Livro de Higiene e Legislação 2
Livro de Higiene e Legislação 2
Livro de Higiene e Legislação 2
Conclusão 85
Referências 88
aula
1
Higiene
Pessoal
Querido aluno, você deve estar se perguntando muitas coisas
neste momento, e um de seus questionamentos deve ser: como
o homem pode contaminar os alimentos?
O homem pode contaminar os alimentos quando ele tem
alguma infecção ou doença infecciosa, ou quando é portador de
microrganismos.
Os principais focos de microrganismos no corpo humano são:
• o nariz e a garganta;
• as mãos;
• o intestino;
• os ferimentos na pele.
SEGURANÇA, HIGIENE ALIMENTAR E LEGISLAÇÃO
Querido aluno, você deve estar se perguntando muitas coisas neste momento, e um de seus
questionamentos deve ser: como o homem pode contaminar os alimentos?
O homem pode contaminar os alimentos quando ele tem alguma infecção ou doença
infecciosa, ou quando é portador de microrganismos.
Os principais focos de microrganismos no corpo humano são:
• o nariz e a garganta;
• as mãos;
• o intestino;
• os ferimentos na pele.
Vias de transmissão
A transmissão indireta ocorre por meio de vetores que pousam diretamente na fonte e
levam os microrganismos para os alimentos. A transmissão ambiental pode ocorrer porque
ambiente (piso, parede, prateleira, etc.) está contaminado ou então quando o alimento ainda
está sendo colhido ou transportado.
Todas as pessoas que manipulam alimentos devem ter cuidados com a higiene pessoal e
aparência. Portanto, alguns hábitos e comportamentos devem ser praticados:
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SEGURANÇA, HIGIENE ALIMENTAR E LEGISLAÇÃO
Não comer, mascar chiclete, fumar, tossir e espirrar, e evitar falar enquanto
estiver manipulando alimentos.
Enquanto falamos, expelimos gotículas de saliva que contêm os já mencionados estafilococos,
que podem contaminar os alimentos. Da mesma forma, isso acontece quando tossimos ou
espirramos. Mascar chiclete também é anti-higiênico, além de haver a possibilidade dele cair
no alimento que está sendo preparado.
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SEGURANÇA, HIGIENE ALIMENTAR E LEGISLAÇÃO
5 Álcool gel
4 Seque-as Se quiser, esfregue
Com toalha uma pequena
limpa ou papel quantidade
próprio (papel de álcool 70%
toalha) 3 Enxágue as mãos
ou álcool gel
(também a 70%).
As enxágue com
água corrente,
retirando todo
o sabão.
Pronto! Suas mãos estão limpas de verdade
e prontas para manipular os alimentos.
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SEGURANÇA, HIGIENE ALIMENTAR E LEGISLAÇÃO
Dica do Chef
O papel toalha deve ser branco e não reciclado. O papel reciclado contém resíduos e não é recomendado
para uso de pessoas que manipulam alimentos. Dica: o papel reciclado é aquele que desmancha quando
utilizado para secagem de mãos. Evite-o.
Fique atento
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SEGURANÇA, HIGIENE ALIMENTAR E LEGISLAÇÃO
Está na Rede
“Dados do Ministério da Saúde indicam que alimentos crus, como ovos e carnes vermelhas, são responsáveis,
em média, por 34,5% dos surtos de doenças transmitidas por alimentos que ocorrem no Brasil.
Um cozimento adequado consegue matar quase todos os micróbios perigosos. “Estudos demonstram que
cozinhar os alimentos a uma temperatura acima de 70° C garante um consumo mais seguro”, complementa
Maria Cecília.
Para minimizar os riscos associados ao consumo de ovos crus, a Anvisa obrigou, este ano, a declaração na
rotulagem de ovos das seguintes informações: “O consumo deste alimento cru ou mal cozido pode causar
danos à saúde” e “Manter os ovos preferencialmente refrigerados“
Fonte: Portal Anvisav.
Anote Isso
Contaminaçao cruzada - acontece por meio da transferência de microrganismos de um alimento ou superfície
para outros alimentos por meio de utensílios, equipamentos ou do próprio manipulador.
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SEGURANÇA, HIGIENE ALIMENTAR E LEGISLAÇÃO
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária proíbe o uso de álcool na forma líquida para
previnir a ocorrência de acidentes. Porém, algumas empresas produtoras de álcool ainda
conseguem vender devido a uma liminar. Nas empresas, o uso de álcool na forma de gel é para
a antissepsia. Pode ser utilizado com as mãos úmidas, deixando-as secar naturalmente. Já
em casa, a secagem das mãos deve ser feita em panos ou toalhas limpas com troca frequente.
O uso de álcool em forma de gel é opcional.
Se tomarmos todos os cuidados possíveis, evitamos a tão citada contaminação cruzada, que
definimos como aquela que “pode acontecer por meio da transferência de microrganismos de
um alimento ou superfície para meio de utensílios, equipamentos ou do próprio manipulador”,
segundo Maria Cecília Brito, diretora da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Por isso,
a Organização Mundial da Saúde recomenda que os alimentos crus fiquem separados dos cozidos.
Para garantir a segurança de consumo, o processo de cozimento ou lavagem dos alimentos
crus também não pode ser esquecido.
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aula
2
A higiene no
Controle de Qualidade
dos Alimentos
Olá, alunos! O tema desta aula tem como objetivo refletir sobre
a implementação dos padrões de segurança alimentar e dos
parâmetros e exigências mínimos necessários para não colocar
em risco a saúde do consumidor. Neste caso, as características
que devem ser observadas no produto são exigências mínimas
de órgãos de inspeção e fiscalização. Para se assegurar de que
tais exigências estão sendo cumpridas, o profissional da área
da qualidade deve se utilizar de metodologias de análises de
alimentos disponíveis em laboratórios específicos. Vamos
conhecê-as?
SEGURANÇA, HIGIENE ALIMENTAR E LEGISLAÇÃO
Higiene é um conjunto de medidas e cuidados que as pessoas devem ter consigo própria,
com o ambiente que as cercam e com os alimentos que produzem e consomem. Os alimentos
normalmente apresentam um determinado número de microorganismos (micróbios), que
pode ser aumentado ou reduzido dependendo da forma como estes produtos são fabricados
ou manuseados.
Microrganismos são seres invisíveis a olho nu e, por não conseguirmos enxergá-los, não
sabemos em que quantidade eles estão presentes nos alimentos. Por serem muito pequenos,
somente conseguimos enxergá-los com auxílio de um microscópio que aumenta seu tamanho
de 400 a 1000 vezes, ou ainda quando estão agrupados na forma de colônias (grande número
de microrganismos juntos), sem auxílio desse equipamento.
Temperaturas abaixo de 10ºC ou acima de 60ºC retardam a multiplicação dos
microrganismos em alimentos. Por outro lado, se os alimentos forem mantidos entre 10ºC
e 60ºC por mais de 2 horas, as chances dos microrganismos se multiplicarem é muito grande,
já que eles se proliferam e dobram de quantidade. Consequentemente, os alimentos ficam
contaminados e, se consumidos, podem causar uma intoxicação alimentar, por exemplo.
Padrões de qualidade
na apresentação do produto:
Engloba características que afetam a decisão de compra por parte do consumidor. Neste
caso, o profissional da área da qualidade deve aplicar métodos e processos que avaliem o que
o consumidor quer e identificar a qualidade que ele espera de um produto, tendo em mente
propriedades sensoriais e embalagens, dentre outros.
Ao implementar o controle de qualidade de alimentos em uma empresa, estamos cuidando
para que todas as etapas de produção estejam conforme os padrões exigidos por lei e pelos
consumidores. Desta maneira, corremos um risco menor de que ocorra algum problema
indesejado que acabe por interferir na imagem e na reputação da empresa.
Contaminação de alimentos é a presença de corpos estranhos, que podem ser visíveis
(cabelo, perna de barata, lascas de madeira, etc) ou invisíveis (microorganismos ou
substâncias químicas tais como desinfetantes, raticidas, metais, etc.).
Os microorganismos são seres muito pequenos, que não enxergamos (bactérias, vírus),
mas que podem causar graves doenças nas pessoas. Nos alimentos, nós só conseguimos
enxergar os microorganismos quando eles se reproduzem (mofos, podres). Por isso, todo
cuidado é pouco, porque um alimento sem cheiro, gosto, sabor ou aparência de estragado
já pode estar contaminado! Alguns desses seres vivos são úteis aos homens como, por
exemplo, para a fabricação de iogurte, cerveja, vinho e alguns medicamentos. Outros
fazem muito mal à saúde e podem levar até a morte.
Eles podem ser encontrados em toda parte, mas preferem lugares sujos e úmidos. Os
microorganismos podem contaminar qualquer alimento, mas preferem alimentos ricos em
proteína e úmidos. Alguns exemplos: carnes: boi, porco, aves, peixes... embutidos: linguiça,
salsicha, mortadela... miúdos: fígado, coração, bucho... leite e derivados: cremes, maioneses,
sorvetes... e ovos. Ao entrar em contato com os alimentos, eles se reproduzem rapidamente
se estiverem em temperatura favorável. Em algumas horas, um microorganismo dá origem
a milhões. O “clima preferido” deles é entre 20ºC e 38ºC, ou seja, nossa temperatura
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SEGURANÇA, HIGIENE ALIMENTAR E LEGISLAÇÃO
ambiente. Mas eles sobrevivem em temperaturas entre 7ºC e 65ºC. Acima de 65ºC, muitos
são destruídos. Abaixo de 7ºC, eles ficam “adormecidos”, isto é, se voltarem à temperatura
ambiente começam a se reproduzir novamente.
Está na Rede
Reportagem: Por que o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional é necessário?
Fonte: <https://jornal.usp.br/artigos/por-que-o-conselho-nacional-de-seguranca-alimentar-e-
nutricional-e-necessario/>.
A higiene dos alimentos significa cuidado com os alimentos para que possam ser consumidos
sem causar danos à saúde. As principais doenças relacionadas à contaminação de alimentos
são a cólera, a febre tifóide, as verminoses, a hepatite e as toxinfecções alimentares. Os
sintomas mais comuns são diarréias, vômitos, mal-estar e cólicas. Assim, os benefícios de
uma boa higiene são a saúde e a satisfação dos funcionários e comensais com alimentação
e ambiente mais saudáveis.
Os cuidados com a higiene evitam prejuízos que vão desde insatisfação dos comensais e
desperdício de alimentos até intoxicações alimentares que podem gerar epidemias e morte.
Para garantir uma perfeita higienização, observe as orientações para cada equipamento.
Aluno, um detalhe de extrema importância para sua cozinha!! Observe sempre as cores
dos recipientes destinados ao corte dos alimentos para evitar CONTAMINAÇÃO CRUZADA!!
De uma atenção especial para a figura abaixo e memorize para seu dia a dia.
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SEGURANÇA, HIGIENE ALIMENTAR E LEGISLAÇÃO
Aves Amarela
https://www.unileverfoodsolutions.com.br/dam/global-ufs/mcos/sla/
brazil/mstb/food-safety/downaloads/Cores%20de%20tabuas.pdf
Anote Isso
Higiene é um conjunto de medidas e cuidados que as pessoas devem
ter consigo própria, com o ambiente que as cercam e com os alimentos
que produzem e consomem.
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aula
3
Definições básicas
Impostas pela
Legislação
Vamos ver que muistas leis regem o nosso pais, e na alimentação não é diferente,
mas primeiro, vamos aprender os termos básicos que sção impostos, ok?
No que pertence ao Brasil, a ANVISA dispõe a legislação sobre vigilância
sanitária através do Sistema de Legislação em Vigilância Sanitária (VISALEGIS),
um banco de dados para pesquisa da legislação consolidada, relacionada à
vigilância sanitária no âmbito federal, estadual e municipal, conforme área de
atuação (ANVISA,2005). A VISALEGIS é resultado da parceria entre a ANVISA e
a BIREME (Biblioteca Virtual em Saúde), onde se pode consultar as leis, decretos,
medidas provisórias, portarias e outros atos normativos relacionados às atividades
da saúde no país[66]. Os atos pesquisados agregam aos resultados o resumo dos
respectivos assuntos tratados, explicitando, ainda, seu alcance, a área de atuação
e os relacionamentos, informações sobre alteração e revogação, assim como no
Qualfood. Toda consulta à legislação brasileira é gratuita e de livre acesso.
SEGURANÇA, HIGIENE ALIMENTAR E LEGISLAÇÃO
A preocupação mais direcionada à área de alimentos vem desde 1977, com a Resolução
nº33/1.977, que estabeleceu os princípios gerais de higiene a serem observados na obtenção,
manipulação, armazenagem, transporte e distribuição de alimento (Ministério da Saúde,
1977). Já em 1993, surgia a Portaria nº1.428 do Ministério da Saúde (Ministério da Saúde, 1993).
No Brasil, foram criados critérios de boas práticas de fabricação e de produção, com
procedimentos bem estabelecidos para cada etapa de produção e comercialização do tipo
de produto. Visando ao constante aperfeiçoamento das ações de controle sanitário na área
de alimentos e à implantação da qualidade dos produtos e serviços, algumas portarias e
resoluções foram expedidas, como a do Ministério da Saúde (Ministério da Saúde, 1997), com
requisitos gerais de higiene e de boas práticas de fabricação de alimentos para o consumo
humano, relacionados às condições higiênico-sanitárias, como a Resolução RDC nº 275/ 2002
(Ministério da Saúde, 2003) que dispõe sobre o Regulamento Técnico de Procedimentos
Operacionais Padronizados aplicados aos Estabelecimentos Produtores/Industrializadores
de Alimentos e a Lista de Verificação das Boas Práticas de Fabricação nos Estabelecimentos
Produtores/Industrializadores de Alimentos.
O modo de apresentação da legislação brasileira parece tornar mais fácil a visualização
das alterações ocorridas e as correlações com as normas envolvidas. Os atos da legislação
brasileira sobre o assunto discutido trazem, cada vez mais, detalhes técnicos precisos,
informações sobre o modo e o critério de sua utilização, diminuindo a possibilidade de
variação de interpretação em função da experiência pessoal de quem está lendo.
Destaca-se, contudo, que embora este modo de construção possa vir a facilitar a percepção,
a aplicação e a cobrança dos mesmos critérios continuam exigindo constante atualização
da legislação, conforme as modificações e descobertas científicas que diferirem da vigente.
Vamos lá, pessoal! Alguns termos são muito utilizados e precisamos saber exatamente o que
cada um significa para nos interarmos. Mas não se preocupe: a maioria deles é bem simples.
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SEGURANÇA, HIGIENE ALIMENTAR E LEGISLAÇÃO
Desinfecção: operação de redução, por método físico e/ou agente químico, do número de
microrganismos em nível que não comprometa a qualidade higiênico-sanitária do alimento.
Higienização: operação que compreende duas etapas: a limpeza e a desinfecção.
Limpeza: operação de remoção de substâncias minerais e ou orgânicas indesejáveis, tais
como terra, poeira, gordura e outras sujidades.
Manipulação de alimentos: operações efetuadas sobre a matéria-prima para obtenção
e entrega ao consumo do alimento preparado, envolvendo as etapas de preparação,
embalagem, armazenamento, transporte, distribuição e exposição à venda.
Manipuladores de alimentos: qualquer pessoa do serviço de alimentação que entra em
contato direto ou indireto com o alimento.
Manual de Boas Práticas: documento que descreve as operações realizadas pelo
estabelecimento, incluindo, no mínimo, os requisitos higiênico-sanitários dos edifícios,
a manutenção e higienização das instalações, dos equipamentos e dos utensílios, o
controle da água de abastecimento, o controle integrado de vetores e pragas urbanas, a
capacitação profissional, o controle da higiene e saúde dos manipuladores, o manejo de
resíduos e o controle e garantia de qualidade do alimento preparado.
Medida de controle: procedimento adotado com o objetivo de prevenir e reduzir a um
nível aceitável ou eliminar um agente físico, químico ou biológico que comprometa a
qualidade higiênico-sanitária do alimento.
Produtos perecíveis: produtos alimentícios, alimentos “in natura”, produtos semi-
preparados ou produtos preparados para o consumo que, pela sua natureza ou composição,
necessitam de condições especiais de temperatura para sua conservação.
Registro: consiste de anotação em planilha e ou documento, apresentando data e
identificação do funcionário responsável pelo seu preenchimento.
Resíduos: materiais a serem descartados, oriundos da área de preparação e das demais
áreas do serviço de alimentação.
Saneantes: substâncias ou preparações destinadas à higienização, desinfecção ou
desinfestação domiciliar, em ambientes coletivos e/ou públicos, em lugares de uso comum
e no tratamento de água.
Serviço de alimentação: estabelecimento onde o alimento é manipulado, preparado,
armazenado e ou exposto à venda, podendo ou não ser consumido no local.
Procedimento Operacional Padronizado - POP: procedimento escrito de forma objetiva que
estabelece instruções seqüenciais para a realização de operações rotineiras e específicas
na manipulação de alimentos.
Anote Isso
Antissepsia: redução de microrganismos presentes na pele em níveis seguros,
Boas Práticas: procedimentos que devem ser adotados por serviços de alimentação a fim
de garantir a qualidade higiênico-sanitária e a conformidade dos alimentos com a legislação
sanitária.
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SEGURANÇA, HIGIENE ALIMENTAR E LEGISLAÇÃO
Está na Rede
Frigoríficos do PR reclamam de
rigor excessivo na fiscalização após PF
https://www.terra.com.br/economia/frigorificos-do-pr-reclamam-de-rigor-excessivo-na-fiscalizacao-
apos-pf,21a85f881987272830f925254fda9b806kftx25s.html
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aula
4
Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/1321730/
Limpeza e
Sanitização de
Área Física
Desde o surgimento da humanidade, a convivência com os microrganismos é
inevitável, pois os animais, incluindo os humanos, dependem de associações
simbióticas com bactérias para sua sobrevivência. Baseados nisso, podemos
dizer que os microrganismos desempenham funções vitais para manter o
ciclo da vida na terra
Para evitar problemas com a saúde e melhorar a qualidade da produção,
programas de higiene e sanitização devem ser implantados nas empresas
manipuladoras de alimento, trabalhando assim com condições ideais para
obter um ótimo resultado.
SEGURANÇA, HIGIENE ALIMENTAR E LEGISLAÇÃO
1. Higienização
Praticar higiene e limpeza nas indústrias de alimento é uma obrigação, tendo seu
início na escolha do local de instalação da fabrica, na elaboração do projeto, instalação
de equipamentos, condições da água e eliminação dos resíduos. A higiene tem que ser
exercida em todos os setores e com todos os manipuladores. Higienização é a ação
combinatória da limpeza e sanitização.
2. Limpeza
Segundo Kuaye, podemos definir limpeza como a remoção das contaminações visíveis
da superfície cujo objetivo é livrar as superfícies de substâncias que servem de abrigo
e ajudam no desenvolvimento de microrganismo. Uma boa limpeza é responsável por
até 99,9% da eliminação de partículas indesejáveis, sendo o 0,1% restante representado
pelos microrganismos eliminados somente com sanitizante.
3. Sanitização
Ação de reduzir, ou eliminar completamente, a presença de microrganismos de
importância higiênico-sanitária em superfícies.
A sanitização pode ser conseguida, por meios físicos e químicos. O meio físico
tipicamente utilizado pela indústria de alimento é a sanitização térmica, que tem um
custo elevado, porém, é empregada onde a sanitização química não pode ser feita, e
normalmente são empregadas na forma de vapor ou água quente. A temperatura da
água ou vapor vai determinar o tempo de exposição: quanto mais quente, menos tempo
de sanitização, agindo na degradação de algumas proteínas dos microrganismos.
A sanitização química é um meio amplamente empregado, e diversos são os sanitizantes
utilizados na indústria de alimentos, tais como compostos à base de cloro, iodo, peróxido
de hidrogênio, ácido peracético e quaternário de amônio. Devem ser aprovados por
meio de testes laboratoriais e nas condições recomendadas pelos fabricantes.
Entende-se por sanitizante um agente normalmente químico que mata formas vegetais,
mas não necessariamente as formas esporuladas de microrganismo patogênicos. De
acordo com Hayes, um bom sanitizante tem que preencher alguns quesitos tais como
não ser corrosivo aos materiais encontrados nas indústrias; não ser tóxico e irritante
para os manipuladores; ser de fácil enxágue; ser econômico; ter uma ação rápida e
ser suficientemente estável para o armazenamento. Como não existem sanitizantes
que possuam todas essas características ou que atendam a todas as necessidades em
um único produto, faz-se necessário uma avaliação rigorosa de suas propriedades,
suas vantagens e desvantagens de utilização antes da escolha final.
A atividade germicida dos sanitizantes utilizados nas indústrias de alimentos depende
de algumas condições como limpeza prévia do local; monitoração das variáveis físico-
química dos sanitizantes; tempo de contato com a superfície; tipo de superfície;
espécie e concentração dos microrganismos a destruir
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SEGURANÇA, HIGIENE ALIMENTAR E LEGISLAÇÃO
ÁCIDO PERACÉTICO
De acordo com Germano, o ácido peracético é o princípio ativo de diversos sanitizantes
comerciais. Esses produtos são constituídos de uma mistura estabilizada de ácido
peracético, peróxido de hidrogênio, ácido acético e um veículo estabilizante.
Santurio e Alves estudaram a ação antifúngica da mistura: ácido peracético na
concentração de 20%, peróxido de hidrogênio a 7% e ácido acético a 19%, que compõem
o produto Proxitane. O produto foi diluído de modo a obter soluções finais de 100,
200, e 300 ppm em diferentes tempos de exposição em 10 espécies diferentes do
microrganismo. Encontraram na maioria dos fungos estudados mais de 99% de inibição,
com um minuto de exposição a 100 ppm. O ácido peracético é um forte oxidante com
atuação na parede celular e no interior da célula microbiana o que danifica o sistema
enzimático causando a destruição do microrganismo. Como todo esterilizante, o
ácido peracético possui algumas vantagens: ação em baixas temperaturas, não ser
corrosivo ao aço inox e alumínio em concentrações recomendadas de uso e não requer
enxágue da superfície, pois é inodoro na forma diluída.
COMPOSTOS CLORADOS
Cloro - o cloro é largamente utilizado, seja na forma de gás cloro, hipoclorito de
cálcio ou sódio, ou produtos liberadores de cloro como o dicloroisocianurato de sódio
ou potássio, que apresentam vantagens de custo e eficiência. Com a destruição da
cápsula bacteriana de proteção e oxidação do protoplasma celular, exercem a sua
ação sanitizante também formando cloraminas tóxicas que alteram a permeabilidade
celular e impedem a regeneração enzimática.
É um dos sanitizantes mais barato encontrados no mercado, eficaz em diferentes
diluições e de fácil preparo e aplicação, porém, altamente corrosivo: danifica juntas
de peças de borrachas e reage com matéria orgânica, podendo irritar a pele, mucosa
e vias respiratórias dos manipuladores
Iodoforos - sua ação se dá por meio de seu alto poder de penetração na parede celular,
levando à ruptura de proteínas. Geralmente utilizados em concentração de 30 a 50
ppm por um tempo menor ou igual a 10 minutos. São menos irritantes à pele e menos
corrosivos aos metais que o cloro, ativos em baixa concentração, estáveis e de fácil
preparo. Diminuem a eficiência com a elevação do pH e podem alterar o sabor ou odor
dos alimentos, bem como manchar os materiais plásticos. Possuem um custo superior
ao do cloro e não podem ser utilizado em temperaturas acima de 45ºC.
Um estudo realizado por MONTEIRO et al. constatou que o iodo em solução a 1%, é
eficiente no combate de bactérias do Grupo Coliforme, como a Escherichia coli e do
Staphylococcus aureus; contribuição significativa na redução de surtos infecciosos
causados por alimentos erroneamente manipulados.
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SEGURANÇA, HIGIENE ALIMENTAR E LEGISLAÇÃO
Anote Isso
Quer saber mais sobre a HIGIENIZAÇÃO DE INSTALAÇÕES, EQUIPAMENTOS,
MÓVEIS E UTENSÍLIOS?
Acesse: <http://www.missaosalesiana.org.br/wp-content/uploads/2014/11/POP-003-Cozinha-
Limpeza.pdf>.
Na Prática
ALUNO, PRESTE BEM ATENÇÃO!!
Se os produtos químicos utilizados na cozinha forem utilizados de forma errada, podem
desencadear um processo de contaminação e até mesmo gerar risco a saúde do consumidor,
levando a uma contaminação cruzada e até mesmo causando riscos a saúdo do manipulador de
alimentos responsável pela higiene e sanitizalção dos locais.
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aula
5
Limpeza e sanitização:
Frequência
de Higienização
A segurança no preparo e na distribuição das refeições não é
garantida se não houver também a higienização correta dos
utensílios, dos equipamentos e do ambiente. Lembre-se de utilizar
os Equipamentos de Proteção Individual (EPI) quando necessário
e de manter os materiais para higienização em local distante dos
alimentos. Os produtos químicos utilizados para a higienização
deverão possuir registro no Ministério da Saúde.
SEGURANÇA, HIGIENE ALIMENTAR E LEGISLAÇÃO
LIMPEZA: Pré-lavagem com água para a remoção dos resíduos tais como restos de alimentos,
sujidades, poeiras, etc.
DESINFECÇÃO: Procedimento para redução do número de microrganismos por método
físico (água quente) e/ ou agente químico (hipoclorito de sódio ou álcool 70°)
Os UTENSÍLIOS entram em contato direto com o alimento e por isso devem ser
HIGIENIZADOS antes, durante e depois da sua utilização.
Mas por que higienizar os utensílios antes, durante e após sua utilização?
ANTES
Os utensílios deverão estar sempre bem guardados, protegidos da poeira e de insetos.
Mas como sempre existe a possibilidade de que esses agentes contaminantes entrem em
contato com o utensílio, recomenda-se sua higienização antes de utilizá-los.
DURANTE E APÓS: Resíduos de alimentos que ficam aderidos à sua superfície podem
causar proliferação de microrganismos a ponto de causar danos à saúde, mesmo que por
um curto espaço de tempo: o utensílio utilizado para mexer a carne picada durante a cocção,
por exemplo, deve ser higienizado constantemente para não permanecer com resíduos.
O utensílio usado para servir o arroz deve ser higienizado quando houver intervalo na
distribuição, e os monoblocos deverão ser higienizados após a retirada dos gêneros.
Procedimento:
• Desmontar as peças que não estão fixadas;
• Retirar o resíduo acumulado, descartando-o na lixeira;
• Passar as peças em água corrente fria;
• Aplicar detergente com a utilização de esponja, esfregando todas as partes
das peças desmontadas, partes fixas do equipamento, fio e plugue;
• Enxaguar as partes removíveis em água corrente e escorrer. Para as
partes fixas, fio e plugue retirar o detergente com pano descartável;
• Imergir as peças desmontadas em solução de hipoclorito de
sódio (01 colher de sopa para cada litro de água) deixando agir
por 15 minutos, enxaguando para retirar o resíduo. Nas demais
partes borrifar álcool 70º sem enxaguar posteriormente.
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SEGURANÇA, HIGIENE ALIMENTAR E LEGISLAÇÃO
Antes da utilização:
• Lavar em água corrente fria;
• Aplicar detergente com a utilização de esponja,
esfregando todas as partes do utensílio;
• Enxaguar em água corrente, de preferência quente, e escorrer.
DIARIAMENTE:
SEMANALMENTE:
Freezer, refrigerador.
Procedimento:
• Tenha certeza que os equipamentos elétricos estão desconectados
da tomada antes de iniciar a higienização.
• Retirar o resíduo acumulado, descartando-o na lixeira.
• Aguardar o degelo. Não utilizar material pontiagudo ou faca.
• Aplicar detergente com a utilização de esponja, esfregando as superfícies,
com maior ênfase nas bordas, prateleiras, cantos e puxadores das portas.
• Retirar o resíduo do detergente enxaguando ou com pano descartável umedecido.
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SEGURANÇA, HIGIENE ALIMENTAR E LEGISLAÇÃO
• Aplicar solução de hipoclorito de sódio (01 colher de sopa para cada litro de
água), deixando agir por 15 minutos, com o auxilio de um pano, enxaguando
para retirar o resíduo e/ou borrifar álcool 70º sem enxaguar posteriormente.
MENSALMENTE:
Coifa.
Procedimento
• Certificar-se de que o equipamento está desligado;
• Aplicar detergente com a utilização de esponja, esfregando as
superfícies, com maior ênfase nas bordas e cantos. Retirar o
resíduo do detergente com pano descartável umedecido.
A ÁREA FÍSICA pode representar também risco de contaminação, portanto, deve ser
muito bem HIGIENIZADA em períodos determinados, conforme sua utilização.
DIARIAMENTE:
• Bancadas - Paredes próximas ao fogão e aos lavatórios - Lavatórios (pias
e cubas) - Maçanetas e puxadores dos equipamentos - Pisos, rodapés e
ralos - Área externa por onde transita o lixo - Recipientes de lixo
SEMANALMENTE:
• Área sob as bancadas - Estrados - Interruptores, tomadas -
Paredes, portas e janelas - Prateleiras e armários
MENSALMENTE:
• Luminárias - Telas milimétricas - Teto - Tubulações - externamente
SEMESTRALMENTE:
• Reservatórios de água - Tubulação da exaustão – internamente
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SEGURANÇA, HIGIENE ALIMENTAR E LEGISLAÇÃO
ATENÇÃO!
Não é recomendado o uso de escovas, esponjas ou similares de metal, bem como
lãs de aço.
Os reservatórios de água devem ser higienizados por empresa credenciada no
INEA (Feema) e devem ser mantidos os registros da operação.
Desinsetizar o ambiente por meio de empresa credenciada no INEA e manter
os registros da operação.
Está na Rede
Hotéis, bares e restaurantes deverão deixar cliente visitar cozinha
Legislação passa a vigorar em dois meses; proprietários de estabelecimentos aprovam medida.
<http://www.midianews.com.br/cotidiano/hoteis-bares-e-restaurantes
-deverao-deixar-cliente-visitar-cozinha/328854>.
Na Prática
Caros alunos, é de extrema importância manter o ambiente de trabalho limpo pra evitar qualquer
tipo de desconforto e contaminação. Além de riscos de contaminação, a porta da cozinha deve
estar sempre aberta paravisitação do cliente, mais um dos motivos de manter sempre o ambiente
limpo!!
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aula
6
Princípios da
Microbiologia
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SEGURANÇA, HIGIENE ALIMENTAR E LEGISLAÇÃO
O fato de possuir certas enzimas (p. ex., α-galactose para a fermentação láctica) ajuda na
identificação e definição de um grupo geral de bactérias associadas à contaminação fecal, os
“coliformes”. De forma geral, essas características permitem a classificação das bactérias em
certos grupos. No passado, para uma classificação mais precisa, a bioquímica e a atividade
enzimática eram utilizadas. Mais recentemente, os avanços no sequenciamento do DNA têm
permitido o entendimento mais completo das capacidades genéticas dos microrganismos.
Alguns genes, denominados “genes donos de casa”, têm ultrapassado a variação limitada
durante a evolução e podem ser utilizados como meios de construção de uma árvore
genealógica das relações entre os organismos. Isso é o que chamamos de “filogenética,
observada no exemplo na figura abaixo.
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SEGURANÇA, HIGIENE ALIMENTAR E LEGISLAÇÃO
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SEGURANÇA, HIGIENE ALIMENTAR E LEGISLAÇÃO
Anote Isso
Microrganismos são seres invisíveis a olho nu (quando estão isolados) e são capazes de modificar
sua própria estrutura física, gerando malefícios a saúde do consumidor, quando agem de forma
patogênica.
A microbiologia de alimentos se ralaciona diretamente com a preservação dos alimentos pelo
emprego de microrganismos, detecção e prevenção de intoxicações e infecções produzidas
pela ação de microrganismos em alimentos, além do controle da transmissão de doenças por
meio dos mesmos.
APPCC- Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle.
Está na Rede
Leia a reportagem e assista ao vídeo: “Pesquisa encontra contaminação em 90% de saladas
prontas para consumo em delivery e fast food”.
Acesse: https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/noticia/pesquisa-encontra-contaminacao-em-90-
de-saladas-prontas-para-consumo-em-delivery-e-fast-food.ghtml.
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aula
7
Doenças de
Origem Alimentar
Problemas com a qualidade e a segurança de alimentos existem há
muitos séculos, por exemplo, a adulteração do leite, da cerveja, do
vinho, das folhas de chá e do azeite de oliva. Alimentos contaminados
causam um dos maiores problemas de saúde no mundo e geram
uma redução na produtividade econômica e veja na tabela 1 abaixo
os patógenos que são transmitidos por alimentos contaminados.
Embora as doenças de origem alimentar sejam frequentemente
atribuídas a bactérias patogênicas, essa tabela mostra uma ampla
gama de organismos e produtos químicos que podem causar
enfermidades decorrentes da ingestão de alimentos. Alguns
compostos e organismos são contaminantes externos aos alimentos,
enquanto outros são intrínsecos, por exemplo, o ácido oxálico no
ruibarbo e a solanina alcaloide nas batatas. As doenças alimentares
microbianas são originadas por uma variedade de microrganismos
com diferentes períodos de incubação e duração de sintomas.
SEGURANÇA, HIGIENE ALIMENTAR E LEGISLAÇÃO
Organismos como a Salmonella e a Escherichia coli O157:H7 são bastante conhecidos pelo
público em geral. Contudo, existem vírus e toxinas fúngicas que foram relativamente pouco
estudados e, no futuro, poderão ter sua contribuição na incidência de doenças alimentares
melhor reconhecida. Os microrganismos causadores de doenças podem ser encontrados em
diversos alimentos, como leite, carne e ovos (FORSYTHE, 2013). Na tabela abaixo, podemos
ver alguns exemplos.
Algumas bactérias patogênicas tais como a Salmonella são invasivas e podem chegar à
corrente sanguínea através das paredes do intestino, causando infecções generalizadas.
Outros patógenos produzem toxinas nos alimentos, antes de serem ingeridos ou durante a
infecção, podendo causar graves danos a órgãos suscetíveis, como o fígado. A E. coli O157:H7
é um exemplo de microrganismo que pode produzir toxina após ser ingerida no alimento.
Também podem ocorrer complicações devido às reações imune-associadas (por exemplo, uma
infecção causada por Campylobacter, que pode levar a uma artrite reativa e à síndrome de
Guillain-Barré) nas quais a resposta imune do hospedeiro ao patógeno também é infelizmente
dirigida contra os tecidos do próprio hospedeiro.
Dessa forma, as doenças de origem alimentar podem ser muito mais graves do que um
curto episódio de gastrenterite, podendo, ao contrário, levar à hospitalização. A gravidade pode
ser tal que existe a possibilidade de ocorrerem sintomas (crônicos) residuais e haver o risco de
morte, de modo especial em pacientes idosos e imunodeprimidos. Em consequência, há uma
considerável preocupação dos setores de saúde pública relacionada às infecções de origem
alimentar. Visto que os consumidores não estão conscientes de que possam existir problemas
potenciais com os alimentos, uma quantidade significativa de alimentos contaminados é
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SEGURANÇA, HIGIENE ALIMENTAR E LEGISLAÇÃO
ingerida, levando-os, assim, a ficar doentes. Desse modo, é difícil saber qual alimento foi a
causa original da toxinfecção alimentar, uma vez que o consumidor não lembrará de algo
diferente em suas últimas refeições. Em geral, os consumidores lembram de alimentos que
apresentem cheiro ou coloração diferentes. Entretanto, tais características estão ligadas à
deterioração dos alimentos e não a toxinfecções alimentares.
Microrganismos causadores de toxinfecções são em geral divididos em dois grupos:
• Infecções; cepas de Salmonella, Campylobacter jejuni e E. coli patogênicas
• Intoxicações; Bacillus cereus; Staphylococcus aureus e Clostridium botulinum
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SEGURANÇA, HIGIENE ALIMENTAR E LEGISLAÇÃO
no mundo terão idade superior a 60 anos, e mais de dois terços delas viverão em países
em desenvolvimento. Crescimento significa um aumento de riscos de doenças de origem
alimentar. Não causa surpresa que, em alguns países, uma em cada quatro pessoas corra o
risco de contrair uma doença de origem alimentar.
O número exato de doenças de origem alimentar ocorridas anualmente pode
apenas ser estimado. Em muitas circunstâncias, somente uma pequena quantidade
de pessoas procura ajuda médica e nem todas são investigadas. Mesmo quando o país
possui infraestrutura para notificação de dados, apenas uma pequena parcela das
doenças de origem alimentar é notificada às autoridades. No passado, foi evidenciado
que, em países industrializados, menos de 10% dos casos eram informados, enquanto
naqueles em desenvolvimento os casos reportados provavelmente fossem abaixo
de 1% dos casos reais. Uma estimativa mais acurada está sendo possível devido ao
uso dos “estudos-sentinelas”, como foi reportado pelos Estados Unidos, pelo Reino
Unido e pelos Países Baixos. Nos Estados Unidos, foi estimado que 76 milhões de
casos de doenças de origem alimentar ocorrem a cada ano, resultando em 325 mil
hospitalizações e 5 mil mortes. Um estudo realizado no Reino Unido avaliou que 20%
da população tem gastrenterites a cada ano e talvez mais de 20 pessoas por milhão
morram Um estudo-sentinela mais recente, realizado nos Países Baixos, estimou
que o número de doenças de origem alimentar causadas por micro-organismos foi
de 79,7 para cada 10 mil pessoas por ano (FORSYTHE, 2013). Esse número pode ser de
30% da população por ano. Como os sintomas de toxinfecções alimentares em geral
são brandos e duram poucos dias, as pessoas costumam se recuperar sem procurar
por cuidados médicos.
Muitos fatores contribuem para que os alimentos não sejam seguros e causem doenças. As
causas principais estão resumidas a seguir:
• Controle inadequado da temperatura durante o
cozimento, o resfriamento e a estocagem
• Higiene pessoal insuficiente
• Contaminação cruzada entre produtos crus e processados
• Monitoramentoinadequadodosprocessos
Esses fatores podem ser reduzidos de forma considerável por meio da capacitação adequada
da equipe e implementação do sistema APPCC combinada com avalição de riscos.
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SEGURANÇA, HIGIENE ALIMENTAR E LEGISLAÇÃO
Anote Isso
Alguns fatores de contaminação:
• Controle inadequado da temperatura durante o cozimento, o resfriamento e a estocagem
• Higiene pessoal insuficiente
• Contaminação cruzada entre produtos crus e processados
• Monitoramento inadequado dos processos
• Esses fatores podem ser reduzidos de forma considerável por meio da capacitação adequada
da equipe e implementação do sistema APPCC combinada com avalição de riscos.
Está na Rede
Pesquisa mostra que infecções alimentares acontecem principalmente em casa.
Fonte:<https://oportaln10.com.br/pesquisa-mostra-que-infeccoes-alimentares-acontecem-
principalmente-em-casa-82800/>
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aula
8
Controle de
Roedores,
Aves e Insetos
Os principais fatores relacionados à ocorrência de surtos e doenças
de origem alimentar estão relacionados às falhas múltiplas e
peculiares no controle de qualidade na produção da refeição, desde
o recebimento, processamento, armazenamento, distribuição e
consumo. Podem-se incluir nas falhas de processos e produtos, entre
outros, o uso incorreto do binômio tempo-temperatura, refrigeração
inadequada, uso de produtos clandestinos, grande intervalo entre
o preparo e o consumo, além de más condições de armazenamento
e de conservação dos alimentos. Já nas falhas de higiene, podem-se
incluir as más condições de higiene na manipulação dos alimentos,
manipuladores infectados ou contaminados, alimentos contaminados,
utilização de sobras, falta de adequação e conservação da estrutura
física dos estabelecimentos, que contribuem para a ocorrência de
contaminação cruzada (NOLLA; GENY, 2005; SILVA FILHO, 1996).
SEGURANÇA, HIGIENE ALIMENTAR E LEGISLAÇÃO
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SEGURANÇA, HIGIENE ALIMENTAR E LEGISLAÇÃO
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SEGURANÇA, HIGIENE ALIMENTAR E LEGISLAÇÃO
22. Nos casos de fumigação, atentar para todos os requisitos de segurança necessários.
Fumigação é um tipo de controle de pragas através do tratamento químico realizado
com compostos químicos ou formulações pesticidas (os chamados fumigantes)
voláteis (no estado de vapor ou gás) em um sistema hermético, visando à desinfestação
de materiais, objetos e instalações que não possam ser submetidas a outras formas
de tratamento;
23. Evitar árvores e postes ao lado de armazéns. As árvores servem de abrigos a muitos
tipos de insetos e os postes atraem insetos voadores com a sua luz;
24. Deve existir boa iluminação em todas as áreas;
25. Os produtos armazenados devem obedecer ao PEPS (isto é, o primeiro que entra é
o primeiro a sair), a fim de ficarem pouco tempo armazenados;
26. Devem existir limpeza e inspeção diárias na área de armazenagem;
27. A temperatura e ventilação de silos devem obedecer às recomendações técnicas
para cada produto, bem como a umidade dos materiais armazenados e a umidade
relativa do ar;
28. Quaisquer indícios de casulos e teias, larvas, fungos ou traças, trilhas e grãos atacados
devem ser notificados;
29. Linhas de esgoto e efluentes devem ser totalmente isoladas;
30. Paredes e superfícies devem ser lisas com juntas de dilatação;
31. Não devem existir sacarias (grande número de sacos) abertas com vazamento de
produtos;
32. Alicerces devem ser providos de chapas metálicas nas junções com as paredes, onde
o acesso de roedores seja viável;
33. Devem ser afastados das imediações: aterros sanitários, matadouros, pântanos,
águas paradas, criadouros de porcos, lagoas de decantação com material orgânico
decomposto, etc.;
34. Em reformas ou demolições, prever a migração de pragas e preparar-se para isso;
35. Veículos e embalagens recebidos devem ser inspecionados;
36. A melhor isca é o roedor que determinará, ficando atento à preferência de iscas por
ele ingeridas, como opções citam-se: toucinho, salame, mortadela, maçã, banana,
melão, manteiga, batata-doce, queijo, mamão, etc.;
37. Cereais e grãos em sítios devem ser avaliados com frequência para detecção de ovos
de caruncho, besouros, gorgulhos, etc.;
38. Manter estreito contato técnico com os laboratórios e fabricantes de praguicidas
para trocar informações e atualizações sobre os produtos;
39. Silos, paióis, tulhas e armazéns devem ser periodicamente esvaziados, limpos,
higienizados, desinsetizados e secos;
40. Áreas de enchente e passíveis de inundações devem ter monitoramento de casos de
leptospirose (doença causada por bactéria presente na urina de ratos infectados);
áreas com morcego, controle contra a eventual espécie hematófaga (que se alimenta
de sangue);
41. Roedores mortos devem ser incinerados ou enterrados;
42. Divulgar a educação sanitária a todos os envolvidos com a fabricação e operações
de produtos alimentícios.
43. Atender a toda legislação pertinente.
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SEGURANÇA, HIGIENE ALIMENTAR E LEGISLAÇÃO
As medidas corretivas, por sua vez, compreendem à instalação de barreiras físicas que
impeçam o acesso das pragas e à colocação de armadilhas para captura e identificação das
espécies infestantes.
O controle químico, apesar da ênfase maior em ações preventivas, também está presente,
mas com um papel coadjuvante de complementar as orientações de limpeza e higiene.
Anote Isso
Falhas nas técnicas de aplicação, o uso de equipamentos inadequados ou a falta de seleção
criteriosa dos princípios ativos podem levar a reduções aparentes de focos, os quais ressurgem
após períodos de descontinuidade dos cuidados iniciais, como também, concentrações dos
produtos abaixo ou acima do recomendado pelos profissionais responsáveis acarretam em
longo prazo, adaptação das pragas aos efeitos tóxicos, isso ocorre quando não existe um rodízio
corretamente programado de princípios ativos.
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aula
9
Aspectos de
Higiene da Água
Qualidade da Água
Parâmetros de qualidade da água
A água geralmente contém diversos componentes que provêm do próprio ambiente natural
ou foram introduzidos a partir de atividades humanas.
Para caracterizar uma água, são determinados diversos parâmetros que representam
as suas características físicas, químicas e biológicas. Esses parâmetros são indicadores
da qualidade da água e constituem impurezas quando alcançam valores superiores aos
estabelecidos para determinado uso. Os principais indicadores de qualidade da água são
discutidos a seguir, separados sob os aspectos físicos, químicos e biológicos.
Parâmetros Físicos
a. Temperatura: medida da intensidade de calor; é um parâmetro importante, pois,
influi em algumas propriedades da água (densidade, viscosidade, oxigênio dissolvido),
com reflexos sobre a vida aquática. A temperatura pode variar em função de fontes
naturais (energia solar) e fontes antropogênicas (despejos industriais e águas de
resfriamento de máquinas).
b. Sabor e odor: resultam de causas naturais (algas; vegetação em decomposição;
bactérias; fungos; compostos orgânicos tais como gás sulfídrico, sulfatos e doretos)
e artificiais (esgotos domésticos e industriais). O padrão de potabilidade: água
completamente inodora.
c. Cor: resulta da existência de substâncias em solução na água. Pode ser causada pelo
ferro ou manganês, pela decomposição da matéria orgânica da água (principalmente
vegetais), pelas algas ou pela introdução de esgotos industriais e domésticos. Padrão
de potabilidade: intensidade de cor inferior a 5 unidades.
d. Turbidez: presença de matéria em suspensão na água, como argila, silte, substâncias
orgânicas finamente divididas, organismos microscópicos e outras partículas. O
padrão de potabilidade: turbidez inferior a 1 unidade.
e. Sólidos: Sólidos em suspensão: resíduo que permanece num filtro de asbesto após
filtragem da amostra. Podem ser divididos em:
• Sólidos sedimentáveis: sedimentam após um período t de repouso da
amostra
• Sólidos não sedimentáveis: somente podem ser removidos por processos
de coagulação, floculação e decantação.
• Sólidos dissolvidos: material que passa através do filtro. Representam a
matéria em solução ou em estado coloidal presente na amostra de efluente.
f. Condutividade Elétrica: capacidade que a água possui de conduzir corrente elétrica.
Este parâmetro está relacionado com a presença de íons dissolvidos na água, que
são partículas carregadas eletricamente Quanto maior for a quantidade de íons
dissolvidos, maior será a condutividade elétrica na água.
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SEGURANÇA, HIGIENE ALIMENTAR E LEGISLAÇÃO
Parâmetros Químicos
a. pH (potencial hidrogeniônico): representa o equilíbrio entre íons H+ e íons OH;
varia de 7 a 14; indica se uma água é ácida (pH inferior a 7), neutra (pH igual a 7) ou
alcalina (pH maior do que 7); o pH da água depende de sua origem e características
naturais, mas pode ser alterado pela introdução de resíduos; pH baixo torna a água
corrosiva; águas com pH elevado tendem a formar incrustações nas tubulações; a
vida aquática depende do pH, sendo recomendável a faixa de 6 a 9.
Fonte: https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/quimica/conceito-ph-poh.htm
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SEGURANÇA, HIGIENE ALIMENTAR E LEGISLAÇÃO
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SEGURANÇA, HIGIENE ALIMENTAR E LEGISLAÇÃO
Parâmetros Biológicos
a. Coliformes: são indicadores de presença de microrganismos patogênicos na água.
Os coliformes fecais existem em grande quantidade nas fezes humanas e, quando
encontrados na água, significa que ela recebeu esgotos domésticos e pode conter
microrganismos causadores de doenças.
b. Algas: as algas desempenham um importante papel no ambiente aquático, sendo
responsáveis pela produção de grande pane do oxigênio dissolvido do meio; em
grandes quantidades, como resultado do excesso de nutrientes (eutrofização), trazem
alguns inconvenientes: sabor e odor, toxidez, turbidez e cor, formação de massas
de matéria orgânica que, ao serem decompostas, provocam a redução do oxigênio
dissolvido e corrosão. Interferência nos processos de tratamento da água: aspecto
estético desagradável.
Os teores máximos de impurezas permitidos na água são estabelecidos em função dos seus
usos. Esses teores constituem os padrões de qualidade, os quais são fixados por entidades
públicas, com o objetivo de garantir que a água a ser utilizada para um determinado fim não
contenha impurezas que venham a prejudicá-lo.
Os padrões de qualidade da água variam para cada tipo de uso. Assim, os padrões de
potabilidade (água destinada ao abastecimento humano) são diferentes dos de balneabilidade
(água para fins de recreação de contato primário) que, por sua vez, não são iguais aos
estabelecidos para a água de irrigação ou destinada ao uso industrial. Mesmo entre as
indústrias, existem requisitos variáveis de qualidade, dependendo do tipo de processamento
e dos produtos das mesmas.
Uma forma de definir a qualidade das águas dos mananciais é enquadrá-los em classes,
em função dos usos propostos para os mesmos, estabelecendo-se critérios ou condições a
serem atendidos.
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SEGURANÇA, HIGIENE ALIMENTAR E LEGISLAÇÃO
Anote Isso
Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO): quantidade de oxigênio necessária à oxidação da
matéria orgânica por ação de BACTÉRIAS AERÓBIAS.
Demanda Química de Oxigênio (DQO): quantidade de oxigênio necessária à oxidação da
matéria orgânica, ATRAVÉS DE UM AGENTE QUÍMICO
pH (potencial hidrogeniônico): escala que varia de 0 a 14 e indica a acidez e a basicidade de
substâncias.
Parametros físicos de qualidade da agua: Temperatura, sabor, odor, cor, turbidez, sólidos e
condutividade elétrica
Parametros químicos de qualidade da água: pH, alcalinidade, dureza, cloretos, ferro e manganês,
nitrogênio, fósforo, fluoretos, oxigênio dissolvido (od),matéria orgânica, demanda bioquímica
de oxigênio (dbo), demanda química de oxigênio (dqo), componentes inorgânicos, componentes
orgânicos.
Parametros biológicos de qualidade da água: algas e coliformes.
Está na Rede
O Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Vigilância em Saúde e visando à
organização da vigilância em saúde ambiental, disponibilizou aos profissionais
do setor saúde a primeira edição do material de apoio à estruturação da vigilância e
do controle da qualidade da água para consumo humano. Trata-se de um conjunto
de textos que busca conceituar o tema e abordar os aspectos relevantes da relação
entre a qualidade da água e a saúde. Foi elaborado para ser utilizado pelos próprios
técnicos responsáveis pelas áreas de vigilância em saúde ambiental das secretarias
estaduais e municipais de saúde e do Distrito Federal.
Veja: Vigilância e controle da qualidade da água para consumo humano
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/vigilancia_controle_qualidade_agua.pdf>
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aula
10
Análise de perigos e
pontos críticos
de controle
O termo qualidade há muito tempo já faz parte do vocabulário
de muitas pessoas, mas como definí-lo de forma a atingir toda
a dimensão do seu significado? Qualidade envolve muitos
aspectos simultaneamente e sofre alterações conceituais ao
longo do tempo (PALADINI, 1996).
SEGURANÇA, HIGIENE ALIMENTAR E LEGISLAÇÃO
Qualidade hoje é uma vantagem competitiva que diferencia uma empresa de outra, pois os
consumidores estão cada vez mais exigentes em relação à sua expectativa no momento de
adquirir um determinado produto. Logo, as empresas que não estiverem preocupadas com
esta busca pela qualidade poderão ficar à margem do mercado consumidor.
Mas primeiro, uma breve definição!
HACCP (Hazard Analysis and Critical Control Points) ou APPCC é a sigla para “análise
de perigos e pontos críticos de controle”, um sistema baseado em uma forma sistemática de
identificar e analisar os perigos associados com a produção de alimentos e definir maneiras
para controlá-los (STRINGER, 1994).
No início de 1970, uma série de fatos aconteceu nos Estados Unidos em relação a problemas
quanto à segurança dos produtos que estavam sendo consumidos, originando o seguinte
questionamento: “Como em 1969 os EUA foram capazes de enviar o homem à lua e em 1970
ainda temos incidentes que comprometem a segurança dos nossos produtos?” A resposta
encontrada foi que seria necessário promover uma mudança na forma de desenvolver e
produzir alimentos, tornando-a mais científica e controlada (BENNET & STEED, 1999).
Histórico
O termo alimento seguro é um conceito que está crescendo na conjuntura global, não
somente pela sua importância para a saúde pública, mas também pelo seu importante papel
no comércio internacional (BARENDSZ, 1998). Este sistema foi utilizado pela primeira vez,
nos anos 60, pela Pillsburg Company, junto com a NASA (National Aeronautics and Space
Administration) e o U.S. Army Laboratories em Natick com o objetivo de desenvolver um
programa de qualidade que, utilizando algumas técnicas, desenvolvesse o fornecimento de
alimentos para os astronautas da NASA (BENNET & STEED, 1999), sendo apresentado ao
público pela primeira vez em 1971, durante a conferência nacional para proteção de alimentos,
realizada nos Estados Unidos (ATHAYDE, 1999).
A legislação em segurança do alimento é geralmente entendida como um conjunto de
procedimentos, diretrizes e regulamentos elaborados pelas autoridades, direcionados para
a proteção da saúde pública. A HACCP foi uma ferramenta desenvolvida originalmente pelo
setor privado para garantir a segurança do produto e atualmente está sendo introduzida na
legislação de vários países (JOUVE, 1998).
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SEGURANÇA, HIGIENE ALIMENTAR E LEGISLAÇÃO
2. Descrição do produto
Uma detalhada descrição do produto deve ser feita, incluindo sua composição química
e física, o tipo de embalagem, o transporte utilizado na distribuição, as condições de
armazenagem e o tempo de vida útil. Identificação do uso Deve-se identificar qual o
público-alvo do produto e saber se faz parte de um segmento particular da população
(bebês, idosos, enfermos, adultos, etc.).
4. É importante não negligenciar nenhuma etapa que possa afetar a segurança do alimento.
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SEGURANÇA, HIGIENE ALIMENTAR E LEGISLAÇÃO
Nota-se que existem algumas partes do processo ou equipamento que a empresa quer
monitorar, mas não são PCCs levantados pela HACCP. Estes pontos podem ser identificados
como pontos de controle (PCs) da qualidade e são controlados para evitar um desvio nos
PCCs, que protegem a saúde pública. Um exemplo de PC pode ser um ímã, quando um
detector de metal está colocado numa etapa posterior do processo, sendo este o PCC
(BENNET & STEED, 1999).
Para assegurar que as medidas de controle operem como planejado nos PCCs e detectem
qualquer perda de controle, é necessário definir um sistema de monitoramento dos PCCs.
Neste, deve estar definido qual o procedimento de controle que deve estar associado a
cada PCC. Os métodos de controle devem ser rápidos, para serem efetivos. O sistema de
monitoração deve permitir, quando possível, que os ajustes sejam feitos antes que uma
medida exceda os limites críticos. Medidas físicas e químicas são às vezes preferíveis a
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SEGURANÇA, HIGIENE ALIMENTAR E LEGISLAÇÃO
testes microbiológicos, porque podem ser levantadas rapidamente e, muitas vezes, indicam
a condição microbiológica do produto.
É preciso notar que o certificado ISO 9000 não garante a qualidade do produto, mas que a
empresa possui um sistema de garantia da qualidade capaz de produzir produtos compatíveis
com as especificações desejadas. Confunde-se muito este tipo de certificação com certificação
de produto, estabelecendo-se uma relação direta entre ela e a qualidade final do produto
(OLIVEIRA, 1999). Existe também a frequentes equivocos de que a ISO 9000 garante 100% de
produtos de primeira qualidade (STRINGER, 1994). Entretanto, a ISO 9000 serve de suporte
para a implementação da HACCP e, juntos, são fundamentais para promover o sucesso da
indústria de alimentos, pois suas recomendações se complementam. A HACCP é utilizada
para identificar os PCCs, enquanto a ISO 9000 é usada para controlar e monitorar aspectos
críticos para a qualidade.
A HACCP é focada somente no que é crítico para garantir um alimento seguro, livre de
contaminações físicas, químicas e microbiológicas, que possam causar doenças ou danos ao
consumidor. Para implantar a ISO 9000, a empresa deve analisar os elementos de conformidade
e definir quais atividades afetam a qualidade, definindo depois quais são os procedimentos,
instruções e técnicas que devem ser empregadas para controlar essas atividades (BENNET &
STEED, 1999). Esta visão propicia que a política das empresas de alimentos evolua em direção
ao conceito de alimento seguro, suportada por um eficiente sistema de gerenciamento da
qualidade (BARENDSZ, 1998).
Um dos grandes problemas dos sistemas HACCP e ISO 9000 é o excesso de documentação,
logo é importante ressaltar que somente se deve documentar o que é importante para a
qualidade, a segurança dos alimentos e a satisfação do consumidor, além de manter sempre
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SEGURANÇA, HIGIENE ALIMENTAR E LEGISLAÇÃO
Fonte: http://www.scielo.br/pdf/%0D/gp/v8n1/v8n1a07.pdf
E o Codex Alimentarius?
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SEGURANÇA, HIGIENE ALIMENTAR E LEGISLAÇÃO
Assim, embora as normas, diretrizes e recomendações adotadas pelo Codex não sejam
vinculantes no contexto das legislações alimentares nacionais, os membros da Organização
Mundial do Comércio (OMC) são incentivados a harmonizar suas legislações nacionais com
as normas internacionais. Além disso, essas normas podem ser usadas como referência para
a dissolução de controvérsias em disputas do comércio de alimentos. Como o Acordo sobre
Medidas Sanitárias e Fitossanitárias (SPS) identifica especificamente as normas, diretrizes
e recomendações do Codex como padrões internacionais de referência para a segurança
alimentar, julga-se que as legislações nacionais que sejam compatíveis com as normas do
Codex atendem às exigências do Acordo sobre Barreiras Técnicas ao Comércio (SPS).
As normas do Codex e textos correlatos também são relevantes no âmbito do Acordo
TBT, que estabelece que os governos são responsáveis por garantir que esses instrumentos:
a) não resultem em tratamento discriminatório entre
produtos nacionais e importados;
b) não criem obstáculos injustificados ao comércio;
c) estejam alinhados aos requerimentos do Codex Alimentarius, exceto
quando insuficientes para atender objetivos legítimos e
d) sejam notificados, quando apresentarem impacto no comércio
internacional. O programa Codex Alimentarius é organizado em
comitês horizontais (assunto gerais), comitês de produtos, forças tarefas
intergovernamentais ad hoc, comitês coordenadores regionais.
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SEGURANÇA, HIGIENE ALIMENTAR E LEGISLAÇÃO
http://portal.anvisa.gov.br/documents/33916/388701/Codex+Alimentarius/10d276cf-99d0-47c1-80a5-14de564aa6d3
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aula
11
Principais
Legislações
(ANVISA)
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária rege algumas leis
para estabelecimentos que são voltados para a manupulação
de alimentos.
Para que seja mais fácil a compreensão de vocês, selecionei
os principais capítulos que englobam o mundo da gastronomia
para compartilhar aqui.
SEGURANÇA, HIGIENE ALIMENTAR E LEGISLAÇÃO
Vale ressaltar que são recortes da legislação completa, apenas algumas instruções normativas
que se aplicam para a nossa cozinha!
III - Alimento in natura : todo alimento de origem vegetal ou animal, para cujo consumo
imediato se exija apenas, a remoção da parte não comestível e os tratamentos
indicados para a sua perfeita higienização e conservação;
VII - Alimento irradiado: todo alimento que tenha sido intencionalmente submetido a
ação de radiações ionizantes, com a finalidade de preservá-lo ou para outros fins
lícitos, obedecidas as normas que vierem a ser elaboradas pelo órgão competente
do Ministério da Saúde;
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SEGURANÇA, HIGIENE ALIMENTAR E LEGISLAÇÃO
XIII - Embalagem: qualquer forma pela qual o alimento tenha sido acondicionado,
guardado, empacotado ou envasado;
XVI - Laboratório oficial: o órgão técnico específico do Ministério da Saúde, bem como
os órgãos congêneres federais, estaduais, municipais, dos Territórios e do Distrito
Federal, devidamente credenciados;
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SEGURANÇA, HIGIENE ALIMENTAR E LEGISLAÇÃO
XIX - Análise fiscal: a efetuada sobre o alimento apreendido pela autoridade fiscalizadora
competente e que servirá para verificar a sua conformidade com os dispositivos
dêste Decreto-lei e de seus Regulamentos;
CAPÍTULO IX
Dos Estabelecimentos
Art 46. Os estabelecimentos a que se refere o artigo anterior devem ser prèviamente
licenciados pela autoridade sanitária competente estadual, municipal, territorial
ou do Distrito Federal, mediante a expedição do respectivo alvará.
Anote Isso
Nos locais de fabricação, preparação, beneficiamento, acondicionamento ou depósito de
alimentos, não será permitida a guarda ou a venda de substâncias que possam corrompê-los,
alterá-los, adulterá-los, falsificá-los ou avariá-los.
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aula
12
Boas Práticas de
Fabricação
Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), “As
Boas Práticas de Fabricação (BPF) abrangem um conjunto de medidas
que devem ser adotadas pelas indústrias de alimentos a fim de garantir
a qualidade sanitária e a conformidade dos produtos alimentícios com
os regulamentos técnicos”.
As BPFs auxiliam os comerciantes e os manipuladores a preparar,
armazenar e a vender os alimentos de forma adequada, higiênica e segura,
com o objetivo de oferecer alimentos saudáveis aos consumidores.
Existem uma série de regulamentos, na legislação brasileira,
que estabelecem os critérios de boas práticas de fabricação. Esses
regulamentos são publicados pela ANVISA (Agência Nacional
de Vigilância Sanitária) e devem ser seguidos por todos os
estabelecimentos que realizam manipulação ou comercialização
de alimentos. O seu cumprimento é verificado por órgãos federais,
estaduais ou municipais. Alguns destes regulamentos são mais
gerais, e outros se aplicam a tipos específicos de alimentos.
SEGURANÇA, HIGIENE ALIMENTAR E LEGISLAÇÃO
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SEGURANÇA, HIGIENE ALIMENTAR E LEGISLAÇÃO
Higienização de Instalações,
Equipamentos, Móveis e Utensílios
• As instalações, os equipamentos, os móveis e os utensílios devem ser mantidos em
condições higiênicosanitárias apropriadas. As operações de higienização devem ser
realizadas por funcionários comprovadamente capacitados e com freqüência que garanta
a manutenção dessas condições e minimize o risco de contaminação do alimento.
• As caixas de gordura devem ser periodicamente limpas. O descarte dos resíduos deve
atender ao disposto em legislação específica.
• As operações de limpeza e, se for o caso, de desinfecção das instalações e equipamentos,
quando não forem realizadas rotineiramente, devem ser registradas.
• A área de preparação do alimento deve ser higienizada quantas vezes forem necessárias
e imediatamente após o término do trabalho. Devem ser tomadas precauções para
impedir a contaminação dos alimentos causada por produtos saneantes, pela suspensão
de partículas e pela formação de aerossóis. Substâncias odorizantes e ou desodorantes
em quaisquer das suas formas não devem ser utilizadas nas áreas de preparação e
armazenamento dos alimentos.
• Os produtos saneantes utilizados devem estar regularizados pelo Ministério da Saúde.
A diluição, o tempo de contato e modo de uso/aplicação dos produtos saneantes devem
obedecer às instruções recomendadas pelo fabricante. Os produtos saneantes devem
ser identificados e guardados em local reservado para essa finalidade.
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SEGURANÇA, HIGIENE ALIMENTAR E LEGISLAÇÃO
Manipuladores
• O controle da saúde dos manipuladores deve ser registrado e realizado de acordo
com a legislação específica.
• Os manipuladores que apresentarem lesões e ou sintomas de enfermidades que possam
comprometer a qualidade higiênico-sanitária dos alimentos devem ser afastados da
atividade de preparação de alimentos enquanto persistirem essas condições de saúde.
• Os manipuladores devem ter asseio pessoal, apresentando-se com uniformes
compatíveis à atividade, conservados e limpos. Os uniformes devem ser trocados,
no mínimo, diariamente e usados exclusivamente nas dependências internas do
estabelecimento. As roupas e os objetos pessoais devem ser guardados em local
específico e reservado para esse fim.
• Os manipuladores devem lavar cuidadosamente as mãos ao chegar ao trabalho, antes e
após manipular alimentos, após qualquer interrupção do serviço, após tocar materiais
contaminados, após usar os sanitários e sempre que se fizer necessário. Devem ser
afixados cartazes de orientação aos manipuladores sobre a correta lavagem e antisepsia
das mãos e demais hábitos de higiene, em locais de fácil visualização, inclusive nas
instalações sanitárias e lavatórios.
• Os manipuladores não devem fumar, falar desnecessariamente, cantar, assobiar,
espirrar, cuspir, tossir, comer, manipular dinheiro ou praticar outros atos que possam
contaminar o alimento, durante o desempenho das atividades.
• Os manipuladores devem usar cabelos presos e protegidos por redes, toucas ou outro
acessório apropriado para esse fim, não sendo permitido o uso de barba. As unhas
devem estar curtas e sem esmalte ou base. Durante a manipulação, devem ser retirados
todos os objetos de adorno pessoal e a maquiagem.
• Os manipuladores de alimentos devem ser supervisionados e capacitados periodicamente
em higiene pessoal, em manipulação higiênica dos alimentos e em doenças transmitidas
por alimentos. A capacitação deve ser comprovada mediante documentação. Os visitantes
devem cumprir os requisitos de higiene e de saúde estabelecidos para os manipuladores.
Preparação do Alimento
• As matérias-primas, os ingredientes e as embalagens utilizados para preparação do
alimento devem estar em condições higiênico-sanitárias adequadas e em conformidade
com a legislação específica.
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SEGURANÇA, HIGIENE ALIMENTAR E LEGISLAÇÃO
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SEGURANÇA, HIGIENE ALIMENTAR E LEGISLAÇÃO
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SEGURANÇA, HIGIENE ALIMENTAR E LEGISLAÇÃO
Anote Isso
Definição de Boas Práticas de Fabricação (BPF) segundo a ANVISA -> abrangem um conjunto de
medidas que devem ser adotadas pelas indústrias de alimentos a fim de garantir a qualidade sanitária
e a conformidade dos produtos alimentícios com os regulamentos técnicos”.
As BPF auxiliam os manipuladores a preparar, armazenar e a vender os alimentos de forma
adequada, higiênica e segura, com o objetivo de oferecer alimentos saudáveis aos consumidores.
A BPF tambem rege normas a serem seguidas pelo manipulador de alimentos.
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aula
13
Microrganismos indicadores
em alimentos
Microrganismos indicadores são grupos ou espécies de
microrganismos que, quando presentes e um alimento, podem
fornecer informações sobre a ocorrência de contaminação de
origem fecal, sobre a provável presença de patógenos ou sobre
a deterioração potencial do alimento, além de poderem indicar
condições sanitárias inadequadas durante o processamento,
produção ou armazenamento (LANDGRAF e FRANCO, 1996).
Esses microrganismos indicadores podem ser utilizados para
refletir a qualidade microbiológica dos alimentos em relação à
vida de prateleira ou à segurança - neste ultimo caso, devido à
presença de patógenos alimentares. Em geral, microrganismos
indicadores são utilizados para avaliar aspectos de qualidade a
sanificação dos alimentos.
SEGURANÇA, HIGIENE ALIMENTAR E LEGISLAÇÃO
Mesófilas
As bactérias mesófilas constituem um grupo capaz de se multiplicar entre 10ºC e 45ºC, sendo
a temperatura ideal em torno de 30ºC. Esse grupo é importante pois compõe a maioria dos
contaminantes dos alimentos de origem animal, podendo atingir altas contagens quando o
alimento é mantido à temperatura ambiente. Segundo ICMS o número de microrganismos aeróbios
mesófilos encontrados em um alimento tem sido um dos indicadores microbiológicos da qualidade
dos alimentos mais comumente utilizados, indicando se a limpeza, a desinfecção e o controle da
temperatura durante os processos de tratamento industrial, transporte e armazenamento foram
realizados de forma adequada. Esta determinação permite também obter informação sobre a
alteração incipiente dos alimentos, sua provável vida útil, a falta de controle no descongelamento
dos alimentos ou desvios na temperatura de refrigeração estabelecida (SILVA, 2002).
Psicrotróficos
Bactérias psicrotróficas se multiplicam em baixas temperaturas, abaixo de 7ºC, embora a
temperatura ótima de crescimento se situe entre 20 e 30ºC (Furtado, 2005). Os principais
gêneros de bactérias psicrotróficas encontrados no leite são a Achromobacter, Acinetobacter,
Alcaligenes, Flavobacterium e Pseudomonas (Gram-negativos) e Bacillus e Clostridium (Gram-
positivos). Essas bactérias são eliminadas pela pasteurização, mas algumas enzimas
produzidas pelas bactérias Gram-negativas, e os esporos, produzidos pelas Gram-positivas,
são termo-resistentes, provocando reações bioquímicas nos constituintes do leite resultando
em alterações das características normais do produto. Os dois grupos de enzimas mais
importantes produzidos pelas bactérias psicrotróficas são a protease e a lípase. Elas podem
agir no leite cru enquanto estocado, e se multiplicam também no leite que foi pasteurizado
e nos derivados lácteos, causando alterações físicas e sabores indesejáveis ao leite. Essas
bactérias são normalmente encontradas na água e em vasilhames que não foram lavados
adequadamente (OLIVEIRA ET AL., 2012)
Anote Isso
Bactérias mesófilas: bactérias que se desenvolvem em uma temperatura ideial de 30º C
Bactérias Bactérias psicrotróficas se multiplicam em baixas temperaturas, abaixo de 7ºC
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SEGURANÇA, HIGIENE ALIMENTAR E LEGISLAÇÃO
Termófilos
As bactérias termófilas são definidas como aquelas cuja temperatura ótima de crescimento
situa-se entre 45 a 65ºC, e para algumas espécies consideradas como termófilos extremos
as temperaturas de crescimento podem atingir 90ºC e o mínimo em torno de 35ºC (ICMSF,
1994). O leite cru normalmente contém poucas bactérias termófilas, embora elas possam
estar presentes em número suficiente para se desenvolverem no leite mantido a temperaturas
elevadas, acarretando grande número desses microrganismos no produto. Essas bactérias
constituem problema no leite pasteurizado quando algumas porções são mantidas, por algum
tempo, entre 50ºC a 70ºC (ICMSF, 1994).
Bolores e Leveduras
Os fungos são microrganismos eucariontes, heterotróficos, caracteristicamente micelares,
que se dividem em bolores e leveduras, com interesse não só do ponto de vista da deterioração
dos alimentos, mas também pelas múltiplas utilizações industriais em que participam
como agentes fermentativos (MOSS, 2000). A grande dispersão dos bolores e leveduras no
ambiente justifica a sua frequente aparição como contaminantes nos produtos alimentares,
visto que estes, em virtude da sua composição, constituem um excelente meio para a fixação
e reprodução de grande número de espécies fúngicas, cuja proliferação ocorre com facilidade
por serem mais tolerantes a factores extremos que limitam o desenvolvimento bacteriano,
como baixos valores de aw, pH e temperatura (ROSS & NICHOLS, 2000). Porém, a capacidade
de desenvolvimento dos bolores a baixas temperaturas constitui um problema na conservação
dos produtos cárneos quando estes, após o processamento térmico, são contaminados
com esporos destes microrganismos que, desenvolvendo-se, vão alterar o aspecto e as
características nutricionais e organolépticas dos produtos, abreviar a sua conservação e
eventualmente contaminá-los com micotoxinas. São frequentes os géneros Aspergillus spp.,
Penicillium spp. e Fusarium spp. (GUERRERO & CHABELA, 2000). Neste tipo de produtos,
para além da qualidade das matérias-primas, o controlo do desenvolvimento dos bolores e
leveduras passarão pelos cuidados a ter com a qualidade do ar nas zonas de alto risco em que
o produto permanece após o processamento térmico e antes de ser embalado, na utilização
de embalagens adequadas, a vácuo ou com atmosfera modificada, visto que são aeróbios
estritos, ou pelo eventual recurso a conservantes (GUERRERO & CHABELA, 2000). Na
ausência de cuidados após o processamento térmico, desenvolvem-se geralmente leveduras
pertencentes aos géneros Candida spp., Rhodotorula spp., Saccharomyces spp., Torulaspora
spp. e Tricosporon spp., que por serem microaerófilas crescem em ambientes onde existem
quantidades residuais de oxigênio como pode acontecer nas embalagens a vácuo ou em
atmosfera modificada, passando nestes casos o seu controle na utilização de conservantes
(GUERRERO & CHABELA, 2000).
Coliformes totais
Este grupo é composto por bactérias da família Enterobacteriaceae, capazes de fermentar a
lactose com produção de gás, quando incubados a 35-37ºC, por 48 horas. São bacilos gram-
negativos e não formadores de esporos; fazem parte desse grupo predominantemente
bactérias pertencentes aos gêneros Escherichia, Enterobacter, Citrobacter e Klebsiella. Destes,
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SEGURANÇA, HIGIENE ALIMENTAR E LEGISLAÇÃO
apenas a Escherichia coli tem como hábitat primário o trato intestinal do homem e animais
homeotérmicos. O Citrobacter, Enterobacter e Klebsiella, além de serem encontrados nas fezes,
também estão presentes em outros ambientes como na vegetação e no solo, onde persistem por
tempo superior ao de bactérias patogênicas de origem intestinal como Samonella e Shigella.
Enterococcus
Antes bactérias do subgrupo do gênero Streptococcus, a partir de 1984 passaram a pertencer ao
gênero Enterococcus, com 19 espécies reconhecidas atualmente. Antes de 1984, os Estreptococcus
fecais eram chamados genericamente de enterococos, e consistiam de duas espécies:
Streptococcus faecalis e Streptococcus faecium. São atualmente denominados Enterococcus
faecalis e Enterococcus faecium. São relativamente resistentes ao calor e podem sobreviver
as pasteurizações do leite. Algumas restrições quanto a utilização dos Enterococcus como
indicadores de contaminação fecal dos alimentos são feitas, uma delas seria de encontrarmos
em outros ambientes além do trato intestinal e apresentarem uma sobrevivência maior em
relação aos enteropatógenos encontrados no solo, nos vegetais e em alimentos, principalmente
naqueles submetidos à desidratação, ação de desinfetantes e a flutuações de temperatura
por serem mais resistentes. Apesar das limitações do uso desses microrganismos como
indicadores de contaminação fecal, sua presença em números elevados em alimentos indica
práticas sanitárias inadequadas ou exposição do alimento a condições que permitiram a
multiplicação de microrganismos indesejáveis (DOYLE et al., 1997)
Está na Rede
Biossensor brasileiro avisa se alimentos estão contaminados por bactérias como a salmonela
<https://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2019/01/18/biossensor-brasileiro-avisa-se-
alimentos-estao-contaminados-por-bacterias-como-a-salmonella.ghtml>.
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aula
14
Agentes
Sanitizantes
Aluno, existem diferenças entre os termos desinfecção e
sanitização, mas observe abaixo essa diferença destacada.
Desinfectar significa destruir ou irreversivelmente inativar
fungos e bactérias
Sanitizar significa reduzir microrganismos críticos para
saúde pública em níveis considerados seguros, com base
em parâmetros estabelecidos, sem prejudicar nem a
qualidade do produto nem a sua segurança.
Hipoclorito
Eficácia, baixo custo e facilidade de fabricação tornam os hipocloritos os desinfetantes mais
amplamente utilizados. Hipoclorito de sódio é o composto mais comum e é um desinfetante
ideal, pois é um oxidante forte. Os hipocloritos causam ampla mortalidade microbiana
danificando a membrana externa causando perda de controle da permeabilidade e eventual
lise da célula. Além disso, esses compostos inibem as enzimas celulares e destroem o DNA.
Os esporos, contudo, são resistentes aos hipocloritos, uma vez que o revestimento de esporos
não é susceptível à oxidação, exceto em concentrações elevadas associadas a longos tempos
de contato e temperaturas elevadas.
Embora os hipocloritos sejam muito reativos, as suas propriedades são afetadas
negativamente por fatores tais como sólidos em suspensão, altas temperaturas, luz, impurezas
de água e níveis de pH impróprios. No uso rotineiro, as superfícies devem ser tão livres quanto
possível de materiais orgânicos, e o pH deve ser mantido entre 5 e 7 para garantir que a
maior quantidade de ácido hipocloroso esteja disponível. Como com qualquer desinfetante,
devem ser feitas medições periodicamente para garantir que o cloro disponível livremente
esteja no nível desejado.
Outras desvantagens dos hipocloritos são corrosividade para os metais, problemas de
saúde relacionados com a irritação da pele, dano da membrana mucosa e contaminação
ambiental. Este último é motivo de preocupação, uma vez que o cloro pode combinar com
substâncias orgânicas para formar compostos clorados tóxicos, tais como trihalometanos
e dioxinas.
O uso de hipoclorito pode ser restringido no futuro. Deve-se tomar cuidado ao limpar
derramamentos de hipoclorito, pois materiais orgânicos, como pano, serragem e papel, podem
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SEGURANÇA, HIGIENE ALIMENTAR E LEGISLAÇÃO
Iodóforos
Estes compostos são menos ativos que os hipocloritos, mas são sanitizantes e desinfetantes
eficazes. Os iodóforos se ligam aos radicais sulfúricos de proteínas como a cisteína, causando
inativação e danos à parede celular. Os iodóforos são melhores em situações em que o pH
é ligeiramente ácido, uma vez que existem formas menos ativas acima do pH neutro. A
concentração comum para higienização é de 25 ppm por minuto. Infelizmente, os compostos
de iodo facilmente mancham muitas superfícies, particularmente os plásticos.
No lado positivo, são sanitizantes comuns usados em superfícies de vidro, como nas
indústrias de engarrafamento de cerveja e vinho. A EPA (Ecological Hazard and Environmental
Risk Assessment and Environmental Fate) tem avaliado iodóforos como não tendo efeito
significativo sobre o ambiente.
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SEGURANÇA, HIGIENE ALIMENTAR E LEGISLAÇÃO
oxigênio e água. Estes sanitizantes também são menos corrosivos para o equipamento do que
os hipocloritos. Tal como acontece com qualquer oxidante altamente ativo, PAA concentrado
pode apresentar um perigo para a segurança.
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SEGURANÇA, HIGIENE ALIMENTAR E LEGISLAÇÃO
quase qualquer superfície. Bactérias como Escherichia coli, Salmonella spp., Listeria spp.,
Campylobacter spp. e várias outras podem produzir biofilmes. Ao longo do tempo, o filme se
torna mais complexo e pode conter diferentes espécies de bactérias, produzindo uma fonte
constante de contaminação.
Anote Isso
Desinfetar significa destruir ou irreversivelmente inativar fungos e bactérias.
Sanitizar significa reduzir microrganismos críticos para saúde pública em níveis considerados
seguros, com base em parâmetros estabelecidos, sem prejudicar nem a qualidade do produto
nem a sua segurança.
A maioria dos desinfetantes deve ser aplicada em superfícies livres de matéria orgânica
e resíduos de limpeza. A ordem de eventos geralmente recomendada é enxaguar, lavar,
enxaguar e sanitizar.
O detergente utilizado na etapa de limpeza precisa ser apropriado para o tipo de resíduo,
por exemplo, os detergentes alcalinos removem com maior eficiência os resíduos à base de
gordura e proteínas, enquanto que os resíduos à base de minerais necessitam de detergentes
ácidos.
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aula
15
Procedimento Padrão de
Higiene Operacional
(PPHO)
Dentro do processo de legislação dos alimentos, existem algumas
metodologias especificas para padronização de procedimentos de
higiene e operacionais. Falaremos nesta aula sobre padronização
de higiene.
Procedimentos Padrão de Higiene Operacional são
procedimentos descritos, desenvolvidos, implantados e
monitorizados, visando estabelecer a forma rotineira pela qual
o estabelecimento industrial evitará a contaminação direta ou
cruzada e a adulteração do produto, preservando sua qualidade
e integridade por meio da higiene antes, durante e depois das
operações industriais (Resolução DISPOA/DAS n. 10, de 22 de
maio de 2003).
SEGURANÇA, HIGIENE ALIMENTAR E LEGISLAÇÃO
Os PPHO podem ser admitidos como parte integrante do BPF e têm procedimentos de
monitorização, ação corretiva, registros e verifi cação, para uniformizar as ações e minimizar
os riscos associados à falta de higiene. Por exemplo, o procedimento de higienizar o piso
da área de embalagem e outros deve ser mantido com produtos químicos e dosagens
previamente aprovados pelo controle de qualidade, utensílios adequados e frequência da
higiene predeterminada.
Todas as condições de higiene operacional devem ser monitoradas por meio de análises
laboratoriais e seus dados registrados, devendo-se adotar ações corretivas sempre que
se observarem desvios, os quais deverão ser registrados (SENAI, 2000). Esse conjunto de
procedimentos deve gerar um manual com todas as orientações, de forma clara e bem
detalhada, sobre os materiais utilizados, sobre como realizar a operação e quais os responsáveis
por ela. Descreva uma rotina de higiene do PPHO numa indústria de alimentos e detalhe o
ambiente ou equipamento, os materiais, os produtos e os responsáveis.
Estruturação do plano PPHO Você precisa perceber todo o conteúdo sobre o PPHO, que
deve ser descrito de forma detalhada. Dessa forma, você observará os temas que integram a
estrutura do programa. O plano PPHO deve ser estruturado em nove pontos básicos. São eles:
• Potabilidade da água.
• Condições e higiene das superfícies de contato com os alimentos.
• Prevenção contra contaminação cruzada.
• Higiene dos colaboradores.
• Proteção contra contaminantes e adulterantes do alimento.
• Identificação e estocagem adequada de substâncias químicas.
• Agentes tóxicos, saúde dos colaboradores, controle
integrado de pragas e registros.
Observe que a temática é muito ampla, incluindo controle da água, equipamentos, superfícies,
colaboradores e produtos químicos. Certamente, será necessário estudar cada possibilidade,
suas implicações gerais no BPF, bem como estabelecer cada rotina de PPHO, ou seja, é
fundamental estudar cada ação antes de escrever suas rotinas ou mesmo o manual. Vamos
conferir cada ponto básico com mais detalhes.
a) Potabilidade da água: envolve o tratamento da água, assim como todas as condições
para manter sua qualidade: lavagem das caixas d’água; análises laboratoriais (físico-
química e microbiológica); bom estado da tubulação, entre outras. Outro aspecto
fundamental diz respeito à qualidade da água para fabricação de gelo. Informações
gerais: a cada seis meses, os colaboradores treinados devem realizar a lavagem da
caixa d’água, a sanitização e/ou terceirizar o serviço.
Anote Isso
O PPHO pré-operacional englaba todos os procedimentos de limpeza e sanitização executados
antes do início das atividades do estabelecimento!
Fiquem atentos a todas as ações corretivas que estão presentes na aula!
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SEGURANÇA, HIGIENE ALIMENTAR E LEGISLAÇÃO
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SEGURANÇA, HIGIENE ALIMENTAR E LEGISLAÇÃO
Implantação do PPHO
A implantação inclui a estruturação de manuais de operação dos diferentes setores. Tanto os
procedimentos pré-operacionais, ou seja, procedimentos antes do início do processamento
do alimento, quanto os operacionais devem conter as seguintes composições:
O administrador geral da empresa deve designar uma equipe ou profissional para o
treinamento e a capacitação de pessoal. Esse responsável técnico também irá conduzir os
procedimentos antes, durante e após as operações, monitorização e avaliações rotineiras
dos procedimentos e de sua eficiência, além de implementar e revisar as ações corretivas
em situações de desvios e alterações tecnológicas dos processos industriais. Os registros
das atividades são obrigatórios para avaliação dos resultados. A responsabilidade técnica
da empresa por funcionário responsável e qualificado deve envolver engenheiro ou técnico
qualificado para reunir todas as informações em um Manual do PPHO.
No manual do PPHO, deve constar a ficha de aplicação da higienização de superfícies,
equipamentos e utensílios para o registro das atividades, tendo a seguinte estrutura: frequência
(antes/durante/após operação industrial); especificação dos princípios ativos utilizados
e sua concentração; metodologia de aplicação; utensílios utilizados; nome do operador e
responsável do setor; no caso de montagem e desmontagem, deve-se incluir explicação dos
procedimentos. O plano PPHO é composto pelas atividades pré-operacionais e operacionais.
Os procedimentos pré-operacionais devem estar claramente separados dos operacionais.
O PPHO pré-operacional abrange os procedimentos de limpeza e sanitização executados
antes do início das atividades do estabelecimento, ou seja, após o encerramento da produção,
devem-se iniciar as atividades pré-operacionais do Plano PPHO, durante o período de tempo
suficiente e imediatamente antes do início das operações de processamento do dia ou do turno
seguinte. O PPHO operacional inclui a limpeza e a sanitização de equipamentos e utensílios
durante a produção e nos intervalos entre turnos, inclusive nas paradas para descanso e
almoço. Deve descrever ainda os procedimentos de higiene executados pelos funcionários a
partir da entrada na área de produção.
Procedimentos de monitoramento
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SEGURANÇA, HIGIENE ALIMENTAR E LEGISLAÇÃO
Ações corretivas
Quando forem detectadas não conformidades durante o monitoramento do PPHO, o estabelecimento
deve adotar ações corretivas. Você deve perceber que essas ações corretivas devem ser adotadas
o mais breve possível. O que poderá ocorrer caso haja negligência ou mesmo demora em agir?
Como se deve registrar todo o procedimento de uma higiene que exige correções? Deve haver
registro detalhado das ações corretivas tomadas pelo estabelecimento, nesses casos, e constar
preferencialmente a mesma planilha em que são anotadas as não conformidades.
As ações corretivas devem incluir:
• Procedimentos que assegurem a apropriada destinação dos produtos que podem estar
contaminados, devido a falhas durante os procedimentos operacionais
• Retomada das condições sanitárias, através da reinspeção do local (com rubrica do responsável).
• Aplicação de ações corretivas a eventuais desvios, garantindo, inclusive, o apropriado
destino aos produtos não conformes.
• Elaboração e manutenção do plano de implementação do PPHO, dos formulários de
registros, dos documentos de monitorização e das ações corretivas adotadas. Todos
os documentos devem ser assinados e datados. Os Registros representam todos os
arquivos, documentos, exames de laboratório, laudos gerados durante o processamento.
A manutenção de registros inclui:
• Garantia da sua integridade: arquivo em boas condições físicas para manutenção e
guarda dos documentos.
• Arquivamento no mínimo por 1 (um) ano: serve para estudo sobre alguma ocorrência
ou sobre investigações da equipe do controle de qualidade.
• Fácil disponibilidade ao SIF ou órgãos de fiscalização: muito importante para atender
com brevidade todas as informações que a fiscalização solicitar.
• Manutenção em local de fácil acesso: deve ser acessível a todos os funcionários
envolvidos com a gerência de produção ou qualidade.
Está na Rede
Vendas no setor alimentício alertam para importância da higienização
<https://www.terra.com.br/noticias/dino/vendas-no-setor-alimenticio-alertam-para-
importancia-da-higienizacao,788f4f2cbc3157ea547e6114097662eahttpjhjr.html>.
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aula
16
POP
DOCUMENTAÇÃO E REGISTRO
Os serviços de alimentação devem dispor de Manual de Boas
Práticas e de Procedimentos Operacionais Padronizados. Esses
documentos devem estar acessíveis aos funcionários envolvidos
e disponíveis à autoridade sanitária, quando requerido.
Os POP devem conter as instruções sequenciais das operações
e a frequência de execução, especificando o nome, o cargo e ou a
função dos responsáveis pelas atividades. Devem ser aprovados,
datados e assinados pelo responsável do estabelecimento.
SEGURANÇA, HIGIENE ALIMENTAR E LEGISLAÇÃO
Os registros devem ser mantidos por período mínimo de 30 (trinta) dias contados a partir
da data de preparação dos alimentos.
Os serviços de alimentação devem implementar Procedimentos Operacionais Padronizados
relacionados aos seguintes itens:
a) Higienização de instalações, equipamentos e móveis;
b) Controle integrado de vetores e pragas urbanas;
c) Higienização do reservatório;
d) Higiene e saúde dos manipuladores.
Responsabilidade
O responsável pelas atividades de manipulação dos alimentos deve ser o proprietário ou
funcionário designado, devidamente capacitado, sem prejuízo dos casos onde há previsão
legal para responsabilidade técnica.
O responsável pelas atividades de manipulação dos alimentos deve ser comprovadamente
submetido a curso de capacitação, abordando, no mínimo, os seguintes temas:
a) Contaminantes alimentares;
b) Doenças transmitidas por alimentos;
c) Manipulação higiênica dos alimentos;
d) Boas Práticas
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SEGURANÇA, HIGIENE ALIMENTAR E LEGISLAÇÃO
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SEGURANÇA, HIGIENE ALIMENTAR E LEGISLAÇÃO
ÁREA EMITENTE:
ASSUNTO DO DOCUMENTO:
Fonte: A autora
Anote Isso
Procedimentos Operacionais Padronizados devem pertencer os itens:
a) Higienização de instalações, equipamentos e móveis;
b) Controle integrado de vetores e pragas urbanas;
c) Higienização do reservatório;
d) Higiene e saúde dos manipuladores.
O POP deve sempre ser registrado pelo manipulador de alimento necessario, dentro de todos
os padrões
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SEGURANÇA, HIGIENE ALIMENTAR E LEGISLAÇÃO
CONCLUSÃO
Meus queridos alunos, no presente material vimos os principais
conhecimentos para a montagem e elaboração de um ambiente
de trabalho adequado para a confecção de um alimento seguro e
de qualidade, bem como uma noção básica de microbiologia para
entendermos um pouco mais os grandes vilões dos setor de alimentação.
Um forte abraço,
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SEGURANÇA, HIGIENE ALIMENTAR E LEGISLAÇÃO
Elementos
Complementares
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SEGURANÇA, HIGIENE ALIMENTAR E LEGISLAÇÃO
Documentário “Por Uma Vida Melhor” retrata segurança alimentar e nutricional no Brasil
Filme de Thereza Jessouroun é uma realização de
CECIP, CESE e IBASE.
Sinopse: o destaque deste programa é a questão da
segurança alimentar e nutricional no nosso país.
Todo homem tem direito ao acesso permanente à
água e à alimentação adequadas, em quantidade e
qualidade suficientes, que lhe permitam uma vida
saudável. Apesar disso, o Brasil ainda luta para su-
perar deficiências graves nesta área, em especial no
que se refere ao histórico problema da fome.
Rotten
Série original do Netflix, recente (12.2018)
Web
NBR ENTREVISTA - 01.07.12: O programa teve como tema a Agência Nacional de Vigilân-
cia Sanitária (Anvisa), que foi criada há 13 anos para promover a proteção da saúde dos
brasileiros. O diretor Presidente da Anvisa, Dirceu Barbano, explicou o papel da vigilância
sanitária que tem como objetivo reduzir os riscos de serviço e produtos.
<https://www.youtube.com/watch?v=nl4V59YGhu4>.
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SEGURANÇA, HIGIENE ALIMENTAR E LEGISLAÇÃO
REFERÊNCIAS
ANVISA. Legislação - Sistema de Legislação em Vigilância Sanitária. Disponível em: <http://
www.anvisa.gov.br/legis/index.htm> Acesso em: 04 de agosto de 2005.
______. Resolução RDC nº 216, de 15 de setembro de 2004. Disponível em: http://portal.anvisa.
gov.br/documents/33916/388704/RESOLU%25C3%2587%25C3%2583ORDC%2BN%2B216%2B-
DE%2B15%2BDE%2BSETEMBRO%2BDE%2B2004.pdf/23701496-925d-4d4d-99aa-9d479b-
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