Renan Calheiros Faz Reclamação Constitucional No STF Por Causa Do Perdão de Bolsonaro A Silveira
Renan Calheiros Faz Reclamação Constitucional No STF Por Causa Do Perdão de Bolsonaro A Silveira
Renan Calheiros Faz Reclamação Constitucional No STF Por Causa Do Perdão de Bolsonaro A Silveira
RECLAMAÇÃO CONSTITUCIONAL
Com Pedido de Suspensão de Decreto
para evitar dano irreparável
DO DIREITO
A reclamação constitucional, analisada à luz da norma processual que
expressamente regulamenta o seu procedimento, não é recurso ou sucedâneo recursal. Tem
natureza de ação originária proposta no tribunal e distribuída ao relator que proferiu
a decisão ou acórdão cuja tese jurídica não é aplicada ou respeitada.
Essa é a dicção que se pode extrair do art. 989, I e II c/c art. 992 do CPC, visto
que o procedimento da reclamação, em alguma medida, se assemelha ao mandado de
segurança.
Como instrumento de impugnação excepcional, as hipóteses de cabimento da
reclamação são taxativas e devem ser analisadas em consonância com a nova metodologia
perseguida pelo Código de Processo Civil de valorização do chamado Direito
Jurisprudencial.
A graça consiste, essencialmente, no perdão da pena, um ato de clemência do
soberano de forma individual e que é praticado historicamente.
A graça consiste, essencialmente, no perdão da pena, um ato de clemência do
soberano, que é praticado historicamente.
O que se percebe é que, enquanto o mundo, de uma maneira geral, aboliu a
possibilidade do indulto ou da graça, no Brasil, fomos expandindo o alcance desses
institutos.
Em nosso país, no atual momento, cuja preocupação maior da sociedade é de
ver fortalecida a luta contra a corrupção, resulta plausível que a graça para as pessoas
condenadas por ataques à democracia, às instituições públicas e autoridades investidas do
próprio Judiciário – porque magistrados são, na forma regrada pela Carta Política, órgãos
do Poder, tais crimes não se amoldariam ao interesse público em ver efetivadas as sanções
impostas pela prática dessas gravíssimas condutas ilícitas, havendo o risco de se verem
agraciadas, pessoas recentemente condenadas, até mesmo por atos ímprobos e de
malversação de cargos em representação a milhares, senão milhões de pessoas, por atos de
malversação de verbas públicas, trazendo prejuízo para o Estado, para a sociedade, para as
instituições públicas e até para o Estado Democrático de Direito, em vários graus de
extensão.
Ademais, a graça tampouco deve alcançaras penas pecuniárias, vez que também
essas se alinham à orientação dos Princípios Constitucionais, já que tais sanções costumam
ser um componente essencial desse tipo de condenação.
Nesse sentido, o Decreto atacado pretendeu agraciar agente público que é, fatos
notórios, correligionário, apoiador político, aliado e amigo pessoal do Presidente da
República, outrossim, recém-condenado a pena de reclusão e pagamento de multa.
Não se ignora que esta Corte tradicionalmente adota postura de deferência em
relação aos decretos de indulto e graça, reconhecendo como discricionário e associado à
política criminal.
Contudo, o caso traz ao E. STF um ponto de inflexão. O decreto aqui
impugnado se choca com princípios constitucionais básicos – gerais e da administração
pública –, com parâmetros legislativos definidos pelo Congresso Nacional.
Logo a graça decretada não poderia conflitar com a política criminal adotada no
país, que foi traçada pelo legislador, não significando a abdicação, pelo Estado, de
determinados deveres de proteção que a ele compete, ou melhor, que ao Poder Judiciário
compete..
O grande princípio, em matéria penal, é o da reserva legal ou o da legalidade
estrita. Trata-se de um domínio em que deve prevalecer a lei formal.
É da competência do Congresso Nacional a definição da política criminal do
país, definindo os crimes, cominando penas e disciplinando a execução penal.
E esse E. STF é o órgão de cúpula do Poder Judiciário, a ele competindo,
precipuamente, a guarda da Constituição, conforme definido no art. 102 da Constituição
da República.
Portanto, não pode o Presidente da República modificar, sob a roupagem
da graça ou indulto e por ato normativo secundário, como é o decreto, a política
criminal traçada pelo legislador, muito menos desafiar decisão condenatória
originária do STF, ao arrepio de todo o ordenamento jurídico e de toda a sociedade.
Pois bem, ao cuidar da execução penal, o legislador estabeleceu critérios para a
progressão de regime prisional, para a remissão de pena, pelo trabalho ou estudo, para a
suspensão condicional da pena e para a liberdade condicional. E este é um ponto central
aqui, a questão da liberdade condicional como tratada pelo legislador penal, no Código
Penal e no Código de Processo Penal.
Na redação original do Código de Processo Penal, exigia-se, para a liberdade
condicional, o cumprimento de mais da metade da pena ou mais de 3/4, em caso de
reincidência. Com a reforma da parte geral do Código Penal, em 1984, o tempo mínimo de
cumprimento da pena para gozo desse benefício passa a ser 1/3, se o condenado não for
reincidente e tiver bons antecedentes; metade, se for reincidente; e 2/3, nos casos de crime
hediondo.
Vejam, então, que o legislador penal estabeleceu, na mais benevolente das
hipóteses, a exigência do cumprimento mínimo de 1/3 da pena para o desfrute de liberdade
antecipada. Essa posição, que já é relativamente branda, é nuclear à política criminal
definida pelo Poder Legislativo.
Por conseguinte, a competência do Presidente da República para a concessão da
graça deve ser interpretada de modo sistemático e em harmonia com as previsões
legislativas definidas pelo legislador penal, do contrário, haverá usurpação da competência
legislativa do Congresso e violação da separação de Poderes.:
Ademais, isso seria maquiar a descriminalização sob a forma da graça, mas, o
que se estaria, de fato a praticar, seria o afastamento do processo penal e da pena definida
judicialmente, reitere-se, firmada por ato jurídico perfeito e de forma originária por esse E.
STF.
Irrefutável é que o Presidente tem competência para editar o Decreto de
concessão da graça. Porém, essa competência tem que respeitar os parâmetros que a
legislação penal e a legislação processual penal estabeleceram para a liberdade
antecipada, progressão ou absolvisão.
Demais disso, imprescindível trazer à baila conceitos básicos concernentes à
efetividade mínima do Direito Penal e os deveres de proteção do Estado
O Estado realiza a sua missão em relação à proteção dos direitos fundamentais
ou mediante abstenções, quando ele deixa de censurar, deixa de prender, deixa de violar a
privacidade, e também o Estado respeita os direitos fundamentais mediante ações positivas.
Essas ações positivas podem significar prestações positivas em matéria de
saúde, em matéria de educação, em matéria de previdência, mas também significam, no
Brasil contemporâneo, determinados deveres de proteção, atuações que o Estado tem que
ter para a proteção dos direitos fundamentais de todos, ex vi, direitos à vida, direitos ao
patrimônio, direitos à integridade física, direitos à probidade administrativa.
Portanto, para assegurar que o Estado cumpra, na justa medida, os seus deveres
de proteção, o princípio da proporcionalidade, básico nessa matéria, flui por duas vertentes
distintas. A primeira, a proibição do excesso, a qual permite, ou impede, que o Estado
interfira indevidamente com liberdades individuais. Mas há uma segunda dimensão para
o princípio da proporcionalidade: a vedação à proteção insuficiente que se dá quando
o Estado deixa de estabelecer normas e procedimentos adequados à proteção dos
valores constitucionais. Logo, é possível - e aqui é o caso - violar-se o princípio da
proporcionalidade pela proteção insuficiente de valores condicionais.
Por fim, o derradeiro conceito básico, antes de partir para a solução do
problema, diz respeito à legitimidade democrática dos atos do poder público.
Na experiência brasileira, todo poder é representativo porque emana do povo.
Vale dizer, nenhuma autoridade pode exercer poder em nome próprio ou no interesse
próprio. Todo poder é exercido no interesse da sociedade; todo poder é exercido no
interesse público; todo poder é exercido no interesse popular. E a legitimidade do poder,
em uma democracia, é aferida por três critérios: a legitimidade da investidura, que é
verificar se o agente público foi investido na forma prevista na Constituição; segundo,
a legitimidade corrente, que significa a atuação do agente público em sintonia com os
sentimento social e as demandas da sociedade; e, em terceiro lugar, a legitimidade
finalística, que consiste na verificação se os atos do poder público estão alinhados com
os fins visados pela Constituição.
O ato aqui impugnado não alcança a legitimidade corrente, em primeiro lugar.
No momento em que as instituições e a sociedade brasileira travam uma batalha ingente,
esse decreto presidencial esvazia o esforço da sociedade e das instituições, desrespeitando
de rforma pública e extremamente agressiva o Poder Judiciário, seus representantes e
autoridades. E o decreto cria um facilitador sem precedentes para os condenados a esses
crimes, com direito a graça indulto, com direito ao não cumprimento da pena legalmente
imposta pelo STF. E não são menores os problemas associados à legitimidade finalística
do ato, como salta aos olhos no que diz respeito ao alívio totalmente desproporcional aos
condenados por ilícitos que forem apoiadores, componentes do grupo político ou amigos
pessoais do Presidente da República.
Por isso, o Decreto desafiado não realiza os fins constitucionais de justiça ou de
segurança jurídica, mas outros valores e outros interesses, obviamente particulares.
Ora, a concessão da graça é ato discricionário. E isso sequer é discutível, mas
não representa poder absoluto acima da Constituição e das leis.
A ideia de discricionariedade, como é corrente, envolve um juízo de
conveniência e de oportunidade, na prática de determinado ato pelo poder público, com
razoável margem de liberdade quanto ao conteúdo do ato e quanto ao momento da sua
prática.
Todavia, como ensina toda a doutrina, trata-se de um poder limitado pelo
Direito, vale dizer, pela Constituição e pelas leis. Logo, a discricionariedade consiste em
uma autonomia limitada do administrador.
Em rigor, como escreve Gustavo Binenbojm: "A vinculação direta da
Administração à Constituição não mais permite falar, tecnicamente, numa autêntica
dicotomia entre atos vinculados e atos discricionários, mas, isso sim, em diferentes graus
de vinculação dos atos administrativos à juricidade."
Mesmo quando discricionários, atos do poder público são controláveis quanto à
sua razoabilidade, proporcionalidade, finalidade, eficiência, economicidade, em meio a
outros parâmetros.
Dessarte que não se trata de o intérprete substituir os critérios do administrador
pelos seus próprios, mas, sim, de confrontar o ato praticado com os valores e princípios
que informam a Constituição e o Estado de Direito.
E, permissa venia, nem é a vontade do juiz ou dessa E. Corte Constitucional que
deve prevalecer, mas a da Constituição.
Para completar, trata-se de competência limitada a que é exercida na matéria
pelo Presidente da República, e para corroborar tal afirmação basta indagar se ele poderia
reduzir o cumprimento das penas para 20%, 10%, 5%, para 1% ou, quem sabe, questiona-
se se o Chefe do Executivo poderia abolir, por decreto, a pena de prisão no País.
A resposta é, evidentemente, não. Ele não tem esse poder.
Nas palavras de Marçal Justen Filho:
"A competência discricionária não atribui à autoridade o poder jurídico para
produzir o ato que bem entender. Os dados da realidade e o conhecimento técnico-
científico delimitam a margem de autonomia da autoridade."
Prossegue ele:
"Uma decisão absurda, impensada, despropositada, será inválida e não se
legitimará mediante o argumento de ter sido adotada no exercício de competência
discricionária."
Portanto, é fora de dúvida que o Judiciário pode controlar o ato discricionário
de indulto ou autoridade e invalidá-lo quando for o caso.
Com efeito, o Decreto que concede a graça ao Deputado Federal Daniel Silveira
é, para todos os efeitos, inconstitucional e, para estruturar tal afirmação, passa-se a apontar
cada uma das inconstitucionalidades verificadas no decreto.
E aqui assento como premissas que considero relevantes: o Direito não existe
em abstrato ou apenas no mundo das ideias para puro desfastio dos juristas. O Direito se
insere em uma realidade social e ele deve ser interpretado à luz dessa realidade social, à
luz do quadro fático relevante, vigente num dado momento e lugar para a adequada
realização dos fins constitucionais.
Entretanto, preliminarmente, cabe ressaltar alguns aspectos do quadro fático da
realidade brasileira.
O Brasil é nonagésimo sexto colocado no índice de percepção da corrupção da
Transparência Interacional. São cento e oitenta países, nós somos, da metade, o pior em
matéria de percepção da corrupção, posto que, em 2015, havíamos ocupado o septuagésimo
nono lugar; e, em 2014, o sexagésimo nono; ou seja, aparentemente, nós pioramos, ou, pelo
menos, a percepção aumentou, o que até pode ser positivo, porque ajuda à sociedade a
reagir: nonagésimo sexto colocado no índice de percepção da corrupção da Transparência
Interacional.
Vale salientar, ainda que o Brasil é a quarta maior Democracia do mundo, uma
das dez maiores economias do planeta e estamos entre os piores em matéria de integridade
governamental. Não é possível interpretar as normas relevantes sem levar em conta essa
situação.
No mesmo diapasão, outro dado relevante que contribui para esses dados
vergonhosos é referente à impunidade, valendo dizer que a impunidade faz com que o
Direito Penal deixe de cumprir o seu principal papel, que é o de funcionar como prevenção
geral, o de funcionar com o papel de fazer com que as pessoas não cometam crimes, pela
simples probabilidade de virem a ser punidas por isso. Se não houver nenhuma
probabilidade de serem efetivamente punidas, ou, se punidas, cumprirão pouquíssimo
tempo, ficarão dispensados da multa e ainda poderão guardar o dinheiro que não
devolveram, nós vamos criar um país em que o crime compensa.
Assentadas as premissas básicas, anote-se os princípios jurídicos feridos de
morte com a graça decretada nesse momento, já tão sofrido, da vida brasileira.
Na Dinamarca, na Finlândia, na Noruega talvez não seja um problema dar
conceder graças e indultos a criminosos e autoridades, cujos atos delituosos tenham
ultrapassado todos os padrões mais comezinhos da vida em sociedade, que é esporádico e
eventual. Mas, no Brasil é uma opção incompatível com a Constituição, por violação da
moralidade administrativa e da probidade administrativa.
No atual contexto brasileiro, a concessão da graça constitucional para abolir a
execução de crimes como aqueles aos quais foi condenado o agraciado viola mandamentos
constitucionais preciosos.
A moralidade administrativa impõe a observância de preceitos éticos na atuação
da Administração Pública. Ética é uma ideia associada ao bem e à justiça. E esses valores
são gravemente violados pela leniência em relação a pessoas que praticaram atos ilícitos e
por eles foram condenados. Beneficiar criminosos pela Corte Suprema do país é clara
afronta ao mandamento constitucional.
E não se trata de moralismo, não se trata de perfeccionismo, mas de um mínimo
de senso comum ético que deve prevalecer nas sociedades civilizadas nas quais impere o
Estado de Direito.
Já em relação à probidade administrativa, que não deixa de ser um
desdobramento do princípio da moralidade, a Constituição repudia a improbidade
administrativa com letras fortes no art. 37, § 40, ao estabelecer que “os atos de improbidade
administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a
indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em
lei, sem prejuízo da ação penal cabível”
Portanto, moralidade, probidade, de per si, já colocariam por terra o Decreto
desafiado. Porém, a referida norma concessiva da graça constitucional configurada também
o desvio de finalidade, que ocorre quando um ato é praticado pela autoridade competente,
tem aparente forma de direito, mas visa atingir objetivos distintos daqueles autorizados
pela Constituição e pelas normas subordinadas.
Reforçando a questão do desvio de finalidade objetivamente, urge observar que
a graça constitucional tem duas grandes justificativas de acordo com a doutrina.
Inicialmente, o descongestionamento do sistema penitenciário. Portanto, a graça
é um instrumento de política penitenciária. Ademais, o seu caráter humanitário.
Todavia, nenhuma dessas finalidades é atendida com o perdão da pena, em
caráter genérico, de pessoas condenadas.
Em primeiro lugar, não afeta com nenhum impacto relevante o encarceramento
porque o número de pessoas efetivamente presas por pelos crimes cometidos pelo premiado
com a graça é mínimo, bem abaixo de 1%.
E evidentemente não tem caráter humanitário perdoar a pena abstratamente, de
um tipo de crime praticado que não tem qualquer relação com a benemerência, com aqueles
cuja condição pessoal justificam o abrandamento da pena.
Ora, é cediço que a graça constitucional somente é concedida para uma situação
que se está em estado de benemerência, uma pessoa muito idosa, uma pessoa que padeça
de uma doença; mas, ao multicitado condenado, evidentemente não tem qualquer caráter
humanitário.
Ressalte-se com clareza solar: não se trata de punitivismo, de jacobinismo, nem
a crença em vingadores mascarados, nem Robespierre, nem Savonarola.
Estamos falando de pessoa que, ao longo do processo atacou instituições,
pessoas, órgãos, Poderes, autoridades, descumpriu decisões judiciais e furtou-se a colocar
a tornozeleira e apresentar-se a polícia. E teve garantidos, em meio a privilégios normativos
como a prerrogativa de foro, a imunidade e a inviolabilidade parlamentar, o devido
processo legal, direito de defesa e contraditório.
Ademais, também estamos falando de pessoa que foi condenada e, antes mesmo
do trânsito em julgado da decisão condenatória, teve suas penalidades abolidas pelo
malfadado Decreto.
A interpretação da Constituição, com letras garrafais, não pode ser indiferente
a este quadro que existe no Brasil.
Ao decretar a graça constitucional – em pleno feriado que ocorreu no dia
seguinte ao julgamento – para autoridade representante do povo que, comprovadamente
cometeu crimes e ainda os repetiu, que foi intimado e descaradamente descumpriu
(também de forma reiterada) as Decisões da Corte Máxima do país e que foi condenado a
pena de Reclusão mediante o devido processo legal e oportunidade de ampla defesa e de
contraditório, resguardado o devido acatamento ao cargo, o Presidente da República
enfraquece o esforço republicano que a sociedade brasileira vem fazendo, trai os
compromissos democráticos do governo que tem o dever de atentar para os sentimentos da
sociedade e, pior, transmite a mensagem errada (como de costume) para as pessoas que
vivem do trabalho honesto, pagam seus impostos e acreditam no bem, na moralidade e na
legalidade.
Demais disso, a graça constitucional dá incentivos errados para as pessoas
erradas e cria o cenário para sermos o paraíso de criminosos, corruptos, peculatários,
abusadores, agressores prevaricadores e fraudadores etc., enfim, gente que nos atrasa na
história.
Costuma-se afirmar contrariedade aos atos ilícitos. Mas, em seguida e por meio
de travestido fundamento formal, libera-se a farra, liberta-se o crime. O mal geralmente
vem travestido de bem e, somente quem tem olhos de ver e coração de sentir, sabe quem é
quem e cada um escolhe o lado da história em que deseja estar. Contudo, é impossível
estar dos dois lados da história ao mesmo tempo, é contraditório afirmar que é contra o
crime e agraciar para liberar da justa condenação os criminosos.
Destarte, CONSIDERAR (como de fato foi expressamente considerado no
Decreto vergastado) que:
DOS PEDIDOS
Dá à causa, por ser este inestimável, o valor de cem reais, para efeitos
meramente fiscais.
Termos em que pede deferimento.
Brasília/DF, 21 de abril de 2022
RENAN CALHEIROS
SENADOR DA REPÚBLICA