Ana Beatriz BARROSO Incomunicabilidade e Cultura Midiatica
Ana Beatriz BARROSO Incomunicabilidade e Cultura Midiatica
Ana Beatriz BARROSO Incomunicabilidade e Cultura Midiatica
Resumo
O artigo gira em torno da obra de arte oriunda do silêncio e geradora
de silêncios originais e originantes, capazes de transformar aquele
que se lança no processo criativo e aquele que frui poeticamente a
arte. Pensa a contemporaneidade como momento favorável à
ampliação de uma série de conceitos e de práticas sociais, dentre eles
a arte, dada a multi-dimensionalidade experimentada na cultura
mediática. Trata, finalmente, da dinamização da força imaginante,
que une e confunde as instâncias do real e do virtual, da vida e da
obra, da ética e da estética, do ser, estar e devir. Propõe, assim, um
trânsito não-linear entre a incomunicabilidade original, a obra e a
fruição da arte, preparada e multiplicada pela comunicação direta do
artista sobre seu trabalho.
Abstract
This article is about the art work that comes from the silence and that
generates other originals and originating silences, able to transform
the one who enters in the creative process and the one who feels
poetically the art. It thinks the contemporary as a moment favourable
to the enlargement of a lot of concepts and social practicies, among
them, the art. This enlargement happens due to the multi-
dimensionality experimented at the media culture. Finally, it talks
about the dynamic imagination strengh, which puts toghether and
confounds the real and the virtual instances, life and art work, ethics
and esthetics, to being, staying and becoming someone. It proposes
a non-linear passage between the original incommunicability, the art
work and the fruition of art, prepared and multiplicated by the direct
communication of the artist about his work.
1
Doutora em Comunicação (UnB, 2008), professora do curso de Comunicação
Social da Universidade Católica de Brasília e artista visual.
2
“A arte de desenhar idiossincraticamente confirma o velho paradoxo de que há
uma maneira de comunicar o que não pode ser diretamente comunicado.”
METZGER, Rainer. Gustav Klimt. Drawings & Watercolours. United Kingdom:
Thames & Hudson Ltd, 2005: 15.
3
BACHELARD, Gaston. A Psicanálise do Fogo. São Paulo: Martins Fontes, 1994: 22.
4
Cf. SCHLEIERMACHER, Friedrich. Esthétique. Tous les hommes sont des artistes.
Paris: Cerf, 2004.
5
“Uma poética numérica do espaço como lugar de inscrição da memória em uma
prática de instalação audiovisual numérica”, exibida no 7º Encontro de Arte e
Tecnologia. Brasília: Museu Nacional, 2008.
6
SARTRE, Jean Paul. L’Imaginaire. Paris: Gallimard, 1986.
7
MURAD, Carlos Alberto. No olhar da imagem. In: Arte & Ensaio. Revista do
Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais. EBA/UFRJ. Ano XV, número 16,
julho de 2008: 66.
8
Borges, Jorge Luis. História da eternidade. São Paulo: Globo, 2001: 33.
9
Cf. NOVAES, Adauto. Mutações. Ensaios sobre as novas configurações do mundo.
Rio de Janeiro: Agir; São Paulo: Edições SESC SP, 2008.
10
“Eu não tenho o dom, nem da palavra falada, nem da palavra escrita,
especialmente se eu tiver que falar alguma coisa sobre mim e sobre meu
trabalho... Quem quiser saber alguma coisa sobre mim – como artista, a única
coisa notável – deve olhar cuidadosamente minhas pinturas e tentar ver nelas o
que eu sou e o que eu quero fazer.” METZGER, Rainer, op. cit.: 370.
11
BARTHES, Roland. Inéditos, vol.3 – imagem e moda. São Paulo: Martins Fontes,
2005: 79.
12
NETO, Ernesto. A gente vai para o que ama. In: Arte & Ensaio. Revista do
Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais. EBA/UFRJ. Ano XV, número 16,
julho de 2008: 17.
13
MURAD, op. cit.: 66.
14
Bachelard, Gaston. L’intuition de l’instant. Paris: Éditions Stock, 1992.
15
LISPECTOR, Clarice. Felicidade clandestina. Rio de Janeiro: Rocco, 1998: 57.
18
AUGÉ, Marc. Não-lugares. Introdução a uma antropologia da supermodernidade.
Campinas, SP: Papirus, 1994.
19
“eu ria tão forte que as lágrimas me vinham aos olhos”. SARTRE, Jean-Paul. Le
mur. Paris: Gallimard, 1939: 38.
20
PAZ, Octávio. Marcel Duchamp ou o castelo da pureza. São Paulo: Perspectiva,
2004: 28-29.
Referências