Apostila Ossos Do Crânio
Apostila Ossos Do Crânio
Apostila Ossos Do Crânio
Objectivo:
Apresentar um conjunto de terminologia básica para o estudo da osteologia
humana.
Discussão geral:
Os ossos são um material resistente, ao mesmo tempo forte e elástico, mas não
indestrutível. Com o tempo este material perde os seus líquidos, torna-se frágil e
sujeito a fractura fácil. Estas colecções são tanto dispendiosas como difíceis de obter,
pelo que é essencial que o material seja manuseado com cuidado. Há algumas regras
de bom senso que devem ser respeitadas:
a) Manusear o material com cuidado, mas firmemente com ambas as mãos.
b) Manter os crânios bem assentes numa superfície da qual não possam cair.
c) Se observar defeitos, tais como fendas ou dentes perdidos, deve informar
imediatamente o assistente para que seja providenciada a necessária reparação
do material.
A. TERMINOLOGIA.
Os termos que se seguem são usados nas descrições de osteologia anatómica.
ANTERIOR: qualifica um ponto ou região
localizados mais perto da superfície
frontal do corpo. Nas descrições do
homem o termo ventral é algumas vezes
usado com o mesmo significado.
POSTERIOR: designa um ponto ou região
localizados mais perto da superfície
traseira do corpo. O termo dorsal é
algumas vezes usado como sinónimo.
PROXIMAL: indica um ponto ou região mais
próximos do ponto de referência.
DISTAL: adjectiva um ponto ou região mais
afastados em relação a um ponto ou
região de referência.
MEDIAL: qualifica um ponto ou região situados
mais próximos do plano sagital mediano.
LATERAL: designa um ponto ou região situados mais afastados do plano sagital
mediano.
SUPERIOR: refere-se a um ponto ou região localizados sobre outro ponto ou região,
considerando a posição anatómica normal.
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B. OS OSSOS DO CRÂNIO.
O crânio humano, adulto e normal, é composto por 22 ossos e 3 ossículos no
interior do ouvido. Com excepção da mandíbula ou maxilar inferior, todos os ossos
do crânio unem-se uns aos outros por meio de linhas irregulares de junção,
denominadas suturas.
Os ossos do crânio estão dispostos de modo a formar uma cavidade grande e
quatro cavidades pequenas. A cavidade grande é a chamada cavidade craniana, que
aloja, no vivo, o cérebro. As cavidades pequenas são a cavidade bucal, a cavidade
nasal e as duas cavidades orbitárias.
O crânio deve ser segurado por trás, com ambas as mãos: uma agarra a base do
crânio e a outra pega firmemente a área imediatamente atrás das órbitas formada
pela inflexão dos ossos frontal, parietal, esfenóide e temporal (constrição pós-
-orbital). Não se deve segurar um crânio pelas órbitas, porque as paredes mediais
das órbitas são constituídas por ossos muito frágeis e facilmente danificáveis.
Igualmente não se deve segurar um crânio pelas arcadas zigomáticas (finas pontes
ósseas situadas lateralmente ao longo do crânio, imediatamente abaixo das têmporas)
que também são muito frágeis e se partem com facilidade. Quando se estuda um
crânio, este deve estar colocado sobre uma superfície firme.
C SUTURAS.
As suturas são linhas finas e irregulares de junção entre os ossos do crânio.
Na maioria dos casos os ossos do crânio são
precedidos, no estado fetal e infantil, por moldes
cartilaginosos que vão gradualmente ossificando
até que ficam apenas as suturas separadas por
uma fina camada de tecido fibroso. Durante o
estado adulto as suturas continuam a sua
ossificação, até que, algumas delas obliteram
completamente com o tempo.
A maioria das suturas designa-se pelo nome
dos dois ossos adjacentes. Na lista de suturas que se segue, mencionam-se apenas as
suturas mais evidentes e as que são utilizadas na determinação da idade de morte.
SUTURA CORONAL: localizada lateralmente no topo do crânio, separando o frontal
dos parietais.
SUTURA SAGITAL: separa o parietal esquerdo do parietal direito estende-se
longitudinalmente no topo do crânio do frontal ao occipital.
SUTURA LAMBDOIDEIA: sutura em forma de lambda, separando o occipital dos
parietais e terminando nos temporais. Também designada por sutura
lambdática.
SUTURA ESCAMOSA: linha semicircular, separando os parietais da porção superior
do temporal, escama temporal, e estendendo-se anteriormente desde o
esfenóide até às cristas supra mastóides. Não se inclui nesta sutura a
separação dos parietais da região mastóide do temporal.
SUTURA PARIETO MASTÓIDE: sutura mais ou menos horizontal, continuação
posterior da sutura escamosa , que separa os parietais da porção mastóide do
temporal.
SUTURA OCCIPITO MASTÓIDE: separa o occipital da porção mastóide do
temporal. Notar que na junção dos temporais com o occipital podem existir
ossos de sutura ou ossos wormianos, devido a processos de crescimento
aberrante. Similarmente, aparece ocasionalmente uma sutura lambdática
transversal que isola uma secção triangular do occipital por trás dos
parietais.
SUTURA ESFENO TEMPORAL: separa o esfenóide do temporal.
SUTURA ESFENO PARIETAL: separa o esfenóide dos parietais.
SUTURA ESFENO FRONTAL: separa o esfenóide do frontal.
SUTURA FRONTO NASAL: separa o frontal dos ossos do nariz.
SUTURA INTER NASAL: separa os ossos nasais um do outro, no plano sagital
mediano.
SUTURA FRONTO MALAR: separa o frontal dos malares.
SUTURA INTER MAXILAR: separa os ossos maxilares um do outro, no plano sagital
mediano.
DZA-FCUL AJP 2000 Ossos do Crânio 7 de 9
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D. PONTOS.
Nos primórdios da Antropologia Física foi dada grande importância às
medições, descrições e comparações do
material osteológico. A definição de grande
número de pontos era por isso muito
importante.
O significado biológico de diversas
mensurações foi entretanto posto em causa e
muitos dos pontos caíram em desuso.
Na curta lista de pontos que se segue,
apenas referimos os pontos craniométricos
que serão referidos nas próximas lições.
E. EXERCÍCIOS.
1. Localiza e identifique no crânio todos os ossos, suturas e pontos acima
descritos.
D. BIBLIOGRAFIA.
MENDES, J. C. (1985). As Origens do Homem. Bases Anatómicas da Hominização. Fundação Calouste
Gulbenkian, Lisboa.
SPALTEHOLZ, W. (1978). Atlas de Anatomia Humana, Vol. 1. Ed. Labor S.A., Barcelona.
TESTUT, L. (1928). Traité D’Anatomie Humaine. Tomo 1, 18ª ed. Doin, Paris.
WHITE, T.D. (2000). Human Osteology. (2ª ed) Academic Press, NY.
INTERNET: http://www.csuchico.edu/anth/Module/skull.html Anthropology Department, CSU, Chico.