De Noé A Hiram

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DE NOÉ A HIRAM: A GÊNESE DO

TERCEIRO GRAU.
Por: Alberto M Moreno

A origem noaquita da Maçonaria


Para o maçom moderno, a figura de Hiram Abiff é tão familiar que parece que
ele sempre esteve indissociavelmente ligado à maçonaria. Contudo, a
realidade é que a presença de Hiram Abiff como modelo para os maçons é um
fenômeno relativamente novo, introduzido pelos fundadores da Grande Loja
da Inglaterra em 1717. Se pudéssemos perguntar a um maçom em 1650
sobre Hiram Abiff, ele dificilmente saberia que era o Mestre Construtor
enviado por Hiram, Rei de Tiro, e certamente não teria tido para ele, mesmo
remotamente, o significado que tem para nós.
O modelo a ser seguido pelos maçons desde o final da Idade Média não era
outro senão o piedoso e abnegado Noé, que foi capaz de obedecer ao Senhor
com resignação, e que Ele permitiu sobreviver, juntamente com a sua família,
ao Dilúvio Universal.
Para entender a relação que Noé tinha com a Maçonaria, é importante levar
em conta, antes de tudo, que o trabalho de um carpinteiro era muito próximo
ao de um maçom, pois eram os carpinteiros que construíam as estruturas de
madeira das casas. Em segundo lugar, na tradição judaico-cristã, Noé é uma
figura simbolicamente assimilável a Adão, o homem caído, a quem Deus
concede uma segunda oportunidade no seu processo de regeneração. Noé
encarna uma nova tentativa de redenção humana, tal como representa uma
vida escrupulosamente dedicada ao cumprimento das Sete Leis Noaquitas.
Devido possivelmente ao fato de estar a Inglaterra estabelecida numa ilha, o
destaque de Noé na cultura inglesa é notavelmente superior ao destaque que
se dá no continente, onde Noé não deixa de ser um personagem bíblico
pitoresco, e isto se reflete nas diferentes ordens da mentalidade inglesa.
Desde seu teatro, onde as peças baseadas na vida de Noé são realmente
abundantes, até à Marinha Real, que desde 1937 mantém sempre em ação
um porta-aviões chamado Arca Real (Ark Royal). No entanto, talvez valha a
pena mencionar que, enquanto em português o termo Noaquita tem apenas
um caráter bíblico e histórico, em inglês ele ainda é um termo vivo, e tanto
para os hebreus como para os protestantes declarar-se Noaquita tem uma
aparência de radicalismo religioso.

Reprodução em tamanho natural da Arca de Noé.

O primeiro documento maçônico onde Noé é mencionado é o Manuscrito


Regius, de cerca de 1390; embora seja no Manuscrito Cooke, datado de 1410,
que a família de Noé começa a tomar forma; ou, mais especificamente a
peculiar família de sua esposa, Noema; pois enquanto Noé é mencionado
como descendente da linhagem de Adão, a família de sua esposa descende de
Lamech. Lamech teve duas esposas, Ada e Zila (que por acaso são as duas
filhas de Eva). Com Ada foi pai de dois filhos, Jabal (que inventou a
Geometria) e Jubal (que inventou a Música). Mais tarde com Zila teve outro
filho, Tubal-Caín (o primeiro metalúrgico) e uma filha, Noema (que inventou
a arte da tecelagem, uma representação tradicional da iniciação feminina). O
manuscrito Cooke é o primeiro documento maçônico onde aparece a figura
de Hiram Abiff, que é apresentado como filho de Hiram, Rei de Tiro.
Desde então, a figura de Noé é mencionada em todos os Antigos Usos da
Maçonaria, assim como suas várias tradições fazem parte da tradição teatral
e de mistérios ingleses. O tempo parecia estar parado para as tradições
esotéricas maçônicas até que, no século XVII, os maçons aceitos e meramente
especulativos começam a aproveitar o enorme patrimônio cultural maçônico
para transformar a guilda no que viria a ser uma ordem iniciática. No
entanto, o fato de viverem em um mundo onde quase não se escrevia,
juntamente com o interesse que os maçons tinham em manter o seu trabalho
em segredo, fez com que nos encontremos numa escuridão quase total em
relação ao trabalho realizado, de maneira que, de vez em quando, como que
por arte de magia, textos que demonstram um desenvolvimento simbólico
notável apareçam, mas cuja gênese desconhecemos. Entre estes documentos,
um dos melhores exemplos é o manuscrito de Graham.
O Manuscrito de Graham (1726)
O manuscrito de Graham, encontrado em York e datado de 1726, é
especialmente interessante pois desenvolve a lenda do Terceiro
Grau Noaquita, assim como uma lenda que caiu quase
completamente em desuso - quase, mas não completamente - como
é a Bessabel, e finalmente cita a lenda do Hiram.
O Terceiro Grau de Noaquita
Os três filhos de Noé, Shem, Cam e Japheth, foram ao túmulo do pai para
descobrir o seu precioso segredo. Estes três homens haviam concordado que
se não encontrassem o que procuravam, a primeira coisa que encontrassem
deveria servir como um segredo. Eles não duvidavam, mas acreditavam muito
firmemente que Deus tinha o poder, e também que Ele manifestaria Sua
vontade pela fé, oração e obediência, para que o que encontrassem fosse tão
poderoso como se tivessem recebido o segredo do próprio Deus na sua
origem. Chegaram então ao túmulo, onde não encontraram nada além do
cadáver quase totalmente decomposto. Quando pegaram num dedo, ele se
partiu falange por falange, e o mesmo aconteceu com o punho e o cotovelo.
Então eles levantaram o corpo e o seguraram, colocando um pé contra o pé,
um joelho contra o joelho, o peito contra o peito, uma face contra a face e
uma mão nas costas, e começaram a gritar: “Socorro, oh Pai”, como se
dissesse: “Oh Pai celestial, ajuda-nos agora, pois o nosso pai terreno já não
o pode fazer”. Então, deixando o corpo novamente, sem saber o que fazer, um
deles disse: “Mas há tutano neste osso”, e o segundo disse: “O osso está seco”,
e o terceiro disse: “Cheira mal”. Eles concordaram então em dar-lhe um nome
que seria conhecido pela Maçonaria até hoje. Depois, retornaram para seus
negócios e, a partir desse momento seus trabalhos foram bons.
Bezalel
Quando o rei Alboyne reinava, Bezalel nasceu, tendo recebido o nome de
Deus antes de sua concepção. Este homem santo sabia por inspiração que
os títulos secretos e os símbolos primitivos do princípio divino tinham o poder
de proteger, e construiu de tal forma que nenhum espírito infernal de
destruição se atrevia a quebrar o trabalho de suas mãos. Assim, suas obras
tornaram-se tão famosas que os dois irmãos mais novos do rei Alboyne
desejaram ser instruídos por ele na nobre ciência que dominava. A isto ele
consentiu na condição de que não o revelassem (oralmente) sem juntar (para
este fim) as suas próprias vozes às de um terceiro. Eles fizeram um juramento
e ele ensinou-lhes a parte teórica e prática da Maçonaria. Depois passaram
a fazer suas obras. Nesta época, os salários dos maçons aumentavam neste
reino; os maçons eram então vistos na companhia de reis e príncipes. Mas
quando a hora de sua morte estava próxima, Bezalel desejou ser enterrado
no vale de Josaphat, e que (em seu túmulo) uma inscrição fosse gravada de
acordo com seu mérito, ao que ambos os príncipes inscreveram. Esta
(inscrição) foi (formulada) da seguinte forma “Aqui jaz a flor da Maçonaria,
que, superior a muitas outras, foi companheira de um rei e irmão de dois
príncipes. Aqui reside o coração que pode guardar todos os segredos. Aqui
está a língua que jamais revelou”.

Os artesões Aoliabe e Bezalel

Hiram
Aqui está tudo o que diz respeito aos dias em que Salomão, seu filho, começou
a construir a casa do Senhor. É meu desejo que todos concordem que tudo o
que foi necessário para contribuir para esta santa construção não veio
(apenas) deste sábio rei. Todos devemos reconhecer isto, sob pena de acusar
Deus de uma injustiça pela qual nenhum frágil mortal ousaria reprová-lo, e
da qual a sua bondade divina não poderia tornar-se culpado. Lemos no
versículo 13 do capítulo 7 do primeiro livro dos Reis que Salomão enviou para
procurar Hiram de Tiro. Este era o filho de uma viúva da tribo de Naftali, e
seu pai era um homem de Tiro. Ele era um artesão experiente em bronze,
cheio de sabedoria, hábil na realização de todas as obras de bronze. Ele veio
perante o Rei Salomão e fez depois todo o trabalho que lhe foi designado.
A explicação desses versos é a seguinte: a palavra hábil expressa
engenhosidade; quanto à sabedoria e compreensão, quando estão reunidos
na mesma pessoa, este não tem mais nada a desejar. Assim, com respeito a
esta passagem da Escritura, devemos concordar que o filho da viúva, cujo
nome era Hiram, foi dotado de uma inspiração sagrada comparável à do sábio
rei Salomão, ou mesmo à de São Bezalel.
Apesar de ter sido encontrado em York, o estado de desgaste dos fragmentos
do Manuscrito de Graham sugere que este documento foi passado de Loja em
Loja para uso e leitura. Entre as várias opções propostas pelos estudiosos
ingleses como origem deste documento estão York, Northumbria, sul da
Escócia e Lancashire. É possível que estas localizações geográficas estejam
relacionadas com os lugares onde as várias lendas começaram a se
desenvolver. A escolha de Lancashire é sempre confortável porque Lancashire
é sinónimo de “porto de Liverpool”, e leva por reflexo à procura na Maçonaria
Irlandesa. Um elemento que reforça o caráter irlandês desta lenda é que, no
antigo Arco Real, e hoje na Irlanda e nos Estados Unidos, a figura de Noé não
é apenas parte do ritual do Arco Real, mas dos brindes às Três Lojas
Originais, e os americanos as fazem para as Três Arcas Originais. Pelo
contrário, no Arco Real Inglês a figura de Noé é ignorada, e ao brinde às Três
Lojas Originais, na primeira delas Bezalel aparece como um dos presidentes.
Levantando o Mestre, pelo pintor italiano Giovanni Francesco Barbieri (1591 – 1666).
Em pose do Supremo Arco Real da Escócia.

Propor como opção o sul da Escócia, ou uma região inglesa que faz fronteira
com a Escócia, como a Northumbria, coloca-nos num contexto ainda mais
carente de documentação do que no caso irlandês. Em Edimburgo, os
maçons aceitos rejeitaram em várias ocasiões as propostas do Terceiro Grau
de Elias Ashmole, documentos que sem dúvida seriam de grande interesse se
pudessem ser consultados hoje. Poderia a lenda de Hiram Abiff ser o projeto
de terceiro grau que Elias Ashmole, na época um Rosacruz, criou em
Edimburgo, mas que foi rejeitado? Obviamente, só se pode especular sobre
isto. O manuscrito da Edinburgh House of Records Manuscript de 1696,
apresenta os Cinco Pontos da Maestria, mas provavelmente a relação dos
Cinco Pontos com o grau de Mestre deve-se mais a uma modificação posterior
por parte dos aceitos especulativos do que à intenção dos operativos, uma
vez que em inglês os Cinco Pontos não são da Maestria, mas do
Companheirismo (Five Points of Fellowship). Por outro lado, o manuscrito não
se refere à morte simbólica e refere-se ao Mestre não como um grau maçônico,
mas como um oficial da Loja. No entanto, o Manuscrito do Trinity College de
Dublin, datado de 1711, refere-se ao Mestre como uma categoria maçônica
em si, fornecendo os meios de reconhecimento do Mestre Maçom e
encarregando-o de dar os Cinco Pontos. O que era realmente lógico e quase
necessário, se considerarmos que, no final dos anos 1730, o Arco Real já
estava sendo trabalhado na Irlanda.
O Terceiro Grau Hiramita
Quando os Modernos fundaram a Grande Loja da Inglaterra em 1717, dentro
de seu vasto projeto de revisão da Maçonaria, foi incluída a
desjudeucristianização do incipiente grau de Mestre, de modo que tentaram
propor um modelo alternativo de Terceiro Grau. A criação de um terceiro grau
- que é como criar todo um sistema místico - requer um período de tempo
muito longo, durante o qual a lenda é refinada e fundida com outras lendas
semelhantes. De fato, a pobreza do Terceiro Grau noaquita se deve ao facto
de ele não ter passado por este processo.
Elementos astronômicos osirianos
Por detrás da lenda de qualquer antigo sistema de mistério existem
frequentemente fenómenos astronômicos. Às vezes você tem que arranhar
mais na superfície, e às vezes arranhar menos. Na Lenda de Osíris não é
necessário arranhar para que a astronomia apareça, de modo que ao aceitar
o modelo Osiriano, o Terceiro Grau da Maçonaria, sob a aparência da lenda
do Hiram, foi povoado de eventos astronômicos.
Assumiremos que o leitor destas linhas conhece o Terceiro Grau maçônico e,
sendo muito mais otimista, consideraremos que ele o conhece na sua forma
inglesa.
E vamos também alertar para um fenômeno que pode levar à confusão:
devido ao fenômeno conhecido como a precessão dos equinócios, o Zodíaco
se move gradualmente em relação ao eixo da terra e, portanto, com o passar
dos séculos, os eventos astronômicos ocorrem em diferentes signos. Para dar
um exemplo, a união do Sol e da Lua (Osíris e Isis), que marcou o
renascimento de Osíris, no tempo do Antigo Testamento, ocorreu em Touro,
enquanto que durante o Novo Testamento ocorre em Áries. Portanto, no
Antigo Testamento o deus é representado como um novilho (o Bezerro de
Ouro), enquanto que no Novo Testamento ele aparece como um jovem
carneiro (o Cordeiro de Deus). Outro elemento que pode levar à confusão é
que o número de estrelas que compõem uma constelação pode variar de
acordo com a importância as damos ao contá-las (hoje as Plêiades as
contamos como sete, mas os egípcios as contavam como nove).
Os doze Companheiros que decidiram arrancar à força os segredos de Hiram
são nada mais nada menos que os doze signos do Zodíaco. Nove deles
recuaram, mas três foram até o fim (que eram então Aquário, Peixes e Áries,
os signos do inverno). O Sol (Hiram, Osíris), foi morto em Peixes, onde se
encontra, na boca do peixe, o anjo caído Fomalhaut, portador de violência,
que causa o golpe mortal (solstício de inverno) em Osíris / Sol / Hiram. Após
a sua morte, Hiram permanece vários dias no túmulo (são os cinco dias em
que a duração do dia, após o solstício, não aumenta).
Os nomes dos assassinos do Hiram, Jubelo, Jubela e Jubelum, são
igualmente de raízes astronômicas. Enquanto o Sol atinge seu solstício de
verão em Libra, na parte oculta do Zodíaco há um triângulo de estrelas que
materializa a conspiração contra o Sol e que a partir desse momento
começará a subir até atingir sua maior altura no momento do solstício de
inverno, a morte do Hiram: Zuben-hak-Rabi, cuja deformação fonética será
dada por Jubelum Abiram, Zuben-el-Gubi, que derivará em Jubelo Gibbs, e
Zuben-Es-Chamali, que se deforma em Jubela Gravelot (deformação fonética
no contexto ágrafo da Maçonaria é comum: Pitágoras geralmente aparece
como Peter Gower).

Originalmente as estrelas de Libra formavam parte de Escorpião

A fim de encontrar o corpo do Mestre, doze Companheiros são enviados para


procurá-lo. Estes doze Companheiros são agora os Hyades e Pleiades,
estrelas entre as quais se encontra o Sol quando começa a renascer em Touro.
O cão que na antiga tradição guia nove deles para a sepultura não é outro
senão Sirius, a Estrela Cão, que se encontra ao sul das Plêiades. Os graus de
R.E.A.A. Eleitos dos Nove e Eleitos dos Quinze também devem o seu nome a
estas constelações.
Esta é também a razão pela qual os Modernos introduziram no seu Arco Real
um personagem que não existe no Arco Real Escocês ou Irlandês: Esdras.
Esdras (Ezra em inglês) é Osíris. Os hebreus o têm como legislador, embora
ele nunca tenha realmente existido. Mas os egípcios acreditavam que suas
leis eram um presente de Osíris, e dali se infiltrou na tradição hebraica. Tanto
Esdras como o seu homólogo simbólico, Neemias, também acabaram no Arco
Real que hoje é praticado na Inglaterra, mas ainda são estranhos ao Arco
Real irlandês, escocês ou norte-americano de tradição dos Antigos.
Deixamo-lo aqui. Os egípcios tiveram milhares de anos para detalhar sua
teogonia, e ao traduzir o simbolismo osiríaco para a Maçonaria, a lenda de
Hiram era virtualmente inesgotável em suas ramificações e ensinamentos, o
que certamente tem muito a ver com o sucesso que ele experimentou.
Elementos do Terceiro Grau noaquita
É fácil reconhecer o tremendo peso que o Terceiro Grau noaquita teve na
configuração do Terceiro Grau tanto a nível dos toques, como no surgimento
de Hiram, como na Palavra do Terceiro Grau que, independentemente do
hebraico que se queira atribuir-lhe, nada mais é do que uma evolução de
“tutano no osso”.
Há também uma peculiaridade do juramento do Mestre Maçom no Emulação
e no York que é muito chocante porque é um vestígio de um juramento
anterior de caráter noaquita: entre as penalidades em caso de quebra do
silêncio, está a de “estar amarrado na praia, onde a maré sobe e desce duas
vezes ao dia”.
Bezalel
A lenda de Bezalel é provavelmente uma das primeiras tentativas feitas para
criar um Terceiro Grau, seja no norte da Inglaterra ou na Escócia, mas quase
certamente não na Irlanda. Sua principal desvantagem é que se trata de uma
versão em menor escala do mito de Hiram, portanto, em vez de construir o
Templo de Jerusalém, trata-se de erigir o Tabernáculo, e o próprio
personagem de Bezalel é uma transcrição de Hiram Abiff. No Arco Real antigo
é completamente ignorado, mas não no Arco Real moderno, o que indica a
sua provável origem inglesa. Aqueles de nós que praticam o Arco Real (modelo
Inglês, ou Moderno) não saem da mesa sem ter brindado a Moisés, Aoliabe e
Bezalel como presidentes da Primeira ou Santa Loja.
O Mito de Hiram
O nome Hiram Abiff leva muitas vezes à confusão porque, traduzido
literalmente, leva a um disparate: o Pai de Hiram. Agora, o Pai de Hiram, Rei
de Tiro? Bem, por estranho que pareça, sim, porque é coptismo. No antigo
contexto egípcio, os ministros do Faraó eram os seus pais. Ab-l-phara, os
ministros (pais) do Faraó. Assim, Hiram / Huram / Abiff / Abi / Avi etc. é
um alto funcionário de Hiram. Dito em linguagem moderna: Ministro de
Obras Públicas de Hiram, Rei de Tiro.
Acho que vale a pena chamar a atenção para a confusão no manuscrito
Graham entre os dois hirans, pois o texto confunde o Rei de Tiro com o
artesão, muito provavelmente porque em 1726 a lenda de Hiram ainda não
estava estabelecida no norte da Inglaterra.
A Ordem de Nautas da Arca Real
Há duas ordens hoje que mantêm a tradição noaquita da Maçonaria. Uma é
a Ordem Real da Escócia, que está limitada ao território escocês, e a outra,
que está espalhada por todo o mundo, é a Ordem de Nautas da Arca Real.

Os eventos representados neste Grau giram em torno do Dilúvio Universal, e


ocorrem dentro da Arca. Os Oficiais representam Noé e seus filhos, e o
simbolismo gira em torno da Arca como meio de salvação, e a fé como a
âncora que protege o navio. Mas a maior característica deste Grau são as
cores do arco-íris, pois na tradição noaquita o arco-íris é a eterna lembrança
da aliança que Deus fez com todos os seres vivos de que nenhuma outra
inundação jamais atingiria a Terra.
Para ser elevado a Nauta da Arca Real, é preciso primeiro ter sido avançado
a um Mestre Maçom da Marca. Como ambos os graus são mais curtos do que
o habitual, geralmente são representados na mesma noite, com Nautas sendo
realizado primeiro, e Marca depois, no que ainda é uma celebração do
passado operativo da Ordem.

Joia de Nautas da Arca Real

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Publicado por Alberto Moreno Moreno
Fonte: https://masoneriaantigua.blogspot.com/2013/11/de-noe-hiram-la-genesis-del-tercer-grado.html

Livre tradução com adaptações: E L Madruga

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