dos maiores relatos pelas
acompanhadas, devido o uso contínuo de vários medicamentos. Assim, foi criado para
cada paciente um depósito organizador de medicamentos com todos os
medicamentos em uso com seus horários e dias, como mostra a figura 5:

Figura 5. Intervenção farmacêutica 1 - depósito organizador dos medicamentos.

Fonte: Arquivo da autora, 2016.

Os depósitos ajudaram as pacientes a fazer o uso dos seus medicamentos


contínuos, pois foi colocado em lugar visível para que sempre se lembrassem de tomar
os medicamentos nos horários e dias certos. Para a paciente não alfabetizada, os
medicamentos foram colocados em envelopes coloridos para identificação (Figura 6).

Figura 6. Intervenção farmacêutica 2 - organização dos medicamentos por cores.


39

Fonte: Arquivo da autora, 2016.

A partir dessa intervenção, observou-se melhoria no relato da adesão ao


tratamento farmacológico, por ter permanecido em local visível. As usuárias
declararam que ao verem o depósito, tomavam o primeiro medicamento do dia e após
isso elas sempre observavam os horários dos outros medicamentos no decorrer do
dia, o que ajudou a uma melhor adesão ao tratamento, diminuindo assim o
esquecimento.

Contudo, percebe-se que mesmo com as intervenções realizadas para


melhorar a adesão ao tratamento, não houve controle da pressão arterial das
pacientes, o que pode ser atribuída ainda à polimedicação, pois continuava sendo
ainda um problema para inefetividade no tratamento das morbidades (quadro 6):

Quadro 8- Parâmetros da pressão arterial das pacientes por visitas domiciliares, abril – dezembro,
2016.

PARÂMETROS DA PA POR VISITA

PACIENTE 1ª 2ª 3ª 4ª 5ª

15x9 mmHg 14x9 mmHg 13x7 mmHg 13x9 mmHg 15x9 mmHg
E.D
H.R 11x7 mmHg 11x8 mmHg 11x7 mmHg 11x9 mmHg

J.F 15x8 mmHg 14x9 mmHg

M.C 12x7 mmHg 15x9 mmHg 12x8 mmHg 12x7 mmHg 12x7 mmHg
Fonte: Dados da pesquisa, 2016.

Todas as pacientes apresentaram PRM de segurança (PRM6), relatando-se


mal estar ao deglutir o alendronato de sódio em jejum. Ressaltando que, ao longo do
40

acompanhamento elas compartilharam que tomavam o medicamento com pouca


água.

Ao longo do uso do alendronato de sódio algumas reações adversas podem


surgir durante o tratamento, entre elas a esofagite, ou seja, uma inflamação na parte
superior da mucosa gastrintestinal, causando assim um mal-estar ao deglutir o
medicamento, isso sendo causada na maioria das vezes pela forma incorreta da
ingestão do medicamento: ingestão com um copo cheio de água ( não utilizar outros
líquidos como café, sucos, leites), para que o medicamento chegue diretamente ao
estômago e assim diminuir o potencial de inflamação da esofagite, com 30 minutos
antes da primeira refeição e deitar pelo menos 30 minutos após a ingestão (MENEZES
et.al, 2009).

Diante desse problema para as pacientes, o plano de cuidado para cada


paciente baseou-se na orientação da forma correta para melhor segurança e adesão
ao tratamento. Foram avaliadas as formas que antes elas faziam a ingestão do
alendronato de sódio, observando-se que havia a ingestão insuficiente de água. Uma
usuária informou que para minimizar esse incômodo teria já tomado com leite ou outro
líquido sem ser água. Feita a orientação, nas visitas seguintes as usuárias informaram
que passaram a ingerir o medicamento da forma correta e tiveram como resultado a
redução do mal estar que sentiam ao deglutir. Como J.F de 66 anos relata:

“Antes não conseguia tomar o remédio em jejum porque passava


mal, e tomava com pouca água, após o acompanhamento que você
fez comigo, tive a informação de tomar com bastante água, a qual
fez e diminuiu muito o mal-estar ao engolir o comprimido” (J.F, 66
anos).

Com relação ao tratamento não farmacológico, uma das pacientes caminhava


todos os dias que possível, e as outras três não praticava nenhuma atividade física.
Sabe-se que a prática de atividades físicas é de suma importância para preservação
da densidade mineral óssea e para o tratamento da osteoporose. Estudos mostram
que exercícios como corridas, caminhadas, exercícios de equilíbrio e coordenação
apresentam benefícios e melhorias múltiplas no tratamento de osteoporose,
diminuindo a perda óssea e fortalecendo a musculatura, prevenindo assim futuras
fraturas decorrentes de quedas (BORGES; SANTOS, 2010).
41

Para contribuir com o tratamento não farmacológico, cada paciente foi


orientada a praticar uma atividade física, para dar efetividade ainda mais ao
tratamento de osteoporose. As mesmas foram orientadas a caminhar no mínimo trinta
(30) minutos diariamente após o uso do alendronato de sódio, para que pudessem
absorver a vitamina D da luz solar (BRASIL, 2014). Além de fazer mudanças nos
hábitos alimentares, acrescentando em suas dietas peixes, ovos, fígado, feijão, leite
e seus derivados, como também folhas verdes, brócolis e espinafres.

A paciente que possuía um cuidador não passava por esta dificuldade. Visto
que correntemente, a família é à base de suporte a qual recorrem para resolução de
problemas. É neste contexto que se evidencia a necessidade de participação familiar
para dar suporte às dificuldades encontradas pelos idosos, para que os mesmos não
abandonem o tratamento, já que a vida em família influencia à promoção da saúde de
seus membros (CONTIEIRO et. al.; 2009).

O consumo de medicamentos é algo bem complexo, principalmente voltado


para a faixa etária de idosos, devido à fragilidade e inúmeras morbidades que algumas
apresentam, passando ao uso de mais de um medicamento, podendo haver a
existência de interações medicamentosas se não forem bem orientadas ou
acompanhadas. A presença de um farmacêutico no tratamento fomenta a segurança
e eficácia na terapia medicamentosa dos pacientes, a qual isso pôde ser colocado e
visto em prática no decorrer de todo esse trabalho com a colaboração e contribuição
das pacientes durante todo o acompanhamento com elas (GALATO, et al. 2010;
REVISTA BRASILEIRA DE FARMÁCIA, 2016).

Corroborando tudo o que foi feito neste trabalho, temos como resultado os
relatos das pacientes no desfecho do acompanhamento sobre a importância do papel
do farmacêutico durante o trabalho realizado e o que somaram na vida delas:

“É muito importante que o farmacêutico nos acompanhe, pois tira


nossas dúvidas sobre os remédios que tomamos, além de nos
esclarecer tudo sobre a osteoporose e os problemas de saúde que
tenho, e isso hoje eu estou sabendo” (M.C, 69 anos).

“É importante demais o que o acompanhamento do farmacêutico, pois


faz o papel que o médico deveria fazer quando passa o remédio, e só
durante o acompanhamento que tive orientações sobre de como fazer
o tratamento correto da osteoporose, além de que me orientou a forma
correta do uso de todos os meus remédios” (J.F, 66 anos).
42

Entre as limitações do trabalho está a pequena amostra, porém por se tratar de


abordagem qualitativa, não invalida a importância do trabalho. Outro importante fator
limitante pôde-se atribuir a falta de um trabalho multidisciplinar, o que dificultou a
aceitação das usuárias da Farmácia Básica em participar do acompanhamento,
tornando algo fora do cotidiano para as mesmas. Salienta-se que em algumas vezes,
houve dificuldade de encontra-las em casa, apesar desse obstáculo, não houve
dificuldades em interação com o serviço da saúde e durante o período de
desenvolvimento do trabalho não se verificou falta dos Medicamentos na Farmácia
Básica.
43

6. CONCLUSÕES

Diante da experiência das usuárias, percebeu-se a dificuldade na resolutividade


dos serviços de saúde e a importância da necessidade da implantação efetiva da
atenção básica para os usuários, tendo em vista os relatos de dificuldade de acesso
a exames e consultas médicas.

A partir do acompanhamento farmacoterapêutico, foram identificadas a adesão


inapropriada e a insegurança como principais problemas relacionados a
medicamentos e para diminuir esses PRMs foi implantado depósitos organizadores
de medicamentos afim de aderir as usuárias ao tratamento, minimizando o
esquecimento. Sendo possível assim, contribuir na sensibilização quanto ao uso
adequado e correto dos medicamentos e aos problemas relacionados ao seu mau
uso, destacando assim a importância da atuação do farmacêutico no cuidado à saúde.

Desta forma, o farmacêutico sendo o responsável pelo cuidado e atenção, por


meio de ações, orientações terapêuticas e implantações de terapias alternativas e
complementares, estabelece uma relação de comprometimento, respeito e confiança
com as usuárias, promovendo assim, a prevenção, identificação, resolução de
problemas relacionados à farmacoterapia e uma adesão do paciente ao tratamento,
buscando efetivamente uma melhoria na vida e saúde dos mesmos.
44

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50

ANEXOS

ANEXO A

SEGUIMENTO FARMACOTERAPÊUTICO DE PACIENTES EM USO DE


ALENDRONATO SÓDICO

AVALIAÇÃO INICIAL
Data do atendimento:

IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE
Nome:
Endereço:
Cidade: Gênero: ( ) Masculino ( ) Feminino
CEP: Telefone: Celular:

INFORMAÇÕES DEMOGRÁFICAS
Idade: Data de nascimento:
Peso: Peso ideal: Glicemia:
Altura: IMC: Circ. abdm:
Profissão: Escolaridade:
Renda familiar: Estado civil:

HÁBITOS DE VIDA
Atividade de lazer:

Atividade física: Orientada pelo médico? SIM ( ) NÃO ( )

CIGARRO ( ) 1 cigarro diário


( ) > 1 cigarro diário
NÃO USA ( ) ( ) Intenção de deixar de fumar

( ) < 2 xícaras/dia
CAFEÍNA
( ) 2 a 6 xícaras/dia
( ) > 6 xícaras/dia
NÃO CONSOME ( )
( ) Dependência
( ) < 2 copos/semana
ÁLCOOL
( ) 2 a 6 copos/semana
( ) > 6 copos/semana
NÃO CONSOME ( )
( ) Dependência
Outras substâncias: SIM ( ) NÃO ( ) Quais?

Uso de plantas medicinais: SIM ( ) NÃO ( ) Quais?


51

RAM E ALERTAS
História de alergia a medicamentos e outros:

História de reações adversas a medicamentos:

Outros alertas / necessidades especiais (visão/audição/mobilidade/deficiência física ou mental:

HISTÓRIA MÉDICA
Doenças anteriores:

Cirurgias:

Internações:

Outras:

PROBLEMAS MÉDICOS
Indicação Medicamento Posologia prescrita Posologia RNM
adotada

AVALIAÇÃO ESPECÍFICA – OSTEOPOROSE


Primeira vez que faz tratamento para a osteoporose?
SIM ( ) NÃO ( ) – Quais os medicamentos já utilizados e por quanto tempo?

Possui prescrição de suplementação de cálcio e de vitamina D?


NÃO ( ) – Encaminhar para avaliação do médico
SIM ( ) – Orientar o paciente

Realiza as medidas não medicamentosas indicadas no Protocolo?


52

NÃO ( ) – Estimular exercícios físicos, adotar medidas de prevenção de quedas, desencorajar


tabagismo e uso excessivo de álcool. Exposição solar da face, tronco e braços antes das 10 horas ou
após as 16 horas por no mínimo 15 minutos, 2 a 4x/semana, salvo por contraindicação dermatológica
SIM ( ) – Quais?

REVISÃO FARMACOLÓGICA POR SISTEMAS


Falta de apetite Dor no peito
Dores Dislipidemia
GERAL
Dor de cabeça CARDIOVASCULAR Hipertensão
Vertigem Infarto
Hipotensão
Problemas de visão
ortostática
Diminuição da audição Dor abdominal
Zumbido Náuseas
ÓRGÃOS DOS
SENTIDOS Rinite alérgica Vômitos
GASTRINTESTINAL
Glaucoma Diarreia
Hemoptise Constipação
Epistaxe Dor epigástrica
Asma Hematomas
Dispneia Petequias
RESPIRATÓRIO
Taquipneia HEMATOPOIÉTICO Equimoses
Sibilos Sangramentos
Parestesias/
Anemia
Adormecimento
Perda de equilíbrio Dismenorreia
Zumbido Incontinência
NEURO/ Depressão/ideias Diminuição da
PSIQUIÁTRICO suicidas libido
REPRODUTIVO
Fluido vaginal ou
Ansiedade/nervosismo
prurido
Perda de memória Impotência
Convulsões/tremores Ondas de calor
Poliúria Artrite
Disúria MUSCULO- Tendinite
RENAL/URINÁRIO
Hematúria ESQUELÉTICO Dor muscular
Disfunção renal Dor nas costas
Eczema AIDS
DOENÇAS
PELE Psoríase Malária
INFECCIOSAS
Prurido/rash Sífilis
53

Cirrose Gonorreia
HEPÁTICO
Hepatite Herpes
Diabetes Tuberculose
ENDÓCRINO Hipotireoidismo Clamídia
Sintomas menopausa Dengue
54

ANEXO B
55

ANEXO C – SEGUIMENTO FARMACOTERAPÊUTICO - PHARMACOTHERAPY


WORKUP (PHARMACOTHERAPY WORKUP NOTES, 2012)
Experiência Farmacoterapêutica do paciente
Experiência
Farmacoterapêutica do
paciente
56
Problemas Médicos AtuaisAlergias e Alertas
57
Informações História História
Nutricionais Médica Farmacoterapêuti
ca

Atividade
Física
58
Revisão Farmacológica por Sistemas
59
Problemas relacionados com Problemas relacionados com
medicamentos medicamentos
60
61

Problemas relacionados com


medicamentos

Não há problemas relacionados


com medicamentos

Indicação:
(Descrição e história da doença, problema médico,
incluindo os tratamentos prévios e seus resultados)
Metas terapêuticas: (Melhora ou normalização de
sinas/sintomas/testes laboratoriais ou redução de
risco)
1.
2.
62

Plano Farmacoterapêutico: (incluindo farmacoterapia


atual e alterações)

Problema médico:
Efetividade
63
64

Data:
65

APÊNDICES

APÊNDICE A: Entrevista Para as Pacientes em Acompanhamento


Farmacoterapêutico em Tratamento de Osteoporose na Atenção Básica

1) Quais as principais dificuldades encontradas pela senhora para o seu


tratamento?

2) A senhora tem alguma dúvida sobre a doença e sobre os medicamentos?

3) Como a senhora se sentiu durante o acompanhamento? Quais as vantagens e


desvantagens de ter o acompanhamento?

4) Você gostaria que houvesse continuidade? Por que?

5) Você acha que todas as pessoas deveriam ter esse tipo de atendimento? Por
que?
66

APÊNDICE B: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Estudo: “ACOMPANHAMENTO FARMACOTERAPÊUTICO PARA PACIENTES EM


TRATAMENTO DE OSTEOPOROSE”.

A paciente __________________________________________, sob sua


responsabilidade, está sendo convidado (a) como voluntário (a) a participar do
Acompanhamento Farmacoterapêutico voltado ao “ACOMPANHAMENTO
FARMACOTERAPÊUTICO PARA PACIENTES EM TRATAMENTO DE
OSTEOPOROSE”. Nesses serviços farmacêuticos, pretendemos conhecer mais
sobre o uso do alendronato de sódio, quais os medicamentos mais utilizados, os
principais fatores que estão relacionados com o seu uso etc.

O motivo que nos leva a fazer o estudo é estudar sobre os problemas que
interferem no tratamento medicamentoso, as dificuldades que o paciente apresenta
para uma adesão satisfatória no tratamento e a efetividade e segurança do uso dos
medicamentos, além de conhecer a alguns fatores socioeconômicos das usuárias.
Para esta pesquisa nós iremos aplicar um formulário com perguntas referentes
ao uso e a terapia medicamentosa, cuja receita médica seja apresentada na Farmácia
Básica do município.
Os riscos desta pesquisa são mínimos, uma vez que não será necessária a
realização de intervenções ou modificações fisiológicas, como intervenções nas
variáveis psicológicas e ̸ ou sociais nos participantes da pesquisa de forma
intencional. Será realizado cinco visitas domiciliar no decorrer do estudo. Os possíveis
riscos, embora não previsíveis poderão estar relacionados ao desconforto do
entrevistado ao ser abordado em perguntas relacionadas à situação econômica da
família, utilização de medicamentos de uso crônico, forma de aquisição de
medicamentos etc. Para minimizar tal risco a entrevista far-se-á em local adequado,
de modo sigiloso e confidencial.
Para participar desta pesquisa, a paciente sob sua responsabilidade não terá
nenhum custo, nem receberá qualquer vantagem financeira. Apesar disso, caso sejam
identificados e comprovados danos provenientes desta pesquisa, ele tem assegurado
o direito à indenização. Ela será esclarecida em qualquer aspecto que desejar e estará
67

livre para participar ou recusar-se a participar. A Senhora como responsável, poderá


retirar seu consentimento ou interromper a participação dela a qualquer momento. A
participação dela é voluntária e a recusa em participar não acarretará qualquer
penalidade ou modificação na forma em que é atendido (a) pelo pesquisador que irá
tratar a identidade do menor com padrões profissionais de sigilo.
A pesquisa servirá de auxílio aos gestores e pesquisadores da área para que
possam entender mais sobre o tratamento da osteoporose do município e desta forma
trabalhem em conjunto em busca de melhorias neste aspecto. Os resultados estarão
à sua disposição quando finalizada a pesquisa. O nome ou o material que indique a
participação da paciente não será liberado sem a sua permissão. Os dados e
instrumentos utilizados na pesquisa ficarão arquivados com o pesquisador
responsável, por um período de 5(cinco) anos, e após esse tempo serão destruídos.
Este termo de consentimento encontra-se impresso em duas vias originais, sendo que
uma será arquivada pelo pesquisador responsável, no campus da UFCG-CES no
município de Cuité, e a outra será fornecida a Sra.
Eu, _________________________________________, portadora do
documento de Identidade ____________________, fui informada dos objetivos do
presente estudo de maneira clara e detalhada e esclareci minhas dúvidas. Sei que a
qualquer momento poderei solicitar novas informações e modificar a decisão do menor
sob minha responsabilidade de participar, se assim o desejar. Recebi uma via original
deste termo de consentimento livre e esclarecido e me foi dada a oportunidade de ler
e esclarecer as minhas dúvidas.

Cuité, ____ de ______________ de 2016.

__________________________ ____________________________

Assinatura participante Assinatura pesquisador

Em caso de dúvidas com respeito aos aspectos éticos desta pesquisa, você poderá
consultar:
Nome do Pesquisador Responsável: Andrezza Duarte Farias
Endereço: Sítio Olho d’Água da Bica, Sn Zona Rural
CEP: 58175-000 / Cuité - PB
68

Fone: (83) 96069977/ 3372 1900/1984


E-mail:[email protected]
FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA NA FONTE
Responsabilidade Msc. Jesiel Ferreira Gomes – CRB 15 – 256

C837a Costa, Illana Janik Santos da.

Acompanhamento farmacoterapêutico para pacientes


em tratamento de osteoporose na atenção básica. / Illana
Janik Santos da Costa. – Cuité: CES, 2017.

69 fl.

Monografia (Curso de Graduação em Farmácia) – Centro


de Educação e Saúde / UFCG, 2017.

Orientadora: Andrezza Duarte Farias.

1. Osteoporose. 2. Acompanhamento farmacoterapêutico.


3. Serviços comunitários de farmácia. I. Título.

Biblioteca do CES - UFCG CDU 616.71-007.234

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