O Que É Ser Presbiteriano

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O QUE É SER PRESBITERIANO

  O QUE É SER PRESBITERIANO DE FATO NO PRESBITERIANISMO


                                             Prof. João Ricardo Ferreira de França.
Introdução: o que é o presbiterianismo? O que é uma Igreja Presbiteriana? Por
que sou presbiteriano? Será que sou presbiteriano? O que é ser presbiteriano?
Estas são as perguntas que precisamos responder para começarmos a entender a
nossa igreja, a nossa doutrina e a nossa liturgia.
            É triste notar que muitos membros de nossas igrejas não conhecem o
tesouro que possuem; e assim, acham que o cobre reluz mais que o ouro. O
presbiterianismo é um ramo do cristianismo que tem muito a nos oferecer no
entendimento correto das Escrituras. O presbiterianismo é “uma forma
diferenciada de cristianismo”[1], esta é uma declaração inegável a ponto de um
pastor tecer palavras similares ao dizer: “Quem conhece o presbiterianismo, não
sai dele”[2].
            Conheço muitas pessoas que são presbiterianas desde a sua infância - são
presbiterianos por tradição. Conheço outras que se tornaram presbiterianas -
saíram de suas igrejas e vieram para a Igreja Presbiteriana; o curioso é que muitas
vieram por questões de doutrina, outros por afinidade, outros por julgarem ser
esta  a igreja dos intelectuais e coisas do tipo. Todavia, existe um terceiro grupo de
pessoas que são presbiterianas que são aquelas que foram convertidas através da
pregação de algum pastor presbiteriano e decidiram fazer parte desta igreja. Em
qual tipo de pessoa você se encaixa? Deixe-me ajudá-lo a saber que tipo de
presbiteriano você é!
I - O QUE SIGNIFICA SER PRESBITERIANO:
            Depois de olharmos negativamente a questão, vejamos ela de forma
positiva, ou seja, o que de fato significa ser presbiteriano?
2.1 - Compreender e aceitar o governo da Igreja.
                Você já se perguntou porque a Igreja se chama presbiteriana? A
resposta está ligada a quem dirige e governa a Igreja. Alguém já deve ter
perguntado a você “quem manda na sua igreja?” E talvez a resposta que tenha
saído de sua boca tenha sido “o pastor”, mas esta resposta não toda a verdade. A
questão que lidamos é quem deve governar a Igreja. Três propostas são oferecidas
pela história da Igreja:
1 - O Bispo = o Sistema Episcopal diz que o bispo que não é eleito pela igreja deve
ter a primazia nas decisões referentes a Igreja.
1        - O povo = O sistema Congregacional ou Independente todo o povo governa e
manda na igreja.
2        -  Os Presbíteros = O sistema presbiteriano diz que alguns governam sobre todos.
O sistema episcopal diz que o bispo e maior que o presbítero, todavia, a Escritura
nos ensina que essa distinção não é verdadeira: Atos. 20.17,28.
Note: De mileto mandou chamar os “Presbíteros de Éfeso” (vs.17) - observem o
termo plural na Igreja local deve haver mais de um presbítero;
esses presbíteros são chamados de bispos(supervisores) e que possuem a função
de pastorear o rebanho de Deus (vs.28).
A)    A Igreja do Novo Testamento era governada por presbíteros (Atos 11.30).
B)    A Igreja do Novo Testamento promovia eleição de vários presbíteros para uma
mesma igreja (Atos 14.23)
C)    Problemas em uma igreja local deveria ser resolvido em concílio de presbíteros
(Atos 15.2,4,6,22,23)
D)    As decisões destes presbíteros devem ser acatadas (Atos.16.4).
E)     Existem dois tipos de presbíteros: 1) os regentes; 2) os docentes (1 Timóteo 5.17).
2.2 - Compreender e aceitar a doutrina da Igreja.
            A nossa doutrina é um dos pontos que mais nos cativam dentro da igreja
presbiteriana. O nosso sistema de doutrinas é conhecido na história como sistema
reformado de doutrinas ou Calvinismo.
            A igreja presbiteriana é uma igreja reformada que nasceu na reforma
protestante na cidade Genebra e na Escócia. Em Genebra o seu líder foi João
Calvino e na Escócia o seu líder foi João Knox. Posteriormente a doutrina da
Igreja Presbiteriana ficou conhecida como Teologia Reformada ou Teologia
Calvinista.  Que podem ser estruturadas em cinco pontos. Nós iremos ver um após
o outro.
II - O PRESBITERIANISMO E TOTAL DEPRAVAÇÃO DO HOMEM - O
PRIMEIRO PONTO DO CALVINISMO.
2.1  - o que significa a depravação total do homem?
A nossa Confissão de Fé declara o seguinte:
“II. Por este pecado eles decaíram da sua retidão original e da comunhão com
Deus, e assim se tornaram mortos em pecado e inteiramente corrompidos em todas
as suas faculdades e partes do corpo e da alma.  IV. Desta corrupção original pela
qual ficamos totalmente indispostos, adversos a todo o bem e inteiramente
inclinados a todo o mal, é que procedem todas as transgressões atuais. ”[3]
Esta depravação inclui todo  o ser humano seu coração tornou-se maligno,
perverso e incapaz de fazer o bem para a sua salvação.
2.2  - A Depravação Total segundo a Bíblia:
Nós como crentes bíblicos ensinamos que o homem não possui livre-arbítrio.
Há igrejas que defendem que o homem é livre para escolher ir para o céu; todavia,
a Bíblia nos ensina algo totalmente contrário a isso. Vejamos:
1)      Desde a queda de Adão no Eden o homem possui uma natureza pecaminosa e
morreu em seus pecados, por isso, é incapaz de fazer o que é bom. A Bíblia ensina de
forma clara: Gn.2.17 - “no dia em comerdes certamente morrerás” um morto tem
vontade livre? Pode escolher alguma coisa?. Agora observe o texto de Efésios 2.1-
3: este texto nos mostra que o pecador  está “morto em delitos e pecados” , sendo
“objeto da ira de Deus”  que precisa ser  vivificado por Deus, e isso só ocorre pela
graça soberana do Senhor (vs.8-10). Seguindo para o salmo 51.5 e 58.3 vemos o que
é o homem desde o ventre materno; o homem precisa ser nascido do alto - dos céus
(João 3.1,3) porque encontra-se morto em seus pecados.
2)      Sendo decaídos, o coração e a mente  do homem são pecaminosos: O profeta
Jeremias declara isso de forma clara no capítulo 17.9. Aqui vemos que o coração
do homem é “desesperadamente corrupto” é enganoso e completamente
corrompido pelo pecado. Ninguém pode sondar a si mesmo, a menos que Deus o
faça soberanamente (vs.10). Em Efésios 4.17-19  somos introduzidos ao conceito de
que a queda e o pecado afeteram todas as constituições do homem sua mente e seu
coração estão entenebrecidos.
3)      Esta depravação torna o homem em escravo do pecado: Jesus declarou isso de
forma categorica em Jo.8.34,44; em 2 Timóteo  2.25-26 temos uma descrição desta
prisão que homem tem em pecado, ele não possui nenhum livre-arbítrio para se
libertar do pecado que sempre está em sua natureza.
4)      Os homens em pecados entregues a si mesmos são incapazes de fazer o bem, logo o
vontade livre é uma ilusão: O profeta Jeremias diz exatamente isso em 13.23 e
Mateus ensina que homem não pode mudar sua própria natureza no capítulo 7.16-
18.

[1]
 NASCIMENTO, Adão Carlos & MATOS, Alderi Souza. O que Todo Presbiteriano Inteligente deve
saber. São Paulo: Socep, 2001, p.8.
[2]
 Idem.
[3]
 Confissão de Fé de Westminster , Capítulo 6, seções 2 e 4.

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