Guia Básico Sobre Coldres

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GUIA BÁSICO SOBRE COLDRES

1. INTRODUÇÃO
Se você pretende tirar sua arma de casa de forma responsável, o coldre é um
acessório que merece enorme atenção. Não economize tempo para estudar,
escolher, perguntar ou pesquisar sobre coldres, no fim das contas, pode ser a
diferença entre a vida e a morte.
Coldre é um acessório construído para transportar armas de porte (mas não as
portáteis) com segurança. Pode ser feito de diversos materiais e com várias formas
de retenção da arma, o que implica em diferentes níveis de segurança e
dissimulação.
Antes de continuar lendo este texto, é recomendável que você conheça
as Modalidades de Porte de Arma, que devem estar bem compreendidas para
seguirmos. Se você não conhece as distintas modalidades, clique aqui e leia este
texto primeiro.

2. CLASSIFICAÇÃO
2.1. QUANTO AO
POSICIONAMENTO EM
RELAÇÃO À CINTURA DA
CALÇA
Basicamente existem dois grandes grupos de coldres que precisamos distinguir
logo no início desde texto.

1. COLDRES DE PORTE POR


DENTRO DA CINTURA DA CALÇA
(INSIDE WAISTBAND – IWB) E
2. COLDRES DE PORTE POR FORA
DA CINTURA DA CALÇA
(OUTSIDE WAISTBAND – OWB).
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É importante frisar que esses dois tipos de coldre (IWB e OWB) nada têm a ver com
as modalidades ostensiva ou encoberta. Ao contrário do que os iniciantes possam
pensar, é possível portar coldres IWB ostensivamente, e é possível portar coldres
OWB encobertos.
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É verdade, contudo, que os coldres IWB são mais adequados para o porte
encoberto, ao passo que os coldres OWB são mais propícios para o porte
ostensivo. Além disso, os coldres OWB proporcionam maior velocidade no saque e
mais facilidade para recoldrear a arma, especialmente nos modelos de kydex, que
serão vistos abaixo.

 2.2. QUANTO AO MATERIAL DE


CONSTRUÇÃO
2.2.1. Kydex e outros materiais plásticos

Kydex é um tipo de plástico desenvolvido em 1965 por Rohm and Raas para o uso
na parte interna de aeronaves. A linha foi comprada pela Kydex,LLC. em 1985.
Ele é desenvolvido em folhas termomoldáveis o que popularizou seu uso em
coldres e bainhas.
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Empresas especializadas em coldres passaram a usar também outros tipos de


plástico que, no final das contas, produzem efeitos equivalentes.
A vantagem destes coldres é a facilidade em sacar e coldrear a arma, já que o
coldre é perfeitamente ajustado ao armamento. A desvantagem é que para o uso
em contato com a pele é desconfortável, se comparado com o couro.

2.2.2. Nylon

O nylon é um material que dificilmente se justifica para o coldre de armas.  Ele


normalmente tem o maior perfil entre todas as opções, não se adapta
perfeitamente às armas o que dificulta o coldreamento.
Uma das poucas vantagens deste material é a resistência a umidade.

2.2.3. Couro de vaca

O couro é ouro dos materiais de coldre. Os coldres mais luxuosos são feitos desse
material, que é confortável para o uso IWB, e pode ser usado como OWB também.
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Permite trabalhos artísticos elaborados para quem vê o coldre como muito mais
que um acessório. É o clássico.
A desvantagem é que o material é pouco resistente à umidade e, especialmente no
caso dos IWB, permite que o suor do usuário passe para arma, facilitando a
oxidação.

2.2.4. Neoprene

Neopreno (ou neoprene) é o nome comercial de um elastômero


sintético policloropreno, polímero docloropreno1 . Foi inventado pelos
cientistas Elmer K. Bolton do laboratório de DuPont, que se baseou em pesquisas
de Julius Arthur Nieuwland, um professor de química na Universidade de Notre
Dame. (via Wikipedia)
Para a confecção de coldres, permite um material confortável e de perfil baixo,
facilitando a dissimulação, especialmente quando portado na perna, coxa ou
subaxilar.

 
2.2.5. Outros materiais
Em menor proporção, encontra-se coldres feitos de materiais exóticos como couro
de jacaré ou crocodilo, de tubarão, e outros animais.
Neste caso, o valor é consubstanciado exatamente pela excentricidade, pouco
importando a funcionalidade. Ótimo para colecionadores.

2.3. QUANTO AOS NÍVEIS DE


RETENÇÃO
Tratar de níveis de retenção em coldres tem relação direta com os porte ostensivo.
Imagine-se em uma multidão, com uma arma em seu coldre. E se alguém tentar
pegar sua arma? E se, por alguma razão você for obrigado a usar força não letal
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contra alguém e sua arma, ostensiva,  ficar próxima do suposto inimigo. Como
protegê-la?
Pensando nesses cenários, coldres foram desenvolvidos com dispositivos que
prendam a arma ao coldre, dificultando o acesso por qualquer pessoa que não seja
o próprio operador.
O crédito do sistema – ou pelo menos do termo – é dado à Rogers Holster, que
alega tê-lo criado em 1975. Em 1985 a Rogers Holster foi adquirida pela Safariland.
Vamos fazer um texto especialmente para tratar dos níveis de retenção e sua
relação com  a segurança do porte. Por hora é importante saber que os níveis de
retenção vão de I a III, aumentando gradativamente a medida que se torna mais
difícil que um terceiro retire a arma do operador.
A explicação oficial do fabricante pode ser encontrada neste aquivo pdf (em inglês).
 

 
2.4. QUANTO AO LOCAL DE PORTE
2.4.1. Coldres para porte na cintura

A maior parte dos coldres é feito para o porte na cintura. Por meio de clipes ou
passadores de cinto, os coldres se prendem ao cinto do operador, tanto no modo
IWB como no modo OWB.
É o local preferido pois permite um saque rápido, pode-se portar de modo
ostensivo ou encoberto, e mantem-se relativo contato visual com a arma a maior
parte do tempo, o que evita acidentes.
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2.4.2. Coldres para porte na coxa

Os coldres para porte na coxa tem prós e contras. Eles foram desenvolvidos
especialmente para facilitar o saque por operadores que estejam usando coletes
espessos, que atrapalham o saque a partir da cintura. O porte da coxa reduz o peso
na linha cintura além de facilitar o acesso ao armamento pela mão não dominante,
o que é consideravelmente importante em combate. Além disso, é mais fácil fazer
uma transição a partir de uma arma longa, quando a segunda arma está na coxa e
não na cintura.
A parte negativa é que o porte na coxa aumenta o tempo de saque, já que a arma
tem que percorrer um trajeto maior até a linha dos olhos. Além disso, também
chacoalha mais, quando se está correndo e, claro, chutando.

2.4.3. Coldres para porte na perna

Este tipo de coldre é comum para o porte de backups (2ª arma). Limita-se a armas
pequenas e costuma atrapalhar os movimentos de correr e chutar.
Também obriga o usuário a utilizar calças com as barras relativamente largas para
que a arma não seja facilmente detectada.
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2.4.4. Coldres subaxilares

O porte embaixo do braço facilita a dissimulação da arma. Obriga o saque cruzado,


o que aumenta o tempo de resposta a um eventual ataque.
É normalmente utilizado por baixo de um blazer. Esses coldres têm partes de velcro
que pode fazer sons bastante inoportunos quando se precisa de silêncio.
Também é fabricado acoplado a própria camisa.
Um grave defeito deste tipo de coldre é que o operador não raramente é forçado a
desrespeitar uma norma de segurança, e aponta a arma para o próprio braço
enquanto saca.

2.4.5. Coldres feitos para porte em outros locais


Com o intuito, especialmente, de dissimular armas compactas, encontra-se coldres
desenvolvidos para regiões extraordinárias. Limitaremo-nos apenas a mostrar
algumas delas:

2.4.5.1. Entre os seios


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2.4.5.2. Genitais

2.4.5.3. Bolsas e/ou maletas

2.4.5.4. Pescoço

2.5. QUANTO À FUNÇÃO
2.5.1. Coldres operacionais (duty)
Os coldres operacionais são os coldres utilizados, por exemplo,  policiais e
seguranças durante um turno normal de trabalho.

 
2.5.2. Coldres táticos
Os coldres táticos são os coldres utilizados em operações especiais.

2.5.3. Coldres para uso encoberto


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Como o próprio nome diz, são coldres feitos com perfil reduzido, para passarem
despercebidos aos terceiros.

2.5.4. Coldres esportivos

Os coldres desenvolvidos para os esportes, especialmente o IPSC, são construídos


com a função precípua de facilitar o saque. Não são recomendados para outros
usos.

2.6. Outros tipos de coldre


2.6.1. Versa carry

Os coldres da texana Versa Carry têm o objetivo de reduzir seu perfil ao mínimo.


Lembram os coldres esportivos de IPSC< mas são desenhados para o porte IWB.
 
2.6.2. Trava de gatilho (Saf T Blok)
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Imagine que você é um glockmaníaco e não consegue pensar em outra marca de


armas.  Então você se dá conta de que portar uma arma sem trava, na condição 1,
contraria o bom senso da segurança com armas de fogo. Ainda assim, você não
quer perder a preciosa fração de segundo exigida pelo porte na condição 3 e não
pode se dar ao luxo de portar sua glock ostensivamente num coldre de nível 3 de
retenção.
Bem, saiba que você não está sozinho no mundo. o Saf-T-Block é um pequeno
pedaço de plástico que funciona como uma trava de gatilho. Basta encaixar atrás
da tecla do gatilho e, quando precisar usar a arma, basta retirar rapidamente com o
dedo indicador.

2.7. Resumindo

3. COMO ESCOLHER
Conforme o leitor já foi alertado logo nos prolegômenos deste texto, a escolha de
um coldre adequado não deve ser feita com negligência. Os principais fatores a
serem considerados quando da escolha entre tantos modelos disponíveis, são:
3.1. ARMA A SER PORTADA
Os coldres são desenvolvidos para uma variedade limitada de modelos de armas.
Antes de escolher o coldre é necessário saber qual é a arma que será portada.
3.2. MODALIDADE DO PORTE
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Se a modalidade é ostensiva, encoberta, velada ou secreta, a escolha do coldre


deve ser proporcional.
Se você não aceitou nosso conselho no começo do texto e não leu o artigo
modalidades de porte de arma, e não faz a menor ideia do que estamos falando,
vamos te dar mais uma chance: Clique aqui para ler.
3.3. FUNÇÃO DO PORTE
Conforme explicado na classificação, existem coldres diferentes para objetivos
diferentes. Evite usar coldres táticos no dia a dia, ou coldres esportivos para
operações táticas.
3.4. PERFIL (VOLUME)
Ainda que você vá portar ostensivamente, praticar tiro no clube ou vá portar sua
arma sem se preocupar em escondê-la, coldres com excesso de volume não são
desejáveis. Tenha certeza de reduzir a silhueta do seu acessório na exata medida da
possibilidade do caso concreto.
3.5. SEGURANÇA
Por último, mas absolutamente não menos importante, é preciso avaliar a
segurança do coldre. É preciso se assegurar, neste sentido:

 Que o coldre não facilitará disparos acidentais ou involuntários


 Que o coldre não permitirá o acesso à arma por terceiros
 Que o coldre não obrigará o operador a negligenciar alguma das
regras de segurança com armas de fogo
 Que o coldre e a arma permanecerão presos ao operador em
condições extremas

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este texto não tem objetivo de esgotar o assunto “coldre”. Trata-se apenas de uma
gota de informação em um mar de possibilidades.  Antes de comprar seu coldre, vá
até a loja, experimente. Peça pra ver os coldres dos amigos.
Se não gostou da primeira aquisição – o que não é raro – não se estresse. Compre
outro, faz parte.
Não subestime este importante acessório e garanta anos de segurança e conforto
com a sua arma.

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