Supervisão Educacional No Brasil
Supervisão Educacional No Brasil
Supervisão Educacional No Brasil
SUMÁRIO
“Uma grande escola exigirá docentes competentes, abertos para o mundo e para o
saber, sempre de novo redefinidos. Docentes e estudantes conscientemente
comprometidos. Uma grande escola exigirá espaços físicos, culturais, sociais e
artísticos, equipados que abriguem toda a sabedoria acumulada da humanidade e
toda a esperança de futuro – que não seja continuidade do presente, porque este
está em ritmo de barbárie – mas seja sua ultrapassagem. Uma grande escola exigirá
tempo. Tempo de encontro, de encanto, de canto, de poesia, de arte, de cultura, de
lazer, de discussão, de gratuidade, de ética e de estética, de bem-estar e de bem-
querer e de beleza. Porque escola grande se faz com grandes cabeças (é certo!),
mas também com grandes corações, com muitos braços, que se estendem em
abraços que animam caminhadas para grandes horizontes.”
REDIN(1999)
educacionais. A função de supervisor era exercida pelo inspetor que deveria ser
uma pessoa qualificada, experiente e sensível para com técnicos pedagógicos do
processo de ensino-aprendizagem. Dentre suas principais atribuições podemos citar:
orientar, controlar, supervisionar, fiscalizar e inspecionar todo processo educacional
através de conferências, palestras e visitas, acompanhar o desenvolvimento do
currículo nos estabelecimentos, com o objetivo de orientar pedagogicamente os
professores mais jovens, buscando eficiência, introduzindo inovações,
modernizando os métodos de ensino e promovendo um acompanhamento mais
atento do currículo pleno nos estabelecimentos.
Na década de 20, surgem então os profissionais da educação, também
conhecidos com “técnicos em escolarização” e concomitantemente é criada a
Associação Brasileira de Educação por iniciativa de Heitor Lira. A ABE foi um
elemento propulsor e estimulante aos “técnicos em educação”.
A reforma João Luís Alves em 1924 criou o Departamento Nacional de Ensino e o
Conselho Nacional de Ensino separando, assim, a parte administrativa da parte
técnica que antes estavam unidas num mesmo órgão o Conselho Superior de
Ensino. Esse foi um passo importante para a criação do Ministério da Educação e
Saúde Pública e essa separação propiciou o surgimento da figura do supervisor
distinta da figura do diretor e inspetor. A partir daí, ele é responsável pela parte
técnica enquanto o diretor é responsável pela parte administrativa.
Na década de 30, a sociedade brasileira sofre profundas transformações
sociais, econômicas e políticas que refletem no modelo educacional. Por influência
do Liberalismo é lançado o Manifesto dos Pioneiros da Escola Nova, preconizando a
reconstrução social da escola na sociedade urbana industrial.
Nesse contexto de mudança, a educação passa a ter um caráter mais técnico
e a valorizar os meios de organização dos serviços educacionais, com o objetivo de
racionalizar o trabalho educativo dando relevância aos técnicos, entre estes o
supervisor.
O novo modelo econômico baseado no desenvolvimentismo e na injeção do
capital estrangeiro no país trouxe consigo não só os padrões econômicos
americanos, mas também o modelo educacional americano, onde o supervisor tinha
lugar de destaque dentro da escola.
1. PLC 132/2005
Art. 4º São atribuições do Supervisor Educacional:
I – coordenar o processo de construção coletiva e execução da Proposta
Pedagógica, dos Planos de Estudo e dos Regimentos Escolares;
II – investigar, diagnosticar, planejar, implementar e avaliar o currículo em
integração com outros profissionais da Educação e integrantes da Comunidade;
III – supervisionar o cumprimento dos dias letivos e horas/aula estabelecidos
legalmente;
IV – velar o cumprimento do plano de trabalho dos docentes nos
estabelecimentos de ensino;
2. Lei 132/1978
“SINTESE DOS DEVERES”:
• Assessorar os sujeitos hierárquicos em assuntos da área da supervisão
escolar;
• Participar do planejamento global da escola:
• Coordenar o planejamento do ensino e o planejamento do currículo;
• Orientar a utilização de mecanismos e instrumentos tecnológicos em função
do estágio de desenvolvimento do aluno, dos graus de ensino e das exigências do
Sistema Estadual de Ensino do qual atua;
• Avaliar o grau de produtividade atingido à nível de Escola e à nível de
atividades pedagógicas;
• Assessorar aos outros serviços técnicos da escola, visando manter coesões
na forma de se permitir os objetos propostos pelos sistemas Escolar;
EXEMPLOS DE ATRIBUIÇÕES:
• Traçar as diretrizes e metas prioritárias e serem ativadas no Processo de
Ensino, considerando a realidade educacional de sistema, face aos recursos
disponíveis e de acordo com as metas que direcionam a ação educacional;
• Participar do planejamento global da escola, identificando e aplicando os
princípios de supervisão na Unidade Escolar, tendo em vista garantir o
direcionamento do Sistema Escolar;
• Coordenar o planejamento de ensino, buscando formas de assegurar a
participação atuante e coesiva da ação docente na consecução dos objetivos
propostos pela Escola;
• Realizar e coordenar pesquisas, visando dar um cunho científico à ação
educativa promovida pela Instituição;
• Planejar as atividades do serviço de Coordenação Pedagógica, em função
das necessidades a suprir e das possibilidades a explorar, tanto dos docentes e
alunos, como da comunidade;
• Propor sistemáticas do fazer pedagógico condizente com as condições do
ambiente e em consonância com as diretrizes curriculares;
• Coordenar e dinamizar mecanismos que visam instrumentalização aos
professores quanto ao seu fazer docente”.
O Supervisor Escolar, a partir da promulgação da atual LDB 9394/96, recebeu
o grande compromisso de coordenar a elaboração e acompanhar a execução da
proposta pedagógica, com a participação da comunidade escolar, num trabalho
conjunto com a direção escolar e a orientação educacional.
3 – Clínica: “... toma a sala de aula como espaço clínico no qual se observa-
se diagnostica e se experimenta e considera o supervisor como o colega, o
colaborador, aquele que orienta, apoiando, questionando e disponibilizando-se para
ajudar o outro colega”.
respeitar o outro, e sem aceitar o outro como legítimo outro na convivência, não há
fenômeno social" (p. 31).
No ambiente escolar, como em qualquer outro setor profissional, a
valorização do ser deve vir antes de qualquer coisa, pois antes de ser aluno,
professor, servente, vigilante, diretor, o indivíduo é uma pessoa, dotada de
raciocínio, de sentimentos, de desejos e expectativas de ver no outro a confirmação
do bem e do carinho natural que deve existir entre os seres.
Existe hoje, graças às pesquisas científicas realizadas nas últimas décadas, a
compreensão de que o emocional exerce grande influência na produção do trabalho
humano e esse é o grande interesse do momento.
Miranda e Miranda (1983) citam que estudos terapêuticos realizados por
Rogers e Carkhuff identificaram seis dimensões básicas de atitudes construtivas que
são válidas para o processo de ajuda como um todo. Essas atitudes estão
relacionadas às habilidades interpessoais de pessoas capazes de influenciar as
outras:
1. Empatia: Capacidade de se colocar no lugar do outro, de modo a sentir o
que se sentiria caso se estivesse no seu lugar;
2. Aceitação incondicional ou respeito: capacidade de acolher o outro
integralmente, sem que lhe sejam colocadas quaisquer condição e sem julgá-lo pelo
que ele é, sente, pensa, fala ou faz;
3. Congruência: Capacidade de ser real, de se mostrar ao outro de maneira
autêntica e genuína, expressando através de suas palavras ou atos seus
verdadeiros sentimentos;
4. Confrontação: Capacidade de perceber e comunicar ao outro certas
discrepâncias ou incoerências em seu comportamento - distância entre o que ele
fala e o que ele faz, entre o que ele fala e o que ele é na realidade, entre o que ele
fala e o que mostra;
5. Imediaticidade: Capacidade de trabalhar a própria relação terapeuta-
cliente, abordando os sentimentos imediatos que um experimenta pelo outro durante
o processo.
alunos para fazer uma verificação, fazendo isso diretamente ou pedindo ajuda ao
orientador educacional. Todas as ações de ambos especialistas deverão estar
voltadas para a melhoria da qualidade da educação e o pleno atendimento ao aluno
que é a razão da existência da escola.
Para o supervisor é fundamental uma boa interação com todos os
funcionários da secretaria, pois é justamente com eles que ela vai atuar na
verificação de documentos de professores e alunos (diários, pastas individuais,
boletins, etc). O trabalho de um sempre depende da atuação do outro.
A família também é uma grande parceira do supervisor, pois é através dela
que o supervisor poderá levantar os dados de que precisa com relação ao aluno ou
ao trabalho do professor. Notificações, entrevistas, reuniões, atendimento individual,
visitas são meios que o supervisor deverá utilizar para estar sempre em contato com
família. O repasse das informações sobre todo o desenvolvimento do aluno, com
relação à notas e disciplina, à sua família é de responsabilidade do supervisor
quando a escola não conta com o serviço de orientação educacional.
Os alunos são verdadeiros companheiros do supervisor, pois este é o espelho
que reflete todas as providências que o supervisor deve tomar, todas as ações que o
supervisor deve executar. O aluno é como um termômetro que mede como vai indo
o trabalho do professor, então do aluno que devem recair a maioria das observações
do supervisor educacional.
Não é fácil nenhuma convivência humana, para a reflexão sobre a
importância da mesma vale a pena ler a lenda a seguir:
Mas Lin, não suportando por mais tempo a ideia de viver com a sogra, tomou
a decisão de ir consultar um Mestre, velho amigo do seu pai. Depois de ouvir a
jovem, o Mestre Huang pegou num ramalhete de ervas medicinais e disse-lhe:
- Para te livrares da tua sogra, não as deves usar de uma só vez, pois isso
poderia causar suspeitas. Vais misturá-las com a comida, pouco a pouco, dia após
dia, e assim ela vai-se envenenando lentamente.
Mas, para teres a certeza de que, quando ela morrer, ninguém suspeitará de
ti, deverás ter muito cuidado em tratá-la sempre com muita amizade. Não discutas e
ajuda-a a resolver os seus problemas.
Lin respondeu:
- Obrigado, Mestre Huang, farei tudo o que me recomenda.
Lin ficou muito contente e voltou entusiasmada com o projeto de assassinar a
sogra.
Durante várias semanas Lin serviu, dia sim, dia não, uma refeição preparada
especialmente para a sogra.E tinha sempre presente a recomendação de Mestre
Huang para evitar suspeitas: controlava o temperamento, obedecia à sogra em tudo
e tratava-a como se fosse a sua própria mãe.
Passados seis meses, toda a família estava mudada. Lin controlava bem o
seu temperamento e quase nunca se aborrecia. Durantes estes meses, não teve
uma única discussão com a sogra, que também se mostrava muito mais amável e
mais fácil de tratar com ela. As atitudes da sogra também mudaram e ambas
passaram a tratar-se como mãe e filha.
Certo dia, Lin foi procurar o Mestre Huang, para lhe pedir ajuda e disse-lhe:
- Mestre, por favor, ajude-me a evitar que o veneno venha a matar a minha
sogra. É que ela transformou-se numa mulher agradável e gosto dela como se fosse
a minha mãe. Não quero que ela morra por causa do veneno que lhe dou.
Mestre Huang sorriu e abanou a cabeça:
- Lin, não te preocupes. A tua sogra não mudou. Quem mudou foste tu. As
ervas que te dei são vitaminas para melhorar a saúde. O veneno estava nas tuas
atitudes, mas foi sendo substituído pelo amor e carinho que lhe começaste a
dedicar.
A ideia de projeto pedagógico entende que ele deve ter uma construção
coletiva, com a participação ativa de todos os envolvidos (alunos, pais, professores,
funcionários, representantes da comunidade, etc). Alguns aspectos considerados
relevantes na elaboração do documento final do projeto pedagógico são: Histórico e
identificação da instituição de ensino e da entidade mantenedora; Fins e princípios
norteadores; Diagnóstico e análise da situação da escola; Definição dos objetivos
educacionais e metas a serem alcançadas; Seleção das ações; Organização
curricular; Forma de gestão administrativa e pedagógica da escola; Avaliação;
Organização da vida escolar e do regime escolar; Capacitação continuada de
pessoal; Profissionais envolvidos na Proposta Pedagógica; e Anexos.
O projeto pedagógico de uma instituição não deve se caracterizar apenas
como o cumprimento de um requisito legal. A compreensão deve estar no,
envolvimento da comunidade escolar na sua construção e principalmente na sua
função de guiar os trabalhos desenvolvidos na instituição. Assim, com relação ao
Projeto pedagógico Institucional, é tarefa da equipe pedagógica: desenvolver
processos de acompanhamento e avaliação através da análise de informações
relativas as ações previstas.
Partindo da participação na elaboração da Proposta Pedagógica da escola e
da constante leitura da mesma é que o supervisor e os professores terão subsídios
para a elaboração de todos os planejamentos de seu trabalho.
Na concepção de um projeto de escola pública, gratuita e de qualidade o
Projeto Pedagógico Institucional tem sido apontado como um instrumento
pedagógico e político de mudança. O supervisor educacional ao ajudar na
construção do PPI deve ter a intenção de definir a filosofia, as diretrizes, as metas
e os fins da ação pedagógica para a formação de sujeitos capazes de intervirem e
transformarem a realidade.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRAFIA BÁSICA:
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR: