Planejamento Experimental
Planejamento Experimental
Planejamento Experimental
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Aplicação dos Planejamentos Experimentais na Industria são fundamentais para
desenvolvimento de novos produtos e para o controle de processos. Nesta área é comum
aparecer problemas em que se precisa estudar várias propriedades ao mesmo tempo e
estas, por sua vez, são afetadas por um grande número de fatores experimentais. È papel
de técnicas de planejamento de experimentos, auxiliar na fabricação de produtos com
melhores características, na diminuição do seu tempo de desenvolvimento, aumentar a
produtividade de processos e minimizar a sensibilidade a fatores externos (NETO et al.,
2001).
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Capítulo 2- Elementos Básicos da Experimenta-
ção
Segundo Werkema & Aguiar (1996), para se realizar de forma eficiente um
experimento, deve-se ser utilizada uma abordagem científica para o planejamento.
Esta abordagem é identificada por meio do termo planejamento estatístico de
experimentos, que se refere ao procedimento de planejar um experimento de forma que
os dados apropriados sejam coletados em tempo e custo mínimos. A análise destes
dados por meio de técnicas estatísticas resultará em conclusões confiáveis.
Portanto existem dois aspectos fundamentais em qualquer estudo experimental:
o planejamento do experimento e a análise estatística dos dados. Estes dois aspectos
devem ser bem avaliados, já que a técnica de análise depende diretamente do
planejamento utilizado.
Um dos grande problemas dos estudos experimentais é a coleta de dados. Se os
dados forem coletados de forma inadequada, não há técnica estatística de análise de
dados que concerte o problema e todo o experimento fica comprometido.
Para que seja possível planejar de modo adequado a coleta de dados, princípios
básicos do planejamento de experimentos como a réplica, a aleatorização e a formação
de blocos devem ser entendidos.
2.1.1- Réplicas
2.1.2- Aleatorização
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dados. A maioria dos modelos subjacentes e estes métodos estatísticos exigem que os
componentes do erro experimental sejam variáveis aleatórias independentes e a
aleatorização geralmente torna válida esta exigência.
A aleatorização permite ainda que os efeitos de fatores não-controlados, que
afetam a variável resposta e que podem estar presentes durante a realização do
experimento, sejam balanceados entre todas as possíveis medidas. Este balanceamento
evita possíveis confundimentos na avaliação dos resultados devido à atuação destes
fatores.
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Vamos considerar um exemplo apresentado em Werkema & Aguiar (1996) para ilustrar
melhor os princípios básicos do planejamento de experimentos:
Réplica: Neste caso uma réplica do experimento completo consiste em medir a dureza
de um corpo de prova submetido à têmpera em água, de um segundo corpo de prova
submetido à têmpera em óleo e de um terceiro temperado em solução de cloreto de
sódio.Isto é, realizar uma réplica do experimento completo significa coletar uma
observação da variável resposta em cada condição experimental considerada no estudo.
Portanto, se seis corpos de prova são temperados em cada banho (água, óleo e água
salgada), sendo feita a seguir a medida da dureza de cada um destes corpos de prova,
dizemos que foram realizadas seis réplicas do experimento(sendo realizados dessa
forma 6x3=18 ensaios).
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Ensaio: Cada ensaio consiste em tratar um corpo de prova em um determinado banho
de têmpera.
Variável Resposta: É a dureza do corpo de prova medida após a realização da
têmpera.
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confirmação devem ser também realizados para validar as conclusões do
experimento.
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Capítulo 3 - Planejamento Completamente Alea-
torizado com Único Fator.
Tabela 3.1: Esquema da disposição de dados para Experimento Aleatorizado com Fator
Único.
Cada observação y ij na Tabela 3.1, pode ser descrita pelo seguinte modelo
estatístico linear,
y ij = µ + τ i + ε ij , (3.1)
Aqui,
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τ i : é o efeito do i-ésimo tratamento;
εij : é a componente do erro aleatório.
distribuidos com média zero e variância σ 2 . Dessa forma, cada tratamento pode ser
pensado como uma população normal com média µi = µ + τ i e variância σ 2 , ou seja,
y ij ~ N ( µi ; σ 2 ) .
Assim, vamos apresentar o procedimento para testar a igualdade das k médias
populacionais. Esse modelo de análise de variância é chamado de efeitos fixos. Os
efeitos dos tratamentos τi são definidos, em geral, como desvios da média geral µ , de
modo que
∑i =1τ i = 0
k
n
y i.
y i . = ∑ y ij y i. = , i =1,2,..., k .
i =1 n
k n
y..
y.. = ∑∑ y ij y.. = , N = kn “ Número total de observações”
i =1 j =1 N
H o : τ1 = τ 2 = ... = τ k = 0
(3.2)
H 1 : τ i ≠ 0 para pelo menos um i.
SQT = ∑∑ ( y ij − y.. )
k n
2
(3.3)
i =1 j =1
9
∑∑ ( y − y.. ) = n∑ ( y i. − y.. ) 2 + ∑∑ ( y ij − y i. )
k n k k n
2 2
ij
i =1 j =1 i =1 i =1 j =1 (3.4)
A relação em (3.4), mostra que a variabilidade total nos dados, medida pela soma de
quadrados total, pode ser particionada em uma soma de quadrados das diferenças entre
as médias dos tratamentos e a média geral, e na soma de quadrados das diferenças entre
as observações dentro de cada tratamento e a média do respectivo tratamento.
Diferenças entre médias de tratamentos observadas e a média geral quantificam
diferenças entre tratamentos, enquanto diferenças das observações dentro de um
tratamento e a média do tratamento podem ser devidas apenas a um erro aleatório.
SQ T = SQ Trat + SQ E , onde:
SQT = ∑∑ ( y ij − y.. ) :
k n
2
Soma dos quadrados total.
i =1 j =1
k
SQTrat = n ∑ ( y i. − y.. ) : Soma dos quadrados devido aos tratamentos.
2
i =1
i =1 j =1
k
E ( SQTrat ) = (k − 1)σ 2 + n∑τ i2 (3.5)
i =1
1
Sob H o verdadeira, temos que E =σ
SQ Trat 2
( k − 1)
Se H 1 é verdadeira, então
n∑i =1τ i2
k
1
E SQTrat = σ +
2
( k − 1) k −1
SQTrat
A razão QM Trat = é chamada média quadrática dos tratamentos. Logo, se H o é
k −1
verdadeira, QM Trat é um estimador não-viciado de σ 2 , enquanto que, se H 1 é
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verdadeira, QM Trat estima σ 2 mais um termo positivo que incorpora a variação
devida à diferença entre as médias dos tratamentos.
SQ E
Então a média quadrática dos erros QM E = é um estimador não-viciado de
k (n −1)
σ 2 , independente de H o ser ou não verdadeira.
Supondo que cada uma das k populações possa ser modelada com uma distribuição
normal. Com essa suposição pode-se mostrar que, sob H o , então:
SQTrat
QM Trat
Fo = k − 1 = ~ F( k −1,k ( n −1) ) (3.7)
SQ E QM E
k (n − 1)
QM E
Dentro dos Tratamentos (Erro) SQ E k ( n −1) QM E
Total SQT kn −1
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3.2 Análise de Resíduos.
Na Figura 3.1, tem-se uma típica configuração aleatória entre ordem X resíduos,
validando a suposição de independência entre as observações.
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Figura 3.2: Resíduo X Média dos Tratamentos
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A análise de variância nós indica que há uma diferença entre as médias, mas ela
não diz qual média que difere.Existem procedimentos específicos chamados de
procedimentos de comparação múltipla, para testar as diferenças entre as médias
específicas seguindo uma análise de variância. Dentre os testes mais conhecidos
destacamos o teste Tukey (Montgomery,2001).
O teste de Tukey, está baseado na amplitude total estudentizada e pode ser usado
para comparar todos os pares de contrastes que envolvem diferenças de médias.
O teste é exato de nível α quando o número de repetições é o mesmo para todos
tratamentos e aproximado quando o número de repetições é diferente para os
tratamentos. Este teste pode ainda ser usado para a construção de intervalos de
confiança para a difernça entre as médias dos tratamentos.
O procedimento está baseado na distribuição de amplitude total estudentizada
(studentized range statistic) dada por:
y − y min
q = max
QM E (3.8)
n
onde ymax e ymin são as maiores e menores médias amostrais respectivamente,
calculadas para um grupo de p amostras. A distribuição de qα ( p, f ) , com α sendo
o percentil superior de pontos de q com f graus de liberdade, associado ao
estimador QM E é calculada computacionalmente.
Para um número igual de repetições, o teste Tukey detecta diferenças significativas
entre pares de duas médias se o valor absoluto da diferenças das médias amostrais
execeder
QM E
Tα = qα (k , f )
n
yi. − y j . − Tα ≤ µi − µ j ≤ yi. − y j . + Tα , i ≠ j .
qα (k , f ) 1 1
Tα = QM E +
2 n nj
i
e
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Neste tópico vamos ilustrar a utilização do software R na análise de dados para o
modelo de planejamento de experimento completamente aleatorizado.
O simbolo > indica a linha de comando (“prompt”) na qual serão digitados os comandos
para a execusão das análises.
O R tem um sistema de ajuda on-line que permite que a documentação seja exibida em
um browser (explorer,mozilla,ou similar). Para iniciar este sistema on-line clique em
“help” depois “html help”.
Para uma consulta rápida, quando já se sabe o nome da função, basta digitar
help(nome_da_função).
Para conhecer ou lembrar os parâmetros ou argumentos da função utilize o comando
args(nome_da_função).
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Quando se quer listar todas as funções que possuem um determinado termo utiliza-se o
comando apropos(termo). Por Exemplo:
> apropos(vector)
[1] ".__C__vector" "as.data.frame.vector" "as.vector"
[4] "as.vector.factor" "is.vector" "vector"
Por ser gratuito, o R não possui suporte oficial. Existe uma lista de discussão através do
endereço http://www.r-project.org/mail.html, que se tem mostrado um suporte interativo
bastante eficiente.
Neste caso a matriz de planejamento de experimento pode ser montada com a seguinte
seqüência de comandos para entrar com os dados do experimento:
>or<- scan() : Depois do comando o próximo passo é entrar com os dados da ordem do
ensaio da mesma forma anterior.
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Montando a variável tratamento:
>x1<-factor(rep(1:3,each=9),labels=c("agua","oleoA","oleoB"))
tapply(resp,trat,summary)
$água
Min. 1st Qu. Median Mean 3rd Qu. Max.
36.70 37.20 38.00 37.99 38.80 38.90
$óleoA
Min. 1st Qu. Median Mean 3rd Qu. Max.
35.30 35.70 36.00 36.21 36.80 37.50
$óleoB
Min. 1st Qu. Median Mean 3rd Qu. Max.
34.20 35.00 35.30 35.28 35.70 36.50
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Figura 3.5: Box-Plot para os Valores de Dureza Obtidos em cada Banho de Têmpera.
Pela Figura 3.5 e medidas descritivas acima, pode-se observar que parece haver
uma diferença entre os banhos de óleo e o de água, sendo que a maior dureza média foi
observada no banho de água.
O problema agora é verificar se essas diferenças de fato são significativas ou
podem ser de origem aleatória. Para constatarmos se de fato as diferenças são
significativas utilizaremos à análise de variância.
av<-aov(resp~trat) :
O comando names(av) lista todos os vetores de resultados gerados pela ANOVA como
por exemplo o vetor de resíduos.
> names(av)
[1] "coefficients" "residuals" "effects" "rank" "fitted.values" "assign"
"qr"
[8] "df.residual" "contrasts" "xlevels" "call" "terms" "model"
Para utilizar esses vetores deve-se referenciar como por exemplo av$res ou av$fitt ,
aqui será listado o vetor de resíduos e o vetor de valores ajustados pelo modelo
proposto.
Agora utiliza-se o comando summary(av) ou anova(av) , que geram a Tabela da
ANOVA abaixo:
Response: resp
18
---
Signif. codes: 0 `***' 0.001 `**' 0.01 `*' 0.05 `.' 0.1 ` ' 1
>TukeyHSD(av)
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Figura 3.6: Comparações Múltiplas.
O resultado pode ser melhor ilustrado pela Figura 3.6, que é gerado através do comado:
> plot(TukeyHSD(av))
>plot (ordem,av$res,xlab="Ordem",ylab="Resíduos",col="red")
>qqnorm(av$res,xlab="Quantil da Normal",ylab="Resíduos")
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Este comando plot os quantis da distribuição normal contra os valores dos resíduos
ordenados
>qqline(av.$res)
Este comando ajusta a reta entre os pontos. Neste caso espera-se que os dados se
alinhem em torno da reta ajustada.
>bartlett.test(av$res,trat)
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Como visto não se rejeita a hipótese de igualdade de variâncias, portanto essa suposição
não foi violada.
O teste de normalidade de Shapiro-Wilk é usado através do comando:
>shapiro.test(av$res)
Conclusão Final:
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• Faça um estudo descritivo, visando comparar os níveis do fator (tabela
decritiva e Box-Plot).
• Faça um análise de variância completa usando α = 0.05 e verifique quais
níveis de temperatura que produzem diferentes densidades nos tijolos.
4.1 Introdução
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Em muitas situações experimentais, a presença de fontes externas perturbadoras
conhecidas pode provocar variabilidade extra e alterar os efeitos dos fatores de
interesse, confundindo dessa forma a análise final do planejamento experimental.
Os planejamentos de experimentos com blocos completamente aleatorizados são
planejamentos experimentais nos quais parte dessa variabilidade devida a fatores
externos conhecidos é controlada.
Um exemplo desse estudo pode ser ilustrado em uma situação onde se deseja testar a
eficiência de diferentes processos de produção para a mesma finalidade sabendo que a
matéria-prima, que é vinda de diferentes fornecedores pode influenciar no resultado.
Aqui não se tem interesse em testar a matéria prima e sim os processos, no entanto a
matéria-prima que não vem de forma padronizada pode confundir o desempenho dos
processos.
Nesta situação, os diferentes lotes de matéria-prima devem ser tratados como
blocos. Dentro do bloco devem ser realizados todos os ensaios correspondentes aos
possíveis tratamentos (ou níveis do fator de interesse). Ainda dentro do bloco, a
associação dos tratamentos ás unidades experimentais e a ordem de realização dos
ensaios devem ser determinadas ao acaso.
Para este modelo, vamos considerar em geral, que existem k tratamentos que
serão avaliados em b blocos. A disposição dos dados é ilustrada na Tabela abaixo:
Blocos
Trat 1 2 ... b Totais
1 y11 y12 ... y1b y1.
2 y21 y22 ... y2 b y2.
k yk 1 yk 2 ... ykb yk .
Totais y.1 y.2 ... y.b y..
Nesta situação será coletada apenas uma observação para cada tratamento (nível
do fator), em cada bloco. A maneira como os tratamentos serão alocados às unidades
experimentais e a ordem de realização dos ensaios, dentro de cada bloco, serão
determinadas de modo aleatório. Em função da primeira aleatorização dos tratamentos
com os blocos, dizemos que os blocos representam uma restrição a aleatorização.
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τi : efeito do i-ésimo tratamento.
βj : efeito do j-ésimo bloco.
εij : erro aleatório associado à observação y ij .
H 0 : τ1 = τ 2 = = τ k = 0
(4.2)
H 1 : τ i ≠ 0 , para no mínimo um i
i =1 j =1 i =1 j =1 i =1 j =1
(4.3)
Aqui:
k b
SQT = ∑∑ ( y ij − y.. ) 2 : Soma de quadrados total.
i =1 j =1
k
SQTrat = b∑ ( y i. − y.. ) 2 : Soma de quadrados devido aos tratamentos.
i =1
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b
SQ Blo cos = k ∑( y. j − y.. ) 2 : Soma de quadrados devido aos blocos.
j =1
k b
SQ E = ∑∑ ( y ij − y. j − y i. + y.. ) 2 : Soma do quadrado dos resíduos.
i =1 j =1
SQ Blo cos
QM Blo cos = : Quadrado Médio dos Blocos.
b −1
SQ E
QM E = : Quadrado Médio dos Resíduos.
( k −1)( b −1)
Pode ser demonstrado (ver Montgomery, 2002) que os valores esperados dessas
médias quadráticas são:
k
b∑ τ i2
(4.5)
E ( QM Trat ) = σ 2 + i =1
k −1
b
k ∑ β 2j
(4.6)
E ( QM Blo cos ) = σ 2 +
j =1
b −1
E ( QM E ) = σ 2 (4.7)
Dessa forma, se a hipótese nula H 0 for verdadeira de modo que todos os efeitos do
tratamento τ i = 0 , então QM Trat será um estimador não tendencioso de σ 2 , enquanto
se H o for falsa, estimará σ 2 mais um termo quadrático positivo. O quadrado médio
dos resíduos será sempre um estimador não tendencioso de σ 2 . Dessa forma para testar
a hipótese nula de que os efeitos dos tratamentos sejam iguais a zero, utilizamos a
estatística
QM Trat
F0 =
QM E
que, sob H o , terá uma distribuição F, com (k −1), ( k −1)( b −1) graus de liberdade.
Assim, rejeita-se a hipótese nula H o , com um nível de significância α , se
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Fo = Fα , [ ( k −1), ( k −1)( b −1) ]
Total SQT N − 1 = kb − 1
QM Blo cos
A estatística F= , aparece como teste para o efeito dos blocos. A
QM E
validade dessa razão como uma estatística de teste para a hipótese nula de nenhum
efeito do bloco é duvidosa, uma vez que os blocos representam uma restrição à
aleatoriedade, ou seja, usamos a aleatoridade apenas dentro dos blocos. Podemos
considerar, se os blocos forem realizados em uma ordem aleatória, que um valor grande
para F dá indicativos para efeitos significativos dos blocos, mas não podemos afirmar
esses resultados como para o teste do efeito dos tratamentos.
As verificações serão feitas por meio do estudo dos gráficos de resíduos como: Gráficos
de resíduos X Valores Ajustados; Gráficos de Resíduos x Tratamentos; Resíduos x
Blocos e Gráfico de probabilidade Normal. Aqui pode-se também usar o teste de
Barllets para testar a igualdade de variâncias e o teste de ShapiroWilk para Normalidade
dos resíduos.
Da mesma forma pode-se utilizar o teste de Tukey, considerando agora uma pequena
alteração no grau de liberdade do QM E , que agora possui ( k −1)( b −1) graus de
liberdade e substituir o número n de réplicas pelo número de blocos b.
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4.5 – Aplicação do Software R na analise de dados para o planejamento de
experimento aleatorizado em blocos completos.
Lotes
Catalisador 1 2 3 4 5
A 41 34 40 39 33
B 43 37 45 42 40
C 45 38 48 43 38
D 43 41 45 46 40
Repostas:
y<- scan() : Depois do comando o próximo passo é entrar com os dados da resposta.
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Uma opção mais completa pode ser definida por:
b<-factor(rep(1:5,each=4),labels=c("Lote1","Lote2","Lote3","Lote4","Lote5"))
tr<- factor(rep(1:4,5),labels=c("A","B","C","D"))
Montando o Data.frame
decab<-data.frame(resp=y,trat=tr,bloco=b)
> decab
resp trat bloco
1 41 A Lote1
2 43 B Lote1
*
*
*
19 38 C Lote5
20 40 D Lote5
attach(decab)
> tapply(resp,trat,summary)
$A
Min. 1st Qu. Median Mean 3rd Qu. Max.
33.0 34.0 39.0 37.4 40.0 41.0
$B
Min. 1st Qu. Median Mean 3rd Qu. Max.
37.0 40.0 42.0 41.4 43.0 45.0
$C
Min. 1st Qu. Median Mean 3rd Qu. Max.
38.0 38.0 43.0 42.4 45.0 48.0
$D
Min. 1st Qu. Median Mean 3rd Qu. Max.
40 41 43 43 45 46
> tapply(resp,bloco,summary)
$Lote1
Min. 1st Qu. Median Mean 3rd Qu. Max.
41.0 42.5 43.0 43.0 43.5 45.0
$Lote2
Min. 1st Qu. Median Mean 3rd Qu. Max.
34.00 36.25 37.50 37.50 38.75 41.00
$Lote3
Min. 1st Qu. Median Mean 3rd Qu. Max.
40.00 43.75 45.00 44.50 45.75 48.00
$Lote4
Min. 1st Qu. Median Mean 3rd Qu. Max.
29
39.00 41.25 42.50 42.50 43.75 46.00
$Lote5
Min. 1st Qu. Median Mean 3rd Qu. Max.
33.00 36.75 39.00 37.75 40.00 40.00
par(mfrow=c(2,1))
plot(trat,resp,xlab="Tratamento",ylab="Respostas")
plot(bloco,resp,xlab="Bloco",ylab="Respostas")
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O problema agora é verificar se essas diferenças de fato são significativas ou podem ser
de origem aleatória. Para constatarmos se de fato as diferenças são significativas
utilizaremos à análise de variância.
> eb.av<-aov(resp~trat+bloco)
> anova(eb.av)
Response: resp
Df Sum Sq Mean Sq F value Pr(>F)
trat 3 95.350 31.783 13.430 0.0003839 ***
bloco 4 165.200 41.300 17.451 6.098e-05 ***
Residuals 12 28.400 2.367
---
Signif. codes: 0 '***' 0.001 '**' 0.01 '*' 0.05 '.' 0.1 ' ' 1
31
Pelo quadro da anova acima, verifica-se que existe diferença entre tratamentos, com
relação aos blocos tem-se uma indicação de que apresentaram efeito significativo, sendo
dessa forma seu uso indispensável neste experimento.
Detectado a diferença entre tratamentos o próximo passo e identificar de fato qual dos
tratamentos esta diferindo do outro. Nesta etapa vamos utilizar o teste de Tukey.
Comando:
>TukeyHSD(eb.av)
$trat
diff lwr upr
B-A 4.0 1.111354 6.888646
C-A 5.0 2.111354 7.888646
D-A 5.6 2.711354 8.488646
C-B 1.0 -1.888646 3.888646
D-B 1.6 -1.288646 4.488646
D-C 0.6 -2.288646 3.488646
$bloco
diff lwr upr
Lote2-Lote1 -5.50 -8.967325 -2.032675
Lote3-Lote1 1.50 -1.967325 4.967325
Lote4-Lote1 -0.50 -3.967325 2.967325
Lote5-Lote1 -5.25 -8.717325 -1.782675
Lote3-Lote2 7.00 3.532675 10.467325
Lote4-Lote2 5.00 1.532675 8.467325
Lote5-Lote2 0.25 -3.217325 3.717325
Lote4-Lote3 -2.00 -5.467325 1.467325
Lote5-Lote3 -6.75 -10.217325 -3.282675
Lote5-Lote4 -4.75 -8.217325 -1.282675
Para este modelo devem-se construir os gráficos de resíduos contra valores ajustados;
gráfico de resíduos contra tratamentos; gráfico de resíduos contra blocos e gráfico de
32
probabilidade normal. Da mesma forma, podem-se utilizar alguns testes para verificar
as hipóteses de variância constante e normalidade dos dados.
Na Figura abaixo contém os gráficos descritos acima, para a análise de resíduos.
> par(mfrow=c(2,2))
> plot(eb.av$fit,eb.av$res,xlab="Valores Ajustados",ylab="Resíduos",col="blue")
> plot(trat,eb.av$res,xlab="Tratamentos",ylab="Resíduos",col="blue")
> plot(bloco,eb.av$res,xlab="Blocos",ylab="Resíduos",col="blue")
> qqnorm(eb.av$res,xlab="Quantil da Normal",ylab="Resíduos",col="blue")
> qqline(eb.av$res)
Pela Figura 4.2, parece não existir nenhuma violação grave na suposição do modelo.
Aplicando os testes de normalidade e homogeneidade de variâncias tem-se os seguintes
resultados:
> shapiro.test(eb.av$res)
33
data: eb.av$res
W = 0.9217, p-value = 0.1066
Para testar a homogeneidade das variâncias temos:
> bartlett.test(eb.av$res,trat)
>bartlett.test(eb.av$res,bloco)
• Existe diferença entre o tempo médio de reação entre os tratamentos, sendo que
o Catalisador A apresenta menor tempo de reação.
• O modelo utilizado na análise se mostrou apropriado, sem apresentar violações.
• Dessa forma recomenda-se a utilização do Catalisador A na produção, pois irá
aumentar a produtividade do processo.
Largura
Comprimento do Canal 1 2 3 4 5
1 0,7 0,8 0,8 0,9 1
2 0,8 0,8 0,9 0,9 1
3 0,9 1 1,7 2 4
4 1 1,5 2 3 20
Corpo de Prova
Tipo de Ponteira 1 2 3 4
1 9,3 9,4 9,6 10
2 9,4 9,3 9,8 9,9
3 9,2 9,4 9,5 9,7
4 9,7 9,6 10 10,2
Vamos considerar neste caso o planejamento com dois fatores. Aqui consideramos A e
B, com a e b níveis respectivamente. Se o experimento é replicado n vezes, a
disposição dos dados pode ser ilustrada na tabela abaixo:
Tabela 5.1: Disposição dos dados para um experimento fatorial com dois fatores
Fator B
Fator A 1 2 … b
1 y111 , y112 , y121 , y122 , y1b1 , y1b 2 ,
..., y11 n ..., y12 n … ..., y1bn
2 y211 , y212 , y221 , y222 , y2 b1 , y2 b 2 ,
..., y21 n ..., y22 n … ..., y2 bn
ya11 , ya12 , ya 21 , ya 22 , yab 1 , yab 2 ,
a ..., ya1n ..., ya 2 n … ..., yabn
Em geral, a observação na ij-ésima cela na k-ésima repetição é yijk . Aqui, na coleta de
dados, as abn observações devem ser feitas em ordem aleatória. O planejamento
fatorial com dois fatores é um planejamento completamente aleatorizado. Vamos supor,
inicialmente, que ambos os fatores tenham efeitos fixos.
O modelo matemático para observações de um experimento fatorial com dois fatores é
dado por
i = 1,2,...,a
yijk = µ +τi + β j + (τ β) ij + εijk ; j = 1,2,...,b (5.1)
k = 1,2,...,n
onde:
36
βj : é o efeito do j-ésimo nível do fator B.
(τβ)ij : é o efeito da interação entre A e B.
εijk : é o erro aleatório. Da mesma forma, vamos considerar que εijk ~ N (0;σ 2 ).
Ambos os fatores são considerados fixos, e o efeito dos tratamentos são definidos como
desvios da média geral, dessa forma ∑i =1τ i = 0 e ∑j =1 β j = 0 .
a b
No experimento fatorial com dois fatores, tem-se interesse em testar o efeito dos dois
fatores. Especificamente, estamos interessados em testes de hipóteses sobre a igualdade
do efeito do tratamento das linhas (Fator A)
H 0 : τ1 = τ 2 = ... = τ a = 0
(5.2)
H1 : τi ≠ 0, para pelo menos um i
H 0 : β1 = β2 = ... = βb = 0
(5.3)
H1 : β j ≠ 0; para pelo menos um j.
y i..
y i.. = ∑j =1 ∑k =1 y ijk
b n
y i.. = ; i =1,2,..., a
bn
y. j .
y. j . = ∑i =1 ∑k =1 y ijk
a n
y. j . = ; j =1,2,..., b
an
37
y ij . i = 1,2, . . a. ,
y ij . = ∑k =1 y ijk ;
n
y ij . =
j = 1,2, . . b. ,
n
y...
y... = ∑i =1 ∑j =1 ∑k =1 y ijk
a b n
y... =
abn
a b n
SQT = ∑∑∑( y ijk − y... ) 2 (5.5)
i =1 j =1 k =1
Da seguinte forma:
a b n a b
∑∑∑( y
i =1 j =1 k =1
ijk − y... ) 2 = bn ∑( y i.. − y... ) 2 + an ∑( y. j . − y... ) 2
i =1 j =1
a b
+ n∑∑( y ij . − y i.. − y. j . + y... ) 2
i =1 j =1
a b n
+ ∑∑∑( y ijk − y ij . ) 2 .
i =1 j =1 k =1
Ou, simbolicamente,
SQT = SQ A + SQ B + SQ AB + SQ E (5.6)
38
Cada soma de quadrados dividido pelos respectivos graus de liberdade formam os
quadrados médios. Assim
SQ A
QM A = : Quadrado médio do tratamento A.
a −1
SQ B
QM B = : Quadrado médio do tratamento B.
b −1
SQ AB
QM AB = : Quadrado médio da Interação.
(a −1)( b −1)
SQ E
QM E = : Quadrado médio dos Erros.
ab (n −1)
Os valores esperados dos quadrados médios são:
bn ∑i =1τ i2
a
SQ A
E (QM A ) = E =σ +
2
(5.7)
a −1 a −1
an ∑ j =1 β j
b 2
SQ B (5.8)
E (QM B ) = E =σ +
2
b −1 b −1
n∑i =1 ∑j =1 (τ β) ij2
a b
SQ AB
E (QM AB ) = E = σ +
2
(5.9)
( a − 1)(b − 1) ( a − 1)(b − 1)
SQ E
E (QM E ) = E = σ 2 (5.10)
ab ( n − 1)
Note que se as hipóteses nulas sobre o efeito das linhas A, efeitos das colunas B e da
interação AB são verdadeiras então QM A , QM B , QM AB e QM E são todos
estimativas de σ 2 .
39
Se for assumido que o modelo da equação 5.1 é adequado e que os ε ij k são
independentes e identicamente distribuídos de forma normal com variância constante
QM A QM B QM AB
σ 2 , então cada razão de quadrados médios , e é distribuído
QM E QM E QM E
como uma F com ( a −1) , (b −1) e (a −1)( b −1) graus de liberdade do numerador
respectivamente e ab (n −1) graus de liberdade do denominador. A região critica para
um teste com nível de significância α , será valores da razão de quadrados que exceder
o quantil da F com um nível α e respectivos graus de liberdade.
Total SQ T abn −1
40
2. Gráfico de resíduos X níveis do fator A. Checa a homogeneidade da variância
nos níveis de A.
3. Gráfico de resíduos X níveis do fator B. Checa a homogeneidade da variância
nos níveis de B.
4. Gráfico de resíduos X valores preditos ŷ ijk . Checa a homogeneidade da
variância de forma geral. Para testar a homogeneidade da variância pode-se usar
o teste de Bartey.
5. Gráfico de resíduos X Ordem de coleta. Checa a suposição de independência
entre as observações.
Identificado o efeito significativo nos níveis dos fatores, deve-se utilizar um teste de
comparações múltiplas, para a identificação das diferenças específicas. Novamente será
utilizado nesta fase o teste de comparações múltiplas de Tukey.
Vale ressaltar que quando a interação é significativa, a comparação entre médias de um
mesmo fator pode ser mascarada pelo efeito da interação. Uma alternativa para essa
situação é por exemplo fixar o fator B em um nível específico e aplicar o teste Tukey
para as médias do fator A neste nível fixado.
Os resultados do experimento fatorial com dois fatores podem ser facilmente estendidos
para o caso geral onde existem a níveis do fator A, b níveis do fator B, c níveis do
fator C, e assim por diante. No geral, existirão abc ... n observações totais para n
réplicas completas do experimento. Aqui, deve-se ter no mínimo duas réplicas ( n ≥ 2 )
para determinar as somas de quadrados envolvidas no modelo.
41
i = 1,2,...,a
j = 1,2,...,b
y ijkl = µ + τ i + β j + γ k + (τ β) ij + (τ γ) ik + ( β γ) jk + (τ β γ
) ijk + ε ijkl , com
k = 1,2,...,c
l = 1,2,...,n
(5.12)
Assumindo que A,B e C são fixados, a tabela resumo da análise de variância, incluindo
a esperança dos quadrados médios é dada abaixo.
B SQ B b −1 QM B acn ∑ β 2 QM B
σ2 +
b −1 QM E
C SQ C c −1 QM C abn ∑γ 2
k
QM C
σ2 +
c −1 QM E
AB SQ AB ( a −1)( b −1) QM AB cn ∑∑(τ β) ij2 QM AB
σ2 +
( a −1)( b −1) QM E
AC SQ AC (a − 1)(c − 1) QM bn ∑∑(τ γ) ik2 QM AC
σ2 +
AC
(a −1)( c −1) QM E
BC SQBC (b −1)( c −1) QM BC an ∑∑( β γ) 2jk QM BC
σ + 2
(b −1)( c − 1) QM E
ABC SQ ABC (a −1)( b −1)( c −1) n∑∑∑(τ βγ) ijk
2
QM ABC
QM σ2 +
ABC ( a −1)( b −1)( c −1) QM E
Erro SQ E abc( n − 1) QM E σ2
Total SQ T abcn −1
A soma de quadrados total é encontrada da mesma forma anterior, sendo dada por
2
y....
SQ T = ∑i =1 ∑j =1 ∑k =1 ∑l =1 y ijkl
a b c n
2
− (5.13)
abcn
As somas de quadrados dos efeitos principais são encontradas a partir dos totais dos
fatores A ( y i ... ) , B ( y. j .. ) e C ( y.. k . ) como segue
42
1 y....2
∑i=1 yi2... −
a
SQ A = (5.14)
bcn abcn
1 y....2
∑ j =1 . j.. abcn
b
SQ B = y 2
− (5.15)
acn
1 y2
∑k =1 y..2k . −
c
SQ C = (5.16)
abn abcn
A soma de quadrados dos efeitos das interações, com dois fatores, é dada para cada par
como:
1 y....2
∑ ∑ ij .. abcn − SQ A − SQ B
a b
SQ AB = y 2
− (5.17)
cn i =1 j =1
2
1 y....
∑ ∑ yi.k . − abcn − SQ A − SQC
a c
SQ AC = 2
(5.18)
bn i =1 k =1
1 y....2
∑ j =1 ∑k =1 . jk . abcn − SQ B − SQC
b c
SQ BC = y 2
− (5.19)
an
1 a y....2
= ∑i =1 ∑ j =1 ∑k =1 y ijk . −
b c
SQ ABC 2
− SQ A − SQ B − SQC − SQ AB − SQ AC − SQ BC
n abcn
(5.20)
1 2
y....
SQ E = SQ T − ∑i =1 ∑j =1 ∑k =1 y ijk
a b c 2
. − (5.21)
n abcn
43
Em uma indústria fabricante de equipamentos eletrônicos uma furadeira é utilizada para
furar as placas de circuito impresso produzidas. Com o objetivo de reduzir a
variabilidade do processo de furação, a equipe do controle de qualidade, decidiu
planejar um experimento para identificar os fatores responsáveis pela elevada
variabilidade. Foi decidido estudar dois fatores potencialmente influentes sobre a
variabilidade do processo: velocidade de rotação (Fator A) e diâmetro (Fator B) da
1 1
broca utilizada na furadeira. Foram escolhidos três níveis para cada fator: , e
16 12
1
polegadas para o diâmetro e 40, 60 e 80 rpm para a velocidade de rotação da broca.
8
Aqui foi decidido realizar um experimento fatorial com quatro réplicas. Como era muito
difícil medir diretamente a variação no diâmetro dos furos, foi decidido medi-la
indiretamente pela vibração que ocorria na placa que esta correlacionada com a
variação. Dessa forma, em trinta e seis placas de teste foram instalados acelerômetros
que permitiam medir a vibração nos eixos coordenados (X,Y,Z) das placas.
Deve-se salientar que a placa utilizada em cada ensaio foi escolhida ao acaso e a ordem
de realização dos ensaios também foi determinada aleatoriamente.
y<- scan() : Depois do comando o próximo passo é entrar com os dados da resposta.
Montando os Fatores:
44
v1<-factor(rep(rep(1:3,each=4),3),labels=c("V1","V2","V3")) : Vetor que
caracteriza as velocidades. Dessa forma o data.frame será:
defca<-data.frame(resp=y, diam=d1,vel=v1)
> debca
resp diam vel
1 10.6 D1 V1
2 16.8 D1 V1
*
*
*
35 35.5 D3 V3
36 31.9 D3 V3
> tapply(resp,vel,mean)
V1 V2 V3
16.14167 21.54167 23.55000
> tapply(resp,diam,mean)
D1 D2 D3
14.52500 20.10833 26.60000
> tapply(resp,list(vel,diam),mean)
D1 D2 D3
V1 14.425 12.975 21.025
V2 14.375 23.450 26.800
V3 14.775 23.900 31.975
Pelas descrições apresentadas acima, parece haver diferenças entre níveis de velocidade,
níveis de diâmetro e também diferenças entre as interações. Para confirmar tal indicação
procede-se a análise de variância.
5.3.2 - Análise de Variância, Comparações Múltiplas e Análise de Resíduos.
Response: resp
Df Sum Sq Mean Sq F value Pr(>F)
vel 2 352.31 176.15 31.9001 7.749e-08 ***
diam 2 876.48 438.24 79.3624 4.939e-12 ***
45
vel:diam 4 193.83 48.46 8.7753 0.0001129 ***
Residuals 27 149.10 5.52
---
Signif. codes: 0 '***' 0.001 '**' 0.01 '*' 0.05 '.' 0.1 ' ' 1
Por meio dos resultados no quadro da anova foi possível concluir que a velocidade, o
diâmetro da broca e também a interação entre estes dois fatores afetavam a vibração da
superfície das placas durante o processo de furação.Para auxiliar a interpretação de
como os fatores exercem seus efeitos sugerimos uma inspeção gráfica ilustrando as
médias por fatores e os gráficos de interação. A seqüência de comandos para se realizar
uma inspeção gráfica é descrita abaixo:
par(mfrow=c(2,2))
plot(diam,resp,xlab="Diâmetro",ylab="Vibração",col="blue")
plot(vel,resp,xlab="Velocidade",ylab="Vibração",col="blue")
interaction.plot(vel,diam,resp,trace.label=("Diâmetro"),xlab="Velocidade",ylab=
"Vibração Média",col="blue")
interaction.plot(diam,vel,resp,trace.label=("Velocidade"),xlab="Diâmetro",ylab=
"Vibração Média",col="blue")
Pela Figura 5.3, constata-se o fato de que a interação era significativa, indicado pela
ausência de paralelismo entre as linhas. A partir da análise desta figura, é possível obter
uma indicação de que a vibração foi baixa para a broca D1 (1/16) em qualquer
velocidade de rotação e para a broca D2 (1/12), na velocidade de 40 rpm. Sabe-se que
quanto menores fossem o diâmetro e a velocidade de rotação, mais baixo era a taxa de
produção da furadeira e ainda que a taxa de produção era mais afetada pelas variações
de velocidade do que pelas variações no diâmetro da broca. Portanto para manter uma
taxa de produção satisfatória, a melhor condição de operação do processo parece ser
utilizar a broca D1 (1/16) com velocidade de rotação igual a 80 rpm.
46
Para confirmar os resultados acima procedemos a comparações múltiplas.
>TukeyHSD(avdefca)
Este comando gera todas as possíveis comparações múltiplas, no entanto como o efeito
das interações foi significativo, tem-se um interesse maior por estas comparações.
Assim
>TukeyHSD(avdefca,"vel:diam",ordered=T)
$"vel:diam"
diff lwr upr
V1:D1-V2:D1 0.050 -5.5408860 5.640886
V3:D1-V2:D1 0.400 -5.1908860 5.990886
V3:D1-V1:D1 0.350 -5.2408860 5.940886
Podemos ver que o não existe diferença significativa entre os níveis de velocidade e o
nível do diâmetro em D1. Podemos confirmar, através do desdobramento da análise de
variância da interação que a interação no nível D1 não é significativa.
Vamos desdobrar os efeitos da velocidade em cada nível do diâmetro utilizando o
comando de efeito alinhado ( / ). O comando é ilustrado abaixo.
> av2f<-aov(resp~diam/vel)
> summary(av2f,split=list("diam:vel"=list(D1=1,D2=2,D3=3)))
Df Sum Sq Mean Sq F value Pr(>F)
diam 2 876.48 438.24 79.3624 4.939e-12 ***
diam:vel 6 546.14 91.02 16.4836 6.766e-08 ***
diam:vel: D1 1 0.13 0.13 0.0244 0.876915
diam:vel: D2 1 67.00 67.00 12.1333 0.001705 **
diam:vel: D3 1 0.24 0.24 0.0435 0.836422
Residuals 27 149.10 5.52
---
Signif. codes: 0 '***' 0.001 '**' 0.01 '*' 0.05 '.' 0.1 ' ' 1
Para este modelo deve-se construir para a análise de resíduos os gráficos de resíduos
contra ordem, gráfico de resíduos contra valores ajustados, gráfico de resíduos contra
fator velocidade, gráfico de resíduos contra fator diâmetro e gráfico de probabilidade
normal.
Da mesma forma, pode-se utilizar alguns testes para verificar as hipóteses de
independência, variância constante e normalidade dos dados. A seqüência dos
comandos para geração dos gráficos é dada por:
par(mfrow=c(3,2))
plot(ordem,avf$res,xlab="Ordem",ylab="Resíduos",col="blue")
plot(avf$fit,avf$res,xlab="Valores Ajustados",ylab="Resíduos",col="blue")
plot(vel,avf$res,xlab="Velocidade",ylab="Resíduos",col="blue")
47
plot(diam,avf$res,xlab="Diâmetro",ylab="Resíduos",col="blue")
qqnorm(avf$res,xlab="Quantil da Normal",ylab="Resíduos",col="blue")
qqline(avf$res)
> shapiro.test(avf$res)
data: avf$res
48
> bartlett.test(avf$res,vel)
> bartlett.test(avf$res,diam)
49
2- Um experimento foi utilizado para avaliar a adesão de tintas zarções para aviões.
Existem dois métodos de aplicação: imerção e aspersão, e três tipos de zarção.
Três corpos de prova foram pintados com cada zarção usando um dos métodos
de aplicação.Os dados dos experimentos estão mostrados na tabela abaixo.
B1 B2 B1 B2 B1 B2 50
Figura 6.1- Estrutura de um Experimento com Dois Fatores Cruzados
A1 A2 A3
B1 B2 B3 B4 B5 B6
O modelo estatístico para o planejamento hierárquico com dois fatores fixos pode ser
dado por:
i = 1,2,...,a
yijk = µ +τi + β j ( i ) + ε( ij ) k com
j = 1,2,...,b (6.1)
k = 1,2,...,n
onde
Neste modelo existem a níveis para o fator A, b níveis para o fator B aninhados sob
cada nível de A e n réplicas. O índice j (i ) indica que o j-ésimo nível do fator B está
aninhado sob o i-ésimo nível do fator A.
51
É importante destacar que não pode existir interação entre os fatores A e B em um
experimento hierárquico, já que cada nível do fator A está associado a um diferente
conjunto de níveis do fator B.
H 0 : τ1 = τ 2 = ... = τ a = 0
H1 : τ i ≠ 0 para pelo menos um i . (6.2)
a b n a a b a b n
∑∑∑( yijk − y... ) 2 = bn ∑( yi.. − y... ) 2 + n∑∑( yij . − yi.. ) 2 + ∑∑∑( yijk − yij . ) 2
i =1 j =1 k =1 i =1 i =1 j =1 i =1 j =1 k =1
(6.4)
onde
a
SQA = bn ∑ ( y i.. − y... ) 2 : soma de quadrados devida ao fator A.
i =1
a b
SQB ( A) = n∑∑( y ij . − y i.. ) 2 : soma de quadrados devida ao fator B sob os níveis de
i =1 j =1
A.
a b n
SQR = ∑∑∑( y ijk − y ij . ) 2 : soma de quadrados residual.
i =1 j =1 k =1
52
Tabela 6.1- Quadro da ANOVA
Fonte de SQ GL QM Fo
Variação
Fator A SQ A a −1 SQ A QM Trat
QM A =
a −1 QM E
Fator B(A) SQ B ( A ) a (b −1) SQ B ( A) QM Blo cos
QM B ( A) =
a (b −1) QM E
Erros SQ E ab ( n −1) SQ E
QM E =
ab (n −1)
Total SQT abn −1
53
2004). A equipe técnica responsável pelo processo suspeitava que a variabilidade no
diâmetro das peças pudesse estar sendo provocada, principalmente por diferenças entre
as máquinas. Para avaliar essa suspeita, a equipe decidiu realizar um experimento onde
foram medidos os diâmetros de três peças produzidas por cada operador de cada uma
das máquinas. Os dados do experimento foram coletados em ordem aleatória e estão
ilustrados na Tabela abaixo:
Operador
Máquina 1 Ordem* 2 Ordem*
30,66 23 30,85 5
1 30,78 15 31 22
30,82 6 30,87 10
30,97 16 30,67 18
2 30,97 13 30,75 12
30,95 2 30,81 8
31,03 14 30,76 21
3 31,01 1 30,69 3
30,93 19 30,69 11
30,77 20 31,03 24
4 30,69 17 31,09 4
30,71 9 30,89 7
* Ordem de Coleta
Repostas:
y<- scan() : Depois do comando o próximo passo é entrar com os dados da resposta.
oh<scan(): vetor ordem de realização dos ensaios.
Montando os Fatores
> m<-factor(rep(1:4,each=6),labels=c("M1","M2","M3","M4")) : vetor associado
as máquinas.
Montando o data.frame
> dh<-data.frame(resp=y,maq=m,op=o)
Assim, a disposição dos dados fica da forma:
resp maq op
1 30.66 M1 O1
54
2 30.78 M1 O1
*
*
*
24 30.89 M4 O2
> attach(dh)
> tapply(resp,maq,summary)
Resumo por Máquina
$M1
Min. 1st Qu. Median Mean 3rd Qu. Max.
30.66 30.79 30.84 30.83 30.87 31.00
$M2
Min. 1st Qu. Median Mean 3rd Qu. Max.
30.67 30.77 30.88 30.85 30.97 30.97
$M3
Min. 1st Qu. Median Mean 3rd Qu. Max.
30.69 30.71 30.85 30.85 30.99 31.03
$M4
Min. 1st Qu. Median Mean 3rd Qu. Max.
30.69 30.73 30.83 30.86 31.00 31.09
$O1
Min. 1st Qu. Median Mean 3rd Qu. Max.
30.66 30.76 30.88 30.86 30.97 31.03
$O2
Min. 1st Qu. Median Mean 3rd Qu. Max.
30.67 30.74 30.83 30.84 30.92 31.09
55
Figura 12 – Média por Máquina e por Operadores
Como nesse planejamento o efeito é hieráquico, não devemos analisar a diferença entre
operadores somente em dois níveis, pois o que ocorre na verdade é que são duplas
diferentes de operadores para cada máquina.
> dh.av<-aov(resp~maq/op,data=dh)
> anova(dh.av)
Response: resp
Pelos resultados no quadro da anova acima, é possível concluir que as máquina não
exercem um efeito significativo sobre o diâmetro das peças, no entanto para cada
máquina, os diâmetros das peças produzidas pelos dois operadores diferiam de modo
significativo.
Para evidenciar os resultados acima, procede-se a comparações múltiplas.
> TukeyHSD(dh.av,ordered=T)
$maq
diff lwr upr
M3-M1 0.021666667 -0.08810937 0.1314427
M2-M1 0.023333333 -0.08644270 0.1331094
M4-M1 0.033333333 -0.07644270 0.1431094
M2-M3 0.001666667 -0.10810937 0.1114427
M4-M3 0.011666667 -0.09810937 0.1214427
M4-M2 0.010000000 -0.09977604 0.1197760
56
$"maq:op"
diff lwr upr
M4:O1-M3:O2 0.01000000 -0.177865767 0.1978658
M2:O2-M3:O2 0.03000000 -0.157865767 0.2178658
M1:O1-M3:O2 0.04000000 -0.147865767 0.2278658
M1:O2-M3:O2 0.19333333 0.005467567 0.3811991
M2:O1-M3:O2 0.25000000 0.062134233 0.4378658
M3:O1-M3:O2 0.27666667 0.088800900 0.4645324
M4:O2-M3:O2 0.29000000 0.102134233 0.4778658
M2:O2-M4:O1 0.02000000 -0.167865767 0.2078658
M1:O1-M4:O1 0.03000000 -0.157865767 0.2178658
M1:O2-M4:O1 0.18333333 -0.004532433 0.3711991
M2:O1-M4:O1 0.24000000 0.052134233 0.4278658
M3:O1-M4:O1 0.26666667 0.078800900 0.4545324
M4:O2-M4:O1 0.28000000 0.092134233 0.4678658
M1:O1-M2:O2 0.01000000 -0.177865767 0.1978658
M1:O2-M2:O2 0.16333333 -0.024532433 0.3511991
M2:O1-M2:O2 0.22000000 0.032134233 0.4078658
M3:O1-M2:O2 0.24666667 0.058800900 0.4345324
M4:O2-M2:O2 0.26000000 0.072134233 0.4478658
M1:O2-M1:O1 0.15333333 -0.034532433 0.3411991
M2:O1-M1:O1 0.21000000 0.022134233 0.3978658
M3:O1-M1:O1 0.23666667 0.048800900 0.4245324
M4:O2-M1:O1 0.25000000 0.062134233 0.4378658
M2:O1-M1:O2 0.05666667 -0.131199100 0.2445324
M3:O1-M1:O2 0.08333333 -0.104532433 0.2711991
M4:O2-M1:O2 0.09666667 -0.091199100 0.2845324
M3:O1-M2:O1 0.02666667 -0.161199100 0.2145324
M4:O2-M2:O1 0.04000000 -0.147865767 0.2278658
M4:O2-M3:O1 0.01333333 -0.174532433 0.2011991
Pelo quadro acima, verifica-se que as máquinas não exercem efeitos significativos e
que operadores nas máquinas diferem quanto aos diâmetros produzidos (negrito). Um
estudo descritivo pode nós auxiliar, apontandos as principais diferenças ocorridas.
> tapply(resp,list(maq,op),mean)
O1 O2
M1 30.75333 30.90667
M2 30.96333 30.74333
M3 30.99000 30.71333
M4 30.72333 31.00333
57
O primeiro grupo, três primeiros, trabalhando muito próximos do limite inferior e os
três ultimos muito próximos do limite superior. De posse dessa informações recomenda-
se instituir uma programa de treinamento e padronização de procedimentos.
Para a análise de resíduos temos a seguinte seqüência de comandos:
>g1<-tapply(resp,list(maquina:operador),mean)
>sort(g1)
>barplot(sort(g1),ylim=c(30.70,31.01))
> par(mfrow=c(2,2))
> plot(oh,dh.av$res,xlab="Ordem",ylab="Resíduos",col="blue")
>plot(dh.av$fit,dh.av$res,xlab="Valores Ajustados",ylab="Resíduos",col="blue")
> plot(maq,dh.av$res,xlab="Máquina",ylab="Resíduos",col="blue")
> qqnorm(dh.av$res,xlab="Quantil da Normal",ylab="Resíduos",col="blue")
> qqline(dh.av$res)
58
Figura 12: Gráficos para Análise de Resíduo do modelo de Planejamento Hierárquico.
> shapiro.test(dh.av$res)
data: dh.av$res
W = 0.9811, p-value = 0.9153
> bartlett.test(dh.av$res,maq)
59
6.5- Exercícios do Capítulo:
2. Uma retífica de motores deseja investigar o motivo do grande tempo gasto para
a realização do serviço de retífica do motor tipo A. A empresa possuia três
máquinas diferentes que faziam o trabalho de retífica e que cada máquina era
controlada por dois operadores fixos. A equipe técnica da empresa estava
considerando que a causa para o elevado tempo de retífica poderia ser diferenças
entre máquinas e/ou diferenças entre operadores. O experimento foi conduzido
de tal forma que cada operador ficou responsável pela retífica de 6 peças,
utilizando a máquina que usualmente operava. Os tempos gastos para a
conclusão da retífica são mostrados abaixo:
60
Faça a análise de variância e discuta a causa para o elevado tempo de retífica.
7-Bibliográfia Utilizada
61