Os Doze Trabalhos de Hercules
Os Doze Trabalhos de Hercules
Os Doze Trabalhos de Hercules
Por exemplo, nove são o número de virtudes que o povo nórdico deveria possuir
para ter o direito de entrar em Valhalla (o paraíso dos deuses). Nesta tarefa, Hércules é
ajudado pelo seu sobrinho Iolaus. É ele quem pega uma tocha e queima as feridas das
cabeças que Hércules decepava para que eles não se regenerassem. Iolaus é o aspecto
que nos lembra que devemos compreender estes defeitos e eliminá-lo no mais profundo
de nossa mente.
Hércules nos ensina que devemos enfrentar o lado bestial que vive em todos nós.
Vemos que o Leão abre a boca, sozinho. A mulher olha distraída para frente, sem
fazer força, pois dominou seus instintos primitivos e os utiliza a seu favor.
Hércules captura a Corça de Cerínia que representa sua libertação interior. Sua
estupenda vitória, após um ano de tenaz perseguição, apossando-se da corça de cornos
de ouro e pés de bronze. Esta conquista configura a busca da sabedoria, tão difícil de se
conseguir.
O simbolismo dos pés de bronze há de ser interpretado a partir do próprio metal.
Enquanto sagrado, o bronze isola o animal do mundo profano, mas, enquanto pesado, o
escraviza à terra (Malkut - Matéria).
Hércules deveria limpar um estábulo com 3.000 bois e que não era limpo há 30
anos em um único dia. Hércules modificou o curso de dois rios para conseguir cumprir
tarefas. A simbologia nos mostra que para iluminação devemos trabalhar nossas
emoções. A raiva, a mágoa e a angústia são a sujeira enquanto o rio representa as
emoções puras e que vem para limpar o que não serve mais. O iniciado não pode
guardar dentro de si um estábulo imundo com emoções ruins.
Curiosidade: A bolsa em que Hércules guarda seu arco tem dois naipes de paus
que correspondem ao elemento fogo, muito associado à purificação e iluminação.
Hércules mata as aves usando o seu arco de cima de dois montes. o mito representa
a elevação espiritual necessária para superar nossas dúvidas e medos para que possamos
ver a verdadeira vontade: "o sol".
Os ruídos dos pássaros representam o excesso de comunicação, o falar demais. O
mito nos ensina também o controle completo do pensamento e da palavra. Falar
somente o necessário, com bom senso e conveniência. Isso só é possível se o iniciado
pensar antes de falar e guiar seu pensamento para o que é justo e correto.
Hércules tem a difícil tarefa de domar o touro de Creta, um animal furioso, e que a
ele era oferecido jovens em sacrifício. O touro é um animal ligado à Terra com as
quatro patas ligadas a este elemento. O touro furioso representa os nossos aspectos
instintivos ligados aos luxos, ao sexo descontrolado. Ao domá-lo, Hércules governa os
seus instintos, mas não os mata, aprende a domá-los e usá-los a seu proveito. Eram os
jovens que eram sacrificados, pois é exatamente na juventude que estes instintos estão
com maior descontrole.
O trabalho de capturar o Touro de Creta procura-se vencer o desejo que tem por
alimento a fraqueza daqueles que se perdem, na tentativa de capturar o Touro ou o
corpo que são comandados pelo ego.
O mito representa as pessoas que no passado ficaram ligadas ao desejo e que não
trabalharam a forma (aperfeiçoamento moral), mas sim a sedução, que não
materializaram e se apropriaram das vontades daqueles igualmente dominados pelo ego
e pelo desejo. Ao trazer este desejo à consciência e dominá-lo é ter o poder de vencer os
vícios e as forças negativas.
Este mito nos mostra que devemos estar aptos a domar nossa RAIVA e ÓDIO
transmutando-a em AMOR.
Ao perceber isso, Hércules leva as éguas para serem adestradas com amor e
carinho. Esta é a arte de amar, que transmuta o ódio em amor e dá um propósito a ele.
Em ambos os casos em que Hércules falhou, tanto com as éguas de Diomedes, tanto
com Hipólita vemos a dificuldade do Herói em se harmonizar com aspectos femininos,
seu gênero complementar.
O cinto é o símbolo da união e do amor, e ele mata quem lhe quisera entregar por
amor a Deus. Aqui o herói é abatido pela depressão e pena que sente de si mesmo.
Em seu último teste, Hércules deve ir ao mundo dos mortos, o Hades, e vencer
Cérbero, o cão de três cabeças. No processo, Hércules também dele libertar Prometheu,
aquele que trouxe o fogo do conhecimento para a humanidade.
Conclusão
Cabe somente a nós vencer os nossos doze trabalhos no intuito de sermos pessoas
melhores. Porém, não somos perfeitos, é justamente reconhecendo nossa própria
fragilidade moral que devemos entender que existem outras pessoas ainda mais
desprotegidas contra as más influencias, por despreparo ou falta de consciência.
Para nós cabe-nos o desafio de vencer nosso ego selvagem e os impulsos humanos.
Cabe-nos ainda clareza para entender que este desafio só pode ser aceito por quem
o quer e não ser imposto ao outro, pois este caminho só se trilha sozinho e se quiser
(vontade interior).
Por outro lado, nos cabe compreender que as pessoas desprotegidas e sendo fáceis
de serem conduzidas pelo ego e vícios existem e muitas vezes estão mais perto do que
se imagina. Cabe a clarividência para enxergar o real motivo dos atos e se proteger
contra atos desmedidos daqueles que são escravos de si mesmo e deixam-se levar pela
vida que se mostra a sua frente.