O Que A Bíblia Diz - A Lei, Os Dez Mandamentos e A Guarda Do Sábado
O Que A Bíblia Diz - A Lei, Os Dez Mandamentos e A Guarda Do Sábado
O Que A Bíblia Diz - A Lei, Os Dez Mandamentos e A Guarda Do Sábado
1. A Lei do Senhor
Será que há diferença para os autores bíblicos em relação a Lei do Senhor e a Lei de
Moisés? Será que a Lei do Senhor se refere a Lei Moral e Sanitária, enquanto que a Lei de
Moisés se refere a Lei Cerimonial? O que a Bíblia diz?
A passagem bíblica onde a expressão Lei do Senhor e Lei de Moisés aparecem juntas é
Lucas 2.22-24. Nesta passagem podemos ver claramente que para o autor bíblico não há
distinção entre Lei do Senhor e Lei de Moisés. Na verdade, estas duas expressões são
sinônimas, ou seja, referem-se a mesma Lei. Os autores da Bíblia não fazem separação da
Lei. Para eles a Lei é o Pentateuco, os cinco primeiros livros da Bíblia (Gênesis, Êxodo,
Levíticos, Números e Deuteronômio), a Torah dos judeus.
Confira:
a) Gálatas 4.21,22 – faz referência a Gênesis 16.15; 21.2.
b) Lucas 2.23 – faz referência a Êxodo 13.2.
c) Lucas 2.24 – faz referência a Levítico 12.6-8.
d) Atos 21.24 – faz referência a Números 6.13-20.
e) Lucas 10.25-27 – faz referência a Deuteronômio 6.5.
A divisão da Lei em Lei Moral, Lei Civil, Lei Sanitária e Lei Cerimonial foi criada a muito
tempo com o único intuito de facilitar o estudo da Lei; contudo esta divisão é apenas
artificial*, ela não existe na Bíblia. Tanto a Lei de Moisés como a Lei de Deus são uma única
Lei (Neemias 8.1-3,8).
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*Os próprios adventistas pensam assim: “Seria útil classificarmos as leis do Velho Testamento em
várias categorias: 1) Moral; 2) Cerimonial; 3) Civil; 4) Estatutos e juízos; 5) Leis de Saúde. Esta
classificação é em parte artificial.” (Lição da escola Sabatina, p.18 de 08/01/1980).
3. O Motivo da Lei
Por que Deus entregou a Lei ao povo de Israel se ela passaria? Para que existe a Lei? É
ela má? O que a Bíblia diz?
A Bíblia nos diz em Gálatas 3.19 que a Lei foi promulgada por causa das transgressões,
ou seja, Deus entregou a Lei para que o pecado fosse manifesto (Rm 3.20) e sua ação
pudesse ser limitada.
A Lei existe para que o homem possa reconhecer que é um pecador e que necessita se
arrepender. De fato, em Gálatas 3.23-25, o apóstolo Paulo nos diz que a Lei serviu como
uma babá até que viéssemos a conhecer Jesus e nEle crer. A Lei não é má (Rm 7.12), pois
foi entregue pelo próprio Deus com o intuito de nos guiar até Cristo. Contudo, uma vez que
cremos em Cristo, já não estamos mais obrigados a viver segundo esta Lei (Rm 7.6), pois
agora viveremos de acordo com a Lei de Cristo (1Co 9.20,21) que é o ministério do Espírito,
manifestado nos evangelhos e nas epístolas. Não viveremos em pecado, pois somos
guiados pelo Espírito (Rm 8.14).
Para aqueles que não conhecem ainda a Cristo como Salvador e Senhor, esta Lei ainda
está em vigor, pois eles ainda não creram na obra de Cristo e ainda estão debaixo de
maldição (Gl 3.10). Mas para aqueles que têm atendido o chamado de Deus, o escrito de
dívida com a Lei foi removido (Cl 2.14).
Resposta: De fato Jesus guardou o sábado (Lc 4.16), contudo isto não significa que
o cristão esteja obrigado moralmente a guardá-lo. Visto que Jesus também era
judeu, ele não somente guardou o sábado, mas toda a lei; Jesus foi circuncidado,
guardou a Páscoa e todas as outras festividades judaicas, segundo o que prescrevia
a Lei. A Bíblia diz em Gl 4.4-5 que Jesus nasceu sob a Lei, ou seja, sobre o regime
da Lei, para resgatar os que estavam sob a Lei. Assim, o fato de Jesus ter guardado
o sábado não implica que todos os cristãos tenham de guardá-lo, pois do contrário
teriam de guardar todos os demais preceitos da Lei.
Resposta: O fato de Paulo e Barnabé irem as sinagogas no sábado não significa que
eles estavam guardando-o, mas sim que eles estavam aproveitando a oportunidade
em que os judeus se reunião nas sinagogas para evangelizá-los. Mesmo que Paulo
tivesse guardado o sábado não significa que devemos, visto que a Bíblia diz que ele
também fez o voto de nazireu, prescrito em Nm 6.1-21 e raspou a sua cabeça (At
18.18; 21.22-26), circuncidou a Timóteo (At 16.1-3) e queria passar o dia de
Pentecostes em Jerusalém (At 20.16). Na verdade, Paulo fez tudo isso com o intuito
de ganhar os judeus para Cristo (1 Co 9.20).
Resposta: Embora esta passagem diga que elas guardaram o sábado ela não pode
ser usada para provar que os cristãos o guardavam, visto que estas mulheres eram
judias e ainda não compreendiam a obra que Jesus veio fazer, pois, em Lc 24.1, no
domingo, quando Jesus disse que haveria de ressuscitar, elas levaram aromas para
passarem no corpo dEle, por não compreenderem que Ele haveria de ressuscitar
neste dia. Até mesmo os seus discípulos não haviam compreendido que ele
ressuscitaria (Lc 24.21). Ademais, muitos judeus que se convertiam ao cristianismo
continuaram a guardar o sábado como dia de adoração.
d) O sábado é o selo de Deus para aqueles que serão salvos? O que a Bíblia diz?
Resposta: A Bíblia nos diz que o sábado era o sinal de Deus com o povo de Israel
(Êx 31.17), mas em relação ao cristão, a Bíblia diz que o Espírito Santo é o selo de
Deus para a salvação (Ef 1.13). Ver o sábado como selo de salvação é um perigo,
pois a Bíblia diz que, se alguém confia na guarda da lei para ser salvo, este não tem
parte com Cristo (Gl 5.4).
e) De acordo com Is 66.23, o sábado será guardado na eternidade? O que a Bíblia diz?
Resposta: Nesta passagem adorar a Deus de um sábado a outro não significa que
guardaremos o sábado tal qual está prescrito na Lei, mas sim que continuamente
estaremos adorando a Deus. A Bíblia também diz que “de uma Festa da Lua Nova
a outra” adoraremos a Deus, mas não guardamos as Festas da Lua Nova, visto que
a Festa da Lua Nova era uma festividade que era comemorada todos os meses pelos
judeus, onde no início de cada mês eram tocadas trombetas. Isto significa que de
mês a mês (de uma Festa da Lua Nova a outra) e de semana a semana (de um
sábado a outro) estaremos adorando a Deus e não que guardaremos o sábado na
eternidade como está prescrito na lei.
7. A Guarda do Domingo
Os primeiros cristãos da Bíblia guardavam o sábado ou o domingo? O que os Pais da Igreja
e os primeiros escritos dos cristãos ensinaram sobre qual dia devemos separar para adorar
a Deus?
Resposta: Os judeus que se convertiam a Cristo continuaram a guardar o sábado como dia
de adoração a Deus, mas os cristãos gentios passaram a guardar o domingo por ser este
o dia em que Jesus ressuscitou. De fato, os cristãos faziam cultos, celebravam a Ceia (At
20.7) e faziam coletas de alimentos (1 Co 16.2) no domingo.
Vejamos o que os primeiros Pais da Igreja disseram:
Didaqué (Ensino dos Apóstolos), cap. 14 (80-120 d.C.):
“Reúnam-se no dia do Senhor para partir o pão e agradecer, depois de ser confessado os
pecados, para que o sacrifício de vocês seja puro.”
Inácio de Antioquia (discípulo do apóstolo João), Carta aos Magnésios, cap. 8-9 (107
d.C.):
“Não vos deixeis enganar por doutrinas heterodoxas nem por velhas fábulas que são
inúteis. Com efeito, se ainda vivemos segundo a lei, admitimos que não recebemos a
graça [...]. Aqueles que viviam na antiga ordem de coisas chegaram à nova esperança, e
não observam mais o sábado, mas o dia do Senhor, em que a nossa vida se levantou por
meio dele e da sua morte. Alguns negam isso, mas é por meio desse mistério que
recebemos a fé e no qual perseveramos para ser discípulos de Jesus Cristo, nosso único
Mestre.”
“No dia que se chama do sol, celebra-se uma reunião de todos os que moram nas cidades
ou nos campos, e aí se leem, enquanto o tempo o permite, as memórias dos apóstolos ou
os escritos dos profetas.”
“Da mesma maneira, se dedicamos o dia do sol (Domingo) para nossas celebrações, é por
uma razão muito diferente da dos adoradores do sol. Temos alguma semelhança convosco
que dedicais o dia de Saturno (Sábado) para repouso e prazer, embora também estejais
muito distantes dos costumes judeus, os quais certamente ignorais.”
“Deve ser ordenado bispo aquele que tenha sido eleito incontestavelmente por todo o povo.
Quando for chamado por seu nome e aceito por todos, reunir-se-ão, no domingo, todo o
povo, o presbitério e os bispos.”
“No domingo pela manhã, o bispo distribuirá a comunhão, se puder, a todo o povo com as
próprias mãos, cabendo aos diáconos o partir do pão”.