Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas - Saneantes Detergente
Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas - Saneantes Detergente
Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas - Saneantes Detergente
Detergente doméstico
Fabricação
Lúcia do Amaral
Allan George A. Jaigobind
Sammay Jaisingh
Instituto de Tecnologia do Paraná - TECPAR
Dezembro/2007
Edição atualizada em Agosto/2021
Detergente doméstico
O Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas – SBRT fornece soluções de informação tecnológica sob medida, relacionadas aos
processos produtivos das Micro e Pequenas Empresas. Ele é estruturado em rede, sendo operacionalizado por centros de
pesquisa, universidades, centros de educação profissional e tecnologias industriais, bem como associações que promovam a
interface entre a oferta e a demanda tecnológica. O SBRT é apoiado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas
Empresas – SEBRAE e pelo Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação – MCTI e de seus institutos: Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq e Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia – IBICT.
Dossiê Técnico AMARAL, Lúcia do; JAIGOBIND, Allan George A.; JAISINGH,
Sammay
Detergente doméstico
Instituto de Tecnologia do Paraná - TECPAR
19/12/2007
Resumo Este dossiê aborda a produção de detergentes de uso doméstico:
definição, matérias-primas, formulação, especificações, cuidados
especiais na fabricação, equipamentos, fluxograma de produção.
Salvo indicação contrária, este conteúdo está licenciado sob a proteção da Licença de Atribuição 3.0 da Creative Commons. É permitida a
cópia, distribuição e execução desta obra - bem como as obras derivadas criadas a partir dela - desde que criem obras não comerciais e
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Sumário
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 3
2 HISTÓRIA DOS DETERGENTES .................................................................................... 4
3 CARACTERÍSTICAS DOS TENSOATIVOS ..................................................................... 7
4 CONSTITUIÇÃO DOS TENSOATIVOS ............................................................................ 7
5 CLASSIFICAÇÃO E NOMENCLATURA DOS TENSOATIVOS ....................................... 7
5.1 Agente tensoativo ........................................................................................................ 7
5.2 Tensoativo anfótero ..................................................................................................... 7
5.3 Tensoativo aniônico .................................................................................................... 8
5.4 Tensoativo catiônico ................................................................................................... 8
5.5 Tensoativo não-iônico ................................................................................................. 9
6 COMPOSIÇÃO BÁSICA DOS DETERGENTES .............................................................. 9
7 PRINCIPAIS ADITIVOS NAS FORMULAÇÕES DE DETERGENTES ............................. 10
7.1 Quelantes/sequestrantes/precipitantes ..................................................................... 10
7.1.1 Precipitantes ............................................................................................................... 10
7.1.2 Sequestrantes/quelantes ............................................................................................ 10
7.2 Branqueador óptico e enzima ..................................................................................... 11
7.3 Espessantes ................................................................................................................. 11
7.4 Substâncias alcalinas .................................................................................................. 12
7.5 Agente antirredeposição ............................................................................................. 12
7.6 Corantes ....................................................................................................................... 12
7.7 Essências odoríficas ................................................................................................... 12
7.8 Alvejantes e eliminadores de odores ......................................................................... 12
7.9 Estabilizantes de espuma ........................................................................................... 12
8 CLASSIFICAÇÃO DOS DETERGENTES QUANTO AO PH ............................................ 13
9 FORMULAÇÕES DE DETERGENTES ............................................................................ 13
10 CONTROLE DE QUALIDADE DE DETERGENTES ...................................................... 14
10.1 Medida de pH ............................................................................................................. 15
10.2 Viscosidade ................................................................................................................ 15
10.3 Densidade................................................................................................................... 16
10.4 Índice de espuma ....................................................................................................... 16
10.5 Outros índices analíticos .......................................................................................... 16
11 BALANÇO HIDROFÍLICO – LIPOFÍLICO – HBL ........................................................... 16
12 EQUIPAMENTOS E INSTALAÇÕES ............................................................................. 17
13 LEGISLAÇÃO ................................................................................................................ 17
Conclusões e recomendações ......................................................................................... 19
Referências ........................................................................................................................ 20
Anexo 1 – Detergentes, o ser humano e o meio ambiente ............................................. 22
Conteúdo
1 INTRODUÇÃO
- detergente líquido;
- detergente em pó e sabão em pó;
- cera;
- água sanitária ou água de lavadeira;
- inseticida, repelente de insetos e raticida; e
- desinfetante.
As três grandes classes de detergentes domésticos são: pó, líquido para lavanderia e líquido
para cozinha. Das três classes citadas aqui, os detergentes líquidos para a cozinha e os do
tipo em pó para lavanderia são os mais comercializados no Brasil.
Estes produtos, para serem vendidos ao consumidor, devem ser seguros e apresentarem
resultados de aplicação conforme indicação de uso. Todos os fabricantes são obrigados a
seguir normas legais e técnicas e obter autorização do Ministério da Saúde para cada
produto saneante colocado à venda. No rótulo dos saneantes, conforme a cartilha
“Orientações para os consumidores de Saneantes” da Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (ANVISA), devem estar disponíveis as seguintes informações:
Atenção: sempre que possível, é importante levar o rótulo do produto ao médico, porque isto
orienta e melhora o atendimento ao paciente.
Segundo uma antiga lenda romana, o nome sabão ("sapo" em latim, "sapone" em italiano,
"soap" em inglês) deriva do monte Sapo, onde eram sacrificados animais. As águas das
chuvas arrastavam as gorduras dos animais e as cinzas de madeira das fogueiras pelas
encostas do monte até o solo argiloso do rio Tibre. As mulheres que lavavam suas
vestimentas na beira do rio perceberam que essa argila facilitava o seu trabalho,
proporcionando maior eficiência de limpeza com menor esforço.
Os sabões são conhecidos há muito tempo, porém, o seu uso amplo para limpeza e banho é
mais recente. Foi a partir do século XVIII, quando se reconheceu a existência de micro-
organismos patogênicos, que a necessidade de hábitos de higiene e limpeza tornaram-se
então fator determinante no combate à proliferação desses micro-organismos. A partir de
então, a utilização dos sabões cresceu.
- os derivados de sais de sódio de ácidos graxos, conhecidos como sabões duros ou sabão
em pedra de uso doméstico;
- os derivados de sais de potássio de ácidos graxos, conhecidos como sabões moles, os
quais são normalmente utilizados nas formulações de sabonetes, cremes de barbear e
sabões líquidos;
- os derivados de sais de amônio de ácidos graxos, que são normalmente utilizados na
formulação de sabões líquidos;
- os derivados de sais de lítio de ácidos graxos são adicionados a óleos minerais em
formulações de lubrificantes, para torná-los mais espessos (formando os chamados "óleos
detergentes") e também poderem se aplicar na fabricação de graxas para motores. Eles
impedem o acúmulo de resíduos de carvão e de produtos polimerizados.
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DOSSIÊ TÉCNICO
Figura 2 - Reação que ocorre entre o sabão e o cálcio presente em águas duras
Fonte: (ZAGO NETO; DEL PINO, [200-?])
Figura 3 - Reação entre um detergente tipo lauril sulfonato de sódio e o cálcio presente em águas
duras
Fonte: (ZAGO NETO; DEL PINO, [200-?])
Figura 4 - Reação entre um detergente tipo lauril sulfonato de sódio quando em águas ácidas
Fonte: (ZAGO NETO; DEL PINO, [200-?])
Por serem mais baratos, foram produzidos e consumidos em grande escala, fato este que
se estendeu por duas décadas (1940/1960), quando então se denotou o problema de
poluição de águas, isto é, a utilização deste tipo de tensoativo passou a produzir densas
camadas de espuma, gerando um novo problema de poluição. Houve então, a necessidade
de se buscar o desenvolvimento de um tensoativo substituto que fosse degradável. Então
ficou estabelecido a partir da década de 60, que os detergentes de usos doméstico e
industrial lançados nos esgotos, deveriam ser modificados, para que pudessem ser
decompostos biologicamente. Tentando solucionar o problema, descobriu-se que a cadeia
5 2021 c Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas – SBRT
Detergente doméstico
Com a automação dos processos de lavagem de louça, seja domiciliar ou industrial, houve a
exigência de detergentes com baixo poder de espumante. Os tensoativos não iônicos
destacam-se para utilização em formulações de detergente com baixa formação de espuma.
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DOSSIÊ TÉCNICO
O principal componente dos detergentes é o tensoativo, sendo que um bom tensoativo deve
apresentar as seguintes características:
- grupo hidrofílico – grupo químico solúvel em água: grupos funcionais de caráter iônico.
Qualquer substância ou composto que seja capaz de reduzir a tensão superficial ao estar
dissolvido em água, ou que reduz a tensão interfacial por adsorção preferencial de uma
interfase líquido-vapor e outra interfase.
É aquele que tem dois ou mais grupos funcionais que, dependendo das condições do meio,
podem ser ionizados em solução aquosa e dão as características de surfactante aniônico ou
catiônico. Sua estrutura possui, geralmente, um ânion carboxilato ligado a uma amina ou
cátion quaternário de amônio (FIG. 7).
É aquele que em solução aquosa se ioniza produzindo íons orgânicos negativos, os quais
são responsáveis pela atividade superficial (FIG. 8).
É aquele que em solução aquosa se ioniza produzindo íons orgânicos positivos, os quais
são responsáveis pela atividade superficial (FIG. 9).
Os tensoativos catiônicos possuem como parte hidrofilada da cadeia um radical com carga
positiva, ou seja, nestes tensoativos quem interage com a água é uma parte da molécula
que possui caráter positivo, ao contrário dos tensoativos aniônicos. Não são compatíveis
com os tensoativos aniônicos, formando com estes um precipitado insolúvel. Em geral, têm
um poder detergente fraco e formam pouca espuma, por isso não são usados como
detergentes clássicos de uso domésticos.
Estes tensoativos têm propriedades germicidas e são muito utilizados como desinfetantes.
São produzidos a partir de derivados alquil ou aril do cloreto, brometo ou sulfato de amônio.
Também podem ser obtidos a partir da piridina, do imidazol e da isoquinolina. Os produtos
obtidos são chamados de quaternários de amônio.
São dotados de poder bactericida elevado contra germens gram-negativos, sendo muito
empregados em desinfetantes hospitalares para lavagem de fraldas, ou outro qualquer
material que contenha urina; hoje já são encontrados em amaciantes para roupas. Utilizados
ainda como antissépticos da pele, como saneantes em laticínios e estabelecimentos de
alimentos. São também fungicidas, atuando sobre certos protozoários patogênicos; de
toxicidade relativamente baixa, com ausência de poder corrosivo.
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DOSSIÊ TÉCNICO
É aquele que não produz íons em solução aquosa. A solubilidade em água desses
tensoativos é devido à presença nas moléculas de grupos funcionais que têm uma forte
afinidade com água (FIG. 10).
Uma das principais características dos tensoativos não-iônicos é sua elevada resistência a
eletrólitos e águas duras, além disso, tem bom desempenho numa larga faixa de pH, isto é,
podem ser utilizados tanto em meio ácido ou alcalino.
Há ainda aqueles cuja função é atuar como agentes de branqueamento químico e ótico e
ainda os solubilizantes/solventes. Exemplo: água, álcoois, poliglicóis, etc.
Veículos e auxiliares de processo – pode ser o tensoativo que faz o produto espumar
ou não espumar. Podem ser solventes, conservantes, acidificantes ou alcalinizantes
que conferem estabilidade ao produto ou a sua solução de uso.
A maioria dos produtos de limpeza utiliza aditivos que melhoram sua eficácia ou reduzem
seu custo.
7.1 Quelantes/sequestrantes/precipitantes
Existem outras substâncias que auxiliam na eliminação da dureza das águas. Pode-se
classificar estes eliminadores em dois grupos: quelantes e precipitantes.
7.1.1 Precipitantes
7.1.2 Sequestrantes/quelantes
Durante muitos anos os fosfatos pareceram ser os aditivos perfeitos. O preço era
relativamente baixo, a toxicidade praticamente nula. O fato de não serem corrosivos para
metais e a ausência de efeitos nocivos sobre fibras e tecidos, tornaram o seu uso bastante
difundido. O problema é que os fosfatos atuam nos mananciais como um verdadeiro adubo
para plantas aquáticas e algas, que os utilizam para seu desenvolvimento, sendo que a
excessiva reprodução destas plantas causa a eutrofização das águas.
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DOSSIÊ TÉCNICO
A partir da década de 1970, surgiram nos EUA e em outros países leis restringindo seu uso
devido ao problema da eutrofização. No Brasil, o tripolifosfato de sódio ainda é bastante
utilizado em detergentes em pó. Uma alternativa para substituir os fosfatos é o uso de sais
sódicos dos ácidos nitrilotriacético e etilenodiaminotetracético, que atuam como
complexantes de íons. Como desvantagem, estes aditivos apresentam preço mais elevado e
complexam íons tóxicos como o mercúrio e o chumbo, mantendo-os nas águas de lavagem
caso haja a presença destes.
A composição química da zeólita na forma sódica pode ser representada pela fórmula
genérica:
É importante explicar que as zeólitas são materiais insolúveis, portanto, não servem para
formulações de detergentes líquidos. Segundo Osório e Oliveira (2005), o uso das zeólitas é
amplamente difundido nos Estados Unidos, sendo que no Japão, já em 1984, as zeólitas
constituíam o único aditivo em mais de 90% dos detergentes consumidos, enquanto que na
União Europeia, 75% dos detergentes contêm zeólita e 25% fosfato.
Nos Estados Unidos, os produtos para lavadoras de prato automáticas apresentam-se sob
três formas distintas: 60% como pós, 33% como géis e 7% como tabletes (OSÓRIO;
OLIVEIRA, 2005).
7.3 Espessantes
Se o detergente for aniônico ou catiônico e, não havendo preocupação com ferrugem, pode-
se utilizar eletrólitos do tipo sais como cloreto de sódio, sulfato de magnésio ou sódio e
ureia. Deve-se somente tomar o cuidado de introduzi-los na mistura quando o pH desta
estiver em torno de 6,5 a 7,5 (neutro), pois caso contrário, pode ocorrer a turvação do
detergente com possível separação de fases.
Muito usado em detergente em pó, este tipo de aditivo tem a função de evitar a redeposição
das sujeiras nos tecidos. Um exemplo de agente antirredeposição é o CMC -
carboximetilcelulose.
7.6 Corantes
São utilizadas para caracterizar o produto e tornar o seu uso mais agradável, encobrindo o
cheiro forte dos tensoativos e da sujeira na água de lavagem.
Produtos muito utilizados como aditivos para eliminar odores desagradáveis e como
antissépticos são o bórax (tetraborato de sódio hidratado -Na2B4O7.H2O) e o óxido de zinco
(ZnO). Outros boratos como o perborato de sódio são utilizados como alvejantes. A ação
alvejante é causada pela formação do oxigênio ativo, que o perborato libera em soluções
alcalinas ou em presença de ativadores.
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DOSSIÊ TÉCNICO
Detergentes alcalinos
- remoção de sujidades orgânicas como gorduras, proteínas, açúcares, etc.
Detergentes ácidos
- remoção de sujidades inorgânicas.
Detergentes neutros
- limpeza manual e de superfícies menos resistentes a corrosão;
- limpeza geral (pisos, paredes e superfícies de equipamentos).
9 FORMULAÇÕES DE DETERGENTES
colocar a essência e o formol com temperaturas abaixo de 35°C, serve para evitar perda de
qualidade da essência e do formol. Pode-se ainda, acrescentar nas formulações de
detergente 2% de Nipagin, que agirá como bactericida, assegurando desta forma a
qualidade e a durabilidade do detergente.
Limpa vidros
Detergente em pó
1 - Ácido sulfônico 4 kg
2 - Carbonato de sódio alcalino 2 kg
3 - Silicato de sódio alcalino 8 Kg
4 - Poliamida 2 Kg
5 - Água 84 Kg
6 - Corante qsp
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DOSSIÊ TÉCNICO
Por outro lado, as pequenas empresas não dispõe de equipamentos como os acima citados
e normalmente analisam as características mais comuns. Usualmente, controlam
parâmetros como pH, viscosidade, cor visual, odor, densidade, índice de refração e índice
de espuma.
10.1 Medida de pH
O pH adequado dos detergentes varia de acordo com a aplicação, por exemplo, detergentes
com finalidades de decapantes são comercializados em pH ácido; os detergentes
desengraxantes em pH alcalino e os domésticos em pH neutro.
10.2 Viscosidade
10.3 Densidade
A densidade pode variar pelo acréscimo de matéria ativa, eletrólitos, presença de álcool e
éter em detergentes. Pode ser medida por um densímetro ou através da obtenção do valor
da massa em balança analítica ou semianalítica e o volume. Utiliza-se a fórmula d= m/V.
O índice de espuma pode ser medido através de métodos que façam o meio contendo uma
determinada quantidade de detergente ser submetido a uma determinada e controlada
agitação num determinado tempo, sendo medido na sequência, o volume de espuma
formada.
A altura de espuma pode também ser medida em condição dinâmica, como por exemplo,
em SANCTIS, onde foi determinada a espuma, utilizando-se um equipamento onde uma
solução aquosa de 0,2 g/l, na temperatura de 25°C foi recirculada de um recipiente e
forçada a passar através de um tubo de pequeno diâmetro (0,6 cm) para gerar um jato que
cai sobre a superfície da solução formando a espuma. A altura da coluna de espuma é
medida até atingir o topo do recipiente (100 mm). São medidas as alturas de espuma inicial
(tempo 0) e nos tempos de 15, 30, 60, 120 e 300 segundos.
SANCTIS ainda descreve outros índices analíticos utilizados em seus estudos, tais como:
detergência - avaliada em tergotômetro utilizando-se o método ASTM D 3050 - 75, que
compreende a lavagem de tecidos sujos padrões EMPA 101 (tecido de algodão impregnado
com sujeira de óleo de oliva e negro de fumo) em solução de concentração de 0,2 g/l e
temperatura de 25°C, com determinação da quantidade de sujeira removida através de
medidas de refletância feitas antes e depois da lavagem dos tecidos utilizando-se um
refratômetro.
Os tensoativos também podem ser classificados conforme seu HLB (Balanço hidrofílico-
lipofílico), numa escala de 0 (totalmente lipofílico) a 20 (totalmente hidrofílico).
O HLB é calculado a partir da estrutura da molécula, sendo este um número que expressa a
relação entre os grupos polares e apolares existentes na molécula do tensoativo. A função
do HLB é auxiliar a selecionar o tensoativo conforme a aplicação requerida (QUADRO 3).
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DOSSIÊ TÉCNICO
12 EQUIPAMENTOS E INSTALAÇÕES
Tanques;
Misturadores e/ou agitadores;
Vasilhames e funis Plásticos para envasamento;
Bancadas de trabalho;
Envasadoras;
Embaladoras;
Rotuladoras;
Balanças, etc.
13 LEGISLAÇÃO
A Anvisa estabelece que as empresas de produtos saneantes os fabriquem de tal forma que
estes sejam seguros aos seus utilizadores e manipuladores e que deem bons resultados de
utilização. Todos os fabricantes são obrigados a seguir normas legais e técnicas e obter
• Embalagem
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DOSSIÊ TÉCNICO
<https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2005/rdc0204_06_07_2005.html>.
Acesso em: 10 ago. 2021.
Resolução RDC n. 38, de 28 de abril de 2000. Aprova as Normas Gerais para produtos
Saneantes Domissanitários destinados exclusivamente à exportação. Disponível em:
<https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2000/rdc0038_28_04_2000.html>.
Acesso em: 10 ago. 2021.
Conclusões e recomendações
A produção de saneantes não deve ser encarada como uma simples mistura de matérias-
primas que possa ser realizada por qualquer pessoa. A produção de detergentes deve estar
em conformidade com as boas práticas de fabricação e ser orientada e supervisionada por
profissional qualificado, além disso, sua rotulagem deve estar de acordo com as
regulamentações dos órgãos competentes.
Para quem trabalha com produtos químicos é de fundamental importância que sejam
observadas as regras de segurança. É importante lembrar que a pessoa irá trabalhar com
produtos (ácidos, bases, entre outros) que oferecem grande risco a pele, olhos, pulmões,
etc., e por isso, é indispensável o usos de equipamentos de proteção individual, como luvas,
avental, touca, botas, óculos, etc.
Ressalta-se que quando há aplicação de leis, o empreendedor deve se certificar de que está
utilizando o documento oficial, sempre buscando o órgão que emitiu a legislação para
confirmar a sua vigência. Para consultar a vigência da legislação citada neste Dossiê
Técnico e ter acesso ao texto na íntegra, o empreendedor poderá fazer a busca no Sistema
de Legislação da Saúde - SLEGIS no link disponível em:
<http://saudelegis.saude.gov.br/saudelegis/secure/norma/listPublic.xhtml>. Acesso em: 10
ago. 2021.
Referências
www.respostatecnica.org.br 20
DOSSIÊ TÉCNICO
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Acesso em: 10 ago. 2021.
Anexos
Biodegradabilidade
Ser um detergente biodegradável indica que este pode ser decomposto por micro-
organismos do tipo bactérias aeróbicas com facilidade num curto espaço de tempo. A
biodegradabilidade de um detergente depende da estrutura química do agente tensoativo.
Se o tensoativo possui moléculas de cadeia longa, este degrada melhor do que os de cadeia
curta e ramificada; detergentes sintéticos a base de éster ou amidas são hidrolisáveis,
formando ácidos que servem como fonte de alimento para bactérias; os detergentes a base
de óxido de etileno, isto é, do tipo não-iônico são suscetíveis à decomposição biológica.
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DOSSIÊ TÉCNICO
Definições:
Outra forma pelas quais os detergentes atuam para o aumento da poluição é quando ocorre
a formação em grande escala de espumas na superfície dos rios e lagos. A camada de
espuma encobre a superfície, impedindo a penetração dos raios solares e a interação da
atmosfera com a água. Esta obstrução é mais evidente em rios cuja vazão é pequena e as
águas agitadas. Nesses casos, plantas aquáticas e peixes são levados à morte. Este fato,
além de prejudicial à natureza, torna mais difícil e dispendioso o tratamento da água para
consumo humano.