Avaliação Neuropsicológica Iii 2022.1
Avaliação Neuropsicológica Iii 2022.1
Avaliação Neuropsicológica Iii 2022.1
OBJETIVOS E INSTRUMENTOS
Profa. Edna Souza
Recife/PE
AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA III: OBJETIVOS E INSTRUMENTOS
(Texto adaptado para estudo em sala de aula)
AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA
2
epilépticas localizadas, repercutindo em disfunções mnêmicas transitórias ou
recorrentes).
REFERÊNCIAS
BARBIZET, J., DUIZABO, P. Manual de neuropsicologia. São Pulo: Ed. Masson do Brasil, 1985.
3
CONSIDERAÇÕES SOBRE TEORIA ATENCIONAL
(Apostila Didática - para uso em sala de aula)
O DESENVOLVIMENTO DA ATENÇÃO
O CONTEXTO DA ATENÇÃO
SISTEMAS DE ATENÇÃO
5
As áreas do cérebro relacionadas com este sistema são o córtex parietal
posterior, o núcleo pulvinar lateral do tálamo e o colículo superior.
• Sistema Atencional Anterior (SAA) ou Sistema de Execução: este sistema é
responsável da Atenção Seletiva, Atenção Constante e Atenção Dividida.
Está estreitamente vinculado com o córtex pré-frontal dorsolateral, o córtex
orbito-frontal, o córtex cingulado anterior, a área motora suplementar e o
neoestriado (núcleo estriado).
TIPO DE ATENÇÃO
EXEMPLOS DE ATENÇÃO
1. Quando dirigimos, estamos quase que constantemente usando todos os nossos
subprocessos de atenção. Temos que estar atentos (excitação), temos que focar a
nossa atenção nos estímulos da estrada (atenção focada), prestar atenção durante
longos períodos de tempo (atenção constante), evitar distrações causadas por
estímulos irrelevantes (atenção seletiva), ser capazes de alterar a atenção ao passar
de uma pista para outra, ver os espelhos e quem vem atrás na pista (atenção alternada)
e ser capazes de realizar todas essas ações necessárias para dirigir, usando os pedais,
girando o volante e mudando de marchas (atenção dividida).
TRANSTORNOS DE ATENÇÃO
REFERÊNCIA
GAZZANIGA, M. S., IVRY, R. B., MANGUN, G. R. Neurociência cognitiva. Porto Alegre: Artmed, 2006.
KENNY, J.T, MELTZER, H.Y. Attentional and higher cortical functions in schizophrenia. J.
Neuropsychiatry Clin Neurosci. 1991;3(3):269-75.
LENT, R. Cem bilhões de neurônios: conceitos fundamentais de neurociência. São Paulo: Editora
Atheneu, 2001.
8
TESTE DE ATENÇÃO CONCENTRADA - AC
(Texto exclusivo para uso em sala de aula)
VERSÃO ATUALIZADA DO AC
O teste de Atenção Concentrada (AC) foi criado pelo psicólogo Suzy Cambraia
e publicado pela primeira vez em1967. A versão atual do AC conta com duas variáveis
importantes: a orientação espacial e a cor. Há três estímulos estilizados (símbolos), a
partir de um triângulo com a ponta em flecha e se apresenta com três posições e cores
diferentes. Ele permite avaliar erros cometidos por ação e por omissões, entre as 21
linhas, cada qual com 21 símbolos. Em cada linha horizontal devem ser cancelados
sempre sete símbolos(um terço do total da linha), chegando-se a um resultado bruto,
o qual é classificado por meio das normas percentílicas por escolaridade para adultos.
A atenção é uma função cognitiva de alta complexidade e nela estão implicados
numerosos subprocessos, como percepção, intenção e ação, sendo que os testes de
cancelamento com lápis e papel são testes de performance continuada, que avaliam a
atenção sustentada, enfatizando também aspectos da atenção visual.
ANÁLISE QUANTITATIVA DO AC
A correção é feita contando-se as figuras que foram riscadas e que estão dentro
dos círculos do crivo. Caso ocorra um erro e o examinando observar na hora, pede-se
de circule e não contará como erro, no caso de ter esquecido de marcas uma figura o
examinador com uma caneta de cor diferente circule e conte como omissão, se caso
a figura for assinalada errada, o examinador deverá realizar um traço perpendicular
9
oposto ao do examinado. Dessa forma, é obtido o total de acertos (A). depois conta-
se os erros (E). depois contar o total das omissões.
Deve-se aplicar a fórmula P = A – (E +O), de posse do total de pontos, o
psicólogo deverá procurar na tabela mas apropriada para o examinando o percentil
correspondente ao total de pontos.
10
REFERÊNCIAS
BENCZIK, E. B. P., CASELLA, E.B. Atenção. In: SCHELINI, P. W. Alguns domínios da avaliação
psicológica. Campinas: Alínea Editora; 2007.
COUTINHO, G., ARAÚJO, C. Subtipos clínicos de TDAH e seus achados neurobiológicos. In: VALLE, L.
Neuropsiquiatria: infância e adolescência. ABENEPI. Rio de Janeiro: Wak, 2006.
MORAES, C., CIASCA, S.M., RIBEIRO, M.V.M. Problemas escolares e sua associação com o transtorno
de déficit de atenção e hiperatividade. In: VALLE, L. Neuropsiquiatria: infância e adolescência. ABENEPI.
Rio de Janeiro: Wak, 2006.
RUEDA, F. J. M. Bateria psicológica para avaliação da atenção (BPA). São Paulo: Vetor; 2013.
11
TESTE DE INTELIGÊNCIA NÃO VERBAL R-2
(TEXTO EXCLUSIVO PARA USO EM SALA DE AULA)
INTELIGÊNCIA
DESCRIÇÃO DO R-2
O R-2 Teste Não Verbal de Inteligência para Crianças, foi elaborado por Rynaldo
de Oliveira com base no Teste de Matrizes Progressiva Colorida de Raven, segundo o
autor o R-2 “apresenta uma variedade de tarefas que se pressupõe serem uma
amostragem adequada das funções intelectuais mais importantes”.
O Teste R-2 se propõe a avaliar o fator G de inteligência (basicamente o que
Raven chamou de capacidade edutiva) de crianças com idades entre 5 e 11 anos. É
composto por 30 pranchas, ou cartões, com figuras coloridas, a serem aplicadas na
sequência de sua numeração, com figuras de objetos concretos ou figuras abstratas,
constituindo-se de uma figura com uma parte faltando e alternativas colocadas abaixo
desta figura, entre as quais está a parte que falta. As respostas devem ser registradas
pelo aplicador.
A aplicação do teste com o conjunto de pranchas é individual, uma vez que o
examinador apresenta à criança uma prancha de cada vez, sucessivamente. O
instrumento não possui limite de tempo, uma vez que se trata de um teste de
capacidade/poder.
Na amostra de padronização o tempo médio de aplicação de 8 minutos, sendo
que a maior parte dos sujeitos levou entre 5 e 15 minutos para realizar o teste, e deve
ser marcado o tempo a partir da 2 prancha.
Áreas de aplicação, pode ser utilizado na Psicologia Clínica pública e particular),
Escolar, Hospital, Instituições Sociais (Poder Judiciário, Vara da Infância, instituições
de controle social), em especial, na área a Neuropsicologia onde a inteligência tem
sido avaliada para hipótese diagnóstica e acompanhamento de crianças com
problemas de aprendizagem, bem como de crianças com DI e mesmo com altas
habilidades.
12
Percentis do R-2 por idade para Escolas Públicas
13
Percentis do R-2 por idade para Amostra total
14
ESTUDO DE CASO
J.C.N, 9 anos foi encaminhada pela escola para avaliação por apresentar assustadora
queda no rendimento em todas as matérias. Não acatando as regras e normas que
antes aceita bem, quando é chama para conversar reage com hostilidade. Em
anamnese com os genitores estes estão desorientados face às reações da filha e não
sabem como lidar com ela, vem apresentando atitude hostil e ciúmes dos irmãos
menores. Informam que em casa o clima é tranquilo e buscam sempre oportunidades
de levar os filhos para passeios, o que complicou um pouco devido a pandemia, mas
estão voltando aos passeios. Durante ano passado, notaram que J.C.N., se incomodou
com a presença de uma prima paterna, que veio morar com a família, para completar
os estudos. As vezes dizia se sentir incompreendida porque suas ideias, não eram
aceitas, “ela quer levar vantagens ... quando perde no jogo, tornar-se agressiva”, “as
vezes olha com raiva para nós... e diz que não é nossa filha...que quando crescer vai
sair de casa e viajar pelo mundo”. Relata a genitora, que sempre com paciência explica
sobre as consequências dos atos de J.C.N., que responde com ar irônico: “você vai se
arrepender”. Sempre foi um pouco irresponsável com suas coisas, quando chega da
escola, sai jogando tudo pela casa, ultimamente anda revoltada com tudo, nem a
televisão e a leitura que gostava está parando. Fica no quarto e muitas vezes foi pega
dormindo embaixo da cama.
Síntese do R-2:
15
ESCALA DE TRANSTORNO DO DÉFICIT DE
ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE
ETDAH-AD
FICHA SÍNTESE
Autor: Edyleine Bellini Peroni Benczik, 2013
Categorias: Função executiva e atenção, Instrumento Neuropsicopedagógico
Objetivo:
Auxiliar no processo diagnóstico do TDAH, com a possibilidade de distinguir a apresentação
do transtorno, a intensidade e o nível de prejuízo existente (leve, moderado e grave). A partir
dos resultados obtidos, identificar habilidades e o funcionamento neuropsicológico do sujeito,
bem como o(s) comportamento(s)-alvo de intervenção.
DESCRIÇÃO:
DESATENÇÃO (D)
O fator Desatenção foi composto por 23 itens (6, 19, 20, 22, 23, 24, 28, 30, 32, 33, 34,
36, 37, 44, 49, 50, 51, 54, 56, 57, 64, 67 e 69) que se relacionam com as habilidades
atencionais, persistência do esforço, memória, organização, autorregulação da motivação e
ritmo no desempenho das tarefas. Pode-se observar que os prejuízos decorrentes da função
Desatenção são considerados funcionais e refletem um baixo desempenho no
desenvolvimento de tarefas e ou no desempenho ocupacional.
Altos escores nesse fator refletem: dificuldades para realizar atividades que exijam
atenção, dificuldade para antecipar e prever eventos futuros, em reter na mente informações
importantes das quais vão necessitar para guiar ações posteriormente. Esquecimento do
objetivo das atividades e ações, apresenta baixo desempenho ne memória, gerando
esquecimentos de responsabilidades e de objetivos estipulados, com pouca capacidade de
organização e um ritmo de trabalho mais lento.
IMPULSIVIDADE (I)
O fator Impulsividade também foi composto por 23 itens (9, 11, 12, 15, 18, 25, 26, 38,
39, 40, 41, 45, 46, 47, 48, 52, 53, 60, 61, 62, 63, 66 e 68) relacionados, mais precisamente a
um déficit no sistema inibitório.
Altos escores nesse fator refletem: reflete baixa capacidade de inibição do impulso,
déficit de autocontrole, um déficit nas habilidades sociais, dificuldades nas interações
familiares, nas interações pessoais e uma dificuldade maior de adaptação nos contextos
sociais e no seguimento de regras e normas institucionais. Essas consequências são visíveis,
pois há um impacto no outro e no ambiente.
Este fator é composto por 12 itens (1, 5, 8, 10, 14, 16, 27, 29, 42, 58, 59 e 65) que estão
dispostos de forma negativa ao quadro de TDAH e dizem respeito à atenção sustentada,
atenção seletiva, organização e planejamento, controle inibitório, relacionamento interpessoal
e persistência da ação e da motivação na perseguição de objetivos, mesmo diante de possíveis
obstáculos.
17
No caso de pessoas com TDAH, esses sintomas aparem de forma negativa, ou seja,
essas pessoas apresentam baixa capacidade na regulação da motivação e na perseguição de
objetivos, diante de obstáculos, como também uma dificuldade para resolver problemas,
ingenuidade e flexibilidade na busca de objetivos de longo prazo, pois tendem a desistir na
presença de possíveis obstáculos.
Altos escores nesse fator refletem: um prejuízo nos subdomínios de funções
executivas, ou seja, na capacidade de regular o comportamento no estabelecimento de
objetivos, considerando-se a motivação e a vontade, utilizando-se das habilidades de
organização e da previsão de ações para atingir um objetivo, lançando mão de estratégias
eficazes e quando necessário, modificando-as com a flexibilidade mental necessária na busca
de resolução adequada de situações problema, estabelecendo, assim, as prioridades e o
controle de impulsos com planejamento das ações, por meio de atitudes integradas e
organizadas, nas quais o sujeito consegue autorregular a motivação, a intensidade e o ritmo
da ação mesmo na presença de possíveis obstáculos.
HIPERATIVIDADE (H)
Esse fator ficou composto por 07 itens (2, 3, 13, 17, 31, 35, 43) relacionados a um
comportamento agitado, afobado e instável; na qualidade do sono, problema comum entre
muitos portadores de TDAH; Instabilidade comportamental em decorrência de distração;
Memória Prospectiva e Variabilidade no ritmo de trabalho.
Altos escores nesse fator refletem: prejuízo, com excesso de inquietação e agitação
comportamental, um ritmo acelerado que pode comprometer a qualidade do trabalho,
distração e instabilidade comportamental, como acidentar-se com facilidade (cair, tropeçar,
esbarrar em móveis), na alteração e na qualidade do sono e na memória, ou seja, em
problemas com situações de esquecimento de compromissos e tarefas, a não ser que os anote
previamente.
Aspectos Autorregulação da
Classificação Percentil Desatenção Impulsividade Emocionais atenção, da motivação Hiperatividade
e da ação
1 6 8 - 2 2
5 16 15 - 8 6
Inferior 10 21 21 - 12 -
15 23 26 - 13 8
20 26 28 2 14 10
25 30 31 - 17 11
Média 30 32 33 3 18 -
Inferior 35 34 35 - - 12
40 37 37 4 19 -
45 39 39 - 20 13
Média 50 42 42 5 - -
55 43 44 - 21 14
60 45 49 6 22 15
65 47 51 - 23 16
Média 70 49 52 - 24 17
Superior 75 54 54 7 25 18
80 59 58 8 27 -
85 63 64 10 28 20
Superior 90 68 71 12 31 21
95 70 82 15 36 22
99 - - - - -
18
Tabela 21. Escala de TDAH: percentis para o Ensino Médio
Aspectos Autorregulação da
Classificação Percentil Desatenção Impulsividade Emocionais atenção, da motivação Hiperatividade
e da ação
1 6 8 - 4 3
5 13 16 1 7 6
Inferior 10 17 19 2 9 8
15 19 23 - 11 9
20 22 25 - 13 -
25 25 28 3 14 10
Média 30 27 30 - 15 11
Inferior 35 29 33 4 - -
40 31 36 - 16 12
45 33 37 5 - 13
Média 50 35 39 - 18 14
55 37 40 6 19 -
60 40 42 - - 15
65 41 45 7 20 16
Média 70 43 48 - 22 -
Superior 75 46 51 8 23 17
80 49 54 9 24 18
85 54 57 10 26 19
Superior 90 57 61 11 28 21
95 67 70 13 32 23
99 79 91 16 43 29
Aspectos Autorregulação da
Classificação Percentil Desatenção Impulsividade Emocionais atenção, da motivação Hiperatividade
e da ação
1 7 10 - 4 4
5 11 15 - 8 6
Inferior 10 16 19 2 11 7
15 19 21 - 12 9
20 21 24 - 14 -
25 24 26 3 - 10
Média 30 26 28 4 15 11
Inferior 35 28 29 - 16 -
40 29 31 - - 12
45 31 33 5 17 -
Média 50 33 35 - 18 13
55 35 37 6 19 -
60 38 39 - 20 14
65 40 41 - 21 15
Média 70 42 43 7 22 16
Superior 75 44 46 8 23 17
80 46 48 - 24 18
85 50 52 9 26 19
Superior 90 54 56 11 27 21
19
95 62 60 13 31 23
99 72 78 17 37 29
REFERÊNCIA
BENCZIK, E. B.P. Escala de Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade ETDAH-AD:
versão adolescente e adultos. 1. Ed. São Paulo: Vetor, 2013 (Coleção ETDAH-AD: v. 1)
20
TESTE DE INTELIGÊNCIA GERAL NÃO-VERBAL (TIG-NV)
(TEXTO EXCLUSIVO PARA USO EM SALA DE AULA)
O teste de Inteligência Geral -Não Verbal foi elaborado em 2004, por Silésia
Delphino Tosi, com a finalidade de avaliar desempenhos característicos dos testes de
inteligência não verbais, como o Raven, G36 e outros. Mas, destaca-se dos
instrumentos conhecidos por sua originalidade e por seus estímulos que despertam o
interesse e a motivação.
Diferenciando-se, ainda mais, este instrumento de avaliação psicológica e
neuropsicológica, o TIG-NV parte do princípio de que a organização visual é a
facilitadora dos processamentos que são decorrentes de estímulos visuais. É um teste
de múltipla escolha, cuja diversidade de estímulos possibilita a análise das funções
cerebrais, que se combinam para que seja possível a concretização de determinados
tipos de desempenho.
TIG-NV, tem como objetivo avaliar o potencial intelectual por meio de tarefas de
raciocínio não-verbal, distribuído em 30 itens, que despertam a motivação e o
interesse. Avalia diferentes aspectos da inteligência não-verbal, tais como:
Atenção concentrada
Aprendizagem
Conhecimento formal
Orientação espacial
Comportamento visomotor
Memória de Reconhecimento
Memória Operacional
Percepção e Flexibilidade cognitiva
Possibilita, também, um estudo Neuropsicológico do desempenho nos
diferentes itens, por meio da análise das funções cerebrais envolvidas nos raciocínios,
que se combinam para que seja possível a concretização de determinados tipos de
desempenho, citados acima. Essas funções cerebrais são conhecidas por cognitivas,
sensitivas, sensoriais, motoras e afetivas. É a combinação dessas funções que
determina as ações e os comportamentos.
Este instrumento é destinado para pessoas de 10 a 79 anos e para os três níveis
de escolaridade: ensino fundamental, médio e superior. A aplicação pode ser individual
ou coletiva. Não há limite de tempo, mas observou-se que o tempo médio de execução
é de 30 a 40 minutos. Portanto, os protocolos só devem ser devolvidos após 20
minutos do início da aplicação, para não caracterizar desistência.
O TIG-NV é composto de 30 itens, sendo que cada item propõe um tipo de
raciocínio. Com o objetivo de permitir uma análise interpretativa e, de reunir itens que
apresentam raciocínios afins, os 30 itens foram classificados em quatro grupos.
I – RELAÇÕES BÁSICAS - RB
II – RELAÇÕES ESPECÍFICAS - RE
IV – RELAÇÕES COMPLEXAS - RC
Neste grupo estão incluídos os itens que requerem raciocínios mais complexos,
vários tipos de raciocínio e que envolvem alguns requisitos de percepção, atenção
aprendizagem e, portanto, flexibilidade cognitiva. Pertencem a este grupo os itens:
(combinação complexa: 3 elementos com variação dos e elementos), (combinação
complexa: 3 elementos diferentes 2 a 2), (soma complexa: vários elementos),
(percepção: relações entre as partes), (percepção: relações entre as partes),
(percepção: relações entre as figuras – referência 1 estímulo determinado), (teoria
dos conjuntos: agrupar animais da mesma espécie em 1 grupo) e (teoria dos
conjuntos: agrupar elementos segundo a função operacional).
22
CRIVO DE CORREÇÃO DO TIG-NV
23
24
25
Referência
TOSI, S. M.V.D. TIG-NV: Teste de Inteligência Geral Não-Verbal. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2016
26
27
O CÓRTEX CEREBRAL
28
– Reconhecimento de faces, e expressões faciais;
– Reconhecimento de figuras geométricas através do tato (e steriognosia) e da visão;
– Melhor performance na realização de tarefas de natureza não -verbal relativa a
espacialidade;
– Processa informações visuais de baixas frequências espaciais;
– Melhor competência para processamento perceptual em habilidades gross eiras;
– Vê a figura como um todo (Gestalt);
– Nas lesões desenvolvem quadros de agnosias e apraxias;
OS DOIS HEMISFÉRIOS
LOBO FRONTAL
Área 4 (motora)
Área 6 (pré – motora)
Área 8 (motora visual)
Área 44 (área da linguagem motora, área de Broca)
Áreas 9, 10 e 11 (área pré-frontal: planejamento)
O lobo frontal, que inclui o córtex motor e pré-motor e o córtex pré-frontal, está
envolvido no planejamento de ações e movimento, assim como no pensamento abstrato
(localizado na região da testa). A atividade no lobo frontal aumenta nas pessoas normais
somente quando temos que executar uma tarefa difícil em que temos que descobrir uma
sequência de ações que minimize o número de manipulações necessárias.
A parte da frente do lobo frontal, o córtex pré-frontal, tem que ver com estratégia:
decidir que sequências de movimento ativar e em que ordem e avaliar o seu resultado. As
suas funções parecem incluir o pensamento abstrato e criativo, a fluência do pensamento e
da linguagem, respostas afetivas e capacidade para ligações emocionais, julgamento social,
vontade e determinação para ação e atenção seletiva.
Traumas no córtex pré-frontal fazem com que uma pessoa fique presa obstinadamente
a estratégias que não funcionam ou que não consigam desenvolver uma sequência de ações
correta.
LOBO PARIETAL
Áreas 3, 1 e 2 (somestesia)
Área 43 (gustação)
LOBO TEMPORAL
Área 41 (sensorial auditiva primária)
Área 42 (área de reconhecimento auditivo)
Área 22 (área ligada a compreensão da linguagem)
Áreas 20, 21 e 37 (áreas secundárias da visão)
Áreas 39 e 40 (giro angular e supramarginal: áreas ligada a linguagem -
Wernicke, área também ligada a percepção espacial): parieto-temporal
O lobo temporal está localizado na zona por cima das orelhas tendo
como principal função processar os estímulos auditivos. Os sons produzem-
se quando a área auditiva primária é estimulada. Tal como nos lobos occipitais, é uma área de
31
associação - área auditiva secundária- que recebe os dados e que, em interação com outras
zonas do cérebro, lhes atribui um significado permitindo que a pessoa reconheça o que ouve.
LOBO OCCIPITAL
Áreas 17 (primária da visão)
Áreas 18 e 19 (secundárias da visão)
OBSERVAÇÃO:
Os lobos parietais, temporais e occipitais estão envolvidos na produção das
percepções resultantes daquilo que os nossos órgãos sensoriais detectam no meio exterior e
da informação que fornecem sobre a posição e relação com objetos exteriores das diferentes
partes do nosso corpo. O lobo insular: Envolvido na codificação da memória e na integração
de informações sensitivas (principalmente dor). Em particular está envolvido na coordenação
de respostas cardiovasculares ao estresse
REFERÊNCIAS
LENT, R. Nossos dois cérebros diferentes. Ciência de Hoje, 1993, Vol.16, 94, 42 -50.
PINHEIRO D., NOGEIRA M., SAMPAIO A., ORTIZ M. Dominância Cerebral.htm. 2001 [PUBMED].
32
LAUDO NEUROPSICOLÓGICO
1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO:
Nome: H.R.H. Sexo: Feminino
Data de Nascimento: 10 de julho de 2005 Idade cronológica: 14 anos
Escolaridade: 8° ano do Ensino Fundamental
2. DEMANDA DE ENCAMINHAMENTO:
O presente documento solicitado pela Psicóloga B.M., tem como objetivo investigar as
características neuropsicológicas de H.R.H., com queixa de agressão e frieza
emocional diante de algumas atitudes e com familiares.
3. PERÍODO DE AVALIAÇÃO:
Avaliação Neuropsicológica foi realizada em seis sessões com duração aproximada de
90 minutos cada, entre os meses de novembro a dezembro de 2019 e janeiro e
fevereiro de 2020, incluindo anamnese com a Genitora e Avó Materna, além da
Entrevista Devolutiva (realizada em março de 2020).
4.2. Avó Materna, relata que “é muito triste está situação com minha neta, não respeita
e nem aceita nossa convivência e nem nosso carinho”, desde pequena foi muito bem
cuidada e amada. Atualmente não a reconheço. “Ela ataca o nosso cachorro com uma
33
intensa raiva”, “tenho muito receio dessas impulsividades...ela se transforma...parece
outra pessoa”. Com os vizinhos não consegue conviver bem, pois sempre arranja
brigas e discussões. Minha Filha está sofrendo muito, e procura estar sempre atenta
as necessidades de H., porém sempre recebe ofensas e desamor por parte de minha
neta, “cada dia que passa esse comportamento fica mais intenso”. “E agora, com esta
queixa vinda do Colégio, nos deixou perplexas, acabando por ser convidada a sair da
Instituição de Ensino...estou inconformada com a índole de minha neta”.
4.3. Síntese da Anamnese com H.R.H., revela boa orientação no tempo e no espaço,
aparência cuidada, não demonstrando insegurança e nem ansiedade. Apresentando
interesse com o processo avaliativo. Vem se preocupando com os frequentes ‘nãos’
vindo da genitora e da avó materna, que estão acarretando “diversas situações
constrangedoras, em sua atividade sociais”. Relata falta de concentração e fadiga
(áreas pré-frontais) em determinadas situações, principalmente para estudar e em
atividades que queiram atenção. Informa que não tem um sono reparador,
despertando com a ‘cabeça pesada’. Há mais de seis meses não relaxa, principalmente
quando necessita realizar alguma tarefa da escola. Questionada sobre o processo que
corre em justiça, alega que quando completar 18 anos vai viver por conta própria. No
âmbito social vem tentando manter as amizades, pela internet, “uma vez que não pode
levar ninguém para casa...só na presença da avó ou da mãe”.
34
uma capacidade atencional geral na faixa inferior, se comparado às pessoas da
amostra normativa.
35
6. RESULTADOS QUALITATIVOS DA AVALIAÇÃO COGNITIVA
Atenção: os resultados apontam que a examinanda apresenta prejuízos no que se
refere a discriminar ou captar vários estímulos ao mesmo tempo para analisar o todo
e emitir respostas (reavaliar este item, devido à pouca importância dada pela
examinanda, em suas respostas).
8. ORIENTAÇÕES:
A Genitora e a Equipe de Profissionais que estarão no cuidar de H., lembrar que o
sistema límbico responde pelos comportamentos instintivos, pelas emoções
profundamente arraigadas e pelos impulsos básicos, como sexo, ira, prazer e
sobrevivência. Forma um elo entre os centros de consciência superiores no córtex
cerebral e o tronco encefálico, que regula os sistemas corporais. A área pré-frontal
não faz parte do circuito límbico tradicional, mas suas intensas conexões com o tálamo,
amígdala e outras regiões sub-corticais, explicam o importante papel que desempenha
na expressão dos estados afetivos. Quando o córtex pré-frontal é lesado, o indivíduo
perde o sendo de suas responsabilidades sociais, bem como a capacidade de
concentração e de abstração.
9. RECOMENDAÇÕES:
. Psicoterapia a princípio individual, por meio de técnicas de controle do
comportamento, que inclua uma abordagem disciplinar consistente e reforço
adequado do comportamento desejado, bem como proporcionar melhoria na
qualidade das relações sociais no contexto familiar, escolar e social.
36
. Treinamento aos familiares para interagir mais eficazmente com a adolescente, por
meio do desenvolvimento de novas habilidades e da eliminação de estratégias
ineficazes.
. Acompanhamento psiquiátrico com terapêutica medicamentosa, o foco de atuação
de medicamentos deverá estar relacionado à diminuição dos sintomas de
impulsividade, raiva e agressividade, característicos do transtorno.
. Acompanhamento neurológico e neuropsicológico, no sentido de atentar para a
orientação do item 8.
. Tendo em vista a persistente negação no uso das medicações e o descuido higiênico,
por parte de H., e de acordo com a Genitora e a Equipe de Profissionais, torna-se
necessário o internamento em hospital/clínica para as devidos providências, no sentido
de minimizar os comportamentos desadaptativos recorrentes da adolescente.
. Reabilitação após 06 meses seguida as instruções acima.
Empresarial Camilo Brito – Rua Arnóbio Marques, 253 - 4° andar sala 408
CEP 50100-130 Santo Amaro – Recife/PE - Tel. (81) 99497.5461 E-mail: [email protected]
37
RELATÓRIO NEUROPSICOPEDAGÓGICO
1. SÍNTESE DA ANAMNESE
Foi conduzida uma entrevista semidirigida, com o objetivo de apresentar o contexto
afetivo, social e cognitivo no qual a criança se desenvolve. Genitora relata que o
processo geracional de D., foi marcado por ansiedade e conflitos familiares que podem
ter influenciado no seu desenvolvimento. A gravidez teve acompanhamento pré-natal
e sem intercorrências. Nascimento se deu em maternidade. De sua infância andou,
sentou em tempo esperado (normal), e com relação à fala, até a presente data,
compreensível, porém as vezes rápida “como se não acompanhasse o pensamento”.
D., é uma criança alegre, porém muito mais agitada que as crianças de sua faixa etária,
principalmente no ambiente escolar, onde vem acarretando alguns problemas
interpessoais e no aprendizado. Semestre passado as queixas vinham da escola
porque D., batia nos colegas e não era organizado. Genitora consciente das
dificuldades apresentadas e sempre mantendo atitudes de escuta e conversa com D.,
orientando para que prestasse atenção as atitudes com relação aos colegas. A figura
paterna continua ausente, mas D., mantem um bom relacionamento com os familiares,
inclusive nos finais de semana, “costuma ficar com a avó paterna e sempre que pode
auxilia com a educação do neto”. Com relação ao Padrasto a convivência é cordial e
atenciosa, inclusive com a irmã menor. No ano passado, notou que D., não queria ir à
escola, pois no retorno das aulas estava usando óculos, mas que no momento, não
está se queixando. Apresenta ansiedade.
2.3 Processos de Leitura e de Escrita. Quanto a estes processos, ainda não estão
automatizados. Nas brincadeiras simbólicas apresenta padrão lúdico coerente, para
sua faixa etária.
38
2.4 Interesses. Houve boa adaptação ao processo, mantendo interesses pelos jogos
lúdicos, um discurso com clareza de raciocínio e criatividade nos fatos narrados. É
notória a falta de atenção nas atividades que exijam um grau maior de concentração e
quando não consegue realizar as propostas lançadas, reage com irritação, querendo
passar para outra atividade sem ter terminado a anterior.
RECOMENDAÇÕES
→ Buscar terapias nas áreas: Ludoterapia Cognitiva-Comportamental, Psicoterapia
Relacional, atividade física e/ou prática de esportes.
Empresarial Camilo Brito – Rua Arnóbio Marques, 253 - 4° andar sala 408
CEP 50100-130 Santo Amaro – Recife/PE - Tel. (81) 99497.5461 E-mail: [email protected]
40