Rainha Ester
Rainha Ester
Rainha Ester
Imagine que você é uma órfã que está sendo criada por
seu primo. Você está totalmente sozinha neste mundo,
sempre se perguntando de onde realmente veio e se um
dia sentirá que já pertence a algum lugar.
Ester era uma jovem órfã, filha de Abiail, e, como já dissemos, uma judia
exilada na Pérsia. Ester foi criada por seu primo Mardoqueu. O nome
Ester muito provavelmente vem do persa stara e significa “estrela”, mas
alguns intérpretes sugerem que talvez seu nome tenha ligação com o
nome de uma deusa babilônica, a Ishtar. Já seu nome hebraico era
Hadassa, que significa “murta”, um tipo de arbusto.
No texto bíblico, Ester é descrita como uma mulher que possuía notável
beleza, tanto que foi contada entre as mais formosas do reino. O texto
bíblico também enfatiza a bravura e a lealdade de Ester para com o povo
judeu.
Com a recusa da rainha, Assuero a destitui do posto. Mais tarde, ele foi
aconselhado a convocar as moças virgens e de boa aparência que havia
em seu reino, e Ester estava entre essas jovens. Ester então alcançou
favor na corte de Assuero, isto é, ela conseguiu o agrado necessário para
poder sobreviver na corte. Obviamente isso foi resultado da providência
divina (cf. Et 2:17; 5:2).
Isto foi o que aconteceu com Ester. “O rei amou a Ester mais do que
todas as mulheres, e ela alcançou perante ele favor e benevolência mais
do que todas as virgens” (Et 2:17). Assim, Ester foi coroada rainha no
lugar de Vasti. Foi feito um banquete pela coroação de Ester. Após se
tornar rainha, Ester passou a viver no palácio em Susã.
Então Mardoqueu fez com que ela se atentasse ao fato de que Deus,
providencialmente, poderia ter determinado os acontecimentos em sua
vida para que ela pudesse estar exatamente em uma posição em que
pudesse agir em favor dos judeus (Et 4:14).
Vale dizer que até aquele momento o rei não sabia que Ester era de
origem judaica, assim, ele não sabia que havia permitido o extermínio do
povo de sua rainha. Diante da situação delicada, a rainha Ester
conclamou todos os judeus a jejuarem durante três dias, pois ela agiria
contra a lei e entraria na presença do rei.
Após os três dias, Ester se aprontou com seus trajes reais e entrou no
pátio interior da casa do rei. Assuero, assentado em seu trono, viu Ester
parada no pátio e estendeu o cetro de ouro que tinha na mão em favor
de Ester, permitindo que ela se aproximasse.
O rei perguntou o que ela queria, e disse-lhe que daria a ela até mesmo
metade de seu reino. Ester, agindo com muita sabedoria, apenas o
convidou juntamente com Hamã para participar de um banquete que ela
havia preparado. Na ocasião do banquete, Ester solicitou permissão para
preparar um segundo banquete no dia seguinte.
No segundo banquete, Ester revelou para o rei que ela era uma judia, e
que todo o seu povo estava sentenciado à morte. Ester também contou
que Hamã era quem tinha tramado todo aquela maldade.
Hamã foi então enforcado na própria forca que ele havia preparado para
Mardoqueu. Como o rei não podia revogar o decreto anterior, a rainha
Ester conseguiu fazer com que um novo decreto autorizando os judeus a
se defenderem fosse publicado. Assim, os judeus passaram a ter o
direito a legitima defesa.
É óbvio para o leitor cristão que Ester só faz sentido à luz das
promessas de Deus. Mas não é esse também o caso de toda a
narrativa que se desenrola do Antigo Testamento? Se formos
forçados a aprender esta lição em Ester, então, se Deus quiser,
os membros da igreja aprenderão a ler outras narrativas do
Antigo Testamento, procurando as promessas de Deus como
personagens invisíveis e não mencionados.