TCC - A Importância Do Controle Interno Na Administração Pública

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FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE DO TOCANTINS – UNITINS

CURSO: Ciências Contábeis


DISCIPLINA: Trabalho de Conclusão de Curso - TCC

A IMPORTÂNCIA DO CONTROLE INTERNO NA


ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Integração

Integrantes:
UBALDINA DE FREITAS CARNEIRO
MARCIA CRISTINA GONCALVES DA CRUZ
MONICA CRISTINA FERNANDES LIMA
MARIA LEA BARROS BRITO CAETANO
KATIA CAITANO DA SILVA BARBOSA

Professores Avaliadores:

FERNANDO LOTHARIO ROZA

Nota: 0,00

Cidade: Não definida


Data: 09/2009
Resumo e palavras-chave

A escolha do tema “a importância do controle interno na administração pública” teve


como objetivo verificar e identificar situações-problemas que provocam desvios e
gastos desnecessários, apresentando sugestões e fazendo recomendações para melhoria
na transparência e no controle, em busca da eficácia na execução das suas atividades.
A metodologia foi desenvolvida através de uma análise das informações obtidas através
de questionários no âmbito do TCETO e de alguns Órgãos da Administração Pública.
Este estudo é de caráter exploratório e também realizado por meio de revisão
bibliográfica.
Após os resultados dos trabalhos, foram feitas recomendações no intuito de melhorar a
execução dos serviços, evitando assim as falhas de controle de gestão.

PALAVRAS-CHAVE: CONTROLE. TRANSPARÊNCIA. EFICÁCIA.

Introdução

Desde a época do Brasil colonial, sentiu-se a necessidade de controle, sendo criado


dispositivos, inicialmente rudimentares, hoje sofisticados, para controlar os gastos no
setor público. Viabilizado a partir da Lei 4.320/64, CF/88 e LC nº 101/00, foi criado o
controle interno (CI) com o objetivo de subsidiar e assegurar o bom gerenciamento dos
atos públicos, garantindo a prestação de serviços com economicidade, eficiência e
eficácia.

Com a preocupação das entidades públicas e com o objetivo de manter um CI


funcionando rigidamente, é possível diminuir ou mesmo abolir as fraudes e evitar os
desperdícios dos recursos públicos?

Sim. Desde que se estabeleçam políticas apropriadas, é possível trazer melhorias no


acompanhamento da execução de suas ações, o que diminuiria muito as fraudes.

Os mecanismos do CI tem o objetivo de acompanhar e ajustar quaisquer desvios que


possam ocorrer na administração. A NBC T 16.8 estabelece referenciais para o CI como
suporte do sistema de informação contábil.

A abrangência do CI sob o enfoque contábil compreende o conjunto de recursos,


métodos e procedimentos, a fim de: salvaguardar os ativos; dar conformidade ao
registro contábil; propiciar a obtenção de informação; estimular adesão às normas e às
diretrizes fixadas; contribuir para a eficiência operacional e auxiliar na prevenção de
ações antieconômicas.

O CI no setor público, compreende: a preservação do patrimônio; o controle da


execução de ações que integram os programas; a observância à legislação pertinente.

O CI classifica-se em: operacional - ações; contábil – veracidade e fidedignidade da


escrituração contábil e normativo – observância das regulamentações.

A estrutura de CI compreende ambiente de controle; mapeamento e avaliações de


riscos; procedimentos de controle; informação e monitoramento.
O estudo foi realizado através de análise documental, revisão bibliográfica e
questionários, para se chegar a conclusões e sugestões de melhoria do CI. Após análise
das informações, chegou-se à conclusão de que o CI está razoável, porém deve ser mais
rígido, pois ainda não se chegou ao desejado.

O estudo foi de abordagem qualitativa, feito no TCE/TO e alguns Órgãos do Estado, no


sentido de detectar práticas antieconômicas, constatando-se que os CI's estão com índice
de aprovação razoável no sentido de fiscalizar as contas e orientar os responsáveis pela
execução das tarefas, não chegando ao índice de eficácia desejado, onde recomenda-se
maior exigência na execução das ações e maior observância às leis.

Quanto aos objetivos, trata-se de uma pesquisa exploratória, com revisão de literatura.
O artigo está organizado em seções, a saber: introdução, desenvolvimento e conclusão.

As limitações deste trabalho são as inerentes a uma abordagem qualitativa. A pesquisa


trabalhou com a legislação e literatura acadêmico-científica, restrita à Contabilidade e
Adm. Pública.

Assim, constatou-se que o CI não funciona de acordo com as normas legais, não há total
economicidade, eficiência e eficácia.

Desenvolvimento

1. CONTROLE DOS GASTOS:

O Controle Interno desempenha papel importante na administração pública e têm como


objetivo maior, a segurança do patrimônio, além de gerar eficiência na consecução do
objetivo social e, sobretudo, possibilitar ao cidadão informações que confiram
transparência à gestão da coisa pública. A transparência se impõe como fundamental na
Administração Pública, que dizem respeito à salvaguarda do patrimônio de cada Órgão.

O controle interno deverá estar consolidado com o compromisso da moralidade,


cidadania e justiça social, fins evitar desperdícios e malversação dos recursos públicos.
Porém, com tantas leis que vinculam a sua efetivação, ainda não está totalmente
resolvido o problema das fraudes e gastos desnecessários na Administração Pública.

A função controle é exercida em decorrência de exigências legais, portanto, entende-se


que o controle interno, além de resguardar os bens públicos, deve avaliar e promover a
eficiência operacional.

Para que o controle tenha êxito, é necessário que existam políticas administrativas bem
definidas, sendo estas cumpridas , assim como devem ser os sistemas de informações
contábeis, operacionais e gerenciais serem eficientes, eficazes e confiáveis.

O responsável pelo controle interno deverá verificar junto aos departamentos do Órgão
todos os processos de despesas, fazendo contagem aleatória de bens, de aquisições de
combustíveis, peças e/ou serviços, com a finalidade de evitar desvios dos mesmos.

O controle engloba todo o sistema de controles financeiros e de qualquer natureza da


entidade pública, incluindo a estrutura organizacional, os métodos, os procedimentos e a
auditoria interna, estabelecida pelos administradores segundo os objetivos da entidade.

3. PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO:

Para entender e situar a importância da função de controle, é fundamental fazer uma


digressão e lembrar os fundamentos que orientam a atividade da Administração.

Segundo os clássicos, como FREDERICK TAYLOR e HENRI FAYOL e outros mais


modernos que os sucederam, a Administração deve atender particularmente, aos
princípios de Organização, Planejamento, Comando e Controle.

Para Taylor: “a organização do trabalho deve ser estudada e tratada cientificamente e


não empiricamente “(2001, p.60).

De acordo com Fayol:

“ O controle consiste em verificar se tudo ocorre de acordo com o programa adotado, as


ordens dadas e os princípios admitidos. Tem por objetivo assinalar as falhas e os erros,a
fim de que se possa repara-los e evitar sua repetição. Aplica-se a tudo: às coisas,
pessoas, aos atos” 1989, p.130).

Segundo Chiavenato: “com relação à função de planejamento (previsão), chega-se a


dizer que o controle é seu irmão siamês, tal é a simbiose entre ambos: o planejamento
sem controle da execução dificilmente logra êxito, bem como o controle sem padrões e
objetivos previamente definidos não terá como atuar, por falta de objeto” (2000).

De acordo Miss Follett, “O princípio do planejamento: a coordenação pode ser feita


eficientemente nas primeiras fases do planejamento e estruturação do programa a ser
realizado.” (2001, p. 124).

2. CONTROLE INTERNO NA EXECUÇÃO DO PLANO PLURIANUAL:

O Controle Interno tem como atribuição acompanhar a execução das metas do Plano
Plurianual de Investimentos, solicitar justificativas se não forem cumpridas as metas, e
sugerir medidas que deverão ser adotadas pela administração.

Segundo o disposto nos incisos I a V do artigo 74, da Constituição Federal, o controle


interno deve ter atuação sistêmica e integrada, nos Poderes Legislativo, Executivo e
Judiciário, para o fim de: avaliar o cumprimento de metas e a execução dos programas
governamentais e orçamentários; comprovar a legalidade e avaliar os resultados da
gestão, quanto à eficiência e eficácia; exercer o controle das obrigações, direitos e
haveres e apoiar o controle externo.

De acordo Botelho:

Controle Interno:
-É o controle realizado pelo próprio órgão executor no âmbito de sua própria
administração, exercido de forma adequada, capaz de propiciar uma razoável margem
de garantia de que os objetivos e metas serão atingidos de forma eficaz, eficiente e com
a necessária economicidade (Ex. Sist. Controle Interno, Auditoria Interna,
Controladoria Municipal)”(2006, p.27).
Objetivos Macros do Controle Interno:
- Assegurar a legitimidade dos passivos;
- Preservar os ativos;
- Eficiência operacional;
- Políticas internas (2006, p. 25)

O controle é instrumento eficaz de gestão e não é novidade do ordenamento jurídico


brasileiro, e, constitui um dos direitos fundamentais da Administração, de tal forma que
a inexistência dessa função ou as deficiências que apresentar tem reflexos diretos e
negativos com a mesma intensidade, Os resultados medíocres ou desastrosos na
administração pública ou privada têm sempre como responsáveis as falhas do controle,
de igual forma como o sucesso repousa fundamentalmente na sua eficiência. Controle
significa domínio. Para manter o domínio em qualquer área, é preciso ter vigilância nos
aspectos formais e legais.

Na busca por melhores resultados, foi desenvolvido um estudo através de análise


documental (leis, decretos, resoluções, etc.), de revisão bibliográfica e também por meio
de informações das entidades para se chegar a conclusões e sugestões de melhoria,
sendo de caráter exploratório, que visa perceber as possibilidades, adaptações e
restrições quando esse controle é inserido na administração pública, e, após uma
apuração e organização dessas informações, o presente artigo permitiu as comparações
entre a teoria e a prática, com a recomendação de que o controle deve ser mais rígido
para que os resultados sejam positivos, pois ainda não se chegou ao resultado desejado.
Em síntese, o controle interno na Administração Pública é a possibilidade de
verificação, inspeção, exame, pela própria administração, e, se não ocorre, os resultados
são frustrados.

Os testes de observância visam à obtenção de razoável segurança de que os


procedimentos de controle interno estabelecido pela administração estão em efetivo
funcionamento e cumprimento.

Ainda que o Controle Interno não possa ser considerado como o principal mecanismo
contra os desvios de conduta, não há similar e nem mais eficaz ferramenta no combate
ao erro e à fraude, se alicerçado em um sistema de avaliação que o torne capaz de inibir
as irregularidades e atingir os objetivos de resguardar os bens públicos, bem como
avaliar a ação governamental no que diz respeito ao cumprimento de metas e execução
de orçamentos, avaliando os aspectos da economicidade, eficiência e eficácia.

O controle não deve ser visto apenas pelo custo, mas sim como meio de assegurar o
melhor emprego dos recursos, prevenir ou reduzir fraudes, desperdícios ou abusos, o
que contribui para o cumprimento da missão.

Existe a obrigatoriedade de adoção do Controle Interno por todos os poderes do Estado?


Sim, a Constituição Federal é clara nos seus artigos 70 e 74, bem como no art. 76 da Lei
4.320/64 no cumprimento da responsabilidade pública:

“No âmbito da Administração pública, controle interno é o conjunto de atividades,


planos, métodos e procedimentos interligados, utilizado com vistas a assegurar que os
objetivos dos órgãos e entidades da administração sejam alcançados, de forma confiável
e concreta, evidenciando eventuais desvios ao longo da gestão, até a consecução dos
objetivos fixados pelo Poder Público”.
A supervisão das atividades de controle interno compete à função de comando, que dele
necessita para bem administrar. Importa-lhe, por isso, preservar seu funcionamento com
eficiência. O tamanho e a complexidade das organizações modernas, porém, têm
dificultado e, por vezes, impossibilitado a supervisão direta de todas as operações por
parte dos dirigentes superiores, obrigando-os a delegar parte dessas funções a outros
profissionais. Estes, com a devida independência, coletam dados estratégicos, analisam-
nos e colocam à disposição da direção as informações finais sobre o comportamento
operacional da entidade.

É bom administrador aquele que sabe tirar proveito do controle, pois através dele obtém
informações sobre o plano organizacional, quanto à sua dinâmica e eficácia.

A organização (administrativa, jurídica e técnica) é o conjunto de medidas e métodos


adotados na entidade para salvaguardar seus recursos, verificar a exatidão e o grau de
confiabilidade dos dados contábeis, promoverem a eficiência operacional e assegurar a
observância da política da Administração.

4. AUTO-AVALIAÇÃO DO CONTROLE INTERNO

Uma das funções do Controle Interno é a avaliação de sua própria atividade. Sabendo-se
que suas funções convivem na Administração com todas as demais funções, resulta que
se encontra presente em cada desdobramento da organização. Evidencia-se, por
exemplo, na atividade de triagem de ingresso e saída de pessoas, veículos, bens e
mercadorias; no acompanhamento das condições de qualidade dos serviços e dos
produtos; na feitura de estatísticas; na contabilização física e financeira; nos registros
dos recursos humanos e dos correspondentes dados cadastrais, funcionais e financeiros.

A escolha do tema deu-se uma vez que durante o estágio supervisionado II constatamos
a necessidade de maior fiscalização nas contas públicas, visando diminuir os gastos
desnecessários, tais como compras em quantidades expressivas, gastos com telefonemas
desnecessários, excesso de tiragem de cópias, refletindo maior gasto com despesas de
custeio do Órgão, sendo imprescindível a atuação do controle interno para a redução dos
desperdícios, por isso, fez-se o estudo no Tribunal de Contas do Estado do Tocantins e
alguns Órgãos do Estado, no sentido de detectar situações de desperdícios e práticas
antieconômicas onde se constatou que os Controles Internos estão com um bom índice
de aprovação no sentido de fiscalizar as contas e orientar os responsáveis pela execução
das tarefas realizadas de acordo com o orçamento planejado, porém, ainda não
chegaram ao índice de eficácia desejado, onde recomendamos maior exigência na
execução de suas ações e maior observância às leis.

Conclusão

Analisando os resultados obtidos através dos trabalhos executados, constatamos que as


entidades públicas estão melhorando, contudo precisam de maior observância nos
aspectos legais para conseguir conter os gastos desnecessários, e, na conquista de atingir
os objetivos a que se propôs, que o Controle Interno desempenhe seu papel proeminente
na administração pública, principalmente pela orientação e vigilância em relação às
ações dos administradores, visando assegurar eficiente arrecadação das receitas e
adequado emprego dos recursos públicos.
O presente artigo permitiu as comparações entre a teoria e a prática, aonde se chegou à
conclusão de que o controle está razoável, porém deve ser mais rígido para que os
resultados sejam excelentes, pois ainda não se chegou ao desejado, onde constatamos
também a necessidade de treinamentos e cursos de capacitação dos servidores que
trabalham na área específica.

A partir da análise desenvolvida, conclui-se que o controle interno é instrumento eficaz


de gestão e não é novidade do ordenamento jurídico brasileiro. E opera na organização
compreendendo o planejamento e a orçamentação dos meios, a execução das atividades
planejadas e a avaliação periódica da atuação.

Conclui-se ainda, que os sistemas de controles internos da administração pública


brasileira continuam focados nos aspectos formais e legais e atuam a “posteriori” em
atividades de correição, porém mesmo assim eles surtem efeitos positivos.

Com este trabalho detectamos pontos que estavam mais frágeis na Administração, como
é o caso das compras em quantidades superiores às utilizadas, gasto excessivo com
fotocópias, aquisição de materiais de informática em excesso, necessidade de
treinamentos e cursos de capacitação para os servidores que trabalham na área
específica. Após este estudo identificou-se e notificou a quem de interesse, bem como
orientamos como devem ser feitas as compras, os limites a serem obedecidos; como
devem ser cumpridas as metas.

Por fim, permitindo comparações entre a teoria e a prática, conclui-se que o trabalho foi
de grande valia e contribuiu para o melhor atendimento ao cidadão, aonde se chegou à
conclusão de que o controle está razoável, porém com maior rigor e observância às leis
e aos esforços permanentes na obtenção de melhores resultados, caminhamos para
atender os anseios da sociedade como um todo.

Referências

- BOTELHO, Milton Mendes. Manual de Controle Interno – Teoria & Prática, Um


enfoque na Administração Pública Municipal. 1ª. ed. (2003). 4ª tiragem (2006),Juruá
Editora, Curitiba: Juruá, 2006, p. 27

- BOTELHO, Milton Mendes. Manual Prático de Controle Interno na


Administração Pública Municipal, 1ª Ed. (2006),3ª tiragem (2007)/ Curitiba:Juruá,
2007, ps. 32, 36.

- Brasil. Constituição (1988) – Brasília: Senado Federal Subsecretaria de Edições


Técnicas, 2007.

- CHIAVENATO, Idalberto. Teoria Geral da Administração, - 6.ed. ver. E atualizada,


Rio de Janeiro: elsevier, 2000, 2001 – 9ª reimpressão.

- Comentários à Lei de Responsabilidade Fiscal/organizadores Ives Gandra da Silva


Martins, Carlos Valder do Nascimento – 2.ed.rev. e atual. – São Paulo: Saraiva.

- CRUZ, Flávio da ET AL. Lei de responsabilidade Fiscal Comentada: Lei


Complementar Nº 101, de 4 de maio de 2000. 2. Ed. São Paulo: Atlas, 2001. 346 p.
- Lei Complementar n° 101, de 04 de maio de 2000. Estabelece normas de finanças
públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providências.
Brasília, 2000.

- Lei n° 4.320, de 17 de março de 1964. Estatui Normas Gerais de Direito Financeiro


para Elaboração e Controle dos Orçamentos e Balanços da União, dos Estados, dos
Municípios e do Distrito Federal. Brasília, 1964.

- Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público, Grupo Assessor


das NBCASPs, Brasília-DF, 2008.

SITES:
- WWW.sef.sc.gov.br/informações/ Implantação do Controle Interno acesso em 16
de novembro de 2009.

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