Universidade Gregório Semedo Licenciatura em Organização E Gestão de Empresas

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UNIVERSIDADE GREGÓRIO SEMEDO

FACULDADE DE CIÊNCIAS ECONOMICAS E EMPRESARIAIS


LICENCIATURA EM ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DE EMPRESAS

TEMA:

OS PROCESSOS DE GESTÃO NAS MICRO-EMPRESAS,


ESTUDO DE CASO NA EMPRESA DDD-RECICLAGEM, LIMITADA

LUANDA
2019
UNIVERSIDADE GREGÓRIO SEMEDO
FACULDADE DE CIÊNCIAS ECONOMICAS E EMPRESARIAIS
LICENCIATURA EM ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DE EMPRESAS

TEMA:

OS PROCESSOS DE GESTÃO NAS MICRO-EMPRESAS,


ESTUDO DE CASO NA EMPRESA: DDD-RECICLAGEM, LIMITADA

AUTORES:

DIANA LEMOS PAXIGINA- 160546

DOCENTE DA CADEIRA:

Dr. Marinho Cacungo

LUANDA
2019
EPIGRAFE

“É preciso assumir o volante da própria carreira. Não dá para


esperar sentado que a ascensão profissional caia no seu colo, se
você quer construir uma carreira de sucesso, não fique esperando,
diz o especialista. “A gente constrói o futuro no presente”.

Augusto Cury
DEDICATÓRIA
AGRADECIMENTO
RESUMO

As micro-empresas apesar de terem um importante papel no cenário social e econômico


Angolano, encontram diariamente inúmeros desafios que dificultam o seu funcionamento,
mas em meio a estes desafios elas também se deparam com oportunidades que oferecem
espaço para impulsionar os negócios. Portanto, o presente trabalho teve como objetivo
analisar quais os principais desafios encontrados pelas micro-empresas, bem como as
principais formas de processos de tais desafios adoptados por estas empresas. Para alcançar
o objetivo proposto, realizou-se uma pesquisa de campo de caráter exploratório e
descritiva, com abordagem qualitativa, nas principais avenidas comerciais e Município . A
colecta de dados ocorreu no mês de Novembro e Dezembro de 2019, por meio de
entrevistas com a utilização de roteiro semiestruturado. As entrevistas foram realizadas
com micro e pequenos empresários de diversos ramos e actividades e os resultados obtidos
na pesquisa indicam que os principais desafios encontrados pelas micro e pequenas
empresas estão nos impostos elevados e no capital de giro insuficiente para o
funcionamento da empresa, além desses, elas se deparam com dificuldade em gerir alguns
setores da empresa como o financeiro e o de recursos humanos, mas apesar destes desafios
elas também encontram oportunidades que trazem benefícios para as mesmas, entre as
principais oportunidades encontradas pelas micro e pequenas empresas destacam o
atendimento personalizado ao cliente, a qualidade do serviço e os produtos ofertados.

Palavras-Chave: Micro e Pequena Empresa; Desafios; Oportunidades.


ABSTRACT

Although micro-enterprises play an important role in the Angolan social and economic
scenario, they encounter numerous challenges that make them difficult to operate on a
daily basis, but in the midst of these challenges they also face opportunities that provide
space to boost business. Therefore, the present work aimed to analyze which are the main
challenges encountered by micro-companies, as well as the main process forms of such
challenges adopted by these companies. In order to reach the proposed objective, an
exploratory and descriptive field research with a qualitative approach was carried out in the
main commercial avenues and municipality. Data collection took place in November and
December 2019, through interviews using a semi-structured script. Interviews were
conducted with micro and small entrepreneurs from various industries and activities and
the results obtained from the survey indicate that the main challenges encountered by
micro and small enterprises are high taxes and insufficient working capital for the
operation of the company. They face difficulties in managing some sectors of the company
such as finance and human resources, but despite these challenges they also find
opportunities that bring benefits to them, among the main opportunities found by micro
and small companies highlight the personalized service to the company. customer, the
quality of service and the products offered.

Keywords: Micro and Small Business; Challenges; Opportunities


Índice de Figuras

Figura.1-………………………….. ………………………………………………….
Índice de Tabelas

Tabela.1-Características sociodemográficas……………………………………………
Índice

I.INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 1
1.1. Problema ......................................................................................................................... 2
1.2. Justificativa ..................................................................................................................... 3
1.3. Objectivos ....................................................................................................................... 4
1.3.1. Geral ............................................................................................................................ 4
1.3.2. Específicos ................................................................................................................... 4
1.4. Objecto de estudo ........................................................................................................... 4
1.5. Hipóteses ........................................................................................................................ 4
CAPÍTULO II: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .......................................................... 5
2.1. Definição de Termos E Conceitos .................................................................................. 5
2.1.1. Breve Historial do Tema ............................................................................................. 6
2.1.2. Abordagem da Contabilidade em Angola ................................................................... 7
2.2. Utilizadores da informação contabilística ...................................................................... 7
2.2.1. Características qualitativas da informação financeira ................................................. 8
2.2.2.- Representação Gráfica das Contas ........................................................................... 11
2.2.3-Ciclo de compra de venda, financiamento e Meio fixos e investimento.................... 12
2.3. Conceitos de processos ................................................................................................. 13
2.3.1. As tarefas para a gestão de processos ........................................................................ 14
2.3.2. Tecnica de Processos e modelagem........................................................................... 15
2.3.3. Gestão de processos: semelhanças e diferenças em pequenas empresas................... 16
2.4.1. O que é planear? ........................................................................................................ 18
2.4.2 Escolha de Estratégia para o processo de Gestão as micro-empresas ........................ 20
2.5. Aspectos do processo e gestão de micro-empresas ...................................................... 20
CAPÍTULO III- METODOLOGIA ................................................................................ 22
3.1. Métodos de investigação ............................................................................................... 22
3.2. Tipo de Estudo .............................................................................................................. 23
3.2. Unidade de Análise ou estudo ...................................................................................... 23
3.2.1. Local de Estudo ......................................................................................................... 23
3.3. População e amostra ..................................................................................................... 23
3.3.1. A População ou Universo....................................................................................................... 23
3.4. Amostra ........................................................................................................................ 23
3.4. Variáveis de estudo ....................................................................................................... 24
3.4.1. Variáveis Dependentes ........................................................................................................... 24
3.4.2. Varáveis Independentes.......................................................................................................... 24
3.5. Técnica e instrumentos de colecta de dados ................................................................. 24
3.6. Procedimentos e Dificuldades Encontradas ................................................................. 26
CAPÍTULO VI: ANALISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS .................................. 27
VI. CRONOGRAMA DE ACTIVIDADE .......................................................................... 28
VII.CONCLUSÃO .............................................................................................................. 29
VIII. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 30
I.INTRODUÇÃO

A motivação para o desenvolvimento deste trabalho surgiu durante o acompanhamento e


observação, ao longo de quatro anos, do processo de implantação da gestão da qualidade
das micro-empresas. No decorrer deste período, observou-se resultados positivos e
negativos, através do tipo de resposta, dada por empresários, aos novos desafios de
competitividade exigidos pelo cenário econômico mundial. O trabalho dividir-se-á em III,
capítulos sobretudo dedicados à revisão de literatura ao nível das variáveis subjacentes ao
presente estudo DDD, RECICLAGEM, LDA. No desenvolvimento econômico angolano,
um dos setores que tem atraído muita atenção é o das Micro e Pequenas Empresas (MPEs),
devido a seu importante papel social e econômico. As MPEs representam a maioria das
empresas existentes no país e por essa razão contribuem significativamente com a geração
de renda e de emprego para as famílias brasileiras (Sebrae, 2013).
Ao nível do Capítulo I, dá-se uma breve introdução e resenha histórica da importância do
tema .
No Capítulo II, começa por se estabelecer um enquadramento teórico do tema em questão.
( sobre a contabilidade de Angola. ).
O Capítulo III, consiste na análise e discussão de resultados, tendo-se numa primeira fase
estabelecido a análise metodológica de cada um dos instrumentos utilizados no estudo e
numa segunda fase é relacionada o estudo de caso da empresa e a discussão dos resultados
esperados pela organização. Relatório e contas da empresa. Na fase final do trabalho,
estabelecem-se as principais conclusões que decorrem da investigação.

1
1.1. Problema

As empresas perceberam que ao incentivar seus funcionários e oferecer uma qualidade de


vida dentro das organizações, os colaboradores se sentiam mais motivados, e com o tempo
os gestores das empresas descobriram que dando uma oportunidade maior dentro da
empresa, ou seja, oferecendo uma promoção superior de cargo aos colaboradores,
aumentava-se o índice de lucros da empresa.
As dificuldades de administrar uma empresa, muitas vezes, fazem com que as organizações
fechem suas portas em um curto período de tempo, ou seja, encerrem as suas actividades.
A taxa de mortalidade de empresas pode estar directamente relacionada à falta de
planeamento, controle, direção do negócio. Ao responder essa questão, o trabalho poderá
orientar tanto aquele que deseja abrir sua empresa, quanto àquele que já tem sua própria
empresa, responder questões como as dificuldades de gestão, bem como elucidar um o
caminho para a busca do sucesso empresarial. Este trabalho se propõe a responder a
seguinte pergunta:

Quais as características principais que influencia no processo de gestão das micro-


empresas ?

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1.2. Justificativa

A temática é de grande importância na qualidade de sermos estudantes universitários, ao


falar do Processo de Gestão das Micro empresas, diante da caracterização do problema,
este trabalho justifica-se pela observância de que cada vez mais pessoas estão abrindo
micro-empresas , mas que nem sempre elas avaliam os riscos e responsabilidades
envolvidas. Assim contribuindo para o aumento dos números negativos nas estatísticas da
taxa de mortalidade precoce das pequenas e médias empresas, tornando esse assunto cada
vez mais discutido e pesquisado por centro de estudos e serviços, entre outras instituições.
De acordo com Fenandez (2003, p.09), “para que seu negócio progrida (e não venha a
fazer parte das estatísticas negativas), você deverá alterar sua forma de pensar. E isso
significa que deverá planear antes de agir. A maioria dos novos empreendedores é
negligente no que diz respeito às actividades que devem ser realizadas sempre antes da
abertura do negócio”.
A escolha da empresa “DDD, Reciclagem,Lda” como objecto de estudo, deve-se ao
estudo exploratório que indicou que ultimamente em Angola, os trabalhadores, ou seja, os
não são bem planeados nas suas tarefas, e as empresas não cumprem com a tarefa de
proporcionar o desenvolvimento profissional dos recursos humanos dentro da organização.
Desta forma, é importante que as empresas melhorem o desempenho dos seus
trabalhadores, e ajudem a fortalecer a sua capacidade profissional, o que é importante para
o seu próprio desempenho enquanto organização.
A gestão de processos nas micro-empresas é um instrumento estratégico que possibilita a
empresa a obter um nível de contribuição esperado de seus recursos humanos, ao mesmo
tempo que oferece espaço e oportunidades de crescimento e desenvolvimento profissional,
preservando o seu domínio tecnológico, preparando sucessores, principalmente para as
posições estratégicas e optimizando a sua competitividade e capacidade de actuação no
mercado, em que a capacidade de prever ao reagir com prontidão é de capital importância.

3
1.3. Objectivos

1.3.1. Geral

• Analisar os processos da gestão das Micro-empresas “DDD, Reciclagem”

1.3.2. Específicos

• Verificar quais são as ferramentas de gestão utilizadas pela, “DDD, Reciclagem”


• Identificar como são tomadas as decisões na “DDD, Reciclagem”
• Listar quais são as principais características no gerenciamento de uma pequena ou
média empresa;
• Identificar se os conceitos de estratégia empresarial se aplicam nas micro-empresas,

1.4. Objecto de estudo

• O objecto de estudo da nossa pesquisa são os Processos de Gestão das micro


empresas na empresa “DDD, Reciclagem”.

1.5. Hipóteses

Considerando o objectivo do nosso trabalho em estudo, eis as hipóteses que serão


submetidas a verificação, a fim de serem confirmadas ou rejeitadas:

H1: Se o processo de gestão das micro empresas “DDD, Reciclagem” for eficaz, então, têm
contribuído para o desenvolvimento da empresa permitindo assim o alcance dos objectivos
traçados pela organização;

H2: As políticas de processo de gestão micro-empresas “DDD, Reciclagem” são adaptadas


às características de cada colaborador, contribuindo assim para a motivação dos seus
funcionários e gera resultados.

4
CAPÍTULO II: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Este capítulo procura levar-nos a reflectir sobre conceitos e várias teorias sobre o Processo
de Gestão das micro-empresas na visão de vários autores, enfatizando a sua importância na
eficácia do trabalho nas organizações.

2.1. Definição de Termos E Conceitos

Microempresas - é uma a empresa que conta com no máximo dez empregados, sendo que
o proprietário costuma contribuir com o seu próprio trabalho. Seu facturamento anual é
reduzido, permitindo que o pagamento de tributos possa ser realizado de forma
simplificada, em Direito, a matéria é principalmente regulada em direito tributário e direito
comercial.
Processos para as Microempresas- Os processos – em qualquer empresa – são aquelas
rotinas de trabalho executadas por cada funcionário e departamento da empresa, que
realizam actividades específicas para uma determinada finalidade. Existem, por exemplo,
os processos relacionados ao sector financeiro, processos do departamento comercial,
processos inerentes ao departamento administrativo, entre outros.
Planear- pensar nas possíveis mudanças, projetar as relações de causa/efeito poderão
formatar essas mudanças e calcular as alternativas operacionais, para que tudo aconteça faz
parte do processo de modelagem estratégica.
Organização - Uma organização é formada pelo soma de pessoas, máquinas e outros
equipamentos, recursos financeiros e outros. A organização então é o resultado da
combinação de todos estes elementos orientados a um objectivo comum.
Trabalho- A palavra trabalhar vem do latim vulgar Tripaliare, que significa torturar, e é,
derivado do latim clássico Tripalium, antigo instrumento de tortura, (SAVEIA 2009 )
Talento- É capacidade de atingir resultados tendo por base as competências adquiridas
pela experiência e assentes em conhecimentos;
Habilidade- A capacidade que um individuo possui de poder fazer;
Atitudes: São consideradas afirmação avaliadora favorável ou desfavorável em relação a
um objecto, factos, eventos ou pessoas.

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2.1.1. Breve Historial do Tema

No decorrer dos estudos sobre os processos e gestão das micro-empresas, Segundo


Longenecker et al. (1997) é arbitrário usar um padrão de tamanho para definir uma
empresa, porque as pessoas usam padrões diferentes para propósitos diferentes. Uma vez
que uma empresa pode ser considerada pequena ou grande de acordo com o que for
comparada.
“A maioria das pessoas, por exemplo, classificaria postos de gasolina, restaurantes
locais e lojas locais de varejo de proprietário independente como pequenas empresas. Do
mesmo modo, a maioria concordaria que os principais fabricantes de automóveis são
grandes empresas. E as empresas entre esses tamanhos seriam classificadas como grandes
ou pequenas com base em ponto de vistas individuais”. (Longenecker et al., 1997 ).
Longenecker et al. (1997) também citas alguns critérios usados para medir o
tamanho de uma empresa, e menciona, que os mesmos podem variar. Pois alguns podem
ser aplicados a toda área industrial, enquanto outros são relevantes apenas para certo tipo
de negócios. Alguns exemplos usados por Longenecker et al. (1997) são:
1. Número de empregados.
2. Volume de vendas.
3. Valor dos ativos.
4. Seguro da força de trabalho.
5. Volume de depósitos.

Ainda de acordo com Longenecker et al. (1997) as Pequenas Empresas tem enormes
diferenças em seu potencial de crescimento e lucros. Enquanto algumas fazem milionários,
outras produzem resultados regular. As Pequenas Empresas podem ser divididas em três
categorias:

➢ Empresas Marginais: que oferecem resultados muito modestos a seus proprietários.


➢ Pequenas Empresas Atraentes: oferecem recompensas substanciais a seus
proprietários.
➢ Iniciativa de Alto Potencial: trata-se de iniciativas de alta tecnologia.

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2.1.2. Abordagem da Contabilidade em Angola

Definir o conceito de contabilidade é sem dúvida uma tarefa difícil, pois apresentar uma
definição clara e ao mesmo tempo capaz de encerrar em si as diversas vertentes que esta
abrange pode conduzir a inexactidões ou abordagens demasiado redutoras, pelo que iremos
apresentar algumas definições comumente aceites como explicativas daquilo que deve ser
entendido por contabilidade e seus objectivos.

Assim, a contabilidade em Angola deve ser vista como um sistema de informação capaz de
medir e reportar a realidade económica-financeira-patrimonial das entidades (empresas),
face:
➢ aos recursos à disposição da entidade;
➢ as obrigações contraídas;
➢ os meios utilizados para a obtenção desses recursos;
➢ os direitos assumidos;
➢ e os meios obtidos na transmissão dos bens produzidos e serviços prestados.

Neste sentido, pode-se dizer que a contabilidade é um sistema de informação que se


debruça sobre o impacto das transacções no património da entidade, atribuindo-lhe valor
monetário (valorização/mensuração), registando os (reconhecimento) e divulgando essa
informação (relato) sob a forma de demonstrações financeiras, de modo a que seja útil para
a tomada de decisão. Assim, a questão que se coloca em primeiro lugar prende-se com
saber quem são os utilizadores da informação financeira.

2.2. Utilizadores da informação contabilística

Quando é efectuada a referência aos utilizadores da informação financeira, inclui-se neste


grupo todos os agentes que directa ou indirectamente possam ter interesse na informação
divulgada pela empresa. Assim, podemos dividir os utilizadores da informação financeira
em dois grandes grupos:
➢ os utilizadores internos e
➢ os utilizadores externos.

7
Seguidamente apresentam-se exemplos de cada uma das tipologias de utilizadores men-
cionadas, sendo esta divisão baseada na relação entre estes utilizadores e a empresa.
Utilizadores externos à entidade:
➢ Investidores (actuais e potenciais);
➢ Financiadores (instituições de crédito, etc.);
➢ Fornecedores e outros credores
➢ Clientes;
➢ Governo e seus departamentos
➢ Empregados
➢ Público em geral.

Utilizadores internos da entidade:


➢ Gestão (aos diversos níveis);

Abordada a questão acerca de quem são os utilizadores da informação financeira, vamos


agora centrar a nossa atenção na informação propriamente dita e nas características que
esta deve possuir para atingir a tal utilidade no contexto da tomada de decisão.

2.2.1. Características qualitativas da informação financeira

As características qualitativas da informação financeira devem ser entendidas como os


atributos que tornam a informação divulgada pelas empresas útil aos utentes dessa mesma
informação. No âmbito do PGC, as características qualitativas consignadas são duas: a
relevância e a fiabilidade. No caso da fiabilidade, e por forma a este desígnio ser atingido,
há que atender a alguns atributos a que poderíamos chamar sub-características, sendo elas
as seguintes: a representação fidedigna, a substância sobre a forma, a neutralidade, a
prudência e a plenitude.

8
a) Bases de apresentação das demonstrações financeiras

As bases de apresentação das demonstrações financeiras consignadas no PGC são: a


continuidade e o acréscimo.
Relativamente ao conceito de acréscimo devemos entende-lo na perspectiva de que
segundo este regime os efeitos das operações e outros acontecimentos são reconhecidos
quando ocorrem (independentemente da data em que ocorra o respectivo recebimento ou
pagamento) sendo registadas e relatadas no período a que se referem.

b) Património

No desenvolvimento da sua actividade qualquer entidade necessita possuir um conjunto de


bens e direitos (elementos patrimoniais activos) e assumir um conjunto de obrigações
(elementos patrimoniais passivos), denominando-se estes elementos como património.
Neste contexto consideram-se exemplos de elementos patrimoniais activos os seguintes:
- Dinheiro
- Mercadorias
- Edifícios
- Máquinas
- Dividas a receber
- etc.
Relativamente aos elementos patrimoniais passivos podemos ter como exemplos os
seguintes:
- Empréstimos bancários
- Dívidas ao estado
- Dívidas aos fornecedores
- etc.
A diferença existente entre os elementos patrimoniais activos e os elementos patrimoniais
passivos é denominada de património líquido ou situação líquida, podendo tal conceito ser
evidenciado através da seguinte expressão:

Situação líquida = elementos patrimoniais activos – elementos patrimoniais passivos

9
Ao conjunto dos elementos patrimoniais activos é atribuída a denominação de activo,
sendo que ao conjunto dos elementos patrimoniais passivos é atribuída a denominação de
passivo. A adopção desta terminologia conduz ao que denominámos anteriormente por
situação líquida ou património líquido passar-se-á a denominar de capital próprio. Os
conceitos acima mencionados conduzem a um dos elementos centrais da contabilidade que
se consubstancia na equação fundamental da contabilidade, sendo esta a seguinte:

ACTIVO = CAPITAL PRÓPRIO + PASSIVO

c) Classificação contabilística

A classificação dos bens e direitos (activo) e das obrigações (passivo) de uma entidade em
categorias apropriadas é necessária para a divulgação de informações contabilísticas que
possam ser compreendidas e analisadas por todos os utilizadores das demonstrações
financeiras nos seus processos de tomada de decisão. Assim a necessidade de classificação,
pode concluir-se que é um facilitador do processo de comunicação de informação por parte
da empresa aos seus utilizadores, ou seja no intuito de tornar a informação compreensível.

d) Conta

Na terminologia contabilística é utilizada a expressão “conta” como conjunto de elementos


patrimoniais com características homogéneas, expressos em unidades monetárias. As
contas apresentam duas características principais e que decorrem da definição mencionada:
a homogeneidade e a integralidade.

➢ Homogeneidade - cada conta deve conter elementos com características


semelhantes e em conformidade com aquilo que a conta expressa
➢ Integralidade - todos os elementos que apresentam características comuns devem
fazer parte da mesma conta.

No que se refere às partes constitutivas de uma conta estas incluem: O título da conta - é a
expressão porque se designa a conta.

O valor (quantia) - representa a qualidade, expressa em unidades monetárias contida na


conta no momento em que se analisa.

10
A fim de orientar o processo de reconhecimento das operações e outros acontecimentos,
simplificar o controlo dos registos efectuado se facilitar a consulta de saldos e quantias
para efeitos de preparação das componentes das Demonstrações financeiras, foi criada uma
lista codificada (código/designação) de contas passíveis de serem usadas na elaboração dos
registos contabilísticos.
Na lista de contas, estas encontram-se agrupadas em oito classes:
➢ Classe 1 - Meios fixos e investimentos
➢ Classe 2 - Existências
➢ Classe 3 - Terceiros
➢ Classe 4 - Meios Monetários
➢ Classe 5 - Capital e Reservas
➢ Classe 6 - Proveitos e Ganhos por Natureza
➢ Classe 7 - Custos e Perdas por Natureza
➢ Classe 8 – Resultados

2.2.2.- Representação Gráfica das Contas

À diferença existente entre o total inscrito do lado do débito e o total inscrito do lado do
crédito dá-se o nome de saldo da conta, podendo este assumir três estado: devedor, credor
e nulo.
➢ Se DÉBITO > CRÉDITO => SALDO DEVEDOR
➢ Se DÉBITO < CRÉDITO => SALDO CREDOR
➢ Se DÉBITO = CRÉDITO => SALDO NULO

A movimentação das contas difere consoante estejamos a falar de uma conta representativa
de activos, passivos, capital próprio, custos ou proveitos. Seguidamente iremos apresentar
as regras de movimentação das contas para cada tipologia de elementos.

➢ Movimentação das Contas de Activo

As contas de activo debitam-se pelo saldo inicial e pelos aumentos e creditam-se pelas
diminuições. Ex1: As contas de activo encontram-se inseridas na classe 1- Meios fixos e
investimentos, na classe 2 – Existências, na classe 3 - Terceiros (parte) e na classe 4 –
Meios Monetários.

11
➢ Movimentação das Contas de Passivo

As contas de passivo creditam-se pelo saldo inicial e pelos aumentos e debitam-se pelas
diminuições. Ex2: As contas de passivo encontram-se inseridas na classe 3 - Terceiros
(parte).

➢ Movimentação das Contas de Capital Próprio

As contas de capital próprio creditam-se pelo saldo inicial e pelos aumentos e debitam-se
pelas diminuições. Ex3: As contas de capital próprio encontram-se inseridas na classe 5 –
Capital e Reservas e classe 8 – Resultados.

➢ Movimentação das Contas de Custos

As contas de custos debitam-se pelos aumentos e creditam-se pelas diminuições. Ex4: As


contas de custos encontram-se inseridas na classe 7 - Custos e Perdas por Natureza.

➢ Movimentação das Contas de Proveitos

As contas de Proveitos creditam-se pelos aumentos e debitam-se pelas diminuições. Ex5:


As contas de proveitos encontram-se inseridas na classe 6 - Proveitos e Ganhos por
Natureza.

2.2.3-Ciclo de compra de venda, financiamento e Meio fixos e investimento

➢ Balanço:

Sendo o Balanço o documento que fornece informação acerca da situação patrimonial de


uma empresa numa determinada data, dele fazem parte:

➢ Património activo – Activo;


➢ Património passivo – Passivo
➢ Património Liquido - Capital próprio

12
➢ Demonstração de resultados:

No que se refere à demonstração de resultados, esta fornece informação de pormenor


acerca da rubrica “Resultado líquido”, também ela constante do Balanço.

➢ Demonstração de fluxos de caixa:

A demonstração de fluxos de caixa fornece informação de pormenor sobre a rubrica


“Disponibilidades” constante do Balanço, nomeadamente acerca da quantidade (valor) e
tipologia (operacionais, investimento, financiamento) dos fluxos de caixa.

➢ Notas às Contas:

Por último, as Notas às contas fornecem informação de complemento/pormenor acerca das


restantes demonstrações financeiras complementando-as com outras informações não
reconhecidas/evidenciadas nas restantes demonstrações financeiras, nomeadamente no que
a um maior detalhe respeita. Falando de um maior detalhe da informação, a demonstração
de fluxo de caixa e a demonstração de resultados assentam no mesmo princípio, ou seja, no
detalhar de rubricas que constam do balanço de uma empresa, conforme foi mencionado
anteriormente.

2.3. Conceitos de processos

Os quadros conceituais relacionados com processos e difundidos na engenharia de


produção encontram como principais fontes a administração científica, o Sistema Toyota
de Produção, o Sistema de Controle de Qualidade Total, a Reengenharia e a Teoria das
Restrições. Porém, o termo processos apresenta relação com outros elementos conceituais
como a estratégia, a estrutura organizacional, o desempenho, os conhecimentos e
informações, as competências individuais, a tecnologia e a cultura organizacional. (PAIM
et al, 2009).
Para Kohlbacher (2010), uma empresa orientada por processos aplica os conceitos de
gestão de processos de negócio (BPM). O autor analisa diversas referências na literatura e
define algumas ações importantes para ter uma empresa orientada por processos.

13
A primeira é o design e a documentação dos processos, ou seja, saber quais processos são
realizados e como estão relacionados entre si. Em segundo lugar, é preciso ter o apoio da
alta administração, sem isso, não será possível atingir o máximo de potencial dessa
mudança. A terceira ação é denominar responsáveis pelos processos, um gestor que tenha
responsabilidade sobre ele. Em quarto lugar, concentrar a mensuração de performance nos
processos, pois, só assim a organização conseguirá alinhamento entre os departamentos.
Ainda para Kohlbacher (2010), a orientação por processos não é uma variável
binária, onde a empresa é ou não é orientada por processos. Existe, na verdade, um nível de
orientação por processos que varia de zero, em caso de nenhuma dessas ações terem sido
realizadas, ao valor máximo, caso todas elas tenham sido feitas.

2.3.1. As tarefas para a gestão de processos

As tarefas são, então, agrupadas em três grupos ou subsistemas. O grupo de tarefas para o
projeto de processo envolve “conceitos de acompanhamento do ambiente interno e externo,
seleção, modelagem, melhoria, implantação e gestão de mudança nos processos”. O
subsistema com tarefas para gerenciar os processos no dia-a-dia está relacionado aos
“conceitos de viabilização da execução, realização dos processos, acompanhamento e
controle do desempenho dos processos e ajustes ou modificações de curto prazo nos
processos”. (PAIM et al, 2009)
Já o grupo de tarefas de promoção do aprendizado está associado a tarefas que:

Acumulam informações ao longo do tempo sobre o desempenho do


processo, comparam e buscam conhecer outros processos interna e
externamente à organização, registram problemas de desempenho de
grande impacto e avaliam a trajetória de desempenho dos processos.
Também, elas registram documentação relacionada com os processos, tal
como normas, procedimentos, políticas e outros documentos que
prescrevem como trabalho deve ser feito. (PAIM, 2009,) .

De acordo Capote (2012), de forma diferente, define alguns passos sequenciais para
realizar o gerenciamento de processos de negócios. Esses passos são:

➢ Descobrir os processos atuais;


➢ Descrever os processos atuais;

14
➢ Definir o sentido dos processos;
➢ Preencher a Cadeia de Valor;
➢ Certificar a estratégia;
➢ Definir o que é importante;
➢ Diagnosticar o que é importante;
➢ Divulgar o diagnóstico;
➢ Propor tratamento;
➢ Fazer acontecer.

2.3.2. Tecnica de Processos e modelagem

Scheer (2000) apud Paim (2002) destaca alguns critérios para uma boa modelagem, são
eles:
➢ Aderência: princípio que avalia o quão próximo da realidade o modelo se
encontra. É necessário que o modelo criado esteja de total acordo com a realidade
da organização.
➢ Relevância: antes de colocar um objeto no modelo, deve ser feita uma avaliação de
sua relevância, para que não sejam acrescentadas informações desnecessárias.
➢ Custo / benefício: devem ser avaliadas de forma conjunta as seguintes questões:
quantidade de trabalho necessária para criar o modelo, utilidade do modelo e
quanto tempo o modelo será usado. Dessa maneira, pode-se concluir se este modelo
deve ou não ser desenvolvido.
➢ Clareza: Como o próprio nome diz, está associado à capacidade de entendimento e
utilidade do usuário. É um princípio muito importante, já que, um excelente modelo
que não é entendido pelo usuário passa a ser um modelo sem utilidade.
➢ Comparabilidade: este princípio diz que os modelos devem ser passivos de
comparação e, por isso, é essencial que se utilize o mesmo método de modelagem,
uniformização na nomenclatura e outras questões de mantenham os modelos
semelhantes.
➢ Estruturação sistemática: Neste caso, o princípio está associado à capacidade de
integrar modelos diferentes.

15
Verificação de
Definição dos possibilidades, Análise de Escolha da
objetivos ferramentas adequação ferramenta
disponíveis

Conhecimento
em modelagem

Figura 1 - Metodologia de análise de decisão de ferramenta. Fonte: Bastos e Cameira (2000)

2.3.3. Gestão de processos: semelhanças e diferenças em pequenas empresas

As pesquisas sobre gestão de processos analisam seus efeitos maioritariamente nas


grandes empresas. Kohlbacher (2009), por exemplo, optou por desconsiderar as Micro-
empresas (pequenas organizações), em um de seus estudos. Segundo ele, em determinado
momento a aplicação da gestão de processos se tornou mais importante em um específico
tamanho de empresa, ou seja, as maiores.
Ainda são poucas as pesquisas sobre gestão de processos em pequenos negócios. E dentre
elas, a maioria apresenta o tema inserido no contexto de ERP (Enterprise Resourcing
Planning) e modelagem de processos. Silva e Pereira (2006 ), por exemplo, concluíram que
“o uso de modelagem de processos de negócios na implementação de uma solução
nacional de ERP em PME providencia melhores resultados do que a implementação sem
seu uso”. Além disso, os autores perceberam que as características mais marcantes da
modelagem é traduzir os processos em símbolos e amenizar a complexidade do
entendimento da empresa.
Além disso, o planeamento também previu a metodologia de intervenção. Trata-se de
uma abordagem participativa, que procura integrar os conhecimentos técnicos e
metodológicos da equipe de pesquisa com os conhecimentos práticos do empresário e seus
colaboradores.

16
A seguir podemos ver os procedimentos adotados durante a intervenção:

➢ Análise e acompanhamento das principais atividades realizadas pelos funcionários;


➢ Entrevista e verbalizações com sócios e funcionários;
➢ Reuniões de discussões e validações com os sócios e seus colaboradores.

2.4. Estratégias para Micro-Empesas

Segundo Barros (2005) muitos pequenos e médios empresários Angolanos


acreditam que planeamento estratégico é coisa para grandes empresas, com grandes
projectos. Os inúmeros desafios operacionais exigem uma velocidade de reação
empresarial que absorve tempo e atenção, dificultando a reflexão e impedindo o processo
de rever, continuamente, a melhor alocação do tempo e do dinheiro da empresa.

Figura.3- Processos definidos pela American Productivity and Quality Center (APCQ).
Fonte: Cragg e Mills (2011).
Mas essa velocidade de reação é tão comum em Angola , que o coloca em uma alta
escala de gestão, também evidencia sua falha no aspecto do planeamento. Há a crença de
que planear é adivinhar o futuro. O empresário Angolano já se acostumou a viver sem
planear, pois acredita que os prejuízos, fazem parte do negócio.

17
Há muito tempo a economia Angolana não acompanha o crescimento econômico
do resto do mundo e a competitividade das empresas também não vem crescendo. O
crescimento econômico mundial vem exigindo cada vez mais velocidade gerencial, que só
pode ser alcançada e mantida com ferramentas de gestão competitiva. Mas não bastar
apenas ter as ferramentas, é preciso pessoas treinadas, que saibam usa-la. O principal
desafio é mudar a mentalidade dos empresários, torna-los empreendedores.

2.4.1. O que é planear?

De acordo com Barros (2005), pensar nas possíveis mudanças, projetar as relações de
causa e efeito poderão formatar essas mudanças e calcular as alternativas operacionais,
para que tudo aconteça faz parte do processo de modelagem estratégica.

“Modelagem Estratégica é uma metodologia derivada do planeamento estratégico


para avaliar as relações de causa/efeito em cada etapa do caminho decisório,
delimitar a incerteza, monitorar o ambiente e assegurar o melhor resultado, tudo
dentro de uma moldura de probabilidades”. BARROS (2005, p.4).

A modelagem deve ser desenvolvida dentro de uma moldura estratégica, que é o território
mercadológico onde ocorrerá todo processo de gestão das microempresas durante certo
período de tempo. Dentro da moldura, o processo de modelagem vai definir o rumo. Esse
rumo será variado de acordo com o cenário e as acções realizadas pela empresa.
Por ser dinâmico e flexível, o planeamento estratégico sempre irá gerar um número grande
de alternativas a serem gerenciadas, que podem ou não ser transformadas em planos de
trabalho.

18
Tabela 1 – Análise SWOT da DDD-Reciclagem,lda.

Ambiente interno Forças Fraquezas


Reconhecimento da marca Baixa capacidade produtiva
Qualidade dos produtos Pouco controle sobre a produção
Socialmente responsável Desperdício
Ambientalmente responsável Retrabalho
Sinergia entre os funcionários Pouca flexibilidade da produção
Produção com falhas no
Bom networking dos sócios planeamento
Falta de registros
Oportunidades Ameaças
Ambiente
externo

Parcerias com marcas maiores Crise financeira no país


Parceria com shopping

De acordo com Barros (2005) diz, “Planear não é prever o que vai acontecer.
Planear é estabelecer possíveis relações de causa e efeito no caminho estratégico da
empresa. Planear é antecipar duvidas e probabilidades, preparando assim, reações futuras.”
A equipe gerencial precisa estar envolvida no processo pensante, para haver um
alinhamento na percepção e na reação coletiva quando o imprevisto acontecer.
Pois o imprevisto deverá estar “previsto” na moldura de possibilidades que já foi
discutida. E a equipe poderá optar por um desvio programado. O que não significa o
fracasso de ninguém. Optar por seguir outro plano que não o “A”, faz parte da vida
empresarial. Mas é preciso que a equipe esteja preparada e treinada, para que possa
identificar as mudanças de cenário, e assim saber a hora de mudar o plano estratégico e
também, saber qual plano adotar. Em um bom plano empresarial é indispensável
monitoramento continuo, análise, reportagem, revisão e reação.

19
2.4.2 Escolha de Estratégia para o processo de Gestão as micro-empresas

Para Oliveira (2005) a escolha da estratégia é um dos aspectos mais importantes do


processo estratégico e, normalmente, a que melhor representa a interação entre a empresa e
o ambiente. A escolha da estratégia a ser adoptada tem como principais determinantes as
ambições do executivo-chefe quanto à vida de sua empresa, sua vida pessoal e às vidas
daqueles envolvidos na empresa. Seus costumes, hábitos e maneira de fazer as coisas
determinaram como ele se comporta e toma decisões. Seu envolvimento com a empresa
determinará sua dedicação e escolha do assunto que irá pensar.

“Talvez se possa afirmar que pessoas mais interessadas em obter reputação, poder
e riqueza tendem assumir uma visão, relativamente, de curto prazo da empresa,
isto é, elas pensam em termos de lucro e realizações de dentro de um ou três anos.
Elas, também, estão inclinadas a assumir grandes riscos e desejam tentar mudanças
substanciais. Aqueles que já atingiram posições de poder e riqueza e que desejam
apenas preserva-las tendem a ser altamente conservadores e a evitar mudanças.”
(OLIVEIRA, 2005, p.218).
Segundo Oliveira (2005) explica que por mais recursos tecnológicos e matemáticos que o
executivo tenha a sua disposição, é inevitável que sua experiência, desejos e valores
influenciem o processo de delineamento estratégico.

2.5. Aspectos do processo e gestão de micro-empresas

Segundo Maximiano (2005) define Administração como o processo de tomada


decisão sobre objetivos e utilização de recursos dentro de uma organização. As cinco
principais decisões dentro desse processo são: planeamento, organização, liderança,
execução e controle. Conforme mostra a figura 1:

20
Figura 2 – As principais funções do processo de gestão.
Fonte: Maximiano (2005, p.6)

Para Maximiano (2005) a administração é importante em qualquer escala de tomada de


decisão, seja ela uma empresa, uma casa ou uma cidade. De acordo com Chiavenato
(2003, p.11) salienta: “A Administração é o processo de planear, organizar, dirigir e
controlar o uso de recursos a fim de alcançar objetivos organizacionais”.
Ainda segundo Maximiano (2005) “As teorias da administração são
conhecimentos organizados, produzidos pela experiência prática das organizações”. O
conjunto dessas teorias compõe a TGA (Teoria Geral da Administração).
De acordo com Chiavenato (2003) assegura fez-se necessária a do momento em que as
organizações alcançaram certo tamanho e complexidade, e a administração passou a
apresentar dificuldades e desafios, até então intransponíveis para seus administradores.
Trazendo então modelos de estratégias e soluções para seus problemas empresariais. Para
Maximiano (2005) a observação e a análise crítica da experiência prática das
organizações e seus administradores, geram o conhecimento administrativo. E salienta

“Há duas fontes principais desses conhecimentos: a própria


experiência prática e os métodos científicos. O conhecimento sempre
volta para o mundo que o produziu, num processo de constante
elaboração” (MAXIMIANO, 2005, p. 10).

21
CAPÍTULO III- METODOLOGIA

3.1. Métodos de investigação

Para a elaboração deste trabalho utilizamos os seguintes métodos de investigação:

Quanto aos objectivos da pesquisa, consideramos a nossa investigação como sendo


descritiva e exploratória.

Descritiva Segundo Gil (1999), as pesquisas descritivas têm como finalidade principal a
descrição das características de determinada população ou fenómeno, ou o estabelecimento
de relações entre variáveis.

Exploratória -Segundo Selltizet al. (1965), enquadram-se na categoria dos estudos


exploratórios todos aqueles que buscam descobrir ideias e intuições, na tentativa de
adquirir maior familiaridade com o fenômeno pesquisado. Nem sempre há a necessidade
de formulação de hipóteses nesses estudos. Eles possibilitam aumentar o conhecimento do
pesquisador sobre os factos, permitindo a formulação mais precisa de problemas, criar
novas hipóteses e realizar novas pesquisas mais estruturadas.

Quanto à escolha do objecto de estudo, utilizamos um estudo de caso único. Com


amostragens probabilísticas, usando a técnica aleatória simples.

Um estudo de caso é uma investigação empírica que investiga um fenômeno


contemporâneo dentro do seu contexto da vida real, especialmente quando os limites entre
o fenômeno e o contexto não estão claramente definidos” (YIN, 2001 p. 33). Para Triviños
(1987), o estudo de caso é uma categoria de pesquisa cujo objecto é uma unidade que se
analisa profundamente

Amostragens probabilísticas é um tipo de amostragem em que cada elemento da


população pode ser seleccionado para compor a amostra e tem uma chance conhecida e
diferente de zero. Segundo Malhotra (2001), na amostragem probabilística, as unidades
amostrais são escolhidas por acaso. É possível determinar cada amostra potencial de
determinado tamanho que pode ser extraída da população, assim como a probabilidade de
seleccionar cada amostra.

22
Técnica aleatória simples: escolha aleatória dos elementos que farão parte da amostra.
Existe uma igual probabilidade, de cada elemento da população ser escolhido por meio de
sorteio.

3.2. Tipo de Estudo

Quanto à natureza da pesquisa classificamos o nosso estudo em quantitativa e qualitativa.

Será um estudo descritivo, com carácter quanti-qualitativo- é aquela que envolve métodos
quantitativos e qualitativos para a obtenção de uma análise mais profunda do assunto da
pesquisa. As pesquisas são fundamentais para construções científicas. Através delas é
possível entender um pouco mais sobre as diferentes realidades sociais, além de outros
objectos de estudo.

3.2. Unidade de Análise ou estudo

3.2.1. Local de Estudo

O estudo será realizado na da Empresa DDD, Reciclagem Limitada.


.
3.3. População e amostra

3.3.1. A População ou Universo

A população ou universo é um conjunto de todos os objectos ou sujeitos que concordam


com determinadas características comuns.

3.4. Amostra

A amostra é um conjunto de dados colectados ou seleccionados de uma população


estatística por um procedimento definido.

23
3.4. Variáveis de estudo

As variáveis são aspectos, propriedades, características individuais ou factores observáveis


ou mensuráveis de um fenômeno. Podemos encontrar exemplos de variáveis em todas as
áreas do conhecimento. As variáveis podem ser classificadas de diversas maneiras. Uma
dessas classificações é feita segundo a relação que expressam. Assim, temos as seguintes
variáveis:

3.4.1. Variáveis Dependentes

A variável dependente é o facto ou fenómeno a ser explicado ou descoberto. Assim temos


a variável dependente:
• A melhoria nos processos da gestão das micro-empresas

3.4.2. Varáveis Independentes

A variável independente é uma variável antecedente que determina ou afecta uma variável,
é a condição ou causa para certos resultados. Assim, apresentamos as seguintes variáveis
independentes.
• Política assertiva na promoção de gestão das micro-empresas

3.5. Técnica e instrumentos de colecta de dados

A diversidade da Ciência leva ao homem a abordar os problemas da natureza em vários


enfoques e graus de aprofundamento.

Enfoque qualitativo: utiliza a recolha de dados sem medição numérica para descobrir ou
aperfeiçoar questões de pesquisa e pode ou não provar hipóteses em seu processo de
interpretação. Neste tipo de pesquisa podem ser utilizadas técnicas tais como observação
não estruturada, entrevistas abertas, revisão de documentos, discussão em grupos,
avaliação de experiências pessoais, inspecção de histórias de vida, introspeção, etc.

24
As técnicas utilizadas neste trabalho de conclusão do curso são:

• Questionário;
• Revisão bibliográfica;
• Observação Directa;

Técnica de observação directa: A observação directa é uma técnica de colecta de dados


que utiliza os sentidos para compreender determinados aspectos da realidade. Não consiste
apenas em ver e ouvir, mas também em examinar factos ou fenómenos que se desejam
estudar.

Ajuda a identificar e obter provas a respeito de situações sobre as quais os indivíduos não
têm consciência, mas que orientam seu comportamento (Marconi;Lakatos, 1990).

Revisão de documentos: permite o acesso a informações importantes relacionadas com


processos de comunicação interna e externa da organização registo de entrada de
colaboradores, entrevistas de saída, promoções, índices de absentismo, turnover, lucros e
também fornece informações precisas a cerca da imagem que a organização transmite para
o exterior. Reside ainda no facto de apresentarem uma objectividade clara e não acarretam
despesas sendo assim devera os importantes para a análise e diagnóstico.

O enfoque Bibliográfica, baseando-se em Cervo e Bervian (1983, pág. 55), eles explicam
que “um problema a partir de referenciais teóricos publicados em documentos, pode ser
realizada independentemente como sendo parte da pesquisa descritiva porque busca
conhecer e analisar as contribuições culturais ou cientificas do passado existente sobre um
determinado tema, assunto ou problema”. Utiliza-se principalmente a contribuição de
vários autores e obras sobre o estudo.

Técnicas de Questionário: consiste no preenchimento de um questionário, na qual


constam todas as informações possíveis sobre o cargo a ser preenchido e suas
características. O questionário deve ser composto por perguntas claras, breves e directas.

A recolha de dados foi por meio de Questionário com perguntas semiestruturadas com
informantes chaves entre líder de trabalhadores. Foram administradas 15 perguntas; que
depois a informação foi codificada e posteriormente categorizada em função da pertinência
e frequência das respostas, o que permitira a análise do conteúdo.

25
3.6. Procedimentos e Dificuldades Encontradas

Para a elaboração deste trabalho tivemos as seguintes dificuldades:

• Escolha do Tema

• Escolha do Professor Orientador

• Recolha de dados e conteúdos

• Informação dada pela empresa (tudo é confidencial)

• A falta de disponibilidade dos trabalhadores em responderem ao questionário que


foi apresentado.

• A falta de concentração e seriedade no princípio da elaboração do projecto Final.

26
CAPÍTULO VI: ANALISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

27
VI. CRONOGRAMA DE ACTIVIDADE

MÊS
ACTIVIDADADES
4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º

Escolha do Tema
Revisão Bibliográfica
Elaboração do Protocolo
Aprovação do Protocolo
Recolher Dados
Processamento de Dados
Análise de Dados
Redacção do TCC
Entrega do TCC
Defesa do TCC

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VII.CONCLUSÃO

29
VIII. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

➢ BARROS, Ageu. Gestão Estratégica nas Pequenas e Médias Empresas. São Paulo:
Ciência Moderna, 2005.
➢ BEZZON, Lara Crivelaro. Guia Prático de Monografias, Dissertações e Teses:
Elaboração e Apresentação. Campinas: Alinea, 2005.
➢ DORNELAS, José Carlos Assis. Empreendedorismo: transformando ideias em
negócios. Rio de Janeiro: Campus, 2001.
➢ CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à Teoria Geral da Administração. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2003.
➢ FABRETTI, Láudio Camargo. Prática Tributária da Micro, Pequena e Média
Empresa. São Paulo: Atlas, 2006.
➢ MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de
Metodologia Científica. São Paulo: Atlas, 2007.
➢ MAXIMIANO, Antônio Cesar Amaru. Teoria Geral da Administração. São Paulo:
Editora Atlas, 2005.
➢ OLIVEIRA, Djalma de Pinto Rebouças. Planeamento Estratégico: Conceitos,
Metodologias e Práticas. São Paulo: Atlas, 2005.
➢ PAIM, R. Engenharia de Processos: análise do referencial teórico-conceitual,
instrumentos, aplicações e casos. 2002. 297 p. Dissertação (Mestrado em
Engenharia de Produção). Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.
➢ PAIM, R. As tarefas para gestão de processos. 2007. 454 p. Tese (Doutorado em
Engenharia de Produção). Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.
➢ PAIM, R.; CARDOSO, V.; CAULLIRAUX, H.; CLEMENTE, R. Gestão de
processos: pensar, agir e aprender. Porto Alegre: Bookman, 2009. 328 p.

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UNIVERSIDADE GREGORIO SEMEDO
Faculdade de ciências económicas e empresariais
Licenciatura em organização e gestão de empresas

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