Max Webber e Karl Max

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Hortência Zucule

Licenciatura em Educação de Infância

1º Ano Laboral

Principais ideias de Max Weber e Karl Marx

Universidade Pedagógica
Maputo
2021
Hortência Zucule

Licenciatura em Educação de Infância

1º Ano Laboral

Principais ideias de Max Weber e Karl Marx

Trabalho a ser entregue na Faculdade de


Ciências da Educação e Psicologia, para
efeito de avaliacao na cadeira de Indrodução
a Sociologia.

Docentes

Eduardo Humbane

Universidade Pedagógica
Maputo
2021
ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO...................................................................................................................4

1.1. Objectivos do trabalho.................................................................................................4

1.1.1. Objectivo geral......................................................................................................4

1.1.2. Objectivos específicos..........................................................................................4

1.2. Metodologia.................................................................................................................4

2. BREVE HISTORIAL..........................................................................................................5

2.1. Max Weber (1864 – 1920)...........................................................................................5

2.2. Karl Marx (1818–1883)...............................................................................................5

3. TEORIA E PRESSUPOSTOS BÁSICOS...........................................................................6

3.1. Pressupostos básicos de Max Weber............................................................................6

3.2. Teoria da ação social de Max Weber...........................................................................7

3.3. Teoria da dominação de Max Weber...........................................................................8

3.4. Teoria da dominação de Karl Marx..............................................................................9

3.5. Teoria do Materialismo Histórico de Karl Marx........................................................10

4. CONCLUSÃO...................................................................................................................11

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..............................................................................12
1. INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem como objectivo fazer uma breve revisão literária sobre os
pensamentos de Max Weber e Karl Marx. Nessa perspectiva, construímos uma análise sobre o
pensamento de ambos os autores, tomando como base os seus pressupostos básicos e teorias.

Karl Marx e Max Weber são considerados os principais representanntes da sociologia e suas
contribuições foream muito importante para a compreenção dos problemas sociais. Desta feita
pretende-se cumprir com um das exigências de avaliação para a obtenção do grau de
licenciatura em Educação e Assistência Social.

1.1. Objectivos do trabalho

1.1.1. Objectivo geral


Conhecer as principais contribuições de Max Weber e Karl Marx

1.1.2. Objectivos específicos


 Levantar a biografia de Max Weber e Karl Marx;
 Definir os pressupostos básicos de Max Weber e Karl Marx;
 Identificar as principais teorias de Max Weber e Karl Marx;

1.2. Metodologia
Este trabalho esta dividido em três partes, a presente introdução, o desenvolvimento onde se
apresenta as principais informações literárias sobre o tema e por fim a conclusão e as
referências bibliográficas.
2. BREVE HISTORIAL

2.1. Max Weber (1864 – 1920)


De acordo com PORFÍRIO (2007), Karl Emil Maximilian Weber nasceu em Erfurt, Turíngia,
Alemanha, no dia 21 de abril de 1864. Filho de um jurista e político do Partido Liberal
Nacional na época de Bismarck. Estudou nas universidades de Heidelberg, Berlim e Gotinga.
Formou-se em Direito e doutorou-se em Economia e acabou desenvolvendo obras sobre
Sociologia.

Max Weber é um dos principais teóricos da sociologia e ocupa, junto a Émile Durkheim e
Karl Marx, uma das bases da chamada tríade da sociologia clássica. Weber fundou um
método de estudo sociológico baseado no que ele chamou de acção social e produziu estudos
profícuos para a compreensão da formação do capitalismo.

Weber acabou falecendo em 1920, em decorrência de uma pneumonia severa. Até então, o
sociólogo havia publicado apenas os livros: A ética protestante e o espírito do
capitalismo (1905); Economia e sociedade (1910) e A ciência como vocação (1917). Após a
sua morte, Marianne Schnitger Weber, sua esposa, realizou uma curadoria de sua obra e foi
responsável pela publicação póstuma de um segundo volume de Economia e
sociedade (1921), A metodologia das ciências sociais (1922) e História econômica
geral (1923).

2.2. Karl Marx (1818–1883)


Segundo RODRIGUES (2009), Karl Heinrich Marx nasceu em Trier, Renânia, província ao
sul da Prússia um dos muitos reinos em que a Alemanha estava fragmentada, no dia 5 de maio
de 1818. Filho de Herschel Marx, advogado e conselheiro da justiça, descendente de judeu,
era perseguido pelo governo absolutista de Guilherme III.

Foi um filósofo, sociólogo, economista, jornalista e teórico político alemão. Junto a Friedrich
Engels, elaborou uma teoria política que embasou o chamado socialismo científico. Suas
contribuições para a Filosofia Contemporânea incluem, além da análise social e econômica,
um novo conceito de dialética, baseado na produção material da humanidade.

Seu conceito dialético, chamado de materialismo histórico dialético, proporciona uma nova
visão para a análise social e científica sobre a história da sociedade. Ao analisar a produção
material da Europa, no século XIX, Marx identificou a marcante desigualdade e a exploração
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de uma classe detentora dos meios de produção (burguesia) sobre a classe explorada
(proletariado), o que marcou profundamente a sua carreira.

As contribuições de Marx para a História, para a Filosofia e a formulação de um novo modo


de análise social, voltada para a crítica do capitalismo, foram fundamentais para a
disseminação da Sociologia e para sustentar um método sociológico mais sólido. A teoria
crítica do capitalismo fundada por Marx e Engels esclareceu alguns factores que a análise de
Durkheim sobre as sociedades capitalistas industriais não aborda.

Na juventude de Marx, a Sociologia ainda não tinha surgido como uma ciência metódica e
acadêmica, pois o responsável pela formulação do método sociológico foi o francês Émile
Durkheim. Porém, os conceitos presentes na obra de Marx, não somente os que dizem
respeito à teoria marxista ou ao socialismo, deixaram para os sociólogos posteriores respostas
sobre uma lógica capitalista de um sistema de privilégios, em que uma classe sobrepõe-se à
outra e sobre o funcionamento interno do mercado e da produção.

O filósofo faleceu no ano de 1883, dois anos após o falecimento de sua esposa, em virtude de
complicações respiratórias causadas pelo uso excessivo de tabaco. As principais obras de Karl
Marx, produzidas para a publicação, são: Manifesto do Partido Comunista; A Ideologia
Alemã; Contribuição para uma Crítica da Economia Política; O Capital.

3. TEORIA E PRESSUPOSTOS BÁSICOS

3.1. Pressupostos básicos de Max Weber


Para ESLABÃO (2015), os principais objetos de estudo de Weber na sociologia foram o
capitalismo e o protestantismo, levando o sociólogo a desenvolver uma sociologia da teologia.
A visão weberiana do capitalismo era diferente da visão marxista. Enquanto Marx via no
capitalismo a exploração do proletariado pela burguesia, Weber encara-o como o fruto de um
ideal, o ideal do capitalismo. Como um ideal, o capitalismo promovia uma espécie de
racionalização do trabalho e do dinheiro, sendo sustentado pela prosperidade e pela
capacidade cada vez maior de gerar dinheiro.

Max Weber foi profundamente influenciado pela filosofia de Immanuel Kant sustentada pelo
idealismo. Para Kant, o plano das ideias e conceitos deveria pautar todo o trabalho filosófico,
que partiria da prática para chegar aos conceitos mais puros e a priori (anteriores a qualquer
vivência material). Weber acreditava que o capitalismo originava-se com um ideal, com um
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espírito, e a partir disso, esse sistema ia sendo construído na prática. Com base nesse ideal,
surgiu a noção de administração como ciência capaz de promover o crescimento do capital.

Para escrever o livro “A ética protestante e o espírito do capitalismo”, Weber leu o texto
“Conselho a um jovem comerciante”, de Benjamin Franklin. Com base nesse texto e da
observação de nações europeias e dos Estados Unidos, Weber elaborou a teoria que dizia que
o capitalismo teria sido aprimorado com o protestantismo, em especial o calvinista. Para
Franklin, o dinheiro deveria ser movimentado e ampliado, e essa ampliação dava-se como
ensinava a tradição calvinista, por meio do trabalho.

Para os calvinistas, havia uma noção de predestinação que dizia que o homem já nascia
predestinado ao paraíso ou ao inferno. A maneira de saber se determinada pessoa iria para o
céu era medir o seu sucesso no trabalho e a sua resistência ao pecado. Como pecado, os
calvinistas incluíam as diversões fúteis, como festas e luxo, além do ócio e da preguiça. O
homem de valor para os calvinistas era aquele que trabalhava muito, o máximo que o seu
corpo aguentasse, e não se entregava aos prazeres da vida, acumulando assim cada vez mais
dinheiro. Para as outras vertentes protestantes, há uma ideia geral bem semelhante a essa de
valorização do trabalho e de fuga dos prazeres.

Esses pressupostos fizeram com que Weber enxergasse a diferença de desenvolvimento


econômico entre nações predominantemente protestantes que se tornaram as maiores
potências econômicas (Alemanha, Inglaterra e Estados Unidos) e nações predominantemente
católicas que não tiveram tanto crescimento econômico, como Espanha, Portugal e Itália.

A ideia do teórico político e estadista norte americano Benjamin Franklin estava sustentada no
ideal calvinista, e o aumento do dinheiro por meio do trabalho e da fuga do ócio e dos
prazeres parecia ser uma hipótese bem plausível para Weber, no sentido de medir o sucesso
de uma pessoa. Era esperado de alguém que conseguisse ganhar dinheiro multiplicá-lo para
mostrar o seu valor pessoal e moral.

A ética, nesse sentido, era uma prática voltada para um modo de agir que fugisse de qualquer
distração e de qualquer pecado e que procurasse no trabalho o maior meio de chegar-se a
Deus.

3.2. Teoria da ação social de Max Weber


A Acção Social é um conceito que Weber estabelece para as sociedades humanas e a essa
acção só existe quando o indivíduo estabelece uma comunicação com os outros. Na visão de
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Weber, a função do sociólogo é compreender o sentido das acções sociais, e fazê-lo é


encontrar os nexos causais que as determinam. Assim, o objeto da Sociologia é uma realidade
infinita e para analisá-la é preciso construir tipos ideais, que não existem de fato, mas que
norteiam a referida análise.

Esse padrão de correção estava localizado no que Weber chamou de tipos ideais, que eram
balizas para estabelecer-se qualquer comportamento padrão. Como ideais esses tipos são
perfeitos e imutáveis, não existindo na prática. Nessa se encontram as acções que poderiam
afastar-se ou aproximar-se dos tipos ideais. Weber separa e classifica as acções sociais em
quatro tipos:

i. Acção social racional com relação a fins: é um tipo de ação pensada e calculada para
atingir alguma finalidade. Por exemplo, casar-se para constituir uma família. A ação
social é o matrimônio e a finalidade dessa ação é a constituição da família.

ii. Acção social racional com relação a valores: é um tipo de ação social pensada e
calculada para atingir algum tipo de valor moral, ou visando como fundo a
moralidade. Por exemplo, fazer o que a moral considera certo, como não roubar.

iii. Acção social tradicional: não é racional e nem calculada. Consiste numa forma de
agir de acordo com a tradição, respeitando o que a sociedade considera como o que
deve ser feito. Retomando o exemplo do matrimônio, seria casar-se porque a
sociedade impõe o casamento como uma tradição que deve ser seguida.

iv. Acção social afetiva: não é racional. Ela segue os afetos e as paixões, os sentimentos
e as afecções. É o tipo de ação motivada por sentimentos, como amor, paixão, medo.

3.3. Teoria da dominação de Max Weber


A teoria da dominação de Weber que busca compreender o princípio da autoridade. Este tema
é desenvolvido, principalmente em duas de suas obras: Economia e Sociedade e Metodologia
das Ciências Sociais. Em ambas, Weber busca estabelecer uma tipologia para as acções
sociais que caracterizam as relações de poder em sociedade.

Para Weber, existem três tipos de poder ou dominação exercidos que lhes conferem alguma
legitimidade:

i. A dominação legal: correspondem as relações de poder mais característica do Estado


e da Sociedade Moderna, incluindo aí suas complexas e numerosas instituições.
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Segundo ele, a forma mais pura da dominação legal é a burocracia. Ocorre por meio
das leis. É o poder exercido por aqueles que a lei permitiu exercê-lo, como os
representantes dos poderes Legislativo, Jurídico e Executivo.

ii. A dominação tradicional: A dominação tradicional fundamenta sua legitimidade nas


noções de fidelidade, santidade da tradição e na dignidade que dela emana. Os
princípios que regem a resolução de litígios em nada se relacionam com formas
legalmente estabelecidas, muito embora esteja presente a idéia de justiça, utilidade ou
equidade ética materia. Para Weber a forma mais pura deste modelo de dominação é o
Patriarcal onde o pai exerce o poder autoritário dentro da família e respalda-se na
tradição para exercitá-lo.

iii. A dominação carismática: é exercida por lideranças carismáticas, que têm o dom de
atrair o apoio das massas com seus discursos, como de maneira mágica. Temos vários
exemplos desse tipo de liderança na história mundial, como Hitler, Mussolini, Samora
Machel e Fidel Castro.

3.4. Teoria da dominação de Karl Marx


Conforme indica SOUSA (2016), dialética é uma palavra oriunda do grego e significa dois
logos, duas opiniões divergentes. a dialética do materialismo é posição filosófica que
considera a matéria como a única realidade e que nega a existência da alma, de outra vida e de
Deus. Marx apresentava uma filosofia revolucionária que procurava demonstrar as
contradições internas da sociedade de classes e as exigências de superação.

A dialética marxista postula que as leis do pensamento correspondem às leis da realidade. A


dialética não é só pensamento é pensamento e realidade a um só tempo. Mas, a matéria e seu
conteúdo histórico ditam a dialética do marxismo, a realidade é contraditória com o
pensamento dialético. Os momentos contraditórios são situados na história com sua parcela de
verdade, mas também de erro, não se misturam, mas o conteúdo, considerado como unilateral
é recaptado e elevado a nível superior.

A dialética apregoa os seguintes princípios:

 Tudo se relaciona (Lei da acção recíproca e da conexão universal); tudo se transforma


(lei da transformação universal e do desenvolvimento incessante);
 As mudanças qualitativas são conseqüências de revoluções quantitativas;
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 A contradição é interna, mas os contrários se unem num momento posterior: a luta dos
contrários é o motor do pensamento e da realidade; a materialidade do mundo;
 A anterioridade da matéria em relação à consciência;
 A vida espiritual da sociedade como reflexo da vida material.

3.5. Teoria do Materialismo Histórico de Karl Marx


Segundo SOUSA (2016), o materialismo histórico é uma teoria que faz parte do socialismo
marxista, pretende a explicação da história das sociedades humanas, em todas as épocas,
através dos factos materiais, essencialmente econômicos e técnicos.

Essa corrente teórica estuda a história por meio da relação entre a acumulação material e as
forças produtivas. Para os materialistas históricos, a sociedade foi se desenvolvendo através
da produção de bens que satisfazem as necessidades básicas e supérfluas do ser humano.

O materialismo histórico buscou compreender as relações entre o trabalho e a produção de


bens ao longo da história. Essa concepção materialista da história percebeu que os meios de
produção são determinantes para caracterizar as sociedades.
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4. CONCLUSÃO
Neste trabalho, esboçamos as perspectivas teóricas de Max Weber e Karl Marx, mostramos a
formação de seu pensamento, suas ressonâncias teóricas e esclarecemos os resultados teóricos
a qual chegaram. Dessa maneira, foi possível compreender as relações sociais, não somente
pela ótica teórica, mas, também pela articulação dialeticamente construída.

Karl Marx e Max Weber contribuiram muito para a sociologia. Uma contribuição importante
são as suas diferentes abordagens às classes sociais e à desigualdade. Marx considerou a
divisão social em classes relacionadas com o meio de produção. Basicamente, as classes eram
trabalhadores versus burgueses. Weber considerava que as classes se baseavam em poder,
riqueza e prestígio. Para ele, a sociedade tinha várias camadas que contribuíram além do meio
produtivo.

Apesar da diferença entre esses dois sociólogos, ambos tinham ênfase no estudo das classes
sociais e no resultado que a interação entre essas classes criaria.
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5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

PORFÍRIO, Francisco. Karl Marx; Brasil Escola. 2007. Disponível em: https://
brasilescola.uol.com.br/sociologia/karl-marx.htm. Acesso em 30 de dezembro de 2020

RODRIGUES, Lucas de Oliveira. Introdução à teoria de Max Weber; Brasil Escola. 2009;


Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/introducao-teoria-max-weber.htm.
Acesso em 30 de dezembro de 2020

ESLABÃO, Daniel da Rosa. O conceito de dominação em Max Weber: um estudo sobre a


legitimidade do poder. 2015. Disponível em:
http://www.cifmp.ufpel.edu.br/anais/2/cdrom/mesas/mesa5/04.pdf. Acesso em 30 de
dezembro de 2020

SOUSA, Leonardo Mello. Karl Marx. 2016. Disponível em:


https://sites.unifoa.edu.br/portal/plano_aula/arquivos/04621/A%20sociologia%20Karl
%20Marx%20-%20Material%20alunos.PDF. Acesso em 30 de dezembro de 2020

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